domingo, 21 de junho de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 21/06/2020

ANO A


12º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano A - Verde

“Não tenhais medo”! Mt 10,31

Mt 10,26-33

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Em continuidade com a liturgia do domingo passado, que convidava a acolher o amor radical de Deus, somos hoje convocados a reconhecer que só o amor de Deus, acolhido e transformado em vida é força para enfrentar as armadilhas do cotidiano.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste dia do Senhor, nós, a Igreja dos batizados e batizadas, nos reunimos ao redor da mesa da Palavra e da Eucaristia para bendizer e louvar o Pai por todas as bênçãos que Ele nos concedeu na semana que passou e consagrar a Ele uma nova semana que se inicia. Todo nosso ser exulta diante do Senhor que nos dá coragem e tira de nós o medo, para enfrentarmos as lutas do dia a dia, pois sabemos, pela fé, que Ele está conosco e não nos deixa sozinhos. Por esta Eucaristia, entremos em comunhão solidária de oração com todos os migrantes, neste dia nacional a eles dedicado.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: No ensinamento de Jesus, a perseguição se torna objeto de bem-aventurança: "Bem-aventurados vós quando vos insultarem e vos perseguirem por causa do meu nome" (Mt 5,11). É inevitável: "O servo não é maior que seu senhor. Se perseguiram a mim, perseguirão também a vós". Comprometer-se a viver no caminho de Deus significa encontrar no próprio caminho dificuldades empre novas e cada vez maiores. Rm um mundo dominado pelo egoísmo e pela busca do próprio interesse, quem prega o amor, a pobreza e o perdão será inevitavelmente perseguido, porque o pecado está profundamente radicado no coração do homem. Mas o perseguido não teme. Tem confiança no Senhor. Os perseguidores só podem matar o corpo; não tem poder para arruinar a alma. Devemos seguir o exemplo de São Paulo que dizia: "Transbordo de alegria em todas as nossas tribulações" (2Cor 7,4).

NÃO TENHAIS MEDO

No Evangelho de hoje, o Senhor Jesus, depois de ter chamado e enviado em missão os seus discípulos, vai instrui-los e prepará-los para enfrentar as provações e as perseguições que deverão encontrar. Partir em missão não é fazer turismo, e Jesus admoesta os seus: “Encontrareis perseguições”. Assim os exorta: "Não temais os homens, porque nada há de escondido que não venha à luz […]. O que vos digo na escuridão, dizei-o às claras. […] E não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma" (vv. 26-28). Podem matar o corpo, não podem matar a alma: não os temais. O envio em missão por parte de Jesus não garante aos discípulos o sucesso, assim como não os exime das falências nem dos sofrimentos. Eles devem ter em conta quer a possibilidade da rejeição, quer a da perseguição. Isto assusta um pouco, mas é a verdade.
O discípulo é chamado a conformar a própria vida a Cristo, que foi perseguido pelos homens, experimentou a rejeição, o abandono e a morte na cruz. Não há missão cristã sob o signo da tranquilidade! As dificuldades e as atribulações fazem parte da obra de evangelização, e somos chamados a encontrar nelas uma oportunidade de verificar a autenticidade da nossa fé e do nosso relacionamento com Jesus. Devemos considerar essas dificuldades como possibilidade para ser ainda mais missionários e crescer naquela confiança em Deus, nosso Pai, que não abandona os seus filhos na hora da tempestade. Em meio às dificuldades do testemunho cristão no mundo, nunca somos esquecidos, mas sempre assistidos pela solicitude amorosa do Pai. Portanto, no Evangelho de hoje, por três vezes Jesus tranquiliza os discípulos dizendo: "Não temais".
Ainda hoje, irmãos e irmãs, a perseguição contra os cristãos está presente. Nós oramos pelos nossos irmãos e irmãs que são perseguidos, e louvamos a Deus porque, apesar disto, continuam a testemunhar com coragem e fidelidade à sua fé. O seu exemplo ajuda-nos a não hesitar em tomar uma posição a favor de Cristo, dando corajosamente testemunho dele nas situações do dia a dia, mesmo em contextos aparentemente tranquilos.
Na verdade, uma forma de prova pode ser também a ausência de hostilidade e de tribulações. Assim como "ovelhas no meio de lobos", o Senhor, inclusive no nosso tempo, envia-nos como sentinelas entre as pessoas que não querem ser despertadas do torpor mundano, que ignoram as palavras de Verdade do Evangelho, construindo para si as próprias verdades efémeras. E se formos ou vivermos nestes contextos, e dissermos as Palavras do Evangelho, isto incomodará e seremos malvistos.
Mas em tudo isto o Senhor continua a dizer-nos, como dizia aos discípulos do seu tempo: "Não tenhais medo!". Não esqueçamos esta palavra: perante qualquer tribulação, qualquer perseguição, algo que nos faz sofrer, escutemos sempre a voz de Jesus no coração: "Não temais! Não tenhas medo, vai em frente! Estou contigo!". Não tenhais medo de quem vos ridiculariza e maltrata, e não temais quem vos ignora ou vos honra “na vossa frente”, mas "pelas costas" luta contra o Evangelho. Há muitos que diante de nós fazem sorrisos, mas por detrás combatem o Evangelho. Todos os conhecemos. Jesus não nos deixa sozinhos, porque somos preciosos para Ele. Por isso não nos deixa sozinhos: cada um de nós é precioso para Jesus, e Ele acompanha-nos.
A Virgem Maria, modelo de adesão humilde e corajosa à Palavra de Deus, nos ajude a compreender que no testemunho da fé não contam os sucessos, mas a fidelidade, a fidelidade a Cristo, reconhecendo em todas as circunstâncias, mesmo nas mais problemáticas, o dom inestimável de ser seus discípulos e missionários.
Papa Francisco
Angelus, 25/06/17

