quinta-feira, 12 de abril de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 13/04/2018

ANO B


Jo 6,1-15

Comentário do Evangelho

Qual é o verdadeiro alimento do povo que o Cristo atrai e reúne?

O relato dos pães precede o longo discurso do “pão da vida” (Jo 6,35-58). Encontramos esse relato também na tradição sinótica (Mt 14,13-21; Mc 6,30-44; Lc 9,10-17). A multidão é atraída a Jesus pelos sinais que ele fazia em favor dos doentes. Para o evangelista, o que Jesus fazia em favor dos enfermos é “sinal”, mas não é o caso para a multidão. Basta nos remetermos à crítica que Jesus faz aos que o procuravam, depois do acontecimento dos pães (cf. Jo 6,26). Por sua própria natureza, o sinal é ambíguo; precisa ser compreendido e discernido para que remeta a pessoa à realidade para a qual ele aponta. A evocação da Páscoa dos judeus (v. 4) é importante, uma vez que ela nos faz ler e compreender o relato à luz da Páscoa de Jesus Cristo, em que Deus selou uma Aliança definitiva com o seu povo. A pergunta posta por Jesus a Filipe é para testá-lo (vv. 5-6). Lido à luz da Páscoa do Senhor, o relato põe implicitamente para o leitor outra questão: Qual é o verdadeiro alimento do povo que o Cristo atrai e reúne? A resposta será exaustivamente explicitada no discurso do pão da vida.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que a Páscoa de Jesus renove em mim a consciência de pertencer a teu povo, cuja existência deve se pautar pela caridade e pela partilha solidária.
Fonte: Paulinas em 02/05/2014

Vivendo a Palavra

Cinco pães, dois peixes e desapego para partilhar bastaram para satisfazer a fome de cinco mil pessoas. No mundo injusto em que vivemos – multidões de pobres famintos e tanto desperdício entre os ricos... – faltam Profetas capazes de gerar justiça e fraternidade entre irmãos. Este é o nosso papel de discípulos missionários de Jesus – a sua Igreja.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/05/2014

VIVENDO A PALAVRA

São Francisco de Assis chamava carinhosamente o seu corpo de ‘burrinho’, pois ele o ia carregando pelo caminho de volta à Casa do Pai. Jesus, depois de alimentar a multidão com a Palavra que trazia do Pai, lembra da humanidade de seus ouvintes e lhes dá o alimento para o corpo. Uma reflexão que nós, sua Igreja, devemos considerar: o cuidado com os “nossos burrinhos”...

Reflexão

O capítulo sexto do evangelho de São João é reservado para o discurso sobre o sacramento da Eucaristia, e Jesus, no uso da sua pedagogia, prepara os judeus para esse discurso através da multiplicação dos pães. A prática pedagógica de Jesus deve ser o grande iluminativo para a nossa prática missionária, pastoral e evangelizadora. Nós devemos anunciar o evangelho a partir da realidade das pessoas, de suas experiências de vida, dos seus valores e das suas expectativas. Antes de anunciar a Palavra de Deus, precisamos criar a necessidade dela no coração das pessoas como Jesus, que a partir da necessidade do pão, cria a necessidade do pão da vida eterna.
Fonte: CNBB em 02/05/2014

Recadinho

Você se preocupa com aqueles que não têm pão? - O que sua comunidade faz pelos que não têm o pão de cada dia? - Que lugar ocupa a Eucaristia em sua vida? - Você reza às refeições? - Você se lembra de agradecer a Deus por tudo que tem?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 02/05/2014

Reflexão

As multidões acorrem a Jesus, não porque têm fé autêntica, mas por terem visto milagres. Jesus, a princípio, afasta-se e vai para a montanha. Mas volta para o meio do povo, assim que constata sua fome física e espiritual. E assume o comando dos acontecimentos, fazendo tudo passar pelo crivo da organização e da partilha: vê a multidão faminta, provoca Filipe a encontrar solução, organiza os grupos, valoriza os dons de um jovem (pães e peixes) e os abençoa. Todos comem à vontade. Finalmente, Jesus ordena recolher a sobra. O grandioso gesto da partilha é símbolo da Eucaristia. De fato, Eucaristia é partilha de vida, comunhão com Deus e com os irmãos, compromisso social. Onde há verdadeira compreensão do sentido da Eucaristia, não há espaço para a injustiça, a desigualdade, o egoísmo.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O VERDADEIRO PROFETA

