quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 23/12/2020

ANO B


Lc 1,57-66

Comentário do Evangelho

A intervenção de Deus

O que havia sido prometido pelo anjo a Zacarias, quando do anúncio do nascimento de João Batista (“Muitos se alegrarão com o seu nascimento” – Lc 1,14), se realiza com o seu nascimento: os vizinhos e parentes se alegravam com Isabel (cf. v. 58). A mudez de Zacarias (Lc 1,20) não é castigo, mas sinal da intervenção de Deus: “Quando Zacarias saiu não lhes podia falar; e compreenderam que tivera alguma visão no santuário” (Lc 1,22). O acordo entre a mãe e o pai acerca do nome do menino é sinal da revelação (cf. Lc 1,13.20). No momento em que escreve na tabuinha: “João é o seu nome!” (v. 63), “... sua boca se abriu, a língua se soltou” (v. 64), conforme a promessa do anjo (Lc 1,20).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.
Fonte: Paulinas em 23/12/2013

Vivendo a Palavra

A profecia de Malaquias se realiza quando nasce João Batista. Cercada de sinais, aquela criança se tornaria o homem a quem Jesus se referiu mais tarde: “ninguém nascido de mulher foi maior do que ele...” Miremos na figura de João, pois também nós, Igreja, devemos ser, como ele, precursores do Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/12/2013

VIVENDO A PALAVRA

No exercício de preparação para o Natal de Jesus, fazemos hoje uma parada para contemplar mais uma vez a figura de João Batista, o Precursor, lembrando os sinais que se apresentaram na ocasião de sua circuncisão. João é o modelo que a Igreja oferece para seguirmos Jesus como discípulos missionários do Reino do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/12/2017

vIVENDO A PALAVRa

Nós não podemos olhar diretamente para o sol, mas sentimos a sua presença vendo a terra iluminada. Também não podemos ver diretamente a Glória de Deus. Mas podemos senti-La, envolvendo nossa mãezinha, Maria de Nazaré. Também João Batista nos faz lembrar esta realidade. Ele mesmo declara que não é a Luz, mas anuncia, com a sua presença, a Luz que vem do Pai com poder sobre as trevas: Jesus Cristo.

Reflexão

O nascimento de João Batista nos mostra a atuação de Deus na história e que nem sempre entendemos esta atuação ou os nossos projetos são os mesmos dele. Quando existe discordância entre a vontade de Deus e a nossa vontade, nós nos tornamos limitados e incapazes de viver plenamente na graça divina e de comunicar esta graça aos nossos irmãos e irmãs, mas quando a nossa vida é conforme a vontade de Deus, a graça divina atua em nós, a mão do Senhor está conosco e a nossa boca se abre para anunciar suas maravilhas e proclamar os seus louvores.
Fonte: CNBB em 23/12/2013

Reflexão

Em casa de Zacarias nasce um menino. Há uma efusão de alegria por parte de vizinhos e parentes. Esse fato poderia ser considerado corriqueiro, mas foge da normalidade, por algumas circunstâncias. A mãe do recém-nascido é uma senhora idosa, Isabel. O nome do menino já vem recomendado ao pai pelo anjo do Senhor: “Sua esposa Isabel vai lhe dar um filho, e você lhe dará o nome de João”, que significa “Deus se compadece”. Ao escrever numa tabuinha o nome do filho, Zacarias, então mudo, recomeça a falar fluentemente, louvando a Deus. Por isso, a extraordinária notícia se espalha pela região montanhosa da Judeia. Tomados de temor, todos guardam essas coisas em seus corações e reconhecem que “a mão do Senhor estava sobre” o pequeno João.
Oração
Ó Jesus Messias, o nascimento do teu precursor, João Batista, trouxe imensa alegria para os parentes e vizinhos de Isabel, pois reconheceram que Deus havia usado de misericórdia para com ela. Ensina-nos, Senhor, a respeitar e a valorizar cada bebê que vem ao nosso mundo. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

