quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 06/01/2021

ANO B



Mc 6,45-52

Comentário do Evangelho

Quais são os ventos contrários?

Nossa perícope é a sequência do episódio dos pães (cf. Mc 6,45) e a ele se relaciona (cf. Mc 6,52). O mar da Galileia é, na verdade, um grande lago. O fenômeno de ventos que agitam as águas do lago, provocando como que ondas, é comum. Para o imaginário do homem bíblico, o mar é símbolo do mal e da morte. Recolhido em sua oração, Jesus vê a dificuldade da travessia em razão do vento contrário. Para a surpresa dos discípulos, Jesus vai ao encontro deles, caminhando sobre as águas. O Senhor não é alheio às dificuldades da vida humana. O novo Pastor de Israel é aquele que, como Deus, tem o poder sobre o mal e a morte [cf. Sl 89(88)]. Diante dele o mal não triunfa e a agitação e o medo são vencidos por uma Palavra e uma presença que transforma: “Coragem, sou eu!”. A sua presença e a sua palavra dão a verdadeira visão. A dureza do coração, no entanto, impede de reconhecer no episódio dos pães a força e o sustento para viver com fé o tempo da adversidade e da ameaça do mal, pondo a confiança somente naquele que venceu o mal e a morte.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, afasta de mim o medo e a insegurança que me impedem de testemunhar o Reino, onde se faz necessário e onde são maiores os desafios. E dá-me forças para continuar.
Fonte: Paulinas em 08/01/2014

Vivendo a Palavra

Os ventos continuam a soprar sobre nós e sobre o mundo: desde as grandes tragédias que abalam as nações até os pequenos dramas que entristecem as famílias... Mas o Evangelho nos faz lembrar que, andando sobre as águas revoltas, Jesus está chegando e diz: «Coragem! Sou eu, não tenham medo!»
Fonte: Arquidiocese BH em 08/01/2014

VIVENDO A PALAVRA

Os ventos continuam a soprar com força sobre nós e sobre o mundo: desde as grandes tragédias que abalam as nações até os pequenos dramas que entristecem as famílias… Mas o Evangelho nos faz lembrar que, andando sobre as águas revoltas, Jesus está chegando e nos diz: «Coragem! Sou Eu, não tenham medo!»
Fonte: Arquidiocese BH em 08/01/2020

vIVENDO A PALAVRa

Depois de despedir a multidão, Jesus subiu ao monte para orar. Ele, por seu exemplo, mostra a necessidade e o poder da oração como encontro pessoal com o Pai. Nossa oração deve ser assim: um tempo de intimidade amorosa, de carinhoso convívio, de descanso na Paz, que nos prepare para ser testemunhas vivas do Amor. Oração não deve ser previamente formatada – ainda que existam belos textos… – mas deve ser nossa disposição para ouvir o Espírito que fala em nós e para nós, sempre bem íntimo de nós!

Reflexão

Jesus, ao caminhar sobre as águas, revela aos seus discípulos que é Deus, isso porque, segundo as Escrituras, somente Deus pode caminhar sobre o mar. Podemos ver isso no livro de Jó: "Sozinho ele estende os céus e caminha sobre as alturas dos mares" (Jó 9, 8) e no livro dos Salmos: "No mar abriste o teu caminho, tua passagem nas águas profundas, e ninguém conseguiu conhecer os teus rastros" (Sl 76, 20). A revelação da divindade de Jesus continua na mesma passagem quando ele fala aos discípulos: "Coragem, sou eu! Não tenhais medo!", atribuindo para si o mesmo nome que Deus atribuiu a si na passagem da sarça ardente, quando revela o seu nome a Moisés.
Fonte: CNBB em 08/01/2014

Reflexão

Terminada a partilha do alimento, Jesus permanece ainda no meio do povo, despedindo-o com calma. Quanto aos discípulos, “que não tinham entendido nada a respeito dos pães”, Jesus os “obriga” a retirar-se para a outra margem. Terão oportunidade de fazer nova experiência do poder de Deus. Sozinhos, os discípulos enfrentam obstáculos: vento contrário, cansaço, espanto diante do que julgavam ser um fantasma. A presença de Jesus e sua palavra reveladora – “Sou eu” – têm o poder de acalmá-los. Mesmo diante dessa manifestação e do episódio dos pães, os discípulos continuam sem compreender que Jesus é o Messias, o Filho de Deus. À semelhança dos discípulos, muitas vezes não descobrimos que Jesus está presente também nos acontecimentos adversos de nossa vida.
Oração
Ó Jesus Cristo, tens o senso da organização: despedes a multidão saciada, ordenas a teus discípulos embarcarem para a outra margem, buscas lugar silencioso para a oração. Andando sobre o mar, apavoras teus discípulos, mas logo os acalmas, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 08/01/2020