Comentário do Evangelho

O medo é contrário à Fé

Os versículos 24 e 25 são o centro do discurso sobre a missão. Trata-se da identificação do discípulo com seu mestre; da dependência radical do servo ao seu Senhor. Toda a vida cristã deve ser vivida nesse dinamismo de identificação entre o enviado e Aquele que envia.
O ideal para o discípulo, na vida cristã, é a configuração de sua vida com Jesus Cristo: “... ao discípulo basta ser como o seu mestre, o servo como seu Senhor” (v. 25a). A causa da perseguição dos discípulos é sua identificação com o Mestre.
Não tenhais medo” (vv. 26.28.31). O medo não pode inibir a proclamação tipicamente cristã, nem intimidar a palavra, pois ela está destinada às pessoas às quais se é enviado. O medo, não nos esqueçamos, é contrário à fé. Enquanto não superarmos o medo, não seremos suficientemente livres para nos deixarmos conduzir pelo Espírito de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a perseguição malvada dos que pretendem levar-me a ser infiel à missão recebida de Jesus jamais me impeça de seguir adiante, com coragem.
Fonte: Paulinas em 22/06/2014

Vivendo a Palavra

O Cristo mais uma vez nos exorta para não termos medo. Mas, o espaço interior onde morava o medo não deve ficar vazio: no lugar dele devemos colocar a confiança filial no Pai Misericordioso – que tem coração de Mãe. E viver como testemunhas da fé, prontos para confessar, para quem quiser conhecer, a razão da nossa Esperança.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/06/2014

VIVENDO A PALAVRa

Jesus anuncia o Reino do Pai, o seu lugar de morada permanente, que Ele quer compartilhar com todos os irmãos, convidando-nos a segui-Lo. Um Reino de Luz, de Liberdade, de Alegria, de Verdade transparente, onde o medo não existe mais, pois nele reina o Pai Misericordioso, o Deus-Amor.

Reflexão

I. INTRODUÇÃO GERAL

Para ser povo sacerdotal e profético (tema do 11º domingo comum, não celebrado neste ano), a Igreja e seus membros deverão enfrentar a sorte dos profetas. Morrer e ser rejeitado por seus próprios destinatários é uma constante na vida dos profetas. É o que ocorreu a Jeremias, embora tivesse certeza de que, em última instância, Deus estava com ele (I leitura; o salmo tem o mesmo sentido). A Igreja conhecerá abalos e perseguições, mas não deverá ter medo; é preciso confiar em Deus. É um tema preferido de Mateus, que forma a moldura de seu evangelho: “Emanuel, Deus conosco” (1,23); “Estarei convosco até o fim do mundo” (28,20). Quando a Igreja cumprir sua missão profética, não deverá recear os que matam o corpo, pois Deus cuida até de um par de pardais (evangelho). Daí as admoestações de Cristo no Sermão Missionário para não temer os homens (Mt 10). Quem se solidariza com Cristo, Cristo se solidariza com ele.

II. COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

1. I leitura (Jr 20,10-13): A força do profeta perseguido

A situação vivida por Jeremias não tem comparação com a dos demais profetas por sua dramaticidade. Foi o profeta que mais intensamente experimentou a rejeição e a perseguição. Foi chamado a profetizar num período particularmente crítico, às vésperas da ruína do reino de Judá, no século VI a.C. Caçado por seus perseguidores, preso, maltratado, sua tarefa consistia em “arrancar e destruir, exterminar e demolir, construir e plantar” (1,10), e isso contra sua própria gente, seus conterrâneos.
Sua mensagem demolidora contra as instituições do tempo provoca-lhe uma série de ameaças, calúnias, processos e perseguição. Ele anuncia “o terror de todos os lados”, que culminaria na deportação e exílio em Babilônia. Seus adversários, já não suportando o refrão, devolvem-lhe a moeda, acusando-o de terrorista, e, aos cochichos, tramam denúncias (v. 10a). Até os amigos do profeta foram subornados e procuram armar-lhe ciladas, para ver se deixa seduzir-se, se cai na armadilha, a fim de se desforrarem dele (v. 10b). Jeremias está com seu espaço vital minado. Não se sabe exatamente em que consistiam essas ciladas. Mas pela confiança que ele deposita em Deus – e pela forma como exprime essa confiança –, podemos captar a ação dos inimigos do profeta: fazem-lhe violência física para eliminá-lo (atentados, emboscadas) e procuram arrastá-lo ao tribunal para, mediante falsas acusações, condená-lo à morte.
De fato, a confiança do profeta perseguido repousa em Javé, que o protege, “como valente guerreiro” (v. 11a), da violência física. Javé é o guarda-costas do profeta. Examinando o justo, sondando-lhe os rins e o coração (v. 12a), Javé desmascara as falsas acusações contra Jeremias. Javé, portanto, é guarda-costas e advogado de defesa do profeta. Isso não quer dizer que o conflito teria sido eliminado; pelo contrário, existe com toda a violência de que é capaz. Porém, o profeta perseguido já vive na certeza da libertação: Deus já salvou! Sua luta não é estéril: Deus é o guarda-costas e o juiz!

2. Evangelho (Mt 10,26-33): Confiança e fidelidade na perseguição

Jesus enviou seus discípulos para anunciar e implantar o Reino de Deus (cf. evangelho do 11º domingo comum). No evangelho de hoje, ensina-lhes a firmeza profética. Ensina-os a não ter medo daqueles que matam o corpo e a viver a confiança em Deus acima de tudo.
O Evangelho de Mateus nasceu de uma comunidade que já havia experimentado a violência da perseguição por causa de Jesus. Para os primeiros cristãos, a perseguição entrava na lógica do anúncio evangélico: aconteceu assim com Jesus, assim acontecerá com os que lhe forem fiéis. Contudo, os cristãos se perguntavam: Não existe outra forma de viver o evangelho sem passar pela perseguição? Até que ponto o testemunho cristão tem de passar necessariamente pela rejeição, enfrentando a violência? Como se posicionar diante da morte violenta? Onde está Deus nessa situação?
Essas perguntas estão por trás do capítulo 10 de Mateus – ao qual nosso texto pertence –, que trata da missão da comunidade cristã diante dos conflitos e perseguições por causa do testemunho. Os colaboradores para a justiça do Reino enfrentam as mesmas rejeições enfrentadas pelo Mestre da Justiça.
A expressão “Não tenham medo” aparece três vezes no texto (vv. 26.28.31). É, portanto, uma espécie de refrão, marcando com força a ideia de que é preciso ter coragem. O v. 28 mostra a quem a comunidade deve temer. Mas temer aí significa obedecer. Sabemos de que medo se trata: é o medo das consequências que a prática de Jesus suscita – hostilidades, perseguições, sentenças sumárias e morte. Esse medo tinha levado alguns da comunidade a buscar uma forma alternativa de testemunho, contornando os conflitos e perseguições, dando à religião um caráter intimista, de sacristia. Jesus garante que não deve ser assim; pelo contrário, “o que está encoberto será descoberto, e o que está escondido será revelado” (v. 26). Em outras palavras, aquelas intuições nascidas da prática de Jesus precisam ser levadas às últimas consequências, sem fugir delas. Essas intuições desmascaram os sistemas encobertos que promovem a morte. A luta pela justiça do Reino esbarra na resistência dos que não querem mudanças sociais. Foi assim com Jesus. Por que não o será com os discípulos dele?
Declarar-se a favor de Jesus é superar o medo e enfrentar inclusive a morte. O contexto desses versículos recorda os processos contra os cristãos nos tribunais. Para os primeiros cristãos, o martírio era o momento solene em que podiam proclamar, antes de serem executados, qual razão animava sua vida. Por causa dessa razão, perdiam a vida, sem que ninguém os defendesse. Contudo, o contexto desses versículos recorda outro processo, diante de Deus. Aí, os que confessam Jesus o terão por advogado diante do Pai. O cristão que se declara solidário com Jesus e seu projeto já tem Jesus a seu favor, declarando-se solidário com quem o confessa.
Segundo esses versículos, portanto, podemos entender qual o sentido da morte para o cristão. Ela tem sentido enquanto solidariedade com Jesus e seu projeto. E essa solidariedade é imediatamente envolvida pela solidariedade de Jesus, o vencedor da morte e comunicador da vida. Essa certeza capacita o cristão para o testemunho de Jesus. Resta, contudo, um desafio: aceitar a proposta, com suas consequências, ou rejeitá-la. Ser ou não ser solidário com Jesus. Ser ou não ser cristão!

3. II leitura (Rm 5,12-15): Com Jesus, passamos da morte à vida

No texto de hoje, são Paulo põe em contraste duas figuras, que representam duas opções de vida diferentes, com consequências contrastantes. Essas figuras são Adão e Jesus Cristo. Adão, o homem velho, por meio do qual o pecado entrou no mundo, trazendo como consequência a morte, contrasta com Jesus Cristo, o homem novo, mediante o qual a graça de Deus se torna presente no mundo, trazendo como consequência a vida em plenitude.
A humanidade inteira é solidária de Adão, no sentido de que todos pecam, sem poder se salvar por conta própria. Mais ainda: cada um de nós é Adão.
Jesus, com sua morte e ressurreição, rompeu o círculo fechado do pecado, salvando-nos por sua misericórdia e poder. É solidário conosco por causa de nossa incapacidade de salvar-nos.
O pecado estraga o mundo e a vida, mas a graça de Deus supera tudo isso. A misericórdia de Deus se manifesta no fato de quebrar o círculo vicioso do pecado, que gera sempre novas mortes, para introduzir a humanidade na esfera da graça e da vida. É assim que Paulo sintetiza o projeto de Deus realizado em Cristo Jesus.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

- O tema fundamental deste domingo é o reconhecimento e gratidão pela graça de Deus, manifestada nos profetas e, sobretudo, em Jesus Cristo. Esse reconhecimento nos leva à convicção e à coragem de professar a fé, apesar das ameaças, do escárnio ou do pouco caso que esse testemunho encontre. Em que pesem as dificuldades e perseguições, sabemos que Deus está conosco.
- Testemunhar Cristo significa testemunhar a Justiça. Na sociedade atual significa ser contra os que fazem do lucro e do poder seus ídolos; significa não ceder a esses ídolos. Pelo reconhecimento da graça de Deus e por sua profissão de fé, o cristão se empenha para que a graça se encarne no mundo e supere as estruturas de pecado que promovem injustiças e desgraças e trazem sofrimento para a humanidade.

