terça-feira, 6 de março de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/03/2018

ANO B


Mt 5,17-19

Comentário do Evangelho

A Lei é pensada a partir de Jesus Cristo

Durante a sua vida terrestre, Jesus enfrentou a oposição de adversários que pensavam que o modo como ele interpretava e punha em prática a Lei e relia a Escritura era um sinal de que sua determinação era de abolir a Palavra de Deus. No embate apologético com o judaísmo rabínico, essa dificuldade se prolongou no cristianismo primitivo. O trecho do evangelho de hoje visa dirimir o equívoco (cf. v. 17). Em Jesus, toda a Escritura encontra a sua realização e no Ressuscitado, a sua luz e o seu sentido pleno. Para o cristão que lê essas linhas do evangelho é dado um critério de interpretação do Antigo Testamento: é a partir de Jesus Cristo que a lei e os profetas devem ser lidos, pois apontam para Ele. Para o cristão, a Lei é pensada a partir da cristologia. A centralidade de Jesus Cristo faz com que a exigência primordial do amor e da misericórdia se imponham como condição de autenticidade ou não de determinada prática da Lei. O que tem precedência sobre quaisquer outras prescrições legais é o mandamento do amor (cf. Lc 10,25-37).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me do perigo de reduzir minha obediência aos teus mandamentos à execução mecânica de gestos exteriores. Revela-me, cada vez mais profundamente, a tua vontade.
Fonte: Paulinas em 26/03/2014

Vivendo a Palavra

O Mandamento Novo trazido por Jesus, em sua expressão mais simples – ‘Amem-se uns aos outros assim como Eu amo vocês’ – não apenas cumpre plenamente; supera as numerosas regras a que se obrigava o povo de Israel. Entretanto sua gente, tanto quanto nós, não estava pronta para aceitar o que é simples: precisava complicar as coisas...
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2014

Reflexão

Todos nós estamos de acordo que devemos obedecer a Deus, mas não estamos muito de acordo se perguntarmos por que devemos obedecer a Deus. Isto porque existem duas formas de obediência. A primeira é a obediência de quem reconhece o poder de quem manda e se submete a este poder por causa das vantagens da obediência ou das conseqüências da desobediência. É aquele que diz que manda quem pode e obedece quem tem juízo. A segunda é de quem reconhece os valores que motivam a autoridade e assume esses valores como próprios, vendo na obediência a grande forma de concretização desses valores. Jesus não veio mudar a lei, mas mostrar as suas motivações, os seus valores, a fim de que a sua observância não seja um jugo, mas uma forma de realização pessoal.
Fonte: CNBB em 26/03/2014

Recadinho

Jesus insiste na importância dos mandamentos! É difícil cumpri-los? - Pode dizer que ama a Deus quem não respeita seu irmão? - Onde busco forças para cumprir os mandamentos? - Em minha comunidade há pleno respeito para com o próximo?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 26/03/2014

Reflexão

Jesus falava como quem tem autoridade e não como os escribas e fariseus. Dizia: “Vocês ouviram o que foi dito aos antepassados… Eu, porém, lhes digo”. Isso deixava os adversários dele intrigados. Estaria Jesus propondo alguma nova Lei, contrária à Lei de Moisés? Não. Jesus vem para respeitar e levar a pleno cumprimento a Lei e os Profetas, isto é, as Escrituras Sagradas. Não a lei deformada e decadente que predominava na época de Jesus e que ele procurava corrigir, mas a verdadeira Lei, a Lei que os Profetas sempre lembraram e ensinaram. Então os discípulos de Jesus podiam ficar tranquilos: ele não veio para eliminar as Escrituras; veio para cumprir e ensinar a vontade do Pai, da qual ele é o intérprete fiel e definitivo.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Comentário do Evangelho

O MANDAMENTO INVIOLÁVEL

A severidade com que Jesus tratou a questão da violação dos mandamentos – "mesmo dos menores" – deve ser entendida no contexto de sua pregação e de seu próprio testemunho de vida. Estaria equivocado quem tentasse entendê-la com a mentalidade dos fariseus legalistas da época. O apego deles aos mandamentos estava longe da prática de Jesus. Os fariseus apegavam-se à letra da Lei, o Messias Jesus, no entanto, ia além, buscando viver o espírito escondido nas entrelinhas dessa mesma Lei.
Jesus estava pouco interessado em minúcias, em questões irrelevantes com as quais os fariseus se debatiam. Sua preocupação centrava-se na prática do amor misericordioso, de modo especial em relação aos pobres e marginalizados; na busca constante de fidelidade ao Pai, cuja vontade era um imperativo inquestionável; na relativização das prescrições religiosas, quando estava em jogo a defesa da vida; na liberdade profética diante de tudo quanto se apresentava como empecilho para a realização do Reino. Portanto, seu horizonte era mais vasto e mais radical que o de seus adversários.
Esta é a dinâmica na qual a vida do discípulo deve se inserir, tornando-se para ele como que um mandamento inviolável. E por acreditar que este é o caminho correto de acesso a Deus, o discípulo tanto o pratica como o ensina. O legalismo farisaico é, pois, substituído pela fidelidade incondicional ao Pai.
Oração
Pai, revela-me, cada dia, a tua vontade, transformando-a em mandamento ao qual toda a minha vida se submeta.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus de bondade, concedei que, formados ela observância da Quaresma e nutridos por vossa palavra, saibamos mortificar-nos para vos servir com fervor, sempre unânimes na oração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 26/03/2014