O nascimento de João foi motivo de muita festa! O que significa para mim a data de meu nascimento? A propósito de nascimento, o que significa o Batismo que recebi um dia? - Deixo que a mão de Deus me ampare na caminhada da vida? Peço a Deus que me ajude para que possa abrir meus olhos para que eu veja e valorize suas maravilhas? - Sirvo-me de minha língua para anunciar as maravilhas de Deus?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santário Nacional em 23/12/2013

Meditando o evangelho

O FILHO DA ESTÉRIL

O nascimento de João Batista foi motivo de regozijo para os vizinhos e parentes de Zacarias e Isabel. Todos reconheciam neste acontecimento a manifestação da grande misericórdia de Deus, interpretando-o à luz de fatos do passado. Estes revelaram que aos filhos das estéreis estavam reservadas importantes missões em favor do povo.
É de notar que as três grandes matriarcas do povo tenham sido estéreis. Assim, a esposa de Abraão – Sara – deu à luz já na velhice, a ponto de temer que caçoassem dela. A esposa de Isaac – Rebeca – também concebeu, apesar de ser estéril. Sua gravidez foi resultado da súplica dirigida a Deus por seu marido. Igualmente a esposa de Jacó – Raquel – só foi capaz de gerar por especial intervenção divina. Outros personagens importantes da história de Israel também nasceram de mães consideradas estéreis. Tal é o caso de Samuel, nascido de Ana.
O nascimento do Batista colocava-se no sulco de uma plêiade de personagens ilustres. Daí o temor que se apoderou do povo, o interesse com que narravam o fato, e as interrogações que se faziam a respeito do destino do menino. Sendo evidente que a “mão do Senhor estava com ele”, tinham certeza de que se tratava de alguém ao qual Deus confiaria tarefas importantes. Desde o seu nascimento, o Batista foi considerado homem de Deus, na mais perfeita consonância com o caminho que haveria de trilhar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.
Fonte: Dom Total em 23/12/2017

Meditando o evangelho

A MÃO DO SENHOR ESTAVA COM ELE

Todos os fatos relacionados com o nascimento de Jesus aconteceram sob a ação de Deus. Cada pormenor manifestava a misericórdia divina e o carinho com que a vinda do Messias estava sendo preparada.
O nascimento de João Batista foi visivelmente conduzido pelo Pai. Quando o menino foi dado à luz, os vizinhos e parentes reconheceram, no fato, uma demonstração do amor de Deus para com os pais dele - Isabel e Zacarias -, bem como para com todo o povo. Quando se perguntavam o que seria deste menino, já estavam intuindo a grandeza da missão que o esperava.
O sinal da benevolência divina manifestou-se, também, na recuperação da fala de Zacarias, assim que ordenara dar ao filho o nome de João, embora a contragosto da parentela. De acordo com o seu nome, o menino seria um sinal permanente de que Deus usa de misericórdia e é favorável. Sendo assim, seria portador de esperança e de consolação, transmitindo a certeza de que haveriam de se cumprir as antigas promessas divinas de salvação.
Da boca de Zacarias saiu, também, um hino de louvor a Deus. Mais que ninguém, o pai de João Batista fora testemunha da presença providente de Deus na vida de seu povo. Seu louvor tinha fundamento. A salvação do Senhor já começara a se manifestar.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faze-me reconhecer tua vinda, em nosso meio, como fruto da benevolência do Pai, sempre providente em relação à humanidade.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Zacarias, um belo exemplo para os Pais dos nossos Batizandos...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