Reflexão

Após saciar a fome da multidão, Jesus convida os discípulos a entrar na barca, enquanto despede a multidão e se retira para rezar. Durante a noite, o vento põe em perigo a barca, e Jesus se aproxima andando sobre o mar, prerrogativa atribuída só a Deus no Antigo Testamento. Ele é visto como fantasma, mas logo se apresenta e os convida a ter coragem e a afastar o medo. O reconhecimento da presença do Ressuscitado caminhando com a gente é sempre motivo de serenidade na vida e incentivo a afastar os medos que nos impedem de seguir seus passos. Ao nosso lado pode haver obstáculos e provocações; podemos ser sacudidos por ventos contrários, mas, fortalecendo nossa fé pela oração, podemos superar as amarras que nos impedem de seguir em frente. O Mestre está sempre ao lado a nos animar: coragem, sou eu, não temam.
Oração
Ó Jesus Cristo, tens o senso da organização: despedes a multidão saciada, ordenas a teus discípulos embarcarem para a outra margem, buscas lugar silencioso para a oração. Andando sobre o mar, apavoras teus discípulos, mas logo os acalmas, dizendo: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo”. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)

Recadinho

O que me deixa assustado(a)? - Procuro me munir de coragem e de prudência? - Qual é minha posição no “repartir o pão?” - Meu coração corre o risco de se endurecer demais às vezes? - Falando em saciar a fome, há desperdício de alimentos em meu contexto familiar e social?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 08/01/2014

Meditando o evangelho

COMPANHEIRO DE LUTA

A vida humana é toda feita de luta. As circunstâncias podem variar, sendo mais leves ou mais pesadas. Nossa capacidade de enfrentar os problemas pode ser maior ou menor, dependendo do momento. As dimensões da luta também podem ser diferentes. Uma coisa, porém, é certa: não é possível eliminar as crises, as dificuldades e as provações.
Os discípulos remando penosamente, no meio do mar encapelado, são a imagem viva da realidade humana. Não há quem não experimente medo e insegurança, numa situação assim. O fim parece aproximar-se veloz. Parece impossível não sucumbir.
Existe, entretanto, uma dimensão da realidade humana que se revela pouco a pouco. Para além da tempestade, está Jesus orando e velando pela sorte de seus discípulos. Ele não é insensível à sorte de seus amigos, nem se compraz em assistir, impassível, a seu sofrimento, muito menos contemplá-los na iminência da morte. Nos momentos de provação, Jesus vai ao encontro deles, uma vez que é o dominador das forças que os atormentam.
A gravidade dos problemas enfrentados pelos cristãos leva-os, não raro, a se esquecerem da presença de Jesus junto de si. Só ele pode oferecer segurança, nos momentos de dificuldade, quando tudo parece ruir. Entretanto, é preciso cuidado para não nos agarrarmos a falsas imagens de Jesus, e sim, discernir bem, para descobrir o verdadeiro companheiro de luta.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, és meu companheiro nos momentos difíceis da vida; que eu te sinta sempre bem perto de mim.
Fonte: Dom Total em 08/01/2020

Meditando o evangelho

CORAGEM, NÃO TENHAM MEDO!

