sábado, 9 de fevereiro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/02/2019

ANO C


V DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C - Verde

“Em atenção à tua Palavra, vou lançar as redes.”

Lc 5,1-11

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Reunidos para a celebração do mistério central da nossa fé, queremos, nesta liturgia, fazer a experiência da misericórdia e da santidade de Deus. Os discípulos, ao ouvirem a Palavra do Mestre, comprometem-se com a missão. O próprio Jesus É a Palavra e fundamento do discipulado, somos igualmente convocados à missão e enviados por Ele.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, o Senhor nos chamou e nos reuniu em seu amor. Será Ele também a nos enviar em missão quando concluirmos esta Eucaristia. Sim! O Senhor precisa de nós na importante missão de anunciar o Evangelho. Por isso estamos aqui: para nos alimentar de sua Palavra e de seu Corpo e Sangue; para termos em nós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus, sem o que não estaremos habilitados para a missão. Que esta Eucaristia nos torne fiéis a tão grande e tão urgente missão que o Senhor nos confia nos tempos de hoje.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Para anunciar a Deus, é preciso tê-lo "conhecido". Para conhecer a Deus é necessário que "Ele se revele". Não podemos atingir a Deus com nossos silogismos, encerrá-lo em nossos raciocínios. A revelação de Deus é ato soberanamente livre, é iniciativa sua, totalmente gratuita. O homem não tem poder sobre Deus. Ora, o profeta não anuncia uma doutrina abstrata, meramente humana, mas o Deus vivo; ele só é profeta se Deus se lhe revela, se o chama, se o envia. Revelação, vocação e missão estão estreitamente unidas. A Igreja só pode revelar o amor de Deus partilhando este amor com todos os seres humanos.

VOU LANÇAR AS REDES...

Chegamos ao quinto domingo do tempo comum e hoje temos uma liturgia fortemente vocacional, com esses textos fica evidente que o chamado de Deus não se dá mediante episódios ‘miraculosos’ e sim nas situações cotidianas. O Senhor não nos pede o impossível, nos pede disposição ao serviço do Reino.
Na primeira leitura vemos o chamado do profeta Isaías, um homem que se considerava de lábios impuros mas Deus o chama para anunciar e o fez grande profeta.
No Evangelho vemos o chamados dos primeiros que formaram o grupo dos doze. O chamado não se dá em meio a agitação do templo e sim à beira do Lago de Genesaré mostrando que a missão se dá no emergencial da vida e não se pode vislumbrar horizontes superficiais e sim, como Jesus diz a Pedro, é preciso lançar as redes para ‘águas mais profundas’, exatamente porque é aí que se apresenta grandes e sérios desafios.
Que possamos ter essa coragem de nos desapegarmos do comodismo e nos lançarmos rumo às necessidades de nossos irmãos.
Texto: Equipe Diocesana - Diocese de Apucarana - PR