No meio do povo tem um ditado muito acertado “Deus escreve certo por linhas tortas”, e escreve mesmo! Vejam o nascimento de João Batista, o Precursor de Jesus, o último profeta do A.T e ao mesmo tempo o primeiro e único do Novo Testamento, que teve o privilégio de poder apontar para o Cordeiro de Deus, anunciado por todos os profetas, mas só visto por ele.
A Mãe Isabel era idosa e ainda por cima estéril, sua gravidez deve ter causado o maior disse-disse na vizinhança. O Pai Zacarias, Sacerdote que servia no templo, teve suas dúvidas sobre aquilo que Deus estava lhe pedindo e ao mesmo tempo já realizando na sua vida e na Vida de Isabel, sua esposa. Sua mudez misteriosa não seria bem um castigo divino, mas um longo silêncio para refletir sobre as obras que seus olhos estavam contemplando. Não foi uma mudez que o isolou do resto do mundo, ao contrário, uma mudez que o tornou íntimo de Deus.
Na hora de batizar a criança, quando o padre ou o Diácono perguntou pelo nome da criança, foi aquele agito, a parentada queria dar palpite sobre o nome, que absurdo! Ele tinha que levar o nome do Pai Zacarias, como era costume. Mas Isabel, mulher de Fé, que havia experimentado o poder da Graça Divina em suas entranhas, foi resoluta “Ele vai chamar-se João! ”. Novo alvoroço! Era o Pai quem dava o nome aos filhos, como hoje o Pai vai até o cartório para fazer a certidão de nascimento. Mas Zacarias estava mudo e ainda não tínhamos Libra, a maravilhosa Linguagem da Pastoral dos Surdos, que está incluindo em nossas comunidades tantos Deficientes auditivos, uma verdadeira bênção, mas naquele tempo ainda não tinha...Então, Zacarias vendo que os parentes palpiteiros estavam insistindo em uma ideia que contrariava os Planos de Deus, pediu uma tabuinha e escreveu “João é o seu nome”.
Nada consegue mudar os Planos de Deus á nosso respeito, não há empecilho algum, ou obstáculo que o impeça. João não é nenhum predestinado e ninguém é, mas Deus educadamente pede licença para entrar em nossa vida e coloca-nos a missão, porém respeitando a nossa liberdade, porque seu amor é grandioso, autêntico e fiel, pois um amor que não respeita a liberdade do outro, nem pode ser chamado de amor. A palavra “João” significa “Aquele que anuncia”. João é ainda uma criança, como o são nossos Batizados, cujos pais procuram a Igreja pedindo este Sacramento que é a Porta de passagem para os demais… E assim, antes de se ouvir a “Voz que Clama no deserto...”, daquele de quem Jesus falou que, entre os nascidos de mulher, não havia ninguém superior a ele, daquele que recebeu de Jesus um belo elogio, “Ele não é a cana que se dobra com o vento”.
Tudo isso começou ali, na pia Batismal, quando Zacarias, cheio do Espírito Santo, tocado pela poderosa Graça de Deus, saiu da sua mudez e começou a proclamar em alta voz a todos, as maravilhas que Deus estava realizando. Os vizinhos sentiram medo e admiração e o fato divulgou-se por todas as montanhas da Judéia, nos diz o texto final desse evangelho.
Oxalá nossos Pais e Padrinhos pudessem também, desde o dia do Batismo de seus filhos e afilhados, sentir os efeitos da Graça de Deus em sua vida Familiar, e sair da “mudez Espiritual”, do desânimo e da falta de Fé, anunciando e proclamando a todos o Santo Evangelho e as maravilhas que Deus derramou abundantemente em suas vidas, através daquele Batismo.

2. Ele vai se chamar João!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Que vai ser este menino? Será o que Deus quiser, porque a mão do Senhor está sobre ele. Nenhum mal lhe acontecerá, entendendo por mal o que pudesse impedir a realização da vontade de Deus na vida de João Batista. Não será um mal a vida austera no deserto, nem os gafanhotos, nem o mel silvestre, nem a veste de pelos de camelo ou o cinto de couro. Nem será considerado um mal em sua vida terrena a espada que lhe pôs fim. Para este menino o importante será diminuir para que ele, o que há de vir, possa crescer. Que vai ser este menino? Ele não será a luz, mas dará testemunho da luz verdadeira que vem iluminar este mundo. João é o que batiza e prepara o caminho do Senhor. É o maior entre os nascidos de mulher e por meio dele os que crerem acreditarão. João é um homem feliz que cumpre com entusiasmo e dedicação a missão que Deus lhe confiou. Ele sabe para que veio.
Fonte: NPD Brasil em 23/12/2017

