quinta-feira, 24 de maio de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 25/05/2018

ANO B


Mc 10,1-12

Comentário do Evangelho

Jesus põe homem e mulher em pé de igualdade.

Trata-se de um “diálogo didático”, destinado a ensinar os discípulos a procederem em conformidade com os ensinamentos de Jesus.
A questão levantada é a do repúdio da mulher pelo homem. A má intenção da questão é apresentada: “para experimentá-lo” (v. 2). Num primeiro momento, Jesus remete-os à Lei de Moisés (cf. v. 3; ver Dt 24,1-3). No entanto, à Lei de Moisés, Jesus opõe o projeto original de Deus (cf. Gn 1,27; 2,24; 5,2), dando prioridade ao que é da ordem da criação e, de certo modo, desautorizando a aplicação da Lei mosaica para esse caso.
Para concluir, como é próprio desses diálogos didáticos, Jesus dá a norma que o discípulo deve observar: “Quem despede sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira. E se uma mulher despede o seu marido e se casa com outro, comete adultério também” (vv. 11-12). Jesus põe homem e mulher em pé de igualdade e condições.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que os casais cristãos, unidos pelo sacramento do matrimônio, saibam reconhecer e realizar o mistério de comunhão que os chama a viver.
Fonte: Paulinas em 24/05/2013

Comentário

Viver segundo a vontade de Deus

Jesus recusa ver o matrimônio a partir de permissões e restrições legalistas. Ele reconduz o matrimônio ao seu sentido fundamental: aliança de amor e, como tal, abençoada por Deus e com vocação de eternidade. Diante desse princípio fundamental, marido e mulher são igualmente responsáveis por uma união que deve crescer sempre, e os dois se equiparam quanto aos direitos e deveres. Entre os rabinos, discutia-se sobre os motivos que permitiriam ao homem despedir sua mulher. Para o rabino Hillel e seus discípulos, por qualquer razão, o homem poderia despedi-la. Já para o rabino Shammai e seus seguidores, havia mais rigor nos critérios para justificar o direito do homem. De qualquer modo, predominava a visão patriarcal da mulher como posse do marido. Jesus rejeita a Lei de Moisés que atendia à dureza dos corações daqueles homens. A referência é o amor de Deus que se manifesta na criação. Deus criou o homem e a mulher para uma união em igualdade no amor. O profundo laço que une o homem e a mulher tem, no texto do Gênesis, duas características essenciais: é superior a qualquer outro laço, inclusive o dos pais, que, nos mandamentos, vem imediatamente depois das relações com Deus; é tão Intimo e profundo no plano do corpo e do espírito que eles formam um só ser. Nisto pensa Jesus quando reafirma a indissolubilidade do vínculo matrimonial, que havia sido minimizada pela concessão do libelo de divórcio. Jesus reforçou a indissolubilidade do vinculo matrimonial. Uma criatura se dá a outra criatura humana. Muito sério é o compromisso recíproco! E Jesus não entende o matrimônio só como instituição exterior; aprofunda mais. Toda a pessoa, até o mais íntimo de seu ser, deve manter-se livre para a outra. Para Jesus, trata-se de dar ao amor sua maior e mais duradoura oportunidade. Analisando a história do matrimônio através dos séculos, nota-se como a evolução dos costumes favoreceu, em quase todos os povos, a passagem da poligamia para a concepção monogâmica do matrimônio, e isto teve duas importantes conseqüências paralelas: a libertação da condição da mulher, que de um estado de inferioridade e quase de escravidão passou gradualmente à igualdade jurídica e social; e a escolha do parceiro no matrimônio, como ato livre, pessoal, não mais regulamentado e imposto de fora, por interesses estranhos. O atrativo sempre mais forte para o matrimônio, fundado no livre consenso dos cônjuges, não é absolutamente acompanhado, porém, de uma adesão voluntária à lei da indissolubilidade, onde ela figura no código religioso ou mesmo civil. Isto porque se fez da indissolubilidade uma lei e não um dom e uma conquista do matrimônio. O dom do matrimônio, que Deus fez ao homem na criação, traduz algo da insondável profundidade da doação, do amor, da consumação no outro, que é propriedade de ser de Deus. Através dos Fatos e das adversidades da vida, o amor entre dois esposos é chamado a transformar-se e a se renovar. Tornar-se-á mais concreto, mais autêntico. Não envelhecerá, mas amadurecerá, isto é, tornar-se-á mais adulto. Diversamente das outras realidades vivas, o amor do homem e da mulher não caminha para a morte. Porque o amor do homem é parte do amor de Deus, que é o Eterno. Os cristãos empregam uma palavra para significar que a relação de amor entre dois esposos está destinada a não morrer: é "indissolúvel". Mas não se deve pensar num laço imposto de fora, por uma lei. Consideramos que Deus, que chamou os esposos ao amor, os chama a viver um amor que não morre, porque cresce cada vez mais e se renova. Concretamente, isto significa que o amor matrimonial é chamado a superar todas as dificuldades presentes e futuras. Um amor mais forte que as dificuldades. Um amor que tem a própria força de Deus. Além disso, significa que a absoluta indissolubilidade do matrimônio, mesmo quando, em casos humanamente desesperados, parece sem sentido, mantém todavia, o sentido profundo de participação no amor de Cristo até a crucifixão. Assim como Cristo não abandonou a humanidade nem a Igreja quando o pregavam na cruz, também todo matrimônio contraído "no Senhor" conserva a indissolubilidade da ligação entre Cristo e a Igreja, também quando se tornou uma crucifixão. A presença de Cristo no matrimônio dos que crêem não exclui, pois, a priori, incompatibilidade de caracteres, erros na escolha matrimonial, dificuldades com os filhos, nervosismo, doenças, tédio..., mas significa que, para os que crêem, Cristo, está sempre presente; Jesus Cristo dá força, conforto, esperança, enquanto observa que é sempre melhor dar que receber (cf At 20,35). Quem se impregna deste espírito nos dias felizes, poderá continuar a viver desta esperança nas horas difíceis.
Oração
Pai, que os casais cristãos, unidos pelo sacramento do matrimônio, saibam reconhecer e realizar o mistério de comunhão que os chama a viver.