Meditando o evangelho

GRANDE E PEQUENO NO REINO

A liberdade de Jesus, frente à Lei de Moisés, dava a falsa impressão de que os discípulos estivessem liberados para agir a seu bel-prazer. Os adversários do Mestre, que esperavam dele submissão absoluta à tradição legal, ficavam decepcionados quando o viam agir de uma forma inusitada, em pleno desacordo com o costume da época. No parecer deles, o agir de Jesus beirava a impiedade.
O Mestre tenta corrigir esta distorção, afirmando não ter vindo para abolir a Lei e os Profetas, e sim, para dar-lhes pleno cumprimento. Pelo contrário, ele exorta os discípulos a não transgredirem os mandamentos, por menor que sejam, para não serem considerados menores no Reino dos Céus. Estaria Jesus confessando-se legalista, e levando seus discípulos a competirem com o legalismo dos escribas e fariseus?
A exortação do Mestre deve ser entendida no contexto global de sua pregação. Quando se refere ao respeito à Lei e aos Profetas, está pensando na Lei como ele a entende: o desígnio original do Pai para nortear a vida humana, e não o amontoado de prescrições às quais os legalistas se submetiam. Jesus supera a letra da Lei, para atingir-lhe o espírito. Neste sentido, é grande quem se atém ao espírito da Lei e a cumpre com radicalidade; é pequeno quem a despreza, pois estará desprezando o próprio Deus.
Jesus foi grande, porque toda sua vida consistiu em cumprir a vontade de seu Pai, mesmo tendo de padecer a morte de cruz.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de obediência, guia-me a uma submissão sempre maior ao querer do Pai, de modo que eu possa ser considerado grande no Reino dos Céus.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Santos Mandamentos de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Confesso que no método de catequese da "Decoreba", nunca consegui tirar dez quando a catequista perguntava sobre os mandamentos de Deus e depois sobre os cinco da Igreja e não tenho vergonha de dizer que, se for responder ali na "lata", ainda vou me enroscar. Entretanto é bom que se diga que o problema estava no método e não no conteúdo, claro que nos anos 60 esse método servia. Hoje é quase impossível continuar-se com essa catequese conceitual e formativa.
Quando a Igreja se preocupa hoje em rever e modificar o método de catequese, adequando-o ao nosso contexto, ela não está "jogando fora" todo o ensinamento doutrinal da Tradição, o conteúdo doutrinal, que aliás é riquíssimo, continua o mesmo, a mudança está apenas no método, como apresentar tudo isso as crianças e aos catecúmenos nesses tempos da pós modernidade.
O mesmo acontecia no tempo da vida pública de Jesus, quando os seus opositores o acusavam de não seguir e obedecer a Sagrada Lei de Moisés e de querer acabar com ela. No evangelho de hoje o evangelista Mateus coloca na boca de Jesus a afirmação que quer “recolocar as coisas nos seus devidos lugares". Não vim para abolir a Lei e os Profetas, mas para leva-los á sua perfeição".
Ninguém tem autoridade para alterar a lei, ou manipula-la de acordo com suas conveniências; possivelmente na comunidade de Mateus onde esse evangelho foi refletido, haviam pessoas zelosas e bastante preocupadas com a tradição apostólica que trazia em si a Tradição de Israel, a Lei e os Profetas. O Cristianismo a princípio era uma seita dentro do Judaísmo e as coisas não aconteceram da noite para o dia, foram muitos anos até que o Cristianismo tivesse uma identidade própria. Com toda certeza a comunidade vivia esse dilema: abrir-se totalmente para a Plenitude que é Jesus ressuscitado e a novidade do evangelho, como era a tendência dos Cristãos vindos do Helenismo, ou manter a raiz em Israel, seguindo a Lei de Moisés, como pensavam os Cristãos vindos do Judaísmo?
Hoje entendemos a importância e o valor do Antigo Testamento, caminho seguro percorrido pelos Santos Homens e pelo Povo de Deus, para se chegar a Jesus Cristo, desta forma nada se pode acrescentar e nem diminuir neste legado de Fé da Antiga Aliança, o Novo Testamento ilumina o Antigo e o Antigo ilumina o Novo, pensar que a História da Salvação tem o seu início na Encarnação do Verbo, e desprezar a experiência de Fé de todos os que nos antecederam, seria o mesmo que destruir o alicerce, as vigas mestras de uma construção, onde o Edifício virá abaixo...

2. Nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

São Mateus procura mostrar que Jesus não rompeu com o judaísmo. Ele manteve os preceitos transmitidos pelo povo de Israel, procurou dar-lhes cumprimento e levá-los à perfeição. No entanto, o próprio Mateus e outras passagens do Novo Testamento dão a entender que Jesus inaugura um novo tempo. Sua encarnação é algo totalmente novo na história da humanidade e na história de Israel. Ele supera tudo o que o antecedeu, até o próprio rei Davi, que o chama de Senhor. Aceitou, porém, as consequências da encarnação, limitando-se num povo concreto, assumindo sua história e suas tradições, também elas limitadas no tempo e no espaço. Tornando-se homem, teve que aceitar uma pátria, uma língua, uma família, um aspecto físico, parentes e conterrâneos. Estamos fazendo uma leitura litúrgica do Tempo da Quaresma e esta leitura nos diz que a Lei e os Profetas continuam em vigor. O que está escrito é Palavra de Deus, e deve ser praticada e ensinada. Isto não significa que o leitor deva aceitar as Escrituras literalmente. Elas são Palavra de Deus redigidas por seres humanos. Deus é o autor principal e os redatores são instrumentos humanos. É preciso distinguir o que é mandamento de Deus do que é simples tradição humana, e ver Deus se revelando na variedade dos acontecimentos da nossa história.

HOMÍLIA DIÁRIA

A lei se cumprem em Jesus Cristo

Postado por: homilia
março 6th, 2013

Estamos diante de um texto que relaciona a lei e os profetas com o Reino dos Céus. Na primeira parte, vemos o cumprimento da lei e dos profetas na pessoa de Jesus Cristo. Num tom severo, Jesus – dirigindo-se aos cristãos vindos do Judaísmo – diz que n’Ele toda a lei e os profetas encontram a perfeição.
Além disso, Jesus abre o coração do seu discurso sobre a verdadeira justiça. O problema da justiça farisaica tinha sido levantado abertamente e, agora, este pernicioso sistema será destruído metodicamente pelas penetrantes e autoritárias observações do Senhor.
Não foi uma demasiada devoção à lei que provocou o devastador ataque de Jesus aos fariseus, mas sim a falsidade e a pouca devoção. Com hipocrisia arrogante, eles haviam produzido uma paródia vazia da lei do Senhor. Jesus rejeita essa ilusão e a expõe – tal como é – à luz da verdadeira e imutável justiça divina.
A atitude de Jesus, em face da lei, deve ser descrita como negativa. Os publicanos e os pecadores precedem os escribas e fariseus no Reino dos Céus (Mt 21, 28-32), e os pecadores arrependidos são melhores do que os justos (escribas e fariseus) que não têm arrependimento (Lc 15, 1-10).
As bem-aventuranças não contêm nenhum elogio à observância da lei. O reconhecimento, por parte do Pai Celeste, depende da confissão de Jesus. Assim, Jesus declara-se o Senhor do sábado. O publicano arrependido é perdoado, ao passo que o fariseu justo não o é. Aqueles que se reconhecem pecadores pedem perdão e obedecem a todas as ordens do seu Senhor, são servos inúteis que não fazem mais do que o seu dever, mas o seu Senhor escutará as suas súplicas. Ao contrário dos escribas e fariseus, que apropriam-se da chave do Reino dos Céus, de modo que nem eles entram nem permitem que outros entrem. É necessário que o novo povo mude de atitudes diante da Lei, pois esta, em relação às palavras de Jesus, assemelha-se a “um remendo de pano novo colocado numa roupa velha” ou “ao vinho novo guardado em odres velhos”. Jesus, como Filho do Reino, está livre das obrigações impostas pela lei.
O tratamento que lhe dá aqui não tem nada da maneira rabínica; sua antítese é: “Dizia-se” e “Eu vos digo que isto é verdade: enquanto o céu e a terra durarem, nada será tirado da lei – nem a menor letra, nem qualquer acento”.
Portanto, n’Ele e com Ele todos os que professarem a Sua fé terão a vida salva. Aliás, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 26/03/2014

Oração Final
Pai Santo, faze-nos compreender a simplicidade do teu Mandamento de Amor. E que nós tenhamos por ele tamanha veneração, que ele seja a diretriz das relações com os companheiros que nos deste para peregrinar nesta terra abençoada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2014

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