A missão entre os pagãos gerou insegurança no coração dos discípulos. Jesus os enviou a Betsaida, fora dos limites de Israel, às margens do lago de Genesaré. Eles se viram às voltas com a missão de dar um impulso universalista ao anúncio do Reino, superando a dependência da religião judaica.
Esta missão exigiu dos discípulos abandonar a mentalidade na qual foram educados, e esforçar-se para proclamar o Reino numa linguagem compreensível às pessoas de origem e cultura diferentes. O desafio de sair da própria pátria e dirigir-se a terras estranhas constituiu para eles um dos muitos desafios que deveriam superar no desempenho da missão.
A fragilidade da barca em meio às águas revoltas é imagem da insegurança dos discípulos. Era como se estivessem imobilizados, incapazes de atingir a meta prefixada. Aliás, tinham sido obrigados a entrar na barca e partir. Poderiam até tê-lo feito de má vontade. Teriam preferido uma missão na própria terra, onde tudo lhes parecia mais fácil Mas, Jesus foi ao encontro deles, caminhando sobre o mar, “com a intenção de passar-lhes à frente”. Era preciso motivá-los a não ter medo e não deixá-los cair na tentação de voltar atrás.
A presença do Mestre, inicialmente confundido com um fantasma, ainda não fora suficiente para levá-los a acreditar. É que lhes restava ainda um longo caminho, se, deveras, quisessem fazer-se servidores do Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, afasta de mim o medo e a insegurança que me impedem de testemunhar o Reino, onde se faz necessário e onde são maiores os desafios. E dá-me forças para continuar.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Vendo-os com dificuldade, foi até eles, andando sobre as águas - Mc 6,45-52
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus sobe à montanha, reza sozinho, aproveita as horas calmas da noite. Os discípulos atravessam o mar da Galileia rumo a Betsaida. Jesus os vê e percebe que estão com dificuldade para remar, porque o vento está forte e contrário. Vai então até eles andando sobre as águas. E quer ultrapassá-los. Há aqui algo extraordinário, que é o andar sobre as águas, e há também uma pergunta a ser feita: por que Jesus quer ultrapassá-los? Os discípulos se assustam achando que estão vendo um fantasma. Ouvem então a palavra animadora de Jesus: “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!”. Jesus entra no barco e o vento cessa. E o evangelista São Marcos, que está escrevendo o relato, conclui dizendo que os discípulos continuaram espantados, pois “não tinham compreendido nada a respeito dos pães. O coração deles continuava endurecido”. O que tem a ver os pães com o mar agitado? O que é preciso compreender é quem é Jesus!
Fonte: NPD Brasil em 08/01/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Partilha do Pouco
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

No versículo final desse evangelho, há uma afirmação de que “Os discípulos não tinham compreendido nada a respeito dos pães, e que o coração deles estava endurecido” A travessia para Betsaida foi logo após a multiplicação dos pães. Tem-se a impressão de que os discípulos não estavam muito a fim de fazer a travessia e Jesus os obrigou a entrarem na barca. Não compreender o milagre da multiplicação dos pães, é não compreender que a base da comunidade é a partilha do “pouco”. “Dai-lhes vós mesmos de comer...”Jesus havia dito a eles. Não significa que o discípulo deve fazer tudo sozinho, do seu jeito, mas fazer com Jesus, pois ele, antes de mandar distribuir os pães, os abençoou e só depois mandou distribuí-los. Quando não se compreende esse princípio fundante da vida em comunidade, sempre vai predominar o medo, a insegurança e a incerteza, sobre aquilo que está se fazendo, e qual vai ser o resultado.
O resultado disso, quando vemos os trabalhos pastorais apenas como um empreendimento humano, é exatamente o quadro que aparece nesse evangelho, sente-se o efeito dos ventos contrários, “Partilha do Pouco” e a comunhão com nosso Deus manifestado em Jesus, o mundo, ao contrário, o muito para satisfazer as ambições de poucos, concentração de riquezas nas mãos de poucos...Que nenhum cristão se iluda, os princípios e valores do evangelho nunca vão coincidir com o que o mundo nos ensina.
Então, a presença de Jesus é sempre fantasmagórica em uma comunidade que pensa assim, Jesus é uma vaga lembrança, uma evocação do passado, mas que nada pode fazer nos desafios do presente...”Coragem, não tenham medo, sou eu!”
A Fé que crê na vida de partilha, não terá essa dificuldade, pois sabe que o Senhor caminha com os seus, e o nosso “pouco” oferecido aos irmãos e irmãs, vai se tornando no “muito”. Interessante que Jesus faz questão de entrar com eles na barca, não fica de fora para realizar algum milagre, mas entra na barca, e quando assim o faz, os ventos contrários cessam de soprar sobre a tênue barquinha.
Outros ventos soprarão impetuosos, assim será até o final dos tempos, mas o Senhor caminha com a sua Igreja, não fora, lá de cima, monitorando a situação e vendo o “apuro” dos cristãos, mas dentro da igreja, ele não transforma a vida de comunidade em um “mar de rosas”, mas garante que estará sempre caminhando lado a lado com todos os que creem Nele.