OUSADIA E ARDOR PARA AVANÇAR NA EVANGELIZAÇÃO

A santidade é ousadia, é impulso evangelizador (parresia) que deixa uma marca neste mundo. Para isso ser possível, o próprio Jesus vem ao nosso encontro, repetindo-nos com serenidade e firmeza: «não temais!» (Mc 6, 50). «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28, 20). Estas palavras permitem-nos partir e servir com aquela atitude cheia de coragem que o Espírito Santo suscitava nos Apóstolos, impelindo-os a anunciar Jesus Cristo. Ousadia, entusiasmo, falar com liberdade, ardor apostólico: tudo isto está contido no termo parresia, uma palavra com que a Bíblia expressa também a liberdade duma existência aberta, porque está disponível para Deus e para os irmãos.
O Beato Paulo VI mencionava, entre os obstáculos da evangelização, precisamente a carência de parresia, «a falta de ardor, tanto mais grave [porque] provém de dentro». Quantas vezes nos sentimos instigados a deter-nos na comodidade da margem! Mas o Senhor chama-nos a navegar pelo mar adentro e lançar as redes em águas mais profundas (cf. Lc 5, 4). Convida-nos a gastar a nossa vida ao seu serviço. Agarrados a Ele, temos a coragem de colocar todos os nossos carismas ao serviço dos outros. Oxalá pudéssemos sentir-nos impelidos pelo seu amor (cf. 2 Cor 5, 14) e dizer com São Paulo: «ai de mim se eu não evangelizar!» (1 Cor 9, 16).
Olhemos para Jesus! A sua entranhada compaixão não era algo que O ensimesmava, não era uma compaixão paralisadora, tímida ou envergonhada, como sucede muitas vezes conosco. Era exatamente o contrário: era uma compaixão que O impelia fortemente a sair de Si mesmo a fim de anunciar, mandar em missão, enviar a curar e libertar. Reconheçamos a nossa fragilidade, mas deixemos que Jesus a tome nas suas mãos e nos lance para a missão. Somos frágeis, mas portadores dum tesouro que nos faz grandes e pode tornar melhores e mais felizes aqueles que o recebem. A ousadia e a coragem apostólica são constitutivas da missão.
[...] Precisamos do impulso do Espírito para não ser paralisados pelo medo e o calculismo, para não nos habituarmos a caminhar só dentro de confins seguros. Lembremo- nos disto: o que fica fechado acaba cheirando a mofo e criando um ambiente doentio. Quando os apóstolos sentiram a tentação de deixar-se paralisar pelos medos e perigos, juntaram-se a rezar pedindo parresia: «agora, Senhor, tem em conta as suas ameaças e concede aos teus servos poderem anunciar a tua palavra com toda a ousadia» (At 4, 29). E a resposta foi esta: «tinham acabado de orar, quando o lugar em que se encontravam reunidos estremeceu, e todos foram cheios do Espírito Santo, começando a anunciar a palavra de Deus com ousadia» (At 4, 31).
Deus é sempre novidade, que nos impele a partir sem cessar e a mover-nos para ir mais além do conhecido, rumo às periferias e aos confins. Leva-nos aonde se encontra a humanidade mais ferida e aonde os seres humanos, sob a aparência da superficialidade e do conformismo, continuam à procura de resposta para a questão do sentido da vida. Deus não tem medo! Não tem medo! Ultrapassa sempre os nossos esquemas e não Lhe metem medo as periferias. Ele próprio Se fez periferia (cf. Flp 2, 6-8; Jo 1, 14). Por isso, se ousarmos ir às periferias, lá O encontraremos: Ele já estará lá. Jesus antecipa-Se-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sombria. Ele já está lá.
Move-nos o exemplo de tantos sacerdotes, religiosas, religiosos e leigos que se dedicam a anunciar e servir com grande fidelidade, muitas vezes arriscando a vida e, sem dúvida, à custa da sua comodidade. O seu testemunho lembra-nos que a Igreja não precisa de muitos burocratas e funcionários, mas de missionários apaixonados, devorados pelo entusiasmo de comunicar a verdadeira vida. Os santos surpreendem, desinstalam, porque a sua vida nos chama a sair da mediocridade tranquila e anestesiadora.
Peçamos ao Senhor a graça de não hesitar quando o Espírito nos exige que demos um passo em frente; peçamos a coragem apostólica de comunicar o Evangelho aos outros e de renunciar a fazer da nossa vida um museu de recordações. Em qualquer situação, deixemos que o Espírito Santo nos faça contemplar a história na perspetiva de Jesus ressuscitado. Assim a Igreja, em vez de cair cansada, poderá continuar em frente acolhendo as surpresas do Senhor.
Papa Francisco
Exortação Apostólica “Gaudete et Exsultate, sobre o chamado à santidade no mundo atual

Comentário do Evangelho

Ação Missionária da Igreja

O relato da pesca está construído sobre o de Mc 1,16-20, o chamado dos quatro primeiros discípulos: Simão e André, Tiago e João, filhos de Zebedeu. O relato tem por finalidade fundar a ação missionária da Igreja. A missão da Igreja está fundada numa promessa - envio do Senhor: "De agora em diante serás pescador de homens" (Lc 5,10). Os episódios precedentes ao relato criam um ambiente adequado ao chamado de Pedro, o que implica que o chamado e a resposta não pareçam tão surpreendentes (veja, por exemplo, Lc 4,38-39). Segundo Marcos, Jesus se dirige separadamente, e em terra, a cada uma das duplas de irmãos; para Lucas 5,10, todos foram chamados juntos, sobre o Lago, e mediante um apelo dirigido exclusivamente a Pedro. Mas Simão não está só, ainda que seja o primeiro a receber o chamado de Jesus; também outros deixam tudo para segui-lo (v. 11). Pedro somente é destinatário da promessa de ser "pescador de homens", o que prefigura o seu papel de "chefe" e responsável do grupo. Ainda que controvertida, a expressão "pescador de homens" aponta para a participação do discípulo na missão de Jesus. Pode ainda significar o engajamento do discípulo no que se refere à unidade da Igreja: reunir da dispersão o povo de Deus (peixes), ou, então, o ato de tirar o peixe da água pode simbolizar a participação dos que são chamados à tarefa de libertar as pessoas do poder do mal. O mar é, para o mundo bíblico, símbolo da morte e do mal.
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, confirma minha vocação de pescador de pessoas humanas, e conduze-me para águas mais profundas onde se encontram os que mais carecem de meu amor.
Fonte: Paulinas em10/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

Pedro vive a grande descoberta: tentara pescar a noite toda, usando sua longa experiência profissional, mas apenas cumprindo a rotina. Quando fez a mesma coisa, agora em águas mais profundas e motivado pela ordem do Mestre, recolhe, além dos peixes, a certeza de que se tornaria pescador de homens. Sirva para nós: mais importante do que o que fazemos, é por quem nós o fazemos.

Reflexão

EM ATENÇÃO À PALAVRA, LANCEMOS AS REDES!

Em Lucas 5,1-11 encontramos na ação de Jesus um modelo de catequese. Ele adapta sua pregação à realidade daquele povo. Utiliza-se do barco de Simão (Pedro) como púlpito. Ensina com sua palavra – palavra que garante a eficácia da missão. Dentre os ouvintes, chama aqueles que serão seus discípulos.
Diante dessa narrativa do Evangelho de Lucas, o evangelho da práxis cristã, temos a oportunidade de avaliar nossos momentos de reflexão sobre a palavra de Deus e o tipo de relação que desenvolvemos com ela. E perguntar-nos se nossos ensinamentos a respeito dela estão de acordo com a realidade do nosso povo. O “púlpito” que utilizamos deve atingir a todos. É bom que esta seja a preocupação de todo aquele ou aquela que, em atenção à palavra de Jesus, busca lançar as redes.
De fato, embora conscientes da nossa fraqueza e indignidade diante do Mestre, cabe-nos dar fé à palavra de Jesus, que ordena: “Avança para as águas mais profundas, e lançai as vossas redes para a pesca” (Lc 5,4). Que nossa resposta seja: “Em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Lc 5,5). Porque da palavra de Jesus nos vem a garantia e a eficácia da nossa missão: capturar/resgatar todos os homens e mulheres para a vida.
Este é o desejo de Deus: recuperar a todos para que vivam, e vivam em abundância. É também a tarefa que Jesus deixou a cada um de nós. Cada um responde segundo suas possibilidades e capacidades: como leigo comprometido e participante da comunidade; como pai de família, que gasta sua vida na missão de educar os filhos mediante o testemunho e o cuidado; como consagrado, religioso ou sacerdote.
O importante é que nossos ensinamentos, à luz do evangelho, suscitem a fé das pessoas, levando-as a se apaixonar pela Palavra e, cheias de vida, fazer o seu discernimento até a ponto de o reino se tornar o valor supremo na vida delas. Em atenção à palavra de Deus, portanto, não desanimemos; lancemos as redes em captura/resgate dos homens e mulheres que querem viver em Cristo. Amém!
Benedito Antônio Bueno de Almeida, ssp
Fonte: Paulus em 10/02/2013

Reflexão

Jesus abandona as sinagogas e se dirige ao ambiente dos pescadores, à beira do lago de Genesaré, proclamando a Palavra de Deus à multidão que se aglomera em volta dele. Depois, subindo na barca de Pedro, continua ensinando e pede a este que lance as redes em águas mais profundas. Apesar de uma noite infrutífera, conseguem uma abundante pesca. A obediência à Palavra de Deus provoca resultados positivos. É a confiança na força do Evangelho que produz resultados inesperados. Após o sucesso da pesca, o Mestre chama alguns pescadores para segui-lo e partilhar a missão. De pescadores de peixes transformam-se em pescadores de gente. A comunidade cristã é convidada por Jesus a lançar as redes em águas mais profundas, ou seja, ir além da mesmice, enfrentar os desafios da modernidade e do neoliberalismo, que lançam à miséria milhares de pessoas. Ou como diz o papa Francisco, é preciso ir às periferias sociais das grandes cidades, onde moram as pessoas mais vulneráveis. Somente obedecendo às palavras de Jesus, a Igreja recuperará o poder de atração e a credibilidade que já teve. Não serão as teorias e as doutrinas elaboradas ao longo dos séculos que resolverão os problemas da Igreja, mas a fidelidade à vida e à proposta de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

PESCADORES DE HOMENS

A pesca milagrosa tornou-se uma espécie de parábola da missão dos discípulos. Doravante, eles seriam pescadores de seres humanos. Qual o significado desta metáfora?
Eles passariam a servir a um novo "patrão": Jesus. Ele é quem sabe onde e quando a rede deve ser lançada, e quem necessita de ser atraído para o Reino.
Apesar de sua habilidade e conhecimento do mar, esses pescadores haviam trabalhado a noite inteira, sem resultado. Só lançaram a rede, fiados na palavra de Jesus. O resultado foi espetacular! O mesmo aconteceria daí para frente.
O mar da Galiléia seria trocado pelo mar do mundo, onde se encontra a humanidade a ser "apanhada" pela rede do Reino. Esta troca comportaria uma verdadeira revolução na vida dos discípulos. Deveriam deixar a tranqüilidade da vida às margens do mar da Galiléia para enfrentar o mar encapelado do mundo, com suas tempestades e possibilidade de pesca infrutífera. Além disso, os laços afetivos de família, a profissão, os projetos pessoais e tudo o mais seriam deixados para trás. Os estreitos horizontes de sua terra natal alargar-se-iam até abarcar o mundo inteiro.
A decisão dos primeiros discípulos foi um salto no escuro. Só mesmo uma profunda confiança na pessoa de Jesus permitiu-lhes lançarem-se na aventura do serviço ao Reino.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de desapego, corta todas as amarras que me impedem de ouvir a ordem de Jesus para tornar-me, com ele, pescador de seres humanos.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. CHAMADOS PARA O DESAFIO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não sei se os quatro primeiros discípulos, André, Pedro, Tiago e João, estavam de bom humor ao serem chamados por Jesus á margem do Lago de Genesaré, quando trabalhavam duramente limpando suas redes dos “enroscos” que havia nelas, após uma noite de pescaria fracassada. É bom lembrar que tratava-se de um trabalho profissional e não de uma pescaria de lazer, como é uma prática mais perto da nossa realidade.
A proposta de Jesus ao grupo de pescadores parecera descabida, ele pedia-lhes para que insistissem em uma tarefa, que não dera certo ao longo de uma jornada inteira de trabalho noturno, de um jeito diferente, jogando as redes onde ele fosse indicar.
Ora, que profissional aceitaria orientação de um estranho em seu trabalho? O horário era desfavorável, quem conhece o litoral sabe que os barcos pesqueiros trabalham à noite, e que de manhã é hora de contabilizar os ganhos com a descarga dos peixes na praia. A proposta vinha como um desafio e implicava em aceitar ou não a palavra de Jesus. Após terem aceitado, fizeram conforme o Senhor lhes ordenara e o resultado fora surpreendente: as redes não resistiram a quantidade de peixes apanhados, sendo necessário partilhar a tarefa com companheiros da outra barca.
Nas barcas de nossas comunidades o resultado do nosso trabalho nem sempre é o que esperamos, pois é preciso estar sempre preparados para o fracasso das “noites” em que as redes voltam vazias, com “coisas indesejadas” que somos obrigados a ‘limpar”, buscamos a santidade de uma vida em comunhão, na justiça, partilha, fraternidade, mas muitas vêzes acabamos encontrando fofocas, intrigas, divisões, coisas que estão em nossa rede embora não façam parte da vida da comunidade, não as queremos, ninguém as deseja, mas elas estão lá, exigindo um trabalho de superação que requer muita paciência e compreensão. Quem já tirou enrosco de uma linha de pesca ou de uma rede, sabe que não é tarefa das mais fáceis.
E de repente, em meio a essa tarefa somos chamados como os primeiros discípulos à “irmos mais fundo”, avançando para águas mais profundas. Será que o nosso papel na comunidade é só ficar consertando as coisas que não deram certo? Claro que não!
A missão primária da igreja não é a excessiva preocupação com si mesma, sua estrutura e seu funcionamento, mas sim em anunciar aos de fora o evangelho de Cristo. Por experiência própria e muitas vezes por puro comodismo, achamos que o trabalho proposto por Jesus não dará nenhum resultado e na maioria das vezes em que o nosso coração nos pede mais ousadia na missão, acabamos preferindo as águas sempre rasas da nossa comunidade, grupo, pastoral, movimento ou associação onde é sempre muito fácil falar de Jesus e do seu evangelho, pois todos gostam, aceitam e até aplaudem!
As pessoas vêm até nós e assim passamos o nosso tempo “pescando” no aquário, onde até causamos espanto e admiração, não pelo resultado do trabalho, mas apenas pela nossa performance e desempenho.
Não foi para isso que Jesus chamou os discípulos e nem é para isso que o Senhor nos chamou. Ser missionário é sair do nosso “mundinho” conhecido e entrar na realidade desconhecida das pessoas, lá onde elas estão e vivem, feiras livres, shopings, grandes avenidas, condomínios residenciais de alto luxo, favelas e áreas verdes, onde o medo do narcotráfico mata qualquer esperança.Em nossos hospitais, presídios, asilos etc. E se acharmos que a tarefa é muito grande para as nossas modestas possibilidades, então podemos começar pelas nossas famílias e ambiente de trabalho.
O verdadeiro missionário vai sempre além de suas expectativas, do seu conhecimento, da sua bagagem e experiência, ele sabe que sempre há o risco de um fracasso, mas arrisca-se de maneira corajosa porque é o Senhor quem determina. “...em atenção á sua palavra, vou lançar as redes”.
Quando assim fazemos, acabamos nos surpreendendo com o resultado e rapidamente, como Pedro, descobriremos que não foram nossas aptidões, mas sim a graça de Deus que realizou a missão, dando os frutos em quantidade muito maior do que esperávamos.
E ao tomarmos conhecimento de que a graça de Deus, derramada por Jesus Cristo, move-se e age mesmo em cima de nossas fraquezas e erros, somos tomados pelo medo de nos entregarmos totalmente a Deus.
Então aí só nos resta um caminho: confiar em Jesus e vivermos somente á luz da fé, na certeza de que doravante faremos não do nosso modo, mas do modo dele, mesmo que isso signifique ir contra a nossa lógica e razão.
Essa atitude requer uma ruptura até mesmo com aquilo que nos pareça ser essencial, os primeiros discípulos abandonaram na praia as redes e o barco e seguiram a Jesus, pois é impossível edificarmos o reino de Deus do nosso modo.
Pensemos em nossa vocação e nos perguntemos em que águas andamos “pescando”. A resposta irá exigir de nós uma atitude, a partir do evangelho.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Pegaram tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O projeto de Jesus não é fácil e ele não quer realizá-lo sozinho, nem quer realizá-lo de uma vez. Por isso, chama colaboradores para que assumam o projeto e se disponham a desenvolvê-lo de forma permanente. Jesus chama os primeiros apóstolos por ocasião da grande pesca milagrosa, para que não se tornem pescadores de peixes, mas pescadores de gente. Jesus diz a Pedro, que tem a primazia no grupo dos apóstolos: “Não tenhas medo. De agora em diante serás pescador de homens”. Aí está a missão de Jesus, a missão dos apóstolos, a missão de todos nós, seguidores de Jesus; a missão, enfim, da sua Igreja: trabalhar em favor da pessoa humana. Isto é ser pescador de gente. A palavra dirigida a Pedro inclui todos os que deixaram tudo e seguiram Jesus.
Pedro e seus companheiros não tinham conseguido pescar nada. Quando ouviu de Jesus: “Avança mais para o fundo”, Pedro responde com fé e com esperança: “Pela tua palavra, lançarei as redes”. Depois da pesca, com muita humildade, reconhece a sua limitação: “Sou um pecador”. Isaías também disse ao Senhor: “Sou um homem de lábios impuros”, mas foi purificado por um Serafim e se dispôs a realizar a missão que Deus lhe pedia. “Aqui estou. Envia-me”, disse o profeta. Maior que a nossa imperfeição, maior que o nosso pecado é a graça de Deus e a força da sua Palavra. O reconhecimento do pecado pode vir antes, pode vir depois, pode vir na hora. O importante é não se deixar paralisar. Levante-se e vá, eis-me aqui, envia-me para águas mais profundas. Com muita verdade, São Paulo escreve aos coríntios: “É pela graça de Deus que sou o que sou. E a graça que ele reservou para mim não foi estéril; a prova é que tenho trabalhado mais que todos eles, não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo”. A graça de Deus tornou Paulo um grande pescador de gente. Para isso nos chama Deus e nos coloca na Comunidade de Jesus. Podemos tudo naquele que nos dá força.

REFLEXÕES DE HOJE


10 DE FEVEREIRO-DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS DESTE DOMINGO

HOMILIA DIÁRIA

De agora em diante, você será pescador de homens!

Postado por: homilia
fevereiro 10th, 2013

“Por causa da tua palavra lançarei as redes”. Mas que palavra? E com que autoridade? “Avançai para águas mais profundas, e lançai as vossas redes para a pesca”. Estas palavras foram garantia para que Pedro e os outros apóstolos voltassem a pescar naquele dia, depois de uma noite toda de pesca infrutífera. E continuam sendo ditas para nós hoje.
Para ontem, estas palavras tendo sido cumpridas, fizeram com que os discípulos reconhecessem o poder de Jesus. E hoje? Que mensagem estas palavras trazem para mim e para você? A mensagem desse Evangelho nos motiva a nunca desistirmos e sempre tentarmos novamente. Saber que Jesus está perto e que, na pesca da nossa vida, Ele nos orienta, nos ilumina com o Seu Espírito, é segurança para nunca perdermos a esperança. Ainda que já tenhamos trabalhado a noite inteira e nada conseguimos pescar.
Mesmo que já tenha se exaurido a nossa capacidade de pedir, de suplicar, de esperar por alguma coisa de que necessitamos, “em atenção à Palavra de Jesus”, devemos prosseguir lançando as redes. É esta a mesma Palavra que nos anima, hoje, a avançarmos na nossa vida, na nossa pescaria, na nossa luta em busca de paz, felicidade e vida plena.
“Avançar para águas mais profundas” significa para nós buscar mais conhecimento de Deus, da Sua Lei, dos Seus ensinamentos, dos Seus decretos. Quanto mais mergulharmos no Evangelho, nas Escrituras, mais iremos encontrar respostas para os nossos questionamentos, para as nossas angústias. O homem é um ser criado por Deus com o objetivo de viver a harmonia com Ele e com o próximo, e isso realmente só acontecerá quando ele se jogar nos braços do amor misericordioso de Deus.
Para Pedro, Jesus era o seu Mestre. Mas, diante da pesca milagrosa que não se explica por causas naturais, Pedro descobre que Jesus não é um simples mestre ou profeta comum. Já o vê como seu Senhor, nome reservado exclusivamente a Deus. Foi um grande passo na descoberta da verdadeira identidade de Cristo. A admiração atrai Pedro a Jesus; a consciência de seu estado de pecador afasta-o d’Ele.
Diante do milagre presenciado, a fé de Simão começou a tornar-se uma rocha (pedra). Basta ver que Pedro começou a chamar Jesus de “Senhor” e não só de “Mestre”. Pela fé, Simão é transformado em rochedo, e já se põe o fundamento para a sua vocação em “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja” (Mt 16,18) e em “Tu, por tua vez, confirma teus irmãos” (Lc 22,32).
O homem, sozinho em suas tarefas, afadiga-se em vão: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão labutam seus construtores” (Sl 127). Mas se acolher com boa disposição a Palavra inspirada, receberá abundante ajuda da mão de Deus.
Quanto mais alguém se aproxima de Deus, tanto mais cresce nele a humildade, esse sentimento de sua pequenez, de seu nada e de seus pecados. Quanto mais distante de Deus alguém vive, tanto menos reconhecerá os próprios erros e limitações. Pedro, tão favorecido pela bondade divina, não pensa senão em sua própria insuficiência e condição de pecador que não merece tanta bondade. E então exclama: “Senhor, afaste-se de mim, pois eu sou um pecador!” Mas Jesus, apesar de reconhecer a fraqueza de Simão, confirma-lhe em sua vocação.
Jesus também chama a mim e a você para sermos pescadores de homens! Ele providencia o peixe para nós, porém, necessita das nossas redes a fim de tomar para Ele as almas necessitadas de salvação. Que a nossa pesca seja profícua e não se restrinja somente ao nosso círculo de amizade. Jesus quer que nós sejamos pescadores no Seu Reino e a rede que Ele nos dá é o Seu amor e a Sua Palavra.
Não tenha medo! De agora em diante, você vai pescar gente! É isso que Jesus faz contigo aqui e agora. Não tenha medo! Ele sabe da sua fraqueza, dos seus problemas, mas quer vê-lo pescador de homens, restaurador de famílias, libertador de presos, acolhedor de excluídos e abandonados. Enfim, a dar vida em abundância! Portanto, seja firme e não tenhas medo! Comece desde já! Passe para os seus amigos, suas amigas a experiência que você tem com a Palavra de Deus, com a oração, com a reflexão. Conte para todos o que mudou na sua vida, qual a sua esperança e o que você tem descoberto com a Palavra de Deus. Você tem usado o Amor do Senhor como rede para atrair as pessoas a Ele? Mesmo sem muita vontade, atende o chamado de Jesus em atenção à Sua Palavra?
“Pai, confirma minha vocação de pescador de pessoas humanas e conduz-me para águas mais profundas onde se encontram os que mais carecem de amor e esperança.” Amém.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 10/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, faze-nos discípulos missionários do teu Reino de Amor: corajosos, entusiasmados e humildes. Que tenhamos a consciência de que tudo o que somos e pensamos possuir deve ser colocado a serviço do próximo, pois é dom da tua misericórdia de Pai que também é Mãe. Por Jesus Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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