A multiplicação dos pães levou a multidão a considerar Jesus como o verdadeiro profeta, aquele que todos esperavam, desde longa data. O fato de ter alimentado uma imensa multidão, contando apenas com cinco pães de cevada e dois peixes, revelou-se como sinal inequívoco da messianidade de Jesus. Daí o desejo do povo de fazê-lo rei, na esperança de que todos os seus problemas fossem resolvidos da mesma forma eficiente e rápida, que acabavam de presenciar. Foi grande a expectativa criada em torno dele.
Todavia, Jesus não se deixou levar por tal raciocínio demasiado pragmático. O povo não havia entendido o sentido do milagre, uma vez que o consideravam apenas sob o aspecto material de superação da fome pela abundância de pão. O objetivo visado por Jesus era bem outro: ensinar a todos que a partilha fraterna é um sinal irrefutável da presença do Reino, acontecendo na história humana. Por outras palavras: a partilha é um imperativo na vida de quem aderiu ao Reino, fazendo dele o centro de sua vida. Ou seja, o milagre dependeu da postura interna de cada pessoa, e não somente da iniciativa de Jesus.
O Mestre é o verdadeiro profeta não porque multiplicou os pães de forma prodigiosa, à revelia das pessoas, e sim, porque abriu o coração humano para o amor, muito bem expresso na partilha dos bens.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de partilha arranca do meu coração toda tentação egoísta de usufruir sozinho os bens deste mundo, sensibilizando-me para a pobreza dos meus irmãos.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. AÇÃO PASTORAL SEM QUERÍGMA, ACABA EM FRACASSO.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A Oitava da Páscoa termina com um alerta que para nós cristãos do mundo de hoje, é atualíssimo: Atividade pastoral sem a experiência do querígma, vai resultar em fracasso!
São Pedro estava louco para começar a fazer as coisas acontecerem, não aguentava mais esperar por Jesus, apesar de duas aparições à comunidade, Pedro achava que agora a coisa era com eles, não podiam mais esperar pelo Mestre e manifestou o seu desejo: Eu vou pescar; e os demais também abraçaram a causa e foram com Pedro.
Primeiro podemos pensar que São Pedro e os demais, haviam "jogado a toalha" e resolveram voltar a vidinha antiga de pescadores, já que o projeto de Jesus de Nazaré deu em nada, mas não é isso...
São Pedro representa muito bem aqueles agentes de pastoral que quase se matam de tanto trabalhar na comunidade, reuniões, encontros, atividades, mas se esquecem de algo essencial, o sentido daquilo que fazem. Desenvolver qualquer ação pastoral sem uma espiritualidade sólida, fundamentada na oração e na meditação da Palavra de Deus, é pedir para "voltar sapateiro" da pescaria. Lidaram a noite inteira e nada pegaram... Alguns trabalhos pastorais não dão resultado, ou quando dão, ele não é bom... Algumas atividades de movimentos nada produzem de positivo para a comunidade, por que será?
Alguns grupos fazem muito, mas também nada agregam á Paróquia, o motivo é um só: fazer por conta própria, usando método humano, deixando Jesus de lado. De manhã Jesus estava na praia, mas eles não o reconheceram, estavam tão desanimados e cansados do trabalho infrutífero, que nem se deram conta de que Jesus estava ali com eles. Jesus quer experimentar a nova comunidade e pergunta se não há nada para servirem a ele, mas a resposta é negativa.
É preciso a gente se perguntar de vez em quando, para que está servindo o nosso trabalho pastoral, ele está ajudando as pessoas a terem mais vida, mais esperança e mais coragem? O que estamos oferecendo às pessoas? O mesmo em relação aos movimentos, as pessoas estão sendo acolhidas e bem servidas? Quando falta o essencial, isto é, a experiência profunda com Jesus Cristo, nós sempre ficamos devendo e nada temos para servir, como responderam os discípulos.
Então vem uma ordem de Jesus para jogarem a rede ao lado direito da barca, para que a pesca seja boa. Os discípulos eram ex-pescadores, a hora da pesca é durante a noite, de manhã é hora de recolher as redes e contar os peixes... A pessoa que ali está diante deles não é pescador, ora, que diferença então iria fazer, jogar a rede a direita ou a esquerda, seria mais um trabalho árduo para nada...
Na comunidade ninguém pode se julgar absoluto naquilo que faz; as ideias, opiniões e sugestões têm que ser partilhadas e todas as opiniões são importantes, senão haverá monopólio de um grupo ou de uma pessoa, e isso irá comprometer a comunhão e a partilha.
Os discípulos levam em conta a orientação de Jesus e daí a pesca foi abundante. Quem tem o coração cheio de amor de Deus é sempre o primeiro a identificar a presença de Jesus na ação pastoral levada a bom termo. João anuncia a Boa Nova á Pedro, de que o Senhor está com eles. Pedro cobriu-se, porque estava nu e lançou-se ás águas, tomado pelo espanto e alegria de rever Jesus.
Quando tentamos fazer as coisas acontecerem do nosso modo na comunidade, estamos nus, e é preciso nos revestir de Jesus Cristo, só Ele nos dá a dignidade necessária para darmos continuidade á missão, pois esse "Barco" chamado Igreja, é Dele, e se o ouvirmos sempre, a pescaria será farta e o resultado sempre surpreendente...

2. Onde vamos comprar pão para a multidão?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus multiplica cinco pães e dois peixes porque as pessoas que o acompanhavam precisavam comer. Ele se preocupa com as necessidades básicas do ser humano. Conversa com Filipe, conversa com André e, por fim, ele mesmo dá graças, multiplica e distribui os pães e os peixes que um menino tinha consigo. Da necessidade humana da alimentação, Jesus nos leva à necessidade do alimento da vida eterna, que sacia a fome do ser humano. Quem come o alimento, que é ele mesmo, tem a vida eterna.

HOMILIA

Milagre do Pão

Nosso Senhor sabe que o caminho é longo, sabe que somos fracos. É o que vemos no evangelho de hoje: Jesus tem pena daquele povo que já estava cansado e com fome. Assim, com pena de despedi-los neste estado, o Senhor realiza o portentoso milagre da Multiplicação dos pães.
O que vinha a ser este milagre de Nosso Senhor? Uma figura da multiplicação de um pão muito mais excelente: vendo nossa fraqueza espiritual, Jesus, por amor, quer multiplicar um pão para alimentar nossa alma na caminhada para o céu: Ele mesmo na Santíssima Eucaristia!
Na Exortação Apostólica Sacramentum Charitatis o Santo Padre Bento XVI descreve a santíssima Eucaristia como doação que Jesus Cristo faz de Si mesmo, revelando-nos o amor infinito de Deus por cada homem. Neste sacramento admirável, manifesta-se o amor « maior »: o amor que leva a « dar a vida pelos amigos » (Jo 15, 13). De fato, Jesus « amou-os até ao fim » (Jo 13, 1). Com estas palavras, o evangelista introduz o gesto de infinita humildade que Ele realizou: na vigília da sua morte por nós na cruz, pôs uma toalha à cintura e lavou os pés aos seus discípulos. Do mesmo modo, no sacramento eucarístico, Jesus continua a amar-nos « até ao fim », até ao dom do seu corpo e do seu sangue. Que enlevo se deve ter apoderado do coração dos discípulos à vista dos gestos e palavras do Senhor diante da multiplicação dos pães prefigurando deste modo a Ceia Pascal!
Que maravilha este gesto da Multiplicação! Ele deve suscitar, também no nosso coração, o mistério eucarístico! Pois, quando Jesus age, as pessoas ficam satisfeitas! Observe as expressões: “o quanto queriam” [...] “já estavam fartos”! Quando Jesus age, há fartura. Sobraram 12 cestos! Os doze apóstolos representavam a mim a você e todo o povo de Deus como comunidade do Espírito. O milagre pode ser contínuo, se acolhemos a palavra e o gesto de Jesus! Lembro-lhe que quando Jesus age, a sua glória se manifesta. Os sinais têm como objetivo principal levar as pessoas à fé em Jesus e à salvação.
Portando, como mendigo do pão do céu corra para Jesus O Pão da vida! E tendo O encontrado partilhe com os seus irmãos sedentos da vida como você. Não esconda os talentos que Deus lhe deu. Veja que Jesus estando presente, faz a diferença, convida os seus discípulos a participarem do milagre. Primeiro pela generosidade do rapaz que havia trazido os pães e dois peixes. Depois pela distribuição. O discípulos são convidados a levar um pedaço de pão e peixe a toda aquela multidão. Como digo Jesus tinha poder para agir e estava decidido a alimentar a multidão faminta. Mas ele quis contar com a cooperação dos seus discípulos! O discípulo de Jesus hoje sou eu, é você. Ele assim como ontem conta com a sua colaboração, sua ajuda e seu serviço.
É verdade que os talentos humanos têm os seus limites, mas para Jesus tudo é possível. Diante da presença e da autoridade de Jesus, os discípulos agora não argumentam nem discutem, mas obedecem! Será que nós hoje estamos com Jesus naquilo que ele quer fazer usando nossos talentos?
Fonte: Liturgia da Palavra em 02/05/2014

