terça-feira, 5 de maio de 2020

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 06/05/2020

ANO A


Jo 12,44-50

Comentário do Evangelho

“Quem me vê, vê aquele que me enviou”

A perícope de hoje contrasta com a precedente (12,37-43), em que o tema é a incredulidade. Apesar de ter realizado muitos sinais, muitos judeus não creram nele (cf. v. 34). A razão da incredulidade: cegueira e dureza de coração (cf. v. 40; ver também Jo 9,41). Aqui, Jesus toma a palavra. Ele é o enviado do Pai e, como tal, é portador da palavra do Pai: “… aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus” (Jo 3,34). Pelo paralelismo apresentado nos versículos 44 e 45, “crer” e “ver” são, no quarto evangelho, sinônimos. Trata-se da visão própria da fé, que ultrapassa o aparente e penetra a realidade em sua profundidade. A fé possibilita a experiência de que estar diante de Jesus é estar na presença de Deus: “Quem me vê, vê aquele que me enviou” (v. 45). Esse paralelismo permite ainda compreender a profunda unidade que une o enviado àquele que o enviou. Por isso, Jesus poderá dizer: “O Pai e eu somos um” (10,30).Ouvir Jesus é ouvir, como dissemos, o Pai: “… o que eu falo, eu o falo de acordo com o que o Pai me disse” (v. 50).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, como discípulo da luz, quero deixar-me sempre guiar por teu Filho. Só, assim, as ciladas do demônio não prevalecerão sobre mim. Vem em meu auxílio!
Fonte: Paulinas em 24/04/2013

Vivendo a Palavra

Através do Filho, o Enviado, nós acreditamos no Pai Misericordioso, que O enviou. Hoje nós somos os enviados por Jesus de Nazaré. Que os nossos irmãos peregrinos possam crer na Boa Notícia do Reino de Deus que nós anunciamos com alegria não só com palavras, mas com o testemunho de nossas vidas.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/04/2013

Reflexão

Jesus é o grande comunicador do Pai. Ele veio ao mundo não para fazer a própria vontade, mas veio como enviado do Pai para realizar as obras de Deus, e ele foi fiel à sua missão. E a missão que o Pai atribuiu a Jesus é uma missão salvífica: a missão de retirar a humanidade do reino das trevas e introduzi-la no reino da luz. Ser cristão significa ouvir as palavras de Jesus, reconhecer o caráter divino que está presente nela, sentir-se apelado por ela para não mais viver nas trevas do erro, do pecado e da morte, mas sim na luz da verdade, da vida e do amor e responder de forma positiva a este apelo para que, crendo nas palavras de Jesus, creiamos firmemente naquele que o enviou para a nossa salvação.
Fonte: CNBB em 24/04/2013

Reflexão

Jesus reafirma que não age por conta própria; seu poder de realizar obras grandiosas vem do Pai. Ele não diz as palavras como bem entende; ele reproduz as palavras que o Pai o mandou dizer. Então, é possível conhecer o Pai: “Quem me vê, está vendo aquele que me enviou”. Não há como separar Pai e Filho. E Jesus, ao se autorrevelar, convida cada pessoa a buscar a luz, que é vida plena para todos: “Eu vim como luz para o mundo, para que não permaneça nas trevas todo aquele que acredita em mim”. Diante de Jesus e do seu projeto de vida, as pessoas não podem ficar indiferentes ou neutras, deixando para mais tarde uma tomada de posição. Se quiser caminhar na luz, se quiser trilhar os caminhos de Deus, a decisão é agora: a favor de Jesus. Ele é o único revelador do Pai e a única salvação para nós.
Oração
Ó Jesus, vieste como “luz para iluminar o mundo”, a fim de que não permaneça nas trevas aquele que acredita em ti. Ajuda-nos, Senhor, a compreender que estás unido ao Pai e proferes as palavras que o Pai te mandou dizer. E que o mandamento do Pai é vida eterna. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))