Vivendo a Palavra

Como na leitura, também o Evangelho mostra de que forma o Mandamento Novo do Amor, trazido por Jesus de Nazaré, transformou a letra da Lei Antiga, de Moisés. Não se trata mais de cumprir itens de regulamentos, mas de viver integralmente a fraternidade, que é consequência da nossa filiação divina.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/05/2013

Reflexão

A nossa vida é condicionada por leis que os homens fizeram, às quais nós devemos nos submeter para viver na legalidade. Porém, devemos ter consciência do fato de que, nem tudo o que é legal, é justo, no sentido pleno da palavra. Podemos citar alguns exemplos como a questão dos juros: é legal para o banco pagar menos de 1% ao mês para cadernetas de poupança e cobrar mais de 10% ao mês por empréstimos que realiza. É legal na sociedade brasileira o divórcio que, perante os olhos de Deus, não conduz o homem à justiça, mas sim ao pecado e à morte, pois desrespeita compromissos e direitos de cônjuges, filhos, da comunidade eclesial e da própria sociedade.
Fonte: CNBB em 24/05/2013

Reflexão

Divorciar-se, na época de Jesus, significava que o homem podia despedir sua mulher por motivos banais. Isso era reflexo da superioridade do homem e seu domínio sobre a mulher (machismo). Então, no lar acontecia a opressão que se verificava em todos os níveis da sociedade judaica. Ao responder aos fariseus que vieram “para pô-lo à prova”, Jesus se posiciona a favor do matrimônio e da mulher. Ensina que o ideal do matrimônio está baseado no projeto criador de Deus. E reforça o sentido de igualdade entre homem e mulher: “os dois serão uma só carne”. “Esta íntima união, entrega recíproca de duas pessoas, assim como o bem dos filhos, exigem a plena fidelidade dos esposos e requerem sua indissolúvel unidade” (Gaudium et Spes n. 48).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

UMA MUDANÇA DE MENTALIDADE

O Reino anunciado por Jesus visava restabelecer entre os seres humanos as relações primitivamente queridas por Deus. O pecado havia contaminado a humanidade, pervertendo-lhe as relações. Era preciso reverter este quadro em todos os níveis.
No âmbito familiar, era preciso superar a mentalidade divorcista, onde o marido se sobrepunha à esposa, podendo despedi-la quando lhe conviesse. A situação da esposa, nestas circunstâncias, era de grande instabilidade. Ela jamais podia estar certa da profundidade dos laços matrimoniais. Por qualquer motivo, o marido tinha o direito de despedi-la.
Jesus foi buscar nas primeiras páginas das Escrituras o pensamento de Deus a respeito do matrimônio, anterior à Lei mosaica divorcista. O homem e a mulher foram criados em vista do matrimônio que os uniria de modo tão profundo, a ponto de fazer dos dois uma só carne. Trata-se de uma união espiritual onde os esposos se mútuo assumem, fazendo suas existências se interpenetrarem inseparavelmente. Só Deus pode ser o autor da união conjugal, assim entendida. E, quando Deus une, nenhum ser humano pode se arvorar o direito de desfazer sua obra. Deus une para sempre.
Quem adere ao Reino é chamado a refazer seus esquemas mentais. E não se deixar levar pela dureza de coração, mas sim pelos desígnios de Deus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, leva-me a ter o mesmo pensar do Pai e a refazer meus esquemas mentais contaminados pelo pecado.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Que o homem não separe...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não há quem não goste de originalidade, é assim no mundo das artes e no processo de produção principalmente no ramo de autopeças. Peça original custa mais caro, justamente porque é original. Nas artes há o direito autoral, que visa assegurar entre outras coisas que a obra não será descaracterizada, pois caso isso venha a ocorrer, ela se torna uma falsificação e perde o seu valor.
Sobre a importância de uma peça original em um veículo, por exemplo, nem é preciso argumentar sobre a qualidade e o desempenho, além da sua vida útil, que é bem maior quando a mesma é original.
Nos anos 70, durante a “febre” dos produtos importados, quando se queria desdenhar do objeto de alguém, a gente dizia de maneira irônica que aquele objeto era do Paraguai, isso significava falsificado.
Fiz essa introdução porque me parece ser esta a “queixa” de Jesus em relação a Lei do divórcio, que tinha um embasamento religioso “no princípio Deus os fez Homem e Mulher, e o homem deixará pai e mãe, se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne”.
O texto é uma denúncia explícita sobre a “falsificação” que os homens fizeram da união do homem e da mulher, idealizada pelo Criador. Ás vezes deparo com casais em segunda união, cuja primeira fui eu quem assisti em nome da Igreja, que fazem questão de dizer que agora sim, são felizes. Na misericórdia ensinada por Jesus, não nos deve faltar a compreensão, mas lá no fundo eu volto aos meus tempos de jovem e digo para mim mesmo “É do Paraguai, não tem nada de original”.
Uma lei, mesmo de caráter religioso como era a Lei de Moisés, nunca poderá permitir a separação do casal, porque vai contra o Plano do Criador ao falsificar sua obra prima, tirando dela o seu traço mais original: o amor ágape, da entrega e doação um ao outro, do amor que busca o bem e a felicidade do outro, do amor capaz de renunciar-se a si mesmo, do amor que sabe ser fiel sem que isso represente um peso insuportável, do amor que busca constantemente o diálogo, a compreensão, o perdão, do amor que se alegra, que é sempre caridoso e compassivo. Essas virtudes fazem da união conjugal o sinal mais evidente do amor de Deus.
Na obra da criação nada há mais perfeito que o homem e a mulher, pois os rios, florestas, montanhas e planícies, na sua beleza e esplendor falam-nos de Deus, mas nunca serão à sua imagem e semelhança por isso, na criação do homem e da mulher, toda a obra da Criação é exaltada e atinge o seu cume.
Homem e mulher formam uma unidade perfeita, só comparável a união de Cristo e da sua Igreja, como ensina o Apóstolo Paulo. O próprio homem reconhece essa perfeição quando exclama, diante da mulher “Essa sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Jesus não só confirma a legitimidade e autenticidade dessa união, como a coloca em nível de sacramento, tornando-a um sinal do Amor de Deus. Ninguém em sã consciência faltará ao respeito para com o Pavilhão Nacional, mesmo porque se for feito em público, o transgressor sofrerá punição da Lei, é isso que Jesus coloca como exortação a todos – Por isso o Homem não separe aquilo que Deus uniu.
Os discípulos não entenderam toda a magnitude da comunhão de vida entre o homem e a mulher, e em casa falaram reservadamente ao Mestre. Jesus vai então deixar bem claro “O homem que deixar sua mulher e se unir à outra, cometerá adultério contra a primeira, e se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério”.
Que nunca falte de nossa parte enquanto Igreja, a misericórdia e o acolhimento a tantos recasados, mas que também não falte a eles, a humildade de reconhecer que romperam um vínculo sagrado, preferindo falsificar uma união, porque não acreditaram no poder e na força da Graça que um dia receberam no altar, quando manifestaram diante de Deus a decisão de viverem juntos a vida inteira.

2. Formarão uma só carne
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Quem dentre nós é o maior? Cada um se sente um pouco o centro do mundo. Os sistemas sociais também criam situações que favorecem a divisão de classes. Tradicionalmente, o homem é o primeiro. Depois vem a mulher e depois as crianças. Jesus, porém, ensina que somos todos iguais com nossas diferenças. Temos todos o mesmo valor aos olhos de Deus, por isso ninguém deve ser colocado à margem da vida. Diziam que o homem podia mandar embora a mulher. Jesus, para mostrar que os dois têm os mesmos direitos e os mesmos deveres, diz que a mulher também pode mandar embora o seu marido, o que nunca ninguém tinha dito. Ambos, porém, podem incorrer em adultério!

HOMÍLIA DIÁRIA

O segredo do amor divino esconde-se no sacramento do matrimônio

O casamento pode ser vivido na santidade desde que o casal veja o matrimônio como Deus o vê.
“No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” (Mc 10,6-9)
Uma das lições mais claras do Evangelho está no princípio da criação. Deus criou o homem e a mulher. Ele criou o homem para que este fosse todo da mulher; e a mulher para que esta fosse inteira do homem. Essa união é sagrada, maravilhosa! Quando o homem que se entrega para a mulher e ela se entrega para o homem, essa união recebe o nome de “sagramento do matrimônio”, uma união única, indissolúvel, na qual o casal é separado somente pela morte, no sentido sacramental da palavra.
É verdade que viver esse mistério amoroso nunca foi fácil. No sacramento do matrimônio esconde-se o segredo do amor divino. Cristo irá, depois, comparar a união do homem com a mulher à união de Cristo com a Igreja, ou seja, uma união mística, profunda, inteira, que envolve o ser humano por completo. As dificuldades para se viver um matrimônio, segundo a vontade de Deus, são inúmeras e as tentações são diversas.
No início, as motivações são as melhores: paixão, amor e ternura, mas, depois, o casamento é vivido no dia a dia, com os sacrifícios, as lutas, as minúcias. Isso torna para muitos homens e mulheres algo impossível de se colocar em prática. No entanto, o que é impossível aos homens é possível a Deus. O casamento pode ser vivido na santidade, todos os dias, até o último dia, desde que você e seu parceiro vejam o matrimônio como Deus o vê.
Se vocês têm a capacidade de viver o sacrifício, a doação de si mesmo em favor do outro, o matrimônio pode tornar-se uma realidade, mas aprenda: nunca foi fácil e nunca o será para ninguém viver essa linda realidade do sacramento matrimonial.
Não sei em que fase se encontra o seu casamento nem as dificuldades que você encontra para vivê-lo, mas, se você crê na Palavra de Deus, ela lhe dará força para, dia a dia, colocar em prática esse mandamento de Jesus. Quando suas forças começarem a fraquejar, confie na Palavra do Senhor, pois ela faz nova todas as coisas. Você está em um ponto em que pensa: “Eu não dou mais conta!”, mas busque a luz de Deus, busque a força do Senhor, porque Ele tem a graça e a luz para o seu casamento.
Não queira viver como nas novelas, nos filmes ou como um vizinho e uma vizinha que não conhecem Deus. Queira viver um matrimônio segundo a força da Palavra e segundo a vontade do Senhor. É o próprio Deus quem vos dará a graça de viver a união conjugal apesar de todas as dificuldades que ela possa ter.
Deus abençoe você.
Padre Roger Araújo – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 24/05/2013

Oração Final
Pai Santo, que nos fazendo teus filhos nos fizeste irmãos da humanidade, dá-nos discernimento, generosidade e coragem para vivermos fraternalmente com todos os homens e mulheres que colocaste ao nosso lado na caminhada por este planeta encantado. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/05/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário