quarta-feira, 10 de março de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/03/2021

ANO B


Mt 5,17-19

Comentário do Evangelho

A plenitude da lei

Como parte do primeiro grande discurso do evangelho segundo Mateus, o sermão da montanha (5-7), o texto começa eliminando um equívoco: "Não penseis que eu vim abolir a Lei e os Profetas" (v. 7a). A expressão "a Lei e os Profetas" não é um registro puramente jurídico, mas um modo de designar a Escritura na sua totalidade. Não há tensão entre os dois termos: a Lei é necessária para atestar e confirmar a veracidade da palavra profética; a profecia é indispensável para interpretar a Lei. Toda a Escritura é inspirada por Deus (cf. 1Tm 3,16) e, enquanto tal, não pode ser abolida. Jesus veio para dar pleno cumprimento à Escritura (cf. v. 17b). A Lei é dada por Deus para preservar o dom da vida e da liberdade. Jesus leva a Lei e os Profetas à plenitude na medida em que ele é a realização da promessa e, enquanto tal, faz com que a Lei e os Profetas dependam do mandamento do amor a Deus e ao próximo (cf. Mt 22,40). Com isso, Jesus oferece uma chave hermenêutica à qual todas as prescrições devem se ajustar. A Lei de Moisés continua válida, mas precisa ser interpretada à luz da revelação de Jesus Cristo (cf. 5,17; 7,12; 22,40).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me do perigo de reduzir minha obediência aos teus mandamentos à execução mecânica de gestos exteriores. Revela-me, cada vez mais profundamente, a tua vontade.
Fonte: Paulinas em 06/03/2013

Comentário do Evangelho

A Lei é pensada a partir de Jesus Cristo

Durante a sua vida terrestre, Jesus enfrentou a oposição de adversários que pensavam que o modo como ele interpretava e punha em prática a Lei e relia a Escritura era um sinal de que sua determinação era de abolir a Palavra de Deus. No embate apologético com o judaísmo rabínico, essa dificuldade se prolongou no cristianismo primitivo. O trecho do evangelho de hoje visa dirimir o equívoco (cf. v. 17). Em Jesus, toda a Escritura encontra a sua realização e no Ressuscitado, a sua luz e o seu sentido pleno. Para o cristão que lê essas linhas do evangelho é dado um critério de interpretação do Antigo Testamento: é a partir de Jesus Cristo que a lei e os profetas devem ser lidos, pois apontam para Ele. Para o cristão, a Lei é pensada a partir da cristologia. A centralidade de Jesus Cristo faz com que a exigência primordial do amor e da misericórdia se imponham como condição de autenticidade ou não de determinada prática da Lei. O que tem precedência sobre quaisquer outras prescrições legais é o mandamento do amor (cf. Lc 10,25-37).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me do perigo de reduzir minha obediência aos teus mandamentos à execução mecânica de gestos exteriores. Revela-me, cada vez mais profundamente, a tua vontade.
Fonte: Paulinas em 26/03/2014

Vivendo a Palavra

Todas as vírgulas e todas as letras da Lei de Moisés, que não passarão sem que tudo aconteça, estão contidas na simplicidade do enunciado formulado por Jesus: ‘amem-se uns aos outros assim como Eu os amo.’ O amor não segue normas: como o de Jesus, é livre, espontâneo, indiscriminado, gratuito…
Fonte: Arquidiocese BH em 06/03/2013

Vivendo a Palavra

O Mandamento Novo trazido por Jesus, em sua expressão mais simples – ‘Amem-se uns aos outros assim como Eu amo vocês’ – não apenas cumpre plenamente; supera as numerosas regras a que se obrigava o povo de Israel. Entretanto sua gente, tanto quanto nós, não estava pronta para aceitar o que é simples: precisava complicar as coisas...
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2014

VIVENDO A PALAVRA

O Mandamento Novo trazido por Jesus, em sua expressão mais simples – Amem-se uns aos outros assim como Eu amo vocês – não apenas cumpre plenamente, mas supera as numerosas regras a que se obrigava o povo de Israel. Entretanto sua gente (tanto quanto nós, hoje) não estava pronta para aceitar o que é simples: amava complicar as coisas; aliás, nós também gostamos de complicar...
Fonte: Arquidiocese BH em 18/03/2020

vIVENDO A PALAVRa

O pleno cumprimento da Lei, a sua realização integral, significa a substituição de seus resumidos dez mandamentos – depois traduzidos minuciosamente pelos doutores da Lei e sacerdotes do Templo em 613 normas de conduta (365 interdições e 248 obrigações) – por um único e abrangente critério, a Lei do Amor: que nos amemos uns aos outros como Ele, Jesus, nos amou e continua amando.