HOMILIA DIÁRIA

A refeição deve ser o momento sagrado do nosso encontro com Deus

Que nossa refeição seja sagrada, que seja o lugar do nosso encontro com Deus e da partilha do que temos com os que não têm, e da multiplicação das graças e das bênçãos de Deus em nossa vida!

Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.” (João 6, 11)

Nós, hoje, estamos contemplando a primeira multiplicação dos pães; estamos ainda no contexto da Páscoa e a cada dia temos uma palavra diferente, tirada de várias partes das Sagradas Escrituras e não uma leitura sequencial de textos para nos ajudar a viver o mistério pascal em nossa vida. Por que esse milagre de Jesus da multiplicação dos pães e a multiplicação dos peixes está nesse contexto pascal? Sabem por quê? Porque nós encontramos Jesus ao partir o pão, a repartir o pão.
Primeiro, nós O encontramos assim como os discípulos O encontraram, depois de ressuscitado, o Senhor se manifestou a eles na refeição sagrada. Na cultura judaica, cada refeição, é um momento muito sagrado, é um momento de agradecer, de louvar a Deus pelos dons da criação, pelo alimento e, por isso, a refeição é feita com oração. E como a oração deve estar presente em cada refeição, porque a mesa e a refeição que fazemos é o momento sagrado da presença de Deus no meio de nós.
Por isso, ao nos sentarmos à mesa, nós devemos agradecer a Deus pelo pão de cada dia. Como nossas famílias e nossas casas precisam retomar esse sentido sagrado do alimento e do momento das nossas refeições! Estou convidando você para que, nesse tempo da Páscoa, retome isso em sua casa e em sua família: seja na hora do café, do almoço, do jantar, não faça refeição dando mais atenção à televisão ou a outras coisas ou em cima do telefone. Hoje nós somos dominados pelas máquinas, pelas tecnologias, as pessoas colocam um prato de comida na mão, colocam o telefone na outra mão e seguram o controle da televisão com outra. Comemos, bebemos, falamos ao telefone, digitamos no telefone celular, escutamos a televisão e não fazemos comunhão com quem está ao nosso lado, muito menos com Deus que está no meio de nós!
Na hora sagrada da refeição, primeiro em oração, depois em comunhão com quem está conosco e em comunhão com Deus, para que esse momento seja muito sagrado, para que Deus multiplique o pão que põe em nossa mesa e na mesa daqueles que não têm o que comer, para que não permitamos que nada sobre, nem desperdicemos nada acima de tudo.
Como é triste um pai e uma mãe colocar a comida para uma criança e ela comer uma ou duas colheres e depois jogarem a comida fora. Desperdiçar comida é um atentado grave à providência de Deus e uma ofensa àqueles que não têm o que comer!
Que nossa refeição seja sagrada, que seja o lugar do nosso encontro com Deus e da partilha do que temos com os que não têm, e da multiplicação das graças e das bênçãos de Deus em nossa vida!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 02/05/2014

Oração Final
Pai Santo, faze-nos sentir o teu Amor em nossa vida; dá-nos a consciência de que amas todos os teus filhos sem excluir nenhum deles e que devemos testemunhá-lo, sendo fontes de justiça e paz no mundo, seguindo o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/05/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que o testemunho de vida e, quando oportuno, uma palavra inspirada pelo teu Espírito, ajudem nossos irmãos peregrinos a encontrar o Caminho de volta para o Lar Paterno. E que nosso cuidado os socorra nas necessidades encontradas durante a caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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