2. Coragem! Sou eu. Não tenhais medo! - Mc 6,45-52
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

“Coragem, sou eu, não tenha medo!”. Há muitos fantasmas em sua vida? Você também não compreendeu nada a respeito dos pães? O que Jesus queria dizer com a expressão “coração endurecido”? Não se trata de um coração maldoso, mas de alguém que não percebe o que está acontecendo ao seu redor. Falta-lhe sensibilidade. Não percebe o significado dos acontecimentos, não percebe que Alguém está sempre a seu lado, caminhando com ele. Os fantasmas habitam a nossa mente e impedem a capacidade que ela tem de nos situar na vida. As coisas vão acontecendo, e eu não me dou conta do significado de cada fato e dos fatos em seu conjunto. Jesus ora na montanha, o mar se agita, Jesus sobe no barco, se manifesta, e o vento cessa. O Menino veio para ficar perto. Não está fácil remar, às vezes até porque nos tiraram os remos e querem que façamos o barco avançar. “Coragem, sou eu!”. Seu coração continua endurecido?

Liturgia comentada

O vento era contrário... (Mc 6,45-52)
Neste Evangelho, os discípulos se encontram na barca, no breu da noite escura. Vem a tempestade e sopra o vento forte. São dominados pelo medo - acentuado pela visão de Jesus que caminha sobre as águas e é tomado por um fantasma - e chegam ao terror.
Somam-se a inutilidade do simples esforço humano e a falta de fé. Tudo aponta para o desastre, não fosse a súbita Presença que amaina a tempestade e faz calar a ventania... Nem parece que eles haviam acabado de presenciar o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, quando o Mestre demonstrara de forma inegável o seu poder sobre a matéria!
Este quadro parece bem uma metáfora da situação atual de muitos grupos cristãos, revestidos da máscara de fracassados. Para eles (e para todos nós!), cabem as palavras do Papa Francisco na Exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”:
“Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre. Ninguém pode empreender uma luta, se de antemão não está plenamente confiado no triunfo. Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos. Embora com a dolorosa consciência das próprias fraquezas, há que seguir em frente, sem se dar por vencido, e recordar o que disse o Senhor a São Paulo: ‘Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza.’” (2Cor 12,9) Prossegue Francisco: “O triunfo cristão é sempre uma cruz, mas cruz que é, simultaneamente, estandarte de vitória, que se empunha com ternura batalhadora contra as investidas do mal. O mau espírito da derrota é irmão da tentação de separar prematuramente o trigo do joio, resultado de uma desconfiança ansiosa e egocêntrica”. (EG, 85)
E se morrêssemos afogados? E se o mar da vida nos engolisse? E se a sociedade neopagã nos levasse de volta às origens da Igreja, isto é, às arenas e aos carrascos?
Ora, os primeiros cristãos caminhavam para a arena do martírio cantando salmos de alegria. A alegria que nasce da oportunidade de demonstrar um grande amor.
Ou já não amamos?
Orai sem cessar: “Tu acalmas as ondas quando elas se elevam!” (Sl 89,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br

Fonte: NS Rainha em 08/01/2014

HOMILIA

O PODER DA ORAÇÃO DE JESUS

 Estava se aproximando a noite. E Jesus se encontrava à beira do lago de Genesaré, Jesus manda os discípulos que vão para o outro lado do mar. A multiplicação dos pães poderia ter suscitado esperanças triunfalistas, a respeito do Reino de Deus. Jesus afasta os discípulos deste equívoco, despede às multidões e sobe à montanha para orar a sós. A fé no Senhor ressuscitado ajuda a Igreja a enfrentar as dificuldades existentes nas comunidades cristãs siro-fenícias do século I e o cenário não pára por ai. Continua nos nossos dias.
Este episódio da travessia do mar agitado, com Jesus caminhando sobre as águas, é narrado por Marcos e por João. Mateus acrescenta-lhe o episódio de Pedro que ousa ir ao encontro de Jesus sobre as águas, estabelecendo-se um diálogo entre ambos. Pedro pede a Jesus para ir ao seu encontro. Tem o consentimento e se põe a andar sobre as águas agitadas. Vacilando, sente medo e começa a “afundar”. Na nossa missão evangelizadora, ao atravessarmos um “mar” de adversidades sentimos o medo que nos inclina a recuar. Mas Jesus está presente, segura-nos com a mão e estimula nossa fé: “Coragem, sou eu… Por que duvidas-te!”
Sem Jesus, a barca de Pedro que representa a Igreja, enfrenta ventos contrários. Nas últimas horas da noite, vendo Jesus vir até eles, andando sobre o mar, os discípulos gritam de medo, pensando que é um fantasma. “Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!” A fé no Senhor ressuscitado deverá afastar o medo das comunidades cristãs.
Pedro pede um sinal, que confirme a presença do Senhor: “Se és Tu, manda-me ir ao teu encontro”. “Vem!” E Pedro caminha sobre as águas, confiando na Palavra de Jesus. Mas, sentindo a violência do vento, fica com medo e começa a afundar. “Senhor, salva-me! Jesus estende a mão a Pedro, a mim e a ti dizendo: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?”
Quando Jesus sobe no barco, o vento cessa e todos, prostrados, reconhecem: “Verdadeiramente, Tu és o Filho de Deus!” Esta profissão de fé, agora purificada pela experiência da noite escura, vinha sendo preparada desde o episódio da multiplicação dos pães.
Nos momentos de desolação, confio na presença do Senhor, mesmo na sua aparente ausência? Na noite escura, o que peço ao Senhor: um milagre ou uma fé maior? Nas tempestades da vida não estamos sós. Deus não me abandona, mesmo quando eu não sinta sua presença.
Senhor Jesus: nas horas de entusiasmo não me deixes esquecer que Tu és a fonte de minha alegria. E, nas horas de tristeza, que eu não perca a fé na tua presença. Eu creio, Senhor, mas aumenta a minha fé. Eu quero arriscar minha vida pelo Reino. Daí-me a força e o Teu puder para que possa vencer nas lutas do dia-a-dia.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 08/01/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

O medo nos afasta de Deus e nos torna doentes

O medo nos torna pessoas desesperadas e, onde está o desespero, Deus não se faz presente!

”Com efeito, todos o tinham visto e ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: ‘Coragem, sou eu! Não tenhais medo!”’ (Mc 6, 50).

Olhe o drama que os discípulos do Senhor vivem no dia de hoje, acostumados a ter a presença do Mestre em todas as situações da vida, Jesus os quer ver caminhando sozinhos, por isso, enquanto Ele fica no monte rezando, os discípulos seguem mar adentro, no barco, no mar da Galileia.
Enquanto eles vão remando, lá pelas três da madrugada, chegam ventos contrários e o medo começa a tomar conta deles, no primeiro vento que vem. Deixe-me dizer, sabendo da fraqueza deles, o Senhor vai ao encontro deles caminhando sobre as águas; aí é que eles se apavoram realmente e começam a ver, em Jesus, um fantasma, e começam a gritar sem parar. Aqueles homens barbudos, que andavam com Jesus para lá e para cá, estão apavorados e tremendo de medo.
O medo é uma coisa terrível, o medo é o pior dos fantasmas que assombra a humanidade e que assombra a nossa alma e o nosso coração. Porque, na verdade, fantasmas não existem, mas o nosso medo cria muitos fantasmas e muitas fantasias; o nosso medo é capaz de transformar até Deus, até Jesus Nosso Senhor, em um fantasma! Porque, quando o medo se apodera de nós, perdemos toda a confiança e a segurança que nós temos. O medo nos torna pessoas desesperadas e, onde está o desespero, Deus não se faz presente! Porque o desespero afugenta a presença de Deus, o desespero é a falta de confiança no Senhor, o desespero é a falta de fé.
Quem mandou os discípulos irem de barco, à frente, foi o Senhor, e eles não confiaram! Quando o mar se agitou, quando as coisas começaram a balançar o medo falou mais alto, eles gritaram e se apavoraram, e não foram capazes nem de reconhecer o Senhor presente no meio deles vindo sobre as águas.
O medo cria muitas fantasias dentro de nós, o medo cria doenças, cria fantasmas. O medo que se apodera de nós tira a nossa fé e a nossa confiança no Deus único e verdadeiro; o medo faz de nós pessoas fracas e doentes. E é por isso que o Mestre Jesus, ao olhar para os Seus discípulos, olha para nós também e diz: ”Coragem, sou eu! Não tenhais medo!”
Como nós precisamos, hoje, do Mestre Jesus para curar tudo aquilo que o medo faz em nós, tudo aquilo que o medo lançou em nós! Toda fraqueza que o medo gera dentro de nós e não nos permite que, nas aflições, nas dificuldades e nos ventos contrários que a vida manda ao nosso encontro, nós tenhamos reação, que nós sejamos curados dos fantasmas e das fantasias que o medo gerou dentro de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 08/01/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Vivamos a maravilha do amor de Deus

Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós” (1Jo 4,12).