Da Redação
Fonte: Vida Pastoral em 22/06/2014

Reflexão

NÃO TENHAM MEDO

O Senhor pede-nos, no evangelho, que vivamos sem medo, como filhos e filhas de Deus.
De fato, a boa-nova que hoje nos é oferecida apresenta a missão da comunidade dos discípulos, suas dificuldades e as advertências que Jesus dá a quem aceita segui-lo. Pela exortação de Jesus: “Não tenham medo…”, podemos perceber uma comunidade submetida a algum tipo de perseguição por causa de sua fé.
Os discípulos de Cristo têm a tarefa de continuar a sua missão. E o trecho ouvido na liturgia nos lembra que esse anúncio vai exigir de nós muita coragem e perseverança. Jesus sabe que a missão dos seus seguidores será semelhante à sua, marcada por provações e perseguições. Ele mesmo não encontrou acolhida entre os seus. Foi criticado, insultado, rejeitado por ter sido testemunha da verdade, por ter desmascarado o mal e buscado levar a luz aonde só existiam trevas. Jesus, portanto, adverte os discípulos de que enfrentarão as mesmas dificuldades que ele enfrentou na missão de anunciar o reino de Deus.
Isso porque a palavra que anunciamos é uma palavra de Verdade, que desmascara os enganos, as falsidades, as dores e feridas profundas de quem não quer se converter ao amor. Justamente por sermos anunciadores dessa verdade não só com palavras, mas sobretudo com a vida, é que seremos perseguidos e rejeitados. Todo autêntico discípulo passa por este caminho de provação na sua missão de anunciar o reino; e muitas vezes essas provações virão de pessoas que estão ao nosso lado, parentes e amigos. De pessoas que amamos e também nos amam, mas não aceitam o nosso anúncio.
Perante essas situações, a confiança em Deus precisa ser a nossa primeira atitude. Ter a convicção de que Deus está ao nosso lado, como fortaleza que nos sustenta. Confiantes nele, somos desafiados a ir contra a corrente do mundo e ser a voz, os braços, o coração, o olhar de Jesus que continua a levar para todos, com amor, a boa-nova da salvação, o reino de Deus.
É nosso compromisso estabelecer o reino por meio do nosso testemunho. E este testemunho, que Cristo nos chama a dar no meio das tribulações, possui grande valor diante de Deus: “Todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai”. Unidos a Cristo em meio às tribulações do tempo presente, também estaremos unidos a ele na glória, por lhe termos sido fiéis.
Fonte: Paulus em 22/06/2014

Reflexão

A Providência Divina

Neste Domingo, Jesus envia os Seus apóstolos em missão (a palavra “apóstolo” quer dizer justamente isto: enviado), pedindo-lhes que confiem inteiramente na providência divina. Ele tem consciência de que a situação não é fácil. No mesmo capítulo, um pouco antes, adverte: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos” [1]. Mesmo assim, Ele pede três vezes aos discípulos para que não tenham medo.
Ora, por que confiar? Para convencer os Seus, Jesus usa um argumento a fortiori: “Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”.
Ao falar da providência, é importante usar a distinção que faz Santo Tomás de Aquino:
Duas coisas cabem à providência: a razão da ordem dos seres a quem ela provê, a um fim; e a execução dessa ordem, a que se chama governo. — Quanto à primeira, Deus, que tem no seu intelecto a razão de todos os seres, mesmo dos mínimos, a todos provê imediatamente. E preestabelecendo certas causas a certos efeitos, deu-lhes a virtude de os produzir. Logo, é necessário nele preexista a razão da ordem desses efeitos. — Quanto à segunda, a providência, que governa os inferiores pelos superiores, emprega certos seres médios; não por defeito do seu poder, mas pela abundância da sua bondade, que comunica a dignidade de causa, mesmo às criaturas.” [2]
Ao colocar em ação (=governo) o Seu plano de amor (=razão) para as criaturas, Deus nem sempre o faz de modo imediato, mas age por meio de outros seres. Ele ama diretamente a todos, tem uma providência para cada um e cuida dos mínimos detalhes de sua existência, mas, ao executar seu projeto, fá-lo por mediadores. Por exemplo, quando uma pessoa tem um cachorro de estimação, ela é um instrumento da providência divina para aquele animal, assim como Deus se utiliza de Seus anjos, de Seus santos e até mesmo de outras pessoas para cuidar de nós. Às vezes, esperamos que o Senhor faça milagres em nossas vidas, mas não nos atentamos àquilo que Ele mesmo faz por meio dos que nos são próximos. Se, por exemplo, alguém passa fome e suplica a Deus que lhe mande comida, é claro que o Todo-Poderoso pode, milagrosamente, fazer que a sua farinha não acabe e que a sua ânfora de azeite não se esvazie, como fez à viúva de Sarepta [3]; mas Ele também pode providenciar alguém generoso que lhe dê de comer – e, diga-se de passagem, é assim que Ele geralmente prefere agir.
É certo, de qualquer modo, que nos devemos abandonar à providência de Deus. Mas, como fazer isso? Por certo, não devemos “cruzar os braços”, descuidando de nossos deveres de estado e fugindo de nossas responsabilidades. É preciso, antes, cumprir aquela vontade divina que já nos foi manifestada – que o Aquinate chama de “vontade de sinal” – e, depois, confiar na vontade de Deus propriamente dita, que nos é oculta e que Tomás chama de “vontade de beneplácito” [4].
É sabido, por exemplo, que as tribulações que Ele permite que nos advenham nem sempre são para castigar-nos por nossos pecados. Podem ser para purificar o nosso amor. Isto depende do estado em que se encontra a nossa alma.
São Paulo escreve que “todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios” [5]. E ainda: “Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança. E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” [6]. Também Santo Tomás, ao comentar o livro de Jó, antecipa o que São João da Cruz escreve no século XVI: que Deus permite purificações passivas na vida daqueles que O amam.
Agora, se não amamos a Deus, nem tudo concorre para o nosso bem. E isto, não por culpa divina, mas por causa de nós mesmos, que nos fechamos à Sua graça. Um dos sinais de que uma pessoa está caminhando para a perdição eterna é a sua constante revolta contra Deus em meio as tribulações. Quem age deste modo é “forte candidato” a ser réprobo, pois está frequentemente tratando Deus como inimigo.
Diante das cruzes que o Senhor permite que nos venham, precisamos nos purificar. No começo, sofremos mais. Mas, com o tempo, percebemos que Ele age “ad dirigendos pedes nostros in viam pacis – para dirigir os nossos passos, guiando-os no caminho da paz” [7], como rezamos no Benedictus.T
Aproveitemos este Domingo para rezar este belo Ato de Abandono à divina providência:
Ato de Abandono
Frei Réginald Marie Garrigou-Lagrange, O.P.