Refleo

Todos nós estamos de acordo que devemos obedecer a Deus, mas não estamos muito de acordo se perguntarmos por que devemos obedecer a Deus. Isto porque existem duas formas de obediência. A primeira é a obediência de quem reconhece o poder de quem manda e se submete a este poder por causa das vantagens da obediência ou das conseqüências da desobediência. É aquele que diz que manda quem pode e obedece quem tem juízo. A segunda é de quem reconhece os valores que motivam a autoridade e assume esses valores como próprios, vendo na obediência a grande forma de concretização desses valores. Jesus não veio mudar a lei, mas mostrar as suas motivações, os seus valores, a fim de que a sua observância não seja um jugo, mas uma forma de realização pessoal.
Fonte: CNBB em 06/03/2013 e 26/03/2014

Reflexão

Jesus falava como quem tem autoridade, e não como os escribas e fariseus. Dizia: “Vocês ouviram o que foi dito aos antepassados… Eu, porém, lhes digo…”. Isso deixava os adversários dele intrigados. Estaria Jesus propondo alguma nova Lei, contrária à Lei de Moisés? Não. Jesus vem para respeitar e levar a pleno cumprimento a Lei e os Profetas, isto é, as Escrituras Sagradas. Não a lei deformada e decadente que predominava na época de Jesus e que ele procurava corrigir, mas a verdadeira Lei, a Lei que os Profetas sempre lembraram e ensinaram. Então os discípulos de Jesus podiam ficar tranquilos: ele não veio para eliminar as Escrituras; veio para cumprir e ensinar a vontade do Pai, da qual ele é o intérprete fiel e definitivo.
Oração
Ó Jesus, fiel cumpridor dos planos do Pai, vieste não para abolir a Lei de Deus, mas para interpretá-la corretamente e cumpri-la de modo integral. Dá-nos a devida compreensão das Sagradas Escrituras e coração aberto para acolher e pôr em prática a vontade de Deus. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 18/03/2020

Reflexão

Quem pensa que Jesus veio para acabar com leis e profetas está muito enganado. Ele mesmo afirma: “Eu não vim abolir a Lei ou os Profetas”. Lei representa os cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco); Profetas engloba o conjunto dos profetas. Aqui “Lei e Profetas” pode ser entendido como o conjunto do Antigo Testamento. “Lei e Profetas” andam juntos e propõem justiça e vida. A intenção de Jesus não é abolir ou acabar com tudo o que foi dito no Antigo Testamento: ele veio complementar com a força do Espírito e aperfeiçoar aquilo que pode ser considerado superado. Só a lei do amor é permanente. Ambos, Antigo e Novo Testamento, formam uma unidade e apresentam o plano divino da salvação, a qual não se conquista pelo simples cumprimento de leis e normas. O Reino dos céus é um presente do amor misericordioso do Pai celeste.
Oração
Ó Jesus, fi el cumpridor dos planos do Pai, vieste não para abolir a Lei de Deus, mas para interpretá-la corretamente e cumpri-la de modo integral. Dá-nos a devida compreensão das Sagradas Escrituras e coração aberto para acolher e pôr em prática a vontade de Deus. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Recadinho

Jesus insiste na importância dos mandamentos! É difícil cumpri-los? - Pode dizer que ama a Deus quem não respeita seu irmão? - Onde busco forças para cumprir os mandamentos? - Em minha comunidade há pleno respeito para com o próximo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 26/03/2014