Essa é a verdade, ninguém jamais viu o Pai, a não ser o Seu Filho. Jesus, face a face com o Pai, nos revelou o amor que Ele tem para conosco.
Como fazemos para experimentar esse amor? Como fazemos para viver esse amor que Deus tem para nós, esse amor que Ele manifestou a nós? É preciso permanecer no amor, é preciso vivenciá-lo, é preciso que o amor seja sempre a tônica da nossa vida.
Infelizmente, muitas vezes, se fazem planos pastorais, planejamentos de atitudes ofensivas, evangelizadoras e tudo mais; fazem planejamentos de pregar isso e anunciar aquilo, mas nada mais pode ser importante para um homem e uma mulher de Deus do que o amor.
Não nos esqueçamos do amor porque facilmente deixamos o amor de lado; porque somos sentimentais e o nosso sentimentalismo é excessivo; facilmente nos ferimos, nos machucamos, tão facilmente guardamos rancor, ressentimento e facilmente rotulamos, nos desviamos, nos afastamos e nos tornamos seletivos.
Só queremos pessoas que estejam nos bajulando, só queremos do nosso lado pessoas que estejam nos amando do jeito que queremos ser amados. Todos nós temos direito do amor familiar, amor aconchego, amor amigo, mas o amor cristão, o amor caritas é para com todos.

É preciso que o amor seja sempre a tônica da nossa vida

Pode ser que não gostemos de todo mundo, e temos o direito porque gosto é gosto; pode ser que não nos demos bem com todo mundo, não vamos ter afinidade com todo mundo, mas nada explica em qualquer idade deixarmos de amar alguém.
O amor é caridade, é respeito, nada nos dá o direito de falar mal de alguém, desejar mal para alguém e opor-se a alguém porque não gostamos da pessoa e, muitas vezes, levar outros a ter o mesmo sentimento.
Se estamos machucados, rancorosos, decepcionados, nos curemos e nos renovemos. E vamos nos curar onde? No amor de Deus.
Falamos que o amor de Deus é maravilhoso, então, vivamos a maravilha do amor de Deus sendo curados das chagas, dos rancores, das situações mal resolvidas. Viva o verdadeiro jejum evangélico, o jejum de não falar mal das pessoas, de não ser aquele semeador de discórdia que coloca as pessoas umas contra as outras.
É o que vemos em nossos grupo de Igreja, grupo de oração. Vemos muitas pessoas pregando bonito, cantando bonito para Deus, mas saindo dali, entramos nas redes sociais e ela está combatendo o outro, falando do outro, colocando-se contra o outro.
Posso pertencer ao grupo mais bonito, cantar e falar a coisa mais esplendorosa de Deus, mas se não temos o testemunho do amor, ficamos do outro lado do caminho dos Céus.
Palavras não salvam, mas o amor salva e plenifica a vida. Que Deus nos dê a graça de amarmos uns aos outros para permanecermos no mundo e para que o amor de Deus permaneça em nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 08/01/2020

Oração Final
Pai Santo, que o nosso amor por Ti e pela humanidade seja forte bastante para impedir que o medo se instale. Nos momentos de dificuldade por que passamos, envia-nos o teu Espírito para que tenhamos coragem e sejamos testemunhas do teu Amor inefável que nos deu o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/01/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o nosso amor a Ti e à humanidade seja forte bastante para impedir que o medo se instale em nós. Nas dificuldades por que passarmos, envia-nos o teu Espírito para que tenhamos coragem e sejamos testemunhas do teu Amor inefável – que nos deu o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/01/2020

oRAÇÃO FINAl
Pai amado, ilumina-nos com a Luz do Espírito Santo! Concede-nos o dom da oração. Que não tenhamos medo diante da Majestade da tua Presença, pois sabemos que és Misericordioso; que saibamos reconhecer-Te nos sinais do teu carinhoso Amor, e que sejamos sempre agradecidos pelo Dom Maior que nos ofereces: teu Filho Unigênito, o Cristo, que se fez nosso irmão em Jesus de Nazaré – Ele, que contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.


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