Em vossas mãos, ó meu Deus, eu me entrego.
Virai e revirai esta argila,
sicut lutum in manu figuli (Jeremias 18, 6),
como a vasilha que se modela nas mãos do oleiro.
Dai-lhe forma;
e em seguida despedaçai-a, se assim quiserdes;
ela vos pertence, e nada tem a dizer.
Basta-me que ela sirva a todos os vossos desígnios
e que em nada resista a vosso divino beneplácito,
para o qual eu fui criado.
Pedi, ordenai;
que quereis que eu faça?
que quereis que eu deixe de fazer?
Exaltado ou rebaixado,
perseguido, consolado ou aflito,
utilizado em vossas obras ou sem para nada servir,
a mim não resta senão dizer,
a exemplo de vossa Mãe Santíssima:
“Seja feito segundo a vossa palavra”.

Concedei-me o amor por excelência,
o amor da cruz,
não destas cruzes heroicas
cujo esplendor poderia nutrir o amor próprio,
mas destas cruzes ordinárias
que nós carregamos, ai de nós, com tanta repugnância,
destas cruzes de todos os dias,
com as quais a vida está repleta
e com as quais nos deparamos a todo momento,
no caminho, na contradição, no esquecimento,
no fracasso, nos falsos julgamentos, nas contrariedades,
nas friezas ou no entusiasmo de alguns,
na grosseria ou no desprezo dos outros,
na enfermidade do corpo, nas trevas do espírito,
no silêncio e na secura do coração.
Somente então sabereis que vos amo,
embora, às vezes, nem eu mesmo o saiba nem sinta;
e isto me basta!

Referências:
Mt 10, 16.
Suma Teológica, I, q. 22, a. 3.
Cf. 1 Rs 17, 14.
Cf. Suma Teológica, I, q. 19, a. 11.
Rm 8, 28.
Rm 5, 3-5.
Lc 1, 79.
Fonte: Reflexões Franciscanas em 22/06/2014

Reflexão

XII Domingo do Tempo Comum

Existe um ditado que diz “Quem avisa, amigo é!”
O Profeta Jeremias, na primeira leitura da liturgia deste domingo, vive essa situação e, em nome de Deus, alerta os israelitas a se precaverem contra a destruição de Israel e o conseqüente exílio para a Babilônia. Como seu anúncio é de uma desgraça, ele é visto como traidor, perturbador da paz pública e é jogado em uma cisterna com lama no fundo.
Fazendo voz a esse trecho de Jeremias, temos o Salmo 68 como o canto de resposta. Nele o salmista pede a Deus que o atenda através de Seu amor imenso.
Jeremias não se intimidou e viveu sua missão. Também no seu Evangelho, Mateus coloca Jesus nos alertando que seremos perseguidos por causa dele e que não deveremos ter medo. Diz ainda o Senhor que valemos muito mais que pardais, passarinhos sustentados pelo Pai. Por isso deveremos estar certos, seguros de seu amor e proteção por cada um de nós.
Ao mesmo tempo o Senhor nos chama à lucidez ao dizer que deveremos temer, isto é obedecer, quem pode decidir o destino da pessoa. Esse sim deve ser temido. Jeremias demonstrou temer o Senhor, isto é O obedeceu anunciando a situação calamitosa que se avizinhava, mesmo sendo coagido e ameaçado com prisão e morte, pelas autoridades civis e religiosas para que se calasse.
Essa situação é vivida hoje em muitos países asiáticos e africanos onde os cristãos são ameaçados, seqüestrados, violentados, tendo seus bens confiscados por causa de sua fé em Jesus Cristo. Também em países europeus e americanos isso sucede, talvez de modo mais disfarçado, mas não menos perverso. Que diremos do “bullying”, onde uma pessoa ou um grupo agride uma outra ou outros por questões religiosas, políticas, ideológicas ou simples motivação fútil?
São Paulo, em sua Carta aos Romanos, nos fala que através do pecado do primeiro homem, entrou a morte no mundo. Mas pela obediência de Cristo, entrou a vida. Ora, o homem lúcido deverá se identificar com Cristo e optar sempre pela vida, mesmo quando sofrer situações dolorosas, de morte, de destruição. Nisso mostraremos que somos obedientes seguidores da vida, de Jesus. Mostraremos qual nossa opção quando procedermos de acordo com a Vida e não quando espicaçados, retribuirmos com a mesma ação. A vida é mais forte que a morte!
(CAS)
Fonte 2014-06-21 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano – RV
Fonte: Liturgia da Palavra em 22/06/2014