Comentário do Evangelho

O MANDAMENTO INVIOLÁVEL

A severidade com que Jesus tratou a questão da violação dos mandamentos – "mesmo dos menores" – deve ser entendida no contexto de sua pregação e de seu próprio testemunho de vida. Estaria equivocado quem tentasse entendê-la com a mentalidade dos fariseus legalistas da época. O apego deles aos mandamentos estava longe da prática de Jesus. Os fariseus apegavam-se à letra da Lei, o Messias Jesus, no entanto, ia além, buscando viver o espírito escondido nas entrelinhas dessa mesma Lei.
Jesus estava pouco interessado em minúcias, em questões irrelevantes com as quais os fariseus se debatiam. Sua preocupação centrava-se na prática do amor misericordioso, de modo especial em relação aos pobres e marginalizados; na busca constante de fidelidade ao Pai, cuja vontade era um imperativo inquestionável; na relativização das prescrições religiosas, quando estava em jogo a defesa da vida; na liberdade profética diante de tudo quanto se apresentava como empecilho para a realização do Reino. Portanto, seu horizonte era mais vasto e mais radical que o de seus adversários.
Esta é a dinâmica na qual a vida do discípulo deve se inserir, tornando-se para ele como que um mandamento inviolável. E por acreditar que este é o caminho correto de acesso a Deus, o discípulo tanto o pratica como o ensina. O legalismo farisaico é, pois, substituído pela fidelidade incondicional ao Pai.
Oração
Pai, revela-me, cada dia, a tua vontade, transformando-a em mandamento ao qual toda a minha vida se submeta.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus de bondade, concedei que, formados ela observância da Quaresma e nutridos por vossa palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 26/03/2014

Meditando o evangelho

GRANDE E PEQUENO NO REINO

A liberdade de Jesus, frente à Lei de Moisés, dava a falsa impressão de que os discípulos estivessem liberados para agir a seu bel-prazer. Os adversários do Mestre, que esperavam dele submissão absoluta à tradição legal, ficavam decepcionados quando o viam agir de uma forma inusitada, em pleno desacordo com o costume da época. No parecer deles, o agir de Jesus beirava a impiedade.
O Mestre tenta corrigir esta distorção, afirmando não ter vindo para abolir a Lei e os Profetas, e sim, para dar-lhes pleno cumprimento. Pelo contrário, ele exorta os discípulos a não transgredirem os mandamentos, por menor que sejam, para não serem considerados menores no Reino dos Céus. Estaria Jesus confessando-se legalista, e levando seus discípulos a competirem com o legalismo dos escribas e fariseus?
A exortação do Mestre deve ser entendida no contexto global de sua pregação. Quando se refere ao respeito à Lei e aos Profetas, está pensando na Lei como ele a entende: o desígnio original do Pai para nortear a vida humana, e não o amontoado de prescrições às quais os legalistas se submetiam. Jesus supera a letra da Lei, para atingir-lhe o espírito. Neste sentido, é grande quem se atém ao espírito da Lei e a cumpre com radicalidade; é pequeno quem a despreza, pois estará desprezando o próprio Deus.
Jesus foi grande, porque toda sua vida consistiu em cumprir a vontade de seu Pai, mesmo tendo de padecer a morte de cruz.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de obediência, guia-me a uma submissão sempre maior ao querer do Pai, de modo que eu possa ser considerado grande no Reino dos Céus.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Conhecer o Caminho
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando estamos viajando para um lugar que não conhecemos, ao avistarmos na estrada alguma placa indicativa da cidade onde queremos chegar, a gente se alegra e pensa “Estou na direção certa”. Claro que hoje em dia com o GPS a viagem ficou bem mais fácil, mas eu que gosto de uma aventura, não costumo fazer uso desse instrumento.
Imaginem eu parar na placa e ficar ali curtindo o fato de estar certo, seria uma grande idiotice, às vezes a placa indica que aquele é o caminho, mas a cidade ainda está super longe. Os rigorosos Fariseus ficaram parados na Placa Indicativa do Antigo Testamento, na Lei de Moisés e dos Profetas. Não queriam compreender que a Lei e as Profecias acenavam apenas a direção a seguir, para algo mais valioso que estava á frente.
Jesus nunca mandou arrancar as placas indicativas do Antigo Testamento, muito presentes na História e na Vida do Povo de Israel, ao contrário sempre as valorizou, mas queria apenas mostrar, que aquilo que a Lei e os Profetas indicavam, já havia chegado no meio deles. Violar mandamentos é arrancar as placas indicativas, levando a perdição os que vêm mais atrás, é menosprezar as orientações que Deus havia dado no Decálogo.
Quem valorizar as normas e doutrinas da Igreja, as Santas Leis de Deus, sempre vendo-as como Placas que indicam o caminho a seguir, para quem quiser se encontrar com Deus manifestado e presente em Jesus de Nazaré, será engrandecido no Reino de Deus, porque ajudou o outro a encontrar a direção certa.
Uma constatação: quando voltamos da viagem, ninguém mais perde tempo olhando as placas, porque já conhece o caminho e já se chegou aonde queria. Por esta razão o apóstolo Paulo diz “Quem ama, já cumpre toda Lei”.

