sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 11/01/2019

ANO C


Lc 5,12-16

Comentário do Evangelho

Jesus atende o grito dos excluídos

Nós sabemos pelos textos bíblicos a gravidade religiosa da lepra: considerada castigo de Deus, a pessoa possuída pela enfermidade era considerada impura, devia usar vestes rasgadas, andar despenteado, com a barba coberta e gritar: "Impuro, impuro!", e viver fora do acampamento ou da cidade (Lv 13,45-46; Nm 12,9-10; Dt 24,8-9). A cura é atribuída a Deus somente. O leproso faz uma verdadeira profissão de fé no "poder" de Jesus: "Senhor, se queres, tens o poder de purificar-me". Purificando o leproso, Jesus corrige a distorção histórico-cultural da imagem de Deus, rompe as fronteiras impostas pelo sistema de pureza, que excluía as pessoas da comunhão com Deus, e anuncia um "novo céu e uma nova terra".
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a oração me ajude a descobrir o verdadeiro sentido do serviço que presto ao Reino, de modo a coibir a tentação de ser contaminado pelo orgulho e pela soberba.
Fonte: Paulinas em 11/01/2013

Vivendo a Palavra

É expressiva a intuição do leproso: “Senhor, se queres...” Ele introduz e se submete à vontade daquele que reconhecia ser o Filho de Deus e poderia curá-lo. O Mestre confessa seu desejo: “Eu quero!” E nós, a Igreja seguidora de Jesus, temos demonstrado igual vontade, estamos decididos a amenizar os males dos irmãos?
Fonte: Arquidiocese BH em 11/01/2013

VIVENDO A PALAVRA

É expressiva a intuição do leproso: “Senhor, se queres…” Ele confessa sua fé e se submete à vontade daquele que reconhecia ser o Filho de Deus e poderia curá-lo. Em resposta, o Mestre afirma seu desejo: “Eu quero!” E nós, a Igreja seguidora de Jesus, temos demonstrado igual vontade, estamos decididos a amenizar o sofrimento dos irmãos?

Reflexão

Uma das características fundamentais do evangelho de São Lucas é a apresentação da dimensão orante de Cristo. Muitas vezes, vemos que Jesus se afasta da multidão e procura lugares solitários com a finalidade de entregar-se à oração. Mas a oração de Jesus não é uma fuga da realidade ou um afastamento dos sofrimentos das pessoas. O encontro amoroso de Jesus com o Pai está sempre relacionado com o encontro amoroso que ele tem com as outras pessoas, principalmente com os que sofrem, como nos mostra o evangelho de hoje, que antes do seu encontro com Deus, ele se encontra com o leproso e o cura para que, cumprindo as exigências da lei, ele possa ser reintegrado na sociedade.
Fonte: CNBB em 11/01/2013

Reflexão

Ao curar o leproso, Jesus lhe restitui a possibilidade de voltar ao convívio social, pois um doente de lepra era evitado por todos. A cura se dá em dois movimentos: primeiro, o homem reconhece o poder de Jesus, prostra-se a seus pés e, respeitosamente, lhe pede para ser purificado. Em seguida, Jesus lhe dá a devida atenção e, com a simples palavra “quero” e um toque, deixa-o livre da enfermidade. Apresentar-se ao sacerdote, após a cura, era exigência para ser oficialmente reintegrado na sociedade. Ao saber do fato, multidões vão se reunindo ao redor de Jesus para o ouvirem e serem curadas de suas doenças. Jesus, no entanto, mostra o seu perfeito equilíbrio. Por isso, afasta-se para rezar em lugar silencioso.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

AÇÃO E ORAÇÃO

Os curas realizadas por Jesus atraíam sobre ele a atenção das pessoas. Sua fama difundia-se cada vez mais, fazendo com que grandes multidões se reunissem a seu redor para ouvi-lo e serem curadas por ele.
A cura do homem vítima de uma terrível e contagiosa doença de pele deu margem para que sua fama se espalhasse ainda mais.
Na sua humildade, e cumprindo uma lei religiosa que proibia aos leprosos aproximarem-se das pessoas sadias, o homem simplesmente prostrou-se com face em terra, assim que viu Jesus. A seguir, dirigiu-lhe uma súplica. No seu pedido, ao mesmo tempo em que reconhecia o poder taumatúrgico do Mestre, o enfermo submetia-se totalmente à vontade dele, colocando suas sorte nas mãos de que podia restituir-lhe a saúde.
Então, movido de compaixão, Jesus desconsiderou as leis religiosas que segregavam os leprosos. Estendendo a mão, tocou o homem doente, declarando seu desejo de vê-lo curado. E o milagre aconteceu!
O entusiasmo do povo levava o Mestre a se voltar, com toda intensidade, para Deus. Também desta vez, retirou-se para um lugar deserto a fim de orar. Pela oração buscava desprender-se de toda atenção concentrada sobre si, recordando que só o Pai era merecedor de glória e louvor. Assim, procurava manter-se distante do orgulho e da soberba, que poderiam desvirtuar toda a sua ação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, que a oração me ajude a descobrir o verdadeiro sentido do serviço que presto ao Reino, de modo a coibir a tentação de ser contaminado pelo orgulho e pela soberba.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Encontro com Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Vamos conversar um pouco com esse Leproso sem nome, que representa todo Homem ou mulher que teve um encontro com Jesus deixando-se por ele transformar no mais íntimo do seu Ser.

___Como foi seu encontro com Jesus?
Homem curado ___Eu tinha em meu coração um forte desejo de me encontrar com Jesus, mas as possibilidades eram poucas.Nós leprosos não podíamos ficar na cidade, pois sendo impuros ficávamos em lugares desertos, longe de todas as pessoas.

___Assim que o avistou você caiu aos pés dele...
Homem Curado__ Sim, eu prostrei-me aos seus pés porque no fundo eu sabia que só Ele poderia curar-me e mudar a minha vida. Ele representava minha esperança e Salvação, nesse sentido.

___Mas você não pediu a cura logo que o viu...
Homem curado___ Não! Primeiro eu me submeti á sua Vontade, por isso eu disse “Se queres...”

___Mas você acha que ele poderia “Não querer”?
Homem Curado___ Isso eu não sei, só sei que pedi com Fé, e pedir com Fé não é ter o domínio sobre Deus, ao contrário, é nos submetermos a Ele.

___Por que a sua cura foi tão marcante para você e para as pessoas que presenciaram?
Homem Curado___ O fato dele ter me tocado, antes de dizer Eu quero, fica curado...Naquele tempo as pessoas religiosas eram proibidas de nos tocar, pois ficavam também impuras.

___Este fato parece estar associado ao mistério da Encarnação de Jesus, ou não?
Homem Curado___ Está sim, a Humanidade toda estava impura pela lepra do pecado, e com sua encarnação, assumindo a nossa natureza humana, Jesus “tocou” em nós assumindo a nossa fragilidade humana. Por isso o evangelista não cita o meu nome, pois essa é a história de toda humanidade.

___Mas no final ele proibiu você de falar sobre a cura, e mandou se apresentar ao sacerdote, para que a cura fosse oficialmente reconhecida. Seria isso um mero formalismo religioso?
Homem Curado__ Jesus não quis mostrar-se superior á Instituição Religiosa, ele respeitou o rito de purificação do templo, embora tivesse mostrado que só Ele é quem faz a verdadeira purificação do Ser Humano. Esse evangelho apenas quer ensinar que os ritos são sinais de uma ação Divina em nossa vida. Não se deve ficar só no rito, mas nele fazer uma experiência profunda de Deus. Vocês têm os Sacramentos, que devem ser vividos e não apenas celebrados e ritualizados.

2. Jesus estende a mão e toca no leproso
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O projeto de Jesus se manifesta na realidade de nossa vida, marcada pela dor e pelo sofrimento. Um leproso se aproxima e lhe diz: “Se queres, tens o poder de purificar-me”. E Jesus queria. “Quero”, disse ele, e o leproso foi purificado. Por que “purificar”? Porque a enfermidade tinha o significado de impureza religiosa, consequência de algum pecado. Podia ser vista como punição da parte de Deus. Imagine a cena: Jesus acolhe um leproso. Estende a mão, toca nele. Quanta compreensão e quanta bondade! É certo que precisamos também de uma purificação interior, sobretudo dos maus projetos elaborados em nossa mente. Precisamos de água para o banho do corpo e da água batismal para o banho do ser humano inteiro. Precisamos do batismo que nos purifica totalmente, libertando-nos do pecado original e dando-nos o Espírito Santo. O batismo nos leva à dedicação total ao nosso próximo e ao diálogo com o Pai no silêncio da oração. Jesus se dedicava ao povo e se retirava para lugares desertos a fim de rezar. O Deus invisível se tornou visível para podermos imitá-lo mais facilmente.

HOMILIA DIÁRIA

A purificação urgente para a evangelização que urge

Postado por: homilia
janeiro 11th, 2013

Jesus é a manifestação do Homem Novo, rico em compaixão. No Mistério de Cristo a epifania (manifestação) foi constante, pois a todo momento, com palavras, atos, atitudes e silêncio, Ele revelou o Reino de Deus que manifesta o Amor capaz de instruir, alimentar, curar e libertar o ser humano, em todo o tempo e lugar.
Proponho hoje a meditação do Evangelho da liturgia de hoje – Lc 5, 12-16 – onde, tentaremos perceber esta Misericórdia Divina, em meio as misérias humanas, que são tantas e de tantas formas.
Na Boa Nova, a epifania cristológica tem espaço de participação para todos, mesmo para os mais desprezados e incompreendidos do seu tempo, como era o caso dos leprosos. Pessoas vítimas de variadas doenças de pele, para além da lepra e que eram condenadas ao ostracismo religioso e social, ou seja, tinham que se excluir de um “normal” convívio humano. Tanta gente hoje, devido aos males, como do alcoolismo e das drogas, não acabam experimentando coisas semelhantes, isto por reação dos outros ou como atitude dos próprios.
Mas voltemo-nos ao texto evangélico para percebermos a fé ousada daquele que se manifestou, como mais do que vítima ou culpado de uma fatalidade: «Estando Jesus numa das cidades, apareceu um homem coberto de lepra. Ao ver Jesus, ele caiu com o rosto em terra e suplicou-lhe: Senhor, se queres, tens o poder de purificar-me”» (Lc 5, 12). Uma atitude de reconhecimento da Pessoa e Missão de Cristo que não foi tomada por todos aqueles que se aproximavam fisicamente de Jesus, mas infelizmente sem fé.
Muitos, com certeza, consideravam aquele homem “castigado” por Deus, até o próprio Cristo seria alvo desta visão estreita do relacionamento de Deus com o sofrimento humano, isto, no Calvário…no auge de sua teofania salvífica: «A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Eleito!» (Lc 23, 35). Mas quantas vezes o sofrimento humano é tanto, que a própria pessoa, se pergunta: “O que eu fiz para merecer tamanha desgraça?”
Voltemo-nos novamente para o Evangelho e contemplemos o que Jesus fez perante aquele crente sofredor: «Estendendo a mão, Jesus tocou nele e disse: “Quero, sejas purificado”. E imediatamente a lepra desapareceu» (v. 13). Primeiramente, Jesus não se afastou do homem gravemente enfermo. Em seguida, aproximou-se a ponto de tocar-lhe. Para as normas religiosas do seu tempo, o contato físico com um leproso significava estar contaminado… Assim Jesus revela que o Amor de Deus vai além de uma rígida norma do puro e impuro.
Para Jesus o encontro com aquele doente, com fé, permitiu a manifestação do poder de Deus, e assim poderá sempre acontecer, como ensina a Sã Doutrina Católica: «Só a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus. Esta fé gloria-se nas suas fraquezas, para atrair a si e o poder de Cristo (cf. 2Cor 12,9; Fl 4, 13)» (CIC 273). Isto não significa que o Senhor curou e nem curará todas as doenças de todos os tempos, e ninguém pode exigir-lhe isto! Mas sem dúvida, podemos todos esperar, com fé que sejamos cada vez mais purificados de toda e qualquer relação, ou anti-relação com o Deus Vivo e Verdadeiro: «Quero, sejas purificado» (Lc 5, 13).
Neste novo ano – e Ano da Fé – precisamos nos deixar purificar, pelo Poderoso Espírito Santo, de toda visão e lepra de ignorância quanto a presença e ação de Deus no mistério do sofrimento que possa nos atingir ou tocar as pessoas em nossa volta, ou até, distantes.
Ora nós, estamos distantes dos que mais sofrem… E, às vezes, o que sabemos nos vem de boca à boca ou pelos Meios de Comunicação e muitas vezes fragmentado, quando não distorcido. Mas Jesus Cristo, revelação plena da presença e compaixão divina, não sabe “por escutar”, mas por viver conosco e em cada sofredor. Dele não vem mal algum, mas com certeza a graça necessária para que tudo concorra para o nosso bem e dos outros.
A Palavra de Deus é que nos garante: «Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu desígnio» (Rm 8, 28). Sem esta certeza, fica difícil evangelizar!
Padre Fernando Santamaria Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 11/01/2013

Oração Final
Pai Santo, firma o nosso discernimento e fortalece a nossa vontade de nos tornarmos próximos de nossos irmãos. Mantém-nos perseverantes em nossa opção de seguir o Caminho que foi percorrido, a Verdade que foi proclamada e a Vida que foi vivida pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 11/01/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, firma o nosso discernimento e fortalece nossa vontade de nos tornarmos próximos dos irmãos. Mantém-nos perseverantes na opção de seguir o Caminho que foi percorrido, a Verdade que foi proclamada e a Vida que foi vivida pelo Cristo Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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