Reflexão

Após prever dificuldades e perseguições aos seus seguidores, Jesus vem com o solene “não tenham medo”, repetido três vezes. De fato, o medo impede o anúncio do evangelho – o qual não pode permanecer oculto – e fraqueja nossa fé e nosso testemunho. O medo nos tira a liberdade de agir. Quem mais e quem menos, todos temos algum medo: da morte, da violência, da intolerância, da escuridão, dos “monstros”… Tudo isso é muito normal. O Mestre apresenta também os motivos para não temer. O anúncio que os apóstolos são convidados a fazer, mais cedo ou mais tarde, será revelado. Em outras palavras, toda mensagem lançada não ficará para sempre escondida, mas produzirá algum resultado. Ninguém poderá arrebatar nossa vitória final. O próprio Jesus venceu o mundo e a morte; nessa vitória se funda nossa esperança. Não podemos esquecer a Providência divina. O Pai celeste se preocupa até com os cabelos e com os pássaros, e nossa vida vale muito mais que a de um pássaro.
Oração
Ó Jesus, Mestre dos Apóstolos, teus escolhidos não precisam ter medo de expandir o Reino de Deus; ao contrário, podem seguir confiantes, sabendo que tudo o que fizerem por ti é do agrado do Pai celeste e terá a devida recompensa. Nós te agradecemos, Senhor, por esta confortável declaração. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Recadinho

Qual sua atitude quando alguém lhe confia um segredo? - Você tem oportunidade de anunciar o Evangelho? Como e quando? - Você confia na Providência? - De que você tem medo? - Você professa publicamente sua fé?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 22/06/2014

Meditando o evangelho

A INTREPIDEZ DO DISCÍPULO

Uma das virtudes que se requer do discípulo de Jesus é a intrepidez, de modo especial quando se trata de dar testemunho público de sua fé, no exercício do ministério apostólico recebido do Mestre. Sem ela, tenderá a capitular diante da primeira dificuldade. Por isso, Jesus exorta os seus seguidores a serem valorosos nas tribulações, mostrando-se intrépidos, mormente, diante dos adversários e perseguidores. As provações não haveriam de abater as pessoas simples e receptivas. Os perseguidores sim, deixar-se-iam tomar pelo ódio, ao ver os discípulos proclamarem, com toda a coragem as palavras do Mestre. Porque o Evangelho do Reino, proclamado "em cima do telhados", de maneira pública e sem meias palavras, poria a descoberto as mazelas desses adversários, constituindo-se numa verdadeira denúncia de sua injustiça e maldade.
Obviamente, a reação deles seria tentar eliminar quem os denunciava. Caso o discípulo fosse fraco e temeroso, ou não abriria a boca ou pôr-se-ia em fuga diante da menor ameaça, numa evidente infidelidade à missão recebida.
A coragem do discípulo brota de sua confiança na proteção divina. O Pai é o Senhor da vida do discípulo. Ele abate a prepotência dos perseguidores. Basta ao discípulo ser fiel à missão recebida, e entregar-se, confiante, nas mãos de Deus. Assim, sua vitória estará garantida.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, dá-me intrepidez bastante para que possa dar testemunho de teu Reino, sem me intimidar diante das ameaças e da violência dos adversários.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Deus Cuidador que espera Fidelidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Na Revelação Divina, um dos modos que Deus mais gosta de apresentar-se ao homem é como um “Deus Cuidador”, que se assemelha a uma Mãe carinhosa e fiel no amor aos filhos, não se descuidando de nenhum detalhe.
As Comunidades Cristãs do final do primeiro século estavam as voltas com a perseguição do Império Romano. As lideranças e especialmente os Missionários que tinham a missão de pregar ficavam com um certo receio em anunciar o evangelho. Deveriam falar dele abertamente ou apenas a um grupo reservado? Nos dias de hoje o cristão também passa por esta mesma dúvida cruel que gera insegurança e dificuldade em seu dia a dia. Deve se falar em Jesus e seu evangelho em todos os ambientes que frequentamos, incluindo trabalho e estudo, ou seria melhor reservar o anúncio para quando se está em comunidade ou na segurança do nosso grupo?
Os Missionários Cristãos desta terceira geração dos cristãos, constantemente lembravam que Jesus falava de maneira reservada aos doze. Mas é bom lembrar que Ele os está preparando para a Missão. Mesmo assim, Jesus não fazia segredo daquilo que anunciava revelando o Pai. Há mesmo evangelho onde depois de abordar um ensinamento com a multidão, em casa retomava o assunto de maneira mais reservada aos seus discípulos.
O evangelho de hoje deixa muito claro que o anúncio do Reino e dos valores do evangelho não é para ficar fechado dentro de um grupo ou religião. O Cristianismo não é nenhuma seita secreta que precisa ocultar aos insensatos o conteúdo da sua pregação. Os Gnósticos tinham esse cuidado pois entre eles havia os chamados “Iniciados” que estavam em um grau mais avançado. Não é o caso do anúncio da Boa Nova que se destina a todo homem e que deve ser falado as claras e de cima dos telhados para que todos ouçam e Vejam aquele que está anunciando.
Evidentemente que o Pregador se compromete a viver com coerência o conteúdo da sua pregação. Não se deve ter nenhum receio, a Segurança e garantia vem de Jesus que enviou a todos os Batizados para ser uma Igreja em Missão. Vale aqui lembrar de uma frase espetacular que  mostra onde deve estar a nossa total confiança “Buscai primeiro o Reino do Céu e tudo o mais vos será acrescentado”.
Quando se fecha alguma porta deste mundo, por causa do nosso posicionamento cristão, dez portas irão se abrir. Deus não nos deixa morrer a míngua. A garota ainda adolescente, pertencente a um Grupo de Jovens, estava sendo forçada pelo namorado, a terem a intimidade de marido e mulher. Por causa do seu principio cristã ela não cedeu e ele, indignado, acabou com o namoro. A garota sofreu, pois amava com sinceridade o rapaz. Algum tempo depois conheceu um outro rapaz em um retiro de jovens. Foi amor à primeira vista. Casaram-se e estão muito felizes com a missão de ser uma Família Cristã, a espera do terceiro filho.
Nada neste mundo, respeito humano, opressão ou ameaça, deve-nos fazer negar o nosso testemunho cristão. Quem assim o faz ainda não é verdadeiramente Cristão!
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP

2. Não tenhais medo! - Mt 10,26-33
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Tudo é obra de Deus, que espera nossa colaboração, mas nos diz que os trabalhadores estão sendo poucos para uma colheita que é grande por ser obra dele mesmo. Os apóstolos Pedro e Paulo, colunas da Igreja que celebraremos no fim do mês, nos chamam a trabalhar na messe e dar testemunho público de Jesus Cristo, como eles, que derramaram seu sangue num martírio aceito com alegria.
Não tenham medo! A Palavra de Deus não ficará oculta. Será conhecida em toda parte. Se matarem nosso corpo, não matarão nossa alma, que é imortal. Deus nos dará um novo corpo ressuscitado. Valemos muito aos olhos de Deus. Valemos o sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Podemos dar testemunho público em favor de Jesus Cristo. Que nossa vida, nossas palavras e nossas ações não o reneguem diante de ninguém! Jesus vai testemunhar em nosso favor diante do Pai.
Ao longo da história, sempre algum cristão está sendo perseguido por sua adesão a Jesus Cristo e por suas convicções adquiridas na meditação do Evangelho. Olha o que fizeram com o profeta Jeremias! Ele anunciou o que Deus mandou e disse a verdade, mas o que disse não agradou a seus contemporâneos. Ele teve que anunciar invasões de povos estrangeiros. Armaram então ciladas contra o profeta, que permaneceu firme na certeza da proteção de Deus, que estava com ele como um lutador invencível. Ao pedir a proteção de Deus, Jeremias entoou antecipadamente um canto de agradecimento, sabendo que Deus não o abandonaria nas mãos dos inimigos. “Cantai ao Senhor, louvai o Senhor! Pois livrou das mãos dos malvados a vida do indigente.”
Quando dizemos com a Palavra de Deus que o pecado entrou no mundo e somos todos pecadores, declaramos que convivemos com o mal. O mal é o pecado do mundo do qual Jesus, o Cordeiro de Deus, nos veio libertar. Não é fácil entender por que temos que morrer, por que ficamos doentes, por que sofremos dores, por que há gente que nos prejudica, por que há gente que não nos quer bem, e assim por diante. A Bíblia Sagrada nos responde com o pecado original, que foi uma decisão errada dos primeiros pais.
O Livro de Jó mostra que todo sofrimento deste homem santo e justo foi uma provação, um teste pedido por Satanás a Deus para verificar a firmeza e a persistência de Jó. São Paulo, aceitando a realidade do pecado no mundo, ensina que mais forte do que o pecado é a graça de Deus. A graça derramada sobre a humanidade pela morte e ressurreição de Jesus é a vencedora e com ela é possível superar a força do pecado. É por isso que evitamos a vingança e procuramos a compreensão misericordiosa para recuperar aqueles que se tornam dependentes da maldade do mundo.
Três vezes Jesus disse: “Não tenham medo!”, e deu três grandes motivos para não nos deixarmos paralisar pelo medo: não há nada oculto que não venha a ser revelado; ninguém pode matar a alma; no último dia, Jesus se declarará em nosso favor.

Homilia do 12º Domingo do Tempo Comum, por Pe. Paulo Ricardo



HOMILIA

«Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo»

Hoje, o Evangelho fala claramente de viver o “momento presente”: não voltar ao passado, mas, ceder em Deus e sua misericórdia. Não atormentar-se pela manhã, mas, confiar na sua providência. Santa Teresinha do Menino Jesus: «Só me guia o abandono, e não tenho outra bússola!».
A preocupação jamais tem resolvido algum problema. O que resolve problema é a confiança, a fé. «Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje está aí e amanhã é lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, gente fraca de fé?» (Mt 6,30), disse Jesus.
A vida não é por si mesma por demais problemática, é o homem que precisa de fé... A existência não é sempre fácil. As vezes é pesada; com frequência nos sentimos feridos e escandalizado pelo o que sucede em nossas vidas ou nas dos demais. Mas, enfrentemos tudo isto com fé e tentemos viver dia após dia, com a confiança que Deus cumprirá suas promessas. A fé nos levará a salvação.
«Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá sua própria preocupação! A cada dia basta o seu mal» (Mt 6,34). O que isso significa? Hoje buscas viver de maneira justa, segundo a lógica do reino, na confiança, na simplicidade, a procura de Deus, o abandono. E Deus se ocupará do resto...
Dia após dia. É muito importante. O que nos esgota muitas vezes é todas essas lembranças do passado e o medo do futuro; enquanto que, quando vivemos no momento presente, de maneira misteriosa, encontramos a força. O que tenho que viver hoje, tenho a graça de Deus para vivê-lo. Se amanhã devo fazer frente a situações mais difíceis, Deus dará sua graça. A graça de Deus se dá ao momento, no dia a dia. Viver o memento presente significa aceitar a fraqueza: renunciar o passado ou dominar o futuro e contentar-se com o presente.
P. Jacques PHILIPPE (Cordes sur Ciel, França)
Fonte: Liturgia da Palavra em 22/06/2014

REFLEXÕES DE HOJE

21 DE JUNHO-DOMINGO


HOMILIA DIÁRIA

Não tenhamos vergonha de testemunhar Deus ao mundo!

Não temos vergonha de ser diferentes e dizer para o mundo que Deus faz diferença! Precisamos em primeiro lugar testemunhar com a nossa vida qual é o tamanho do amor que nós temos por Deus!

“Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus” (Mateus 10, 32).

A Palavra de Deus hoje nos convida a não termos medo de testemunhar o amor de Deus no mundo em que nós estamos. Não ter medo porque sabemos que, em muitos lugares, a Palavra de Deus não vai ser aceita, o Evangelho não vai ser aceito e, por causa disso, muitas vezes, podemos nos sentir intimidados, envergonhados e o temor tomar conta do nosso coração: “Tenho medo de declarar o meu amor por Deus; tenho medo de reconhecer diante dos homens aquilo que eu sou!”
Mas deixe-me dizer uma coisa a você: quando nós falamos em não ter medo, não quer dizer que nós precisamos subir em cima da mesa do nosso escritório, no nosso trabalho e ali obrigar e brigar para que as pessoas se convertam. Não significa que nós precisamos criar brigas, confusões e discussões por causa do nome do Senhor.
O que nós precisamos, em primeiro lugar, é testemunhar com a nossa vida qual é o tamanho do amor que nós temos por Deus. Aqui se trata de não ter medo de ser diferente; sim, aquele que se declara por Deus é diferente, ele se veste diferente, ele fala diferente, ele não é melhor do que ninguém, ele não se veste melhor do que ninguém, não fala melhor do que ninguém; mas ele tem uma opção de vida, ele pauta a sua vida segundo o Evangelho.
Tem gente que tem vergonha de não beber, por exemplo, porque todo o mundo bebe. ”Se eu não beber vão me chamar de ‘carola’, vão me chamar disso e daquilo”. Não, você se tomou por convicção por causa de Deus que beber e se embriagar não é de acordo com a vontade de Deus. Não tenha medo de testemunhar que essa vida não convém a você! E isso também vale para a forma de se vestir, de se comportar, e em tudo. Nós não precisamos ter medo de declararmos a nossa convicção de vida.
Nós não somos melhores do que ninguém, mas é verdade que somos diferentes. Nós fizemos a opção pelo Evangelho, e aquele que se declara diante dos homens, em favor do nome de Jesus, não precisa ter receio, porque Ele vai se declarar diante do Pai em favor de mim e de você que não temos vergonha d’Ele, que não temos vergonha de ser de Deus, vergonha de não nos comportarmos como todos. Não temos vergonha de ser diferentes e dizer para o mundo que Deus faz a diferença.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 22/06/2014

Oração Final
Pai Santo, que a nossa vida seja transparente! A tua Luz, acolhida em nosso coração, ilumine os caminhos da nossa comunidade. Juntos com os irmãos nós não nos esqueçamos de te dar graças e saibamos repartir os dons que nos ofereces com tanto amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 22/06/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai amado, que és cheio de misericórdia, concede-nos autenticidade, leveza e alegria para anunciar, com o testemunho de vida e com palavras inspiradas por teu Espírito as maravilhas do Reino que preparas carinhosamente para todos nós. Pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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