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. As confusões do nascimento de João Batista...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não é preciso ser especialista em Bíblia para constatar que a concepção de João Batista, o Precursor de Jesus, foi bastante conturbada. Primeiro, nem Isabel e nem Zacarias alimentavam esperanças de ter um Filho, eram de idade avançada e além do mais, Isabel era estéril. O anúncio de tal acontecimento não foi fácil, Isabel uma anciã, teve que passar pelas dificuldades de uma parturiente "especial". O Pai Zacarias, embora sacerdote que servia no templo em turno de revezamento, não botou muita Fé na revelação e acabou ficando mudo, imaginem o drama, a esposa grávida e o coitado mudo. Quem aparece para servir Isabel nessa fase difícil da sua vida, em uma gravidez de risco, é a menina de Nazaré, que não deveria ter experiência alguma nessa parte...
No dia de levar a criança ao templo para a circuncisão, mais uma cena confusa, a Mãe declinou o nome, mas um grupo de parentes intrometidos não aceitou alegando que não havia ninguém na família com aquele nome de João. Zacarias deveria estar nervoso com toda aquela confusão estabelecida no templo e como não podia falar, e os parentes não paravam de gesticular para ele, escreveu o nome em uma tabuinha: João é o seu nome. E com a última palavra dada pelo Pai, que era no costume judaico quem denominava os Filhos, a história encerrou-se, entretanto, outro milagre aconteceu: Zacarias recupera a voz e começa louvar e bendizer a Deus...
Se entendermos o texto ao pé da letra, podemos até concluir que o Sacerdote do templo perdeu a paciência e acabou com a celebração, marcando o Batismo para outro dia... Imaginem a cena hilariante no dia do Batizado, Pai e Mãe querem um nome, os padrinhos e parentes acham que tem que ser outro, porque aquele nome não tem nada a ver com a criança, só que o pai é mudo e os parentes linguarudos tentam inutilmente argumentar com gestos sobre o nome que a criança teria de ter. Que confusão!
Porque o evangelista coloca todo esse "tumulto" no nascimento de João Batista? Por que se trata de alguém especial diante de Deus, e que terá também uma missão especial, preceder o Messias, levando as pessoas a se prepararem para acolhê-lo em suas vidas. Na questão do nome, fica muito claro a falta de comunicação e a dificuldade para as pessoas se entenderem. O que se nota é a teimosia de algumas pessoas em não terem se dado conta de que aquele menino era especial, já havia sido gerado de maneira prodigiosa, devido a idade avançada dos seus pais, e a esterilidade da mãe.
Há nas entre linhas um recado Divino: o novo tempo anunciado pelos profetas está começando com João Batista, por isso seu nome significa "Aquele que anuncia". O Batista não irá mais anunciar a velha religião das leis e do ritualismo, a purificação a que ele irá chamar as pessoas, não mais irá passar pelas oblações do rito judaico, mas pela água Batismal, e ao contrário do Judaísmo, onde a prática religiosa dá ao fiel a sensação de ser justo e santo diante de Deus, João é muito diferente, as pessoas terão que reconhecer-se pecadoras para receberem o Batismo penitencial.
Um homem com essas características e essa missão, que o levará a romper com a Religião oficial até então estabelecida, tinha mesmo que ter um nascimento bem tumultuado. Do mesmo modo em nossa vida, quando nos permitimos a viver em comunhão com Jesus Cristo, ocorrem certos acontecimentos que não conseguimos compreender. E quando não conseguimos compreender, ou seja, fazer essa experiência íntima com  Jesus Cristo, também não conseguimos anunciar e somos dominados pela MUDEZ da omissão e do comodismo, a exemplo de Zacarias que em um primeiro momento duvidou...
A sociedade prefere assim, uma Igreja muda, cristãos de boca fechada, que vivam a sua religião intimista, sem nenhuma preocupação com o que ocorre ao seu redor. Mas... Não foi para isso que Deus nos chamou para sermos discípulos - Missionários... O evangelho mostra isso de maneira clara.