Meditando o evangelho

ACOLHIDA E REJEIÇÃO

Jesus ressuscitado é a luz colocada pelo Pai na história humana, para que ninguém fique vagando nas trevas. Mas, é preciso tomar uma decisão. Quem se decide por Cristo, coloca-se no caminho da salvação. A luz do Ressuscitado permite ao seguidor de Jesus detectar os empecilhos que o egoísmo coloca em seu caminho, para desviá-lo do amor e da justiça. Esta luz denuncia as artimanhas do mal que, enganando os incautos, tende a afastá-los de Deus. Ela possibilita vislumbrar a misericórdia do Pai que acolheu e ressuscitou Jesus e quer acolher a todos que nele crerem.
Quem rejeita Jesus, toma o perigoso caminho do Julgamento. Por não ser capaz de dar à sua vida o rumo certo, deixará o mal tomar conta de seu coração, não permitindo que Deus nele venha morar. Permanecerá insensível diante da injustiça. O sofrimento alheio lhe passará despercebido. Este centramento no próprio eu só pode gerar a morte.
O Ressuscitado propõe-se a iluminar a vida de quem aceita deixar-se guiar por ele. Optar pela luz é optar pela vida e pela salvação. Escutar Jesus é deixar-se guiar pelo Pai que, por amor, nos oferece vida em plenitude. Por conseguinte, é loucura dar as costas a Jesus e rejeitar suas palavras. Por meio dele, o Pai quer atrair a si toda humanidade.
Oração
Senhor Jesus, ilumina o meu caminho com tua luz de Ressuscitado, para que eu caminhe com segurança em direção ao Pai.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. CRER EM JESUS E NO PAI
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A fé em Jesus está estreitamente ligada com a fé no Pai, e a fé no Pai conduz à fé em Jesus. Ambos os níveis da fé estão em mútua dependência. Considerados isoladamente, perdem toda a sua consistência.
A fé em Jesus tem fundamento na sua condição de enviado do Pai. Enquanto enviado, é portador de uma missão específica. As palavras a serem proclamadas não são suas. Compete-lhe somente anunciar o que lhe foi comunicado. Por outro lado, o poder de realizar obras prodigiosas também lhe foi conferido. Portanto, os milagres realizados por ele apontam para o Pai, fonte de todo poder.
Todavia, a ação de Jesus não foi puramente mecânica, como se ele fosse um instrumento passivo nas mãos do Pai. Pelo contrário, lançou-se, de corpo e alma, na missão recebida, assumindo como obra própria tudo quanto realizava. Havia uma profunda sintonia entre a pessoa de Jesus e sua ação. Ele não agia por mera formalidade.
Embora querida pelo Pai, a ação de Jesus revelava sua identidade com ele. Por isso, a profissão de fé no Pai leva, necessariamente, à profissão de fé no Filho Jesus. Por outro lado, sendo Jesus manifestação do Pai, na história humana, quem nele crê, está no caminho seguro para chegar ao Pai.
Oração
Espírito do Pai e do Filho, conduze-me a uma fé sincera em ambos, de modo que eu saiba contemplar, no rosto de Jesus, o rosto Pai.
Fonte: NPD Brasil em 24/04/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Palavra que nos julga...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Estava revendo uma novela dos anos 90 chamada "Roque Santeiro", nela, o maldoso e cruel Sinhozinho Malta, a cada maldade arquitetada perguntava aos seus cupinchas, "Estou certo ou errado?" balançando a pulseira do relógio, em um gesto que demonstrava um excessivo autoritarismo, e ninguém ousava dizer que ele estava errado...
Quando ouvimos falar de um Deus diante do qual chegaremos para ser julgados, dá um "friozinho" na barriga, principalmente sabendo que não haverá recurso e nem apelação, o julgamento será definitivo e irá selar toda a eternidade. Entretanto, diferente dos tribunais da terra, onde muitas vezes prevalece a mentira por causa de um ardil muito bem planejado da Defesa ou da Acusação, e que consiste em ter na manga da camisa ou no bolso do colete uma elemento surpresa para ser utilizado na audiência, nenhum homem ou mulher da humanidade inteira poderá alegar falta de conhecimento, ou medo de que Deus use de um elemento surpresa, de algo que não sabemos, para nos condenar...
Ele falou as claras, manifestou-se nitidamente no seu Filho Jesus Cristo, sabiamente chamado pelo evangelista João de "Verbo Divino", e aqui, também para que ninguém alegue que se esqueceu dessa Palavra de Deus e do seu ensinamento, Jesus nos deu o seu Espírito Santo, para sempre "refrescar a nossa memória e o nosso coração", isso é, poderá passar milênios de história da nossa Humanidade, a Palavra permanecerá sempre intacta e atualizada, nenhum ser humano terá diante de Deus qualquer desculpa, para abrandar o julgamento.
Ouvir a Palavra de Jesus é ouvir a Palavra do Pai, ver a Jesus e fazer com ele experiência mais sensacional e espetacular de nossa Vida, é ver e experimentar o próprio Pai.
Quem viver de maneira permanente essa experiência, tornar-se-á conhecido do Pai e não precisará temer o julgamento. Entretanto, ouvir e ver, conhecê-lo e experimentá-lo, é decisão que compete a cada homem tomar, mediante a fé e o bom uso do seu Livre arbítrio.
Desprezar e rejeitar a Jesus, menosprezar o seu evangelho, sua Palavra libertadora, sua Luz maravilhosa, e viver de qualquer jeito, empurrando a existência com a "barriga", ignorando o seu sentido, a origem da Vida e o seu ocaso, é condenar-se já nesta vida, é tomar a decisão errada, criando uma situação que depois não poderá ser revertida...
Uma coisa é certa e comprovada, sem acolher esta Palavra, nem vale a pena viver...

2. Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas - Jo 12, 44-50
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Não vemos o Cristo fisicamente como o viram seus contemporâneos antes de sua morte. Não vemos também como o viram os que testemunharam a sua ressurreição, que com ele falaram e com ele comeram. Fazemos parte daqueles que acreditaram sem ter visto e que, por isso, são considerados bem-aventurados por Jesus. São João insiste na necessidade da fé que, por Jesus, nos leva ao Pai. “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou.” João, apóstolo e evangelista, escreve num período de relações polêmicas entre os nazarenos, discípulos de Jesus, e os fariseus remanescentes da destruição do Templo e da Cidade Santa de Jerusalém. Estes acreditavam ser verdadeiros discípulos de Moisés e adoradores do Deus verdadeiro. Em contrapartida, a comunidade joanina afirmava que, para conhecer alguma coisa do Pai, do Deus dos nossos pais, é preciso aceitar Jesus Cristo na fé. Para eles, verdadeiros discípulos de Moisés e adoradores do Deus verdadeiro são os seguidores de Jesus de Nazaré. Embora em tom mais amigável, a polêmica perdura até hoje.

HOMILIA DIÁRIA

Temos acolhido ou rejeitado as palavras de Jesus?

Postado por: homilia
abril 24th, 2013

Estamos diante de uma verdade inegável. Pela última vez, Jesus visita Jerusalém e fala publicamente por ocasião da festa da Páscoa dos judeus. Clamado rei pelo povo quando entra na cidade, em alto e bom som Jesus começa o seu discurso de identificação com o Pai do Céu, exortando a todos para que permaneçam unidos a Ele escutando e acolhendo Sua palavra, assim como Ele e o Pai são um: “Eu e o Pai somos um”.
A partir desta expressão, concluímos que entre Jesus e o Pai que O enviou há tal comunhão de vida, palavra e juízo, que ouvir e ser julgado por um é ouvir e ser julgado pelo outro.
Retomando o que João disse no prólogo, acolhê-Lo é acolher a Luz que vem de Deus. Pois Ele é a Luz do mundo, e quem crer n’Ele não permanece nas trevas, mas terá a luz da vida. É ter a vida que vem do próprio Deus. Crer em Jesus é crer em Deus Pai. Ele só fala o que o Pai lhe mandou e ordenou que dissesse ou fizesse: “Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e anunciar”.
Quero chamar a sua atenção, meu irmão, nas palavras de Jesus: “A palavra que eu falei o julgará no último dia”, ou seja, as palavras de Cristo nos haverão de julgar. O julgamento não será feito por Jesus, mas sim pela própria acolhida ou rejeição da Sua palavra.
Aproximemo-nos, acolhamos e sejamos dóceis a elas [palavras de Jesus]. Saiba que a participação – ou não – na vida eterna é opção minha e sua. Deus conta com a minha e a sua adesão na fé e com o nosso dom de amor a serviço da vida, a qual, assumida em Deus, é eterna. Quanto mais entramos em comunhão de vida, palavra e critérios com Jesus e o seu Reino, mais compreenderemos a expressão: “Ver Jesus é ver o Pai”, e preparados estaremos para a nossa união indivisível com Cristo, no Pai e no Espírito Santo.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 24/04/2013

Oração Final
Pai Santo, que fizeste da tua Palavra encarnada em Jesus o nosso juiz no último dia, dá-nos especial veneração por eia. Que nós a guardemos no coração, que a vivamos nos relacionamentos humanos e a anunciemos com amor aos irmãos peregrinos, nós te pedimos, Pai querido, pelo Cristo Jesus, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/04/2013

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