2. O MANDAMENTO INVIOLÁVEL
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A severidade com que Jesus tratou a questão da violação dos mandamentos – "mesmo dos menores" – deve ser entendida no contexto de sua pregação e de seu próprio testemunho de vida. Estaria equivocado quem tentasse entendê-la com a mentalidade dos fariseus legalistas da época. O apego deles aos mandamentos estava longe da prática de Jesus. Os fariseus apegavam-se à letra da Lei, o Messias Jesus, no entanto, ia além, buscando viver o espírito escondido nas entrelinhas dessa mesma Lei.
Jesus estava pouco interessado em minúcias, em questões irrelevantes com as quais os fariseus se debatiam. Sua preocupação centrava-se na prática do amor misericordioso, de modo especial em relação aos pobres e marginalizados; na busca constante de fidelidade ao Pai, cuja vontade era um imperativo inquestionável; na relativização das prescrições religiosas, quando estava em jogo a defesa da vida; na liberdade profética diante de tudo quanto se apresentava como empecilho para a realização do Reino. Portanto, seu horizonte era mais vasto e mais radical que o de seus adversários.
Esta é a dinâmica na qual a vida do discípulo deve se inserir, tornando-se para ele como que um mandamento inviolável. E por acreditar que este é o caminho correto de acesso a Deus, o discípulo tanto o pratica como o ensina. O legalismo farisaico é, pois, substituído pela fidelidade incondicional ao Pai.
Oração
Pai, revela-me, cada dia, a tua vontade, transformando-a em mandamento ao qual toda a minha vida se submeta.
Fonte: NPD Brasil em 06/03/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Disputas por cargos influentes...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os evangelhos são escritos produzidos muito tempo depois da morte de Jesus e não são portanto escritos sequenciais do tipo relatório fiel dos fatos e de tudo o que Jesus falou. O evangelho de hoje mostra muito bem isso.
A Mãe de Tiago e João vai falar com Jesus em um momento bastante impróprio (não se ela era muito influente junto a Jesus, ou se o evangelista, para não ficar feio para os dois irmãos “pidonhos”, inventou que a conversa foi com a Mãe. Veja bem...
Dá-se a impressão de que Jesus está ali falando com os doze sobre o trágico desfecho de sua vida e a mulher chega para fazer o pedido especial: um cargo de confiança no primeiro escalão do novo Reino. Se fosse assim, os demais discípulos iam olhar para ela e balançar a cabeça em reprovação. O mestre acabou de dizer que tudo vai dar errado, será humilhado, agredido, torturado e morto em uma cruz e os dois querem um cargo de honra? É no mínimo estranho um pedido desse.
Mas tratando-se de um escrito pós-pascal, como são todos os evangelhos, percebe-se que é um ensinamento. O pedido da Mãe dos dois rapazes sonhadores contrasta totalmente com a missão de Jesus e o modo como ele vai realizar a obra da Salvação, plantando definitivamente o Reino de Deus em meio aos homens, e que tem como fundamento o Amor do serviço e da doação da própria vida. Portanto, cargos de confiança ou de honra estão fora de cogitação.
Quando se lê que os outros dez se indignaram contra os dois, ninguém se iluda, achando que eles conheciam a verdade. Não! De modo algum... Mas é que perceberam que os dois irmãos espertos estavam querendo passar-lhe a perna.
Esse é contexto das comunidades de Mateus setenta a oitenta anos após a morte de Jesus, e podemos dizer, sem medo de errar, que é também o contexto das nossas comunidades cristãs implicando todos os ministérios, ordenados e não ordenados, pastorais e movimentos, onde há sim certas disputas acirradas por cargos influentes.
Jesus corrige-nos sobre esse mal entendido, essa interpretação equivocada sobre o Reino que Ele inaugurou, e sobre a Vida em Comunidade, ontem e hoje: Quem quiser ser grande, seja o servo de todos, e quem quiser o primeiro, se faça escravo de todos. Jesus não extingue os cargos e coordenações para os quais são necessários carismas e dons que o próprio Espírito concede, mas afirma que eles devem e precisam sempre ser exercidos como Serviço, gratuito e incondicional...
Em nossas comunidades há sim, pessoas generosas que dão testemunho e agem com esse espírito de serviço humilde, mas há também aqueles que têm a mesma conduta reprovável dos discípulos, naquele momento da reflexão de São Mateus. Pelos primeiros, louvemos a Deus, pelos demais, que não nos falte a misericórdia...

2. Vim para cumprir a Lei e os Profetas - Mt 5,17-19
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Praticar e ensinar. Ensinamos com palavras e ensinamos com a vida. Dê preferência a ensinar silenciosamente com a vida. Seja uma presença gratuita transformadora onde você estiver. Todos os mandamentos se cumprem na prática do amor fraterno. O resto é ilusão. O amor se vê nos atos concretos que fazemos em relação aos outros. As relações em Deus são perfeitas, tão perfeitas que são Pessoas Divinas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Nossas relações, ao contrário, afastam, dividem, separam. Todo ato que contém divisão, separação, exclusão não vem do Espírito de Deus. O Espírito Santo une, aquece, endireita. Há desobediência ao mandamento, há algo errado que fere algum princípio? Não resolva o problema com exclusões. Resolva com inclusões e fique por perto para amparar e socorrer, se o problema se repetir. Tirar alguém do convívio humano só se justifica em vista da reintegração futura. Não se tira para isolar, para punir, para maltratar. Tira-se para melhorar. Você, retire-se de vez em quando do convívio humano para voltar mais humano. Crie espaços de silêncio para falar com Deus e perceber que só falará bem com ele se mantiver relacionamentos de qualidade com seus irmãos. Afaste-se para tornar sua vida mais autêntica, mais verdadeira, sem ilusões e cheia de esperança.
Fonte: NPD Brasil em 18/03/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Santos Mandamentos de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Confesso que no método de catequese da "Decoreba", nunca consegui tirar dez quando a catequista perguntava sobre os mandamentos de Deus e depois sobre os cinco da Igreja e não tenho vergonha de dizer que, se for responder ali na "lata", ainda vou me enroscar. Entretanto é bom que se diga que o problema estava no método e não no conteúdo, claro que nos anos 60 esse método servia. Hoje é quase impossível continuar-se com essa catequese conceitual e formativa.
Quando a Igreja se preocupa hoje em rever e modificar o método de catequese, adequando-o ao nosso contexto, ela não está "jogando fora" todo o ensinamento doutrinal da Tradição, o conteúdo doutrinal, que aliás é riquíssimo, continua o mesmo, a mudança está apenas no método, como apresentar tudo isso as crianças e aos catecúmenos nesses tempos da pós modernidade.
O mesmo acontecia no tempo da vida pública de Jesus, quando os seus opositores o acusavam de não seguir e obedecer a Sagrada Lei de Moisés e de querer acabar com ela. No evangelho de hoje o evangelista Mateus coloca na boca de Jesus a afirmação que quer “recolocar as coisas nos seus devidos lugares". Não vim para abolir a Lei e os Profetas, mas para leva-los á sua perfeição".
Ninguém tem autoridade para alterar a lei, ou manipula-la de acordo com suas conveniências; possivelmente na comunidade de Mateus onde esse evangelho foi refletido, haviam pessoas zelosas e bastante preocupadas com a tradição apostólica que trazia em si a Tradição de Israel, a Lei e os Profetas. O Cristianismo a princípio era uma seita dentro do Judaísmo e as coisas não aconteceram da noite para o dia, foram muitos anos até que o Cristianismo tivesse uma identidade própria. Com toda certeza a comunidade vivia esse dilema: abrir-se totalmente para a Plenitude que é Jesus ressuscitado e a novidade do evangelho, como era a tendência dos Cristãos vindos do Helenismo, ou manter a raiz em Israel, seguindo a Lei de Moisés, como pensavam os Cristãos vindos do Judaísmo?
Hoje entendemos a importância e o valor do Antigo Testamento, caminho seguro percorrido pelos Santos Homens e pelo Povo de Deus, para se chegar a Jesus Cristo, desta forma nada se pode acrescentar e nem diminuir neste legado de Fé da Antiga Aliança, o Novo Testamento ilumina o Antigo e o Antigo ilumina o Novo, pensar que a História da Salvação tem o seu início na Encarnação do Verbo, e desprezar a experiência de Fé de todos os que nos antecederam, seria o mesmo que destruir o alicerce, as vigas mestras de uma construção, onde o Edifício virá abaixo...

2. Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas - Mt 5,17-19
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Não se modifica o que está escrito na Bíblia, mesmo se houver alguma grafia comprovadamente errada. Deixa-se o que está escrito e lê-se o que é correto. No capítulo quarto do Deuteronômio se lê: “Nada acrescentareis ao que eu vos ordeno, e nada tirareis também: observareis os mandamentos do Senhor vosso Deus tais como vo-los prescrevo”. No Novo Testamento, o Apocalipse termina dizendo: “Se alguém tirar algo das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará também a sua parte da árvore da Vida e da Cidade Santa”. É próprio, porém, do ser humano interpretar o que vê, o que ouve, o que sente. Interpretamos tudo o que passa diante de nossos sentidos. Os sentidos são falhos, a cultura influencia, até mesmo interesses pessoais forjam interpretações segundo as conveniências do intérprete. Por isso Jesus nos deixou um magistério, intérprete autêntico da revelação de Deus na palavra escrita e na tradição. Nossa fé precisa de confirmação para não sermos levados por qualquer vento de doutrina. Os pregadores se multiplicam e precisam multiplicar-se porque a messe é grande e os operários são poucos. A fé do pregador, expressa em suas palavras, também precisa de confirmação. Quem é o Jesus que anunciamos? Para não errarmos, Jesus disse a Pedro: “Confirma a fé de teus irmãos”.

HOMILIA DIÁRIA

A lei se cumprem em Jesus Cristo

Postado por: homilia
março 6th, 2013

Estamos diante de um texto que relaciona a lei e os profetas com o Reino dos Céus. Na primeira parte, vemos o cumprimento da lei e dos profetas na pessoa de Jesus Cristo. Num tom severo, Jesus – dirigindo-se aos cristãos vindos do Judaísmo – diz que n’Ele toda a lei e os profetas encontram a perfeição.
Além disso, Jesus abre o coração do seu discurso sobre a verdadeira justiça. O problema da justiça farisaica tinha sido levantado abertamente e, agora, este pernicioso sistema será destruído metodicamente pelas penetrantes e autoritárias observações do Senhor.
Não foi uma demasiada devoção à lei que provocou o devastador ataque de Jesus aos fariseus, mas sim a falsidade e a pouca devoção. Com hipocrisia arrogante, eles haviam produzido uma paródia vazia da lei do Senhor. Jesus rejeita essa ilusão e a expõe – tal como é – à luz da verdadeira e imutável justiça divina.
A atitude de Jesus, em face da lei, deve ser descrita como negativa. Os publicanos e os pecadores precedem os escribas e fariseus no Reino dos Céus (Mt 21, 28-32), e os pecadores arrependidos são melhores do que os justos (escribas e fariseus) que não têm arrependimento (Lc 15, 1-10).
As bem-aventuranças não contêm nenhum elogio à observância da lei. O reconhecimento, por parte do Pai Celeste, depende da confissão de Jesus. Assim, Jesus declara-se o Senhor do sábado. O publicano arrependido é perdoado, ao passo que o fariseu justo não o é. Aqueles que se reconhecem pecadores pedem perdão e obedecem a todas as ordens do seu Senhor, são servos inúteis que não fazem mais do que o seu dever, mas o seu Senhor escutará as suas súplicas. Ao contrário dos escribas e fariseus, que apropriam-se da chave do Reino dos Céus, de modo que nem eles entram nem permitem que outros entrem. É necessário que o novo povo mude de atitudes diante da Lei, pois esta, em relação às palavras de Jesus, assemelha-se a “um remendo de pano novo colocado numa roupa velha” ou “ao vinho novo guardado em odres velhos”. Jesus, como Filho do Reino, está livre das obrigações impostas pela lei.
O tratamento que lhe dá aqui não tem nada da maneira rabínica; sua antítese é: “Dizia-se” e “Eu vos digo que isto é verdade: enquanto o céu e a terra durarem, nada será tirado da lei – nem a menor letra, nem qualquer acento”.
Portanto, n’Ele e com Ele todos os que professarem a Sua fé terão a vida salva. Aliás, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 06/03/2013

HOMILIA DIÁRIA

Respeitemos os mandamentos de Deus

“Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus” (Mateus 5,19).

Jesus não veio para revogar, mudar ou tirar os mandamentos. Ele veio para plenificar, para vivê-los e nos ensinar a viver os mandamentos. Ele veio para trazer a essência daquilo que move os mandamentos da Lei Divina.
É o amor a Deus e o amor aos irmãos, acima de qualquer situação, que deve mover as nossas práticas. Eu não posso, em nome das minhas pretensões, dos meus achismos, egoísmos ou daquilo que quero desvirtuar os mandamentos, viver só os mandamentos que acho que são certos, escolher o que vou viver ou ainda canonizar o que é errado.
Algumas pessoas fazem o que é errado, absolutizam aquilo e colocam como se fosse o certo. Aquele que leva vantagens nas coisas erradas da vida e se favorece com isso, sente-se orgulhoso em vez de sentir vergonha, arrependimento e contrição do erro que cometeu. Ele exalta e, pior ainda, ensina a outros a cometerem o erro, a fazer aquilo que ele fez.
Se você fez algo errado e não experimentou a consciência imediata daquilo, saiba que você experimenta a consequência eterna, pois uma alma desvirtuada se desvirtua do Céu. Uma alma que vive sem correção, uma alma que perdeu o senso da razão do que é certo e errado vai se desencaminhando da verdade. Não basta dizer: “Eu tenho bondade no coração”. A bondade é cercada daquilo que é a verdade, e a verdade não pode ser desvirtuada de acordo com as nossas conveniências.

Jesus veio para plenificar, para vivê-los e nos ensinar a viver os mandamentos

Cuidado! Vivemos numa sociedade muita laxa, muito permissiva, a sociedade do relativismo em que, facilmente, as coisas são relativizadas. Simplesmente, as pessoas desconsideram o que é correto para viver a conveniência.
Eu tenho erros, pecados e falhas, mas não posso considerar os meus erros como se fossem uma coisa certa; pelo contrário, tenho de corrigi-los. Não posso considerar os meus pecados e acostumá-los. “Todo mundo peca.” Não posso dar essa desculpa, tenho de reconhecer os meus pecados. Qualquer coisa errada que eu faça, o errado é  errado; o pecado é pecado. Não posso ser escola do erro, não posso ser modelo daquilo que é errado.
Preciso me corrigir e ensinar aos outros o que é certo, porém, não adianta só ensinar aos outros a fazerem se não corrigirmos na nossa própria vida. Vamos nos tornando tão menores no Reino dos Céus, que vamos desaparecendo e perdendo a dimensão e o sentido da eternidade.
Tenhamos o bom senso e a humildade de corrigir em nós o que precisa ser corrigido. Não cometamos o erro de ensinar o que é errado para os outros.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 18/03/2020

Oração Final
Pai Santo, que a tua presença em nós nos transforme em fontes de Água Viva para saciar a sede dos nossos companheiros peregrinos. Dá-nos, Pai amado, a força para testemunharmos com alegria a Esperança – que é também a certeza de chegarmos juntos ao teu abraço misericordioso. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 06/03/2013

Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender a simplicidade do teu Mandamento de Amor. E que nós tenhamos por ele tamanha veneração, que ele seja a diretriz das relações com os companheiros que nos deste para peregrinar nesta terra abençoada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos compreender a simplicidade do teu Mandamento de Amor. E que nós tenhamos por Ele tamanha veneração, que Ele seja a diretriz das nossas relações com os companheiros que colocaste ao nosso lado para peregrinar nesta terra abençoada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 18/03/2020

oRAÇÃO FINAl
Pai de infinita Compaixão, a Ti rendemos louvor e Glória! Tu, que ouves os pobres e os simples, orienta nossa vida pelo critério do Amor! Liberta-nos da letra, que mata, e nos encharca do Espírito, que dá Vida. Assim, nas relações com os irmãos e a Natureza, seremos sinais da tua Presença paterno-maternal no Universo e na Humanidade. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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