2. Ele vai se chamar João - Lc 1,57-66
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O que vai ser este menino que acaba de nascer nas montanhas de Judá? Seu nome é João, e significa “Deus é favorável”. Segundo a profecia de Isaías, sua voz clamará no deserto: “Preparem o caminho do Senhor”. A memória do seu nascimento hoje é o anúncio da chegada do Messias Salvador. Todos se admiram e se enchem de temor, enquanto a língua de Zacarias se solta num canto de louvor. O que será esse menino? E a resposta é o silêncio de palavras até que a voz ressoe no deserto. O nascimento de João é demonstração da misericórdia do Senhor e causa de grande alegria. Vizinhos e parentes se alegraram com Isabel. Mais tarde poderão se entristecer porque o menino, já crescido, deverá partir. “Da parte de quem é deixado é sacrifício, mas da parte de quem deixa é lisonja.” Deixará sua família, irá para o deserto, consagrará sua vida à pregação e ao Batismo dos pecadores.

Liturgia comentada

Quem virá a ser este menino? (Lc 1, 57-66)
O nascimento de João Batista foi cercado de prodígios. Pais idosos, mãe estéril. O acontecimento fugia às possibilidades humanas. Natural que todos ficassem intrigados a respeito de seu futuro, de sua missão neste mundo.
Ora, a mesma expectativa envolvida por respeitosa veneração deveríamos alimentar em relação a cada filho que Deus nos entrega. Cada vida nova corresponde a uma vocação única e pessoal. Cada criança abortada deixa na humanidade uma lacuna que nada e ninguém pode preencher. E se a pessoa a quem Deus encarregaria da cura do câncer foi abortada, impedida de nascer?...
Quando os pais se debruçam sobre o pequeno berço, onde ressona o bebê recém-nascido, estão diante de um grande mistério que ultrapassa nossa capacidade de compreensão: o grande milagre repetiu-se mais uma vez. Deus chamou mais um ser humano à existência. Deveriam, pois, interrogar-se: Qual será a sua missão?
A compreensão – ainda que parcial – deste sublime mistério muda por inteiro nossa atitude diante da vida humana. Jamais usaremos embriões como matéria-prima de pesquisa depois de compreender que aquele ser-em-processo é portador de tarefas intransferíveis, essenciais para o futuro do gênero humano. Jamais aprovaremos o aborto como um “direito” da mulher grávida. Amada, querida, sonhada por Deus, a nova pessoa traz em si algo de sagrado, que a torna intocável em seus direitos e nos impede de usá-la, comprá-la, escravizá-la.
A alternativa é a “síndrome de Herodes” – aquele louco que pretendia matar o Menino Jesus e, para tal fim, não hesitou em assassinar centenas de recém-nascidos. Esta doença ainda se espalha em nossa sociedade, chegando até a ser adotada por governantes como tática de controle demográfico.
O cristão que não luta pela vida dá seu aval ao ódio do Rei Herodes. Torna-se cúmplice dos inimigos de Deus. Contribui para que a humanidade fique mais pobre e desamparada.
Ao contrário, são colaboradores de Deus aqueles que cuidam da infância desvalida, os que se dedicam à educação da juventude, os que pesquisam para curar as doenças e produzir mais alimentos. Todo o trabalho humano, lembrava o Papa João Paulo II. É uma participação na obra da Criação.
Nosso Deus é um Deus da vida. Jamais ficará neutro diante dos servidores da morte.
Orai sem cessar: “O Senhor decidiu abençoar: é a vida para sempre!” (Sl 133,3)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 23/12/2013

HOMILIA

O NASCIMENTO DE JOÃO

A Igreja celebra o nascimento de João como algo sagrado, e é o único nascimento que se festeja: celebramos o nascimento de João e o de Cristo; e o seu nascimento foi motivo de alegria para muitos. Quando São João Batista nasceu, a Virgem Maria estava em sua casa. Quanta alegria e doçura reinavam naquele lar! Os dias da Virgem na casa de Zacarias foram de grande gozo para todos. Maria dava um novo sentido aos pequenos sucessos cotidianos. Esta alegria era contagiosa, e dela participavam os vizinhos e os parentes que ouviram dizer que Deus a cumulara com sua misericórdia e com ela se alegraram.
Os vizinhos e parentes também se alegraram por Isabel ter sido agraciada por Deus: “Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida, e Isabel, tua mulher, vai te dar um filho, ao qual porás o nome de João. Terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento. Pois ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida embriagante; ficará pleno do Espírito Santo ainda no seio de sua mãe” (Lc 1, 13-15).
Hoje, infelizmente, muitos se enchem de inveja e de ódio, quando ficam sabendo que uma pessoa recebeu alguma graça ou que está progredindo na vida. Essa é a atitude de pessoas amigas e discípulas do demônio. Tu sabes quais são os sinais para saber se uma pessoa é invejosa?
Alegrar-se com o mal alheio. Se você percebe que uma pessoa se alegra com a desgraça do próximo, que sente prazer por qualquer insucesso ou fracasso do próximo, então já descobriu uma pessoa invejosa. Em 1 Pd 2,1 diz: “Rejeitai… qualquer espécie de inveja”. Cuidado com esse tipo de gente; isto é, cuidado com a pessoa que se alegra com o mal alheio, a mesma é pior que o diabo. Os invejosos são piores que o diabo, pois o diabo não inveja os outros diabos, ao passo que os homens não respeitam sequer os participantes da sua própria natureza.
Entristecer-se com o bem alheio. Se você percebe que uma pessoa se entristece, só porque viu alguém subir de cargo, tome cuidado, ela é invejosa e venenosa. O invejoso não consegue se controlar diante do sucesso do próximo, ele fica inquieto e se transforma num monstro: enruga a testa, cerra os dentes, torce o nariz, fica com o semblante azedo e olhos fixos no chão. A inveja quando não destrói o invejado, tira a paz do invejoso!
Reprimir os louvores dados aos outros. O invejoso não suporta ouvir ninguém ser elogiado, logo diz algo contra a pessoa que foi elogiada; o mesmo encontra defeito em tudo. Aos olhos do invejoso qualquer defeito dos outros é grande. O invejoso também vê o bem, mas sempre com maus olhos. Até das pessoas santas o invejoso tenta tirar alguma coisa, não podendo negar o louvor aos santos, ele o faz com avareza e reserva. Quanta maldade!
Falar mal do próximo. A língua do invejoso se assemelha a uma metralhadora incontrolável; a sua inveja é tão grande, que ele fala mal do próximo publicamente e também em segredo; quanto aos defeitos dos outros, o invejoso sempre aumenta ou inventa. Da inveja nascem o ódio, a maledicência e a calúnia.
No Antigo Testamento a circuncisão era um rito instituído por Deus para assinalar com uma marca os que pertenciam ao povo eleito. Deus mandou a circuncisão a Abraão como sinal da Aliança que estabelecia com ele e com toda a sua descendência (cf. Gn 17,10-14), e prescreveu que se realizasse no oitavo dia do nascimento. O rito realizava-se na casa paterna ou na sinagoga, e além da operação sobre o corpo do menino, incluía bênçãos e a imposição do nome.
Com a instituição do batismo cristão cessou o mandamento da circuncisão. Os Apóstolos, no Concílio de Jerusalém (cf. At 15,1ss.), declararam definitivamente abolida a necessidade do antigo rito para os que se incorporassem na Igreja. A libertação da voz de Zacarias, no nascimento de João, é o mesmo que o rasgar-se do véu do templo, pela cruz de Cristo. Se anunciasse a si mesmo, João não abriria a boca de Zacarias. Se solta a língua, é porque nasce a voz; já a prenunciar o Senhor. Com razão se soltou em seguida a sua língua, porque a fé desatou o que tinha atado a incredulidade. É um caso semelhante ao do apóstolo São Tomé, que tinha resistido a crer na Ressurreição do Senhor, e acreditou depois das provas evidentes que lhe deu Jesus ressuscitado (cf. Jo 20,24-29). Com estes dois homens, Deus faz o milagre e vence a sua incredulidade; mas ordinariamente Deus exige-nos fé e obediência sem realizar novos milagres. Por isso repreendeu e castigou Zacarias, e censurou o apóstolo Tomé: “Porque Me viste acreditaste; bem-aventurados os que sem ter visto acreditaram” (Jo 20, 29).
As pessoas ali presentes compreenderam que estavam diante de algo sobrenatural, ainda que não tivessem um conhecimento completo do que estava a suceder: “… e por toda a região montanhosa da Judéia comentavam-se esses fatos”. E diziam: ‘Que virá a ser esse menino? ‘ E, de fato, a mão do Senhor estava com ele”. Que São João Batista abra os nossos olhos e a nossa língua, porque estamos cegos e mudos espiritualmente, os vícios nos cegaram e taparam nossa boca, não conseguimos enxergar e falar da grandeza da vida de santidade.
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua Providência.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 23/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

É no louvor que está a nossa salvação

É no louvor que está a nossa salvação, é no louvor que está a nossa restauração, a nossa cura e a nossa libertação!

Zacarias pediu uma ta­bui­nha, e escreveu: ‘João é o seu nome’. No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou e ele começou a louvar a Deus” (Lc 1, 63-64).

O mesmo Zacarias, que ficou mudo, que duvidou e colocou dificuldades, porque viu empecilhos para a realização da obra de Deus, é o mesmo Zacarias que é tocado pelo Senhor e vê a promessa d’Ele se cumprir em sua vida com o nascimento do seu filho. É o mesmo que solta e que rompe a sua língua. Começa a louvar, a glorificar e a bendizer o nome do Senhor, o nosso Deus que fez maravilhas, prodígios e portentos no meio de nós.
Aquele que contempla a ação de Deus, aquele que, mesmo sofrendo, reconhece a ação do Senhor no meio de nós, vence a esterilidade espiritual, vence o medo, o temor e o receio pela força do louvor, exaltando, bendizendo, adorando e glorificando Aquele que é o Senhor nosso Deus.
No primeiro instante da visita de Deus a Zacarias, se este, em vez de questionar e duvidar, tivesse louvado o Senhor a mudez não teria se apoderado dele.
Meus irmãos, nós somos, muitas vezes, deficientes na fé porque em vez de assumirmos a força do louvor, da ação de graças, a força de bendizer o nome do Senhor, nós preferimos ir pelo caminho da murmuração, da reclamação, do temor, do receio, do medo e da desconfiança. Nós não sabemos aquilo que Deus é capaz de fazer por nós quando nós assumimos a força do louvor, quando levantamos nossas mãos para o céu e começamos a louvar, a glorificar e a bendizer o Senhor nosso Deus.
É no louvor que está a nossa salvação, é no louvor que está a nossa restauração, a nossa cura e a nossa libertação! E à medida que nós deixamos o louvor para reclamar, para maldizer, para falar mal do outro e para tomar o caminho errado, a nossa vida vai se tornando mais penosa, depressiva, para baixo, porque um espírito negativo também se apodera de nós.
Se nós fizermos como Zacarias, que naquele momento entendeu a graça de Deus na sua vida, se nós assumirmos o louvor como nossa expressão de gratidão a Deus, as correntes romper-se-ão, as correntes quebrar-se-ão e a libertação de Deus acontecerá.
Louve a Deus, glorifique-O, exalte-O, bendiga o nome do Senhor! Exalte para sempre Aquele, que, no meio de nós, realiza grandes maravilhas, porque grande e poderoso é o Seu nome.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/12/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Consagre seus filhos a Deus

Deus deseja que seus filhos, sobretudo, aqueles que ainda estão no ventre ou os que estão crescendo, sejam consagrados a Ele

“E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: ‘O que virá a ser este menino?’ De fato, a mão do Senhor estava com ele” (Lucas 1,66).

O menino que nasce de Isabel e Zacarias: João Batista, é o menino que a mão do Senhor estava com ele desde o ventre de sua mãe. João Batista, a exemplo do profeta Jeremias, foi chamado por Deus desde o ventre de sua mãe. Consagrado e entregue ao serviço de Deus.
Sua mãe Isabel e, também, seu pai Zacarias eram de idade avançada, eles não tinham condições de ter um filho. Esse filho nasceu de uma forma milagrosa, prodigiosa; por isso, a presença dele no meio de nós é um sinal da intervenção de Deus.
Todo milagre é uma intervenção de Deus, é uma manifestação extraordinária d’Ele em meio a natureza humana. Quando Deus faz um milagre, quando Ele faz uma intervenção na natureza é justamente para salvar e restaurar.
João Batista não é o salvador, mas é quem prepara os caminhos do Salvador. Ele não é o Messias, mas prepara os caminhos d’Ele. Deus quer continuar fazendo milagres em nosso meio. Não milagre para ser show, espetáculo, nada disso! Todo milagre de Deus é salvífico, salvador, redentor e restaurador. A nossa vida é um prodígio e uma graça de Deus; é um milagre de Deus a nossa conversão, a nossa mudança de vida.
Deus deseja que seus filhos, sobretudo, aqueles que ainda estão no ventre ou os que estão crescendo, sejam consagrados a Ele. Não fique preocupado achando que “ser consagrado a Deus” é dizer que seu filho ou sua filha precisam ser um um sacerdote ou uma freira. Se tiver de ser é uma vocação bendita.
Graças a Deus, minha mãe me entregou a Deus, quando eu ainda estava no ventre dela. Isso para que, eu pudesse nascer, ter vida. E, Deus me chamou e escolheu. Não foi escolha minha, e nem da minha mãe.
O importante é que todos nós sejamos de Deus. Como é importante que consagremos nossas crianças, ainda no ventre da mãe. É importante que oremos, abençoemos nossas crianças e que elas cresçam com a mão do Senhor, com a proteção d’Ele. Você pode pensar: “Eu faço isso. Levo a minha criança para ser batizada”, mas, não basta somente batizar. É claro que, o batismo abre as portas do Céu para nós, entretanto, é preciso acompanhar, entregar cada dia, porque Deus quer que os seus filhos pertençam a Ele, sejam cuidados por Ele e que a mão d’Ele esteja sobre seus filhos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/12/2017

Oração Final
Pai Santo, a missão de João exigiu dele coragem, persistência e muita fé nas Promessas do Pai. Ele se preparou para seu exercício com uma vida sóbria e profundamente ligada ao Senhor. Dá-nos, Pai Amado, seguir o exemplo de João, nós te pedimos pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/12/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que quiseste mostrar teu Amor fazendo-te humano em Jesus de Nazaré, torna-nos novos precursores, como João Batista, para anunciarmos que o Reino de Amor já está presente neste mundo – em nós e entre nós! – desde a vinda do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/12/2017

oRAÇÃO FINAl
Pai amado, nós temos a certeza de teu Amor e a Ti elevamos as nossas mãos confiantes. Permite que contemplemos, sem pressa, a tua presença carinhosa na vida de João. Ajuda-nos a descobrir, através dela, o teu cuidado na construção da história de cada um dos teus filhos. E nos ensina, amado Pai, como ser agradecidos! Por Jesus, o Cristo teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo vive e reina na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário