terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/02/2018

ANO B


Mc 7,14-23

Comentário do Evangelho

É com o coração, e não com as mãos, que os discípulos devem se preocupar.

Na controvérsia sobre o puro e o impuro, Jesus dá um princípio para que os discípulos compreendam que o mal, o que distorce e rompe a harmonia da criação, desfigura o ser humano e o distancia de Deus, se encontra no coração do próprio homem. Se o Levítico ordena separar o puro do impuro (cf. Lv 10,10; 20,24b-25), Jesus parece abolir essa lei, observando que se trata de tradição humana (cf. Mc 7,7.8.9). É com o coração, e não com as mãos, que os discípulos devem se preocupar. O que importa é a pureza do coração. O coração e os rins são para a Escritura a sede do saber e do discernimento, a fonte de uma vida em conformidade ou não com a vontade de Deus. É a pureza do coração, e não simples práticas externas, que revela o grau de engajamento da pessoa em relação ao Reino de Deus. Considerar o mal como algo exterior a si é, no mínimo, um modo de exprimir a incompreensão acerca da realidade do próprio mal e de não assumir a responsabilidade ante as consequências da inclinação enigmática e perversa do coração do ser humano.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, cria, no meu coração, a pureza verdadeira que me permite estar na tua presença, seguro de que minha vida te agrada.
Fonte: Paulinas em 12/02/2014

Vivendo a Palavra

A casa interior – o nosso coração – é o lugar que devemos manter puro e preparado para acolher o Espírito Santo, que nos leva a fazer a experiência do Reino do Pai (ainda não em plenitude). Se não o fizermos, é ali que acontecem os adultérios, isto é, nós misturamos o que é santo com desejos menores – este é o nosso pecado.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/02/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus usa os alimentos como metáfora: o que vem de fora não contamina o homem. Assim, também, não devemos procurar fora de nós culpados pelos acontecimentos que fazem sofrer, mas verificar como e onde podemos atuar para diminuir as suas consequências penosas para os irmãos.

Reflexão

Todos nós somos capazes de ver a influência que a sociedade exerce sobre o comportamento das pessoas e muitas vezes ouvimos pessoas que querem responsabilizar outras pessoas ou a sociedade pelos seus próprios atos. Jesus, no Evangelho de hoje, nos mostra que, na verdade, a responsabilidade do ato compete à própria pessoa, pois a pessoa age de acordo com os valores ou desvios que estão presentes no seu coração. É claro que existe a influência do meio, mas ela só determina a vida da pessoa se encontra eco no seu coração, caso contrário, a pessoa rejeita essa influência.
Fonte: CNBB em 12/02/2014

Recadinho

Jesus fala de nosso coração! Quanta maldade! Reflita sobre o que Jesus menciona que sai do coração humano: más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 12/02/2014

Meditando o evangelho

O QUE PODE CONTAMINAR

O processo de contaminação pela impureza era muito mais sério do que os escribas e fariseus poderiam imaginar. Eles temiam tornar-se impuros pelo contato físico com coisas e pessoas, consideradas transmissoras de impureza. Este pensamento equivocado os impedia de perceber os verdadeiros agentes de contaminação.
Jesus aponta para elementos contaminadores radicados no mais íntimo do coração humano, dos quais não é fácil se precaver. Daí provém as impurezas que incapacitam o ser humano para um relacionamento adequado com Deus.
É relativamente fácil segregar-se das coisas e pessoas tidas como transmissoras de impureza. Pelo contrário, é extremamente difícil manter a devida distância do que sai de dentro e tem o poder de contaminar. Vigilância e discernimento são duas atitudes imprescindíveis. Sem elas, a hipocrisia se apodera da ação humana. E a pessoa fiel às regras de purificação acaba sendo a mesma que nutre maus pensamentos contra o próximo.
O discípulo do Reino se previne contra este descompasso. Dele se exige, em primeiro lugar, a purificação das motivações de sua ação. Seu agir brota de um coração puro, sem dolo nem má-fé, e busca unicamente o bem do próximo. Esta é a pureza requerida por Deus. A outra reduz-se a mera questão de higiene, sem maior relevância.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, purifica o meu interior, de forma que o meu agir seja preservado de toda impureza do mal.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Importa o que está dentro...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O tema é o mesmo do evangelho refletido ontem, porém envolve a questão da alimentação e o órgão onde se inicia o processo digestivo: a nossa boca, que pode ser fonte de vida ou de morte!
A Lei de Moisés, dada quando o povo atravessava o deserto, tinha muitas normas de segurança e preservação da saúde, e a questão dos alimentos impuros que poderiam contaminar as pessoas era uma delas. Preocupação com a contaminação é algo que faz parte do nosso dia a dia, mas que não nos deve tornar excessivamente escrupulosos senão torna-se uma doença. Mas para os Judeus a contaminação tinha um caráter fortemente religioso onde quem é impuro está longe de Deus e da sua Salvação prometida.
Esse modo perverso de se relacionar com Deus, acaba gerando divisões por conta dos preconceitos e Jesus corrige esse modo de pensar colocando as coisas em seu devido lugar, as coisas externas inclusive alimentação que entra pela boca do homem não o afeta em sua espiritualidade (pode sim transmitir alguma enfermidade) e nesse sentido, o próprio organismo do homem, criado com perfeição por Deus, tem seus mecanismos que após o metabolismo, expele aquilo que é impuro ou danoso ao corpo, este é um processo natural que os próprios órgãos digestivos realizam independem da nossa vontade.
Mas quando se fala de algo que possa manchar a dignidade do ser humano, a primeira coisa é a vontade humana, ninguém faz uma calúnia, ou diz uma ofensa moral a outro, de maneira involuntária, ninguém sente inveja, ciúme, cólera ou mágoa, de maneira involuntária. É por decisão e vontade que se peca. É isso que Jesus quer dizer quando fala que são as coisas que saem de dentro do homem que o tornam impuro, e não as que entram nele.
O coração humano no pensamento bíblico é o centro das decisões e morada permanente de Deus, o cerne da lei, que é o amor a Deus, é proclamado solenemente: Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração..." Portanto a nossa dignidade de Filhos e Filhas de Deus torna-se sempre mais visível quando externamos o Deus manifestado em Jesus, que está dentro de nós. Nossas ações tornam-se todas puras e sagradas em sua essência…

2. O que sai da pessoa é que a torna impura
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

No tempo de Jesus havia leis dietéticas de caráter religioso. Sua observância ou não observância tornava a pessoa pura ou impura aos olhos de Deus. Um alimento podia ser impuro em si mesmo e se alguém o comesse tornava-se também impuro. Nos seus ensinamentos Jesus explicou à multidão que o ouvia que nada que vem de fora e entra na pessoa a torna impura. O que sai da pessoa é que a torna impura. Ele se referia aos alimentos que vêm de fora e entram no corpo da pessoa a vão para o estômago, não para o coração. O que torna alguém impuro são as intenções que saem do seu coração. Olhando para dentro de mim mesmo eu me pergunto: “Qual é minha opção fundamental de vida? Quais são os meus projetos?”. Nossa mente elabora projetos e nossa vontade decide ou não realizá-los. O que aparece pode não ser verdadeiro. A verdade está na intenção e na intenção está o fim que me proponho.

HOMILIA

JESUS FALA SOBRE A IMPUREZA

Hoje, Jesus desmascara o que está por trás de certas práticas apresentadas como religiosas. E toma um exemplo concreto referente ao quarto mandamento. Corbã era o voto, pelo qual uma pessoa consagrava a Deus os próprios bens, tornando-os intocáveis e reservados ao tesouro do Templo. Aparentemente Deus era louvado, mas na realidade os pais ficavam privados de sustento necessário, enquanto o Templo e os sacerdotes ficavam ainda mais ricos.
Neste Evangelho Jesus nos ensina a discernir onde encontrar a raiz do mal que tenta nos afastar de Deus levando-nos ao pecado e à morte. Muitas vezes nós enxergamos o que o mundo nos apresenta como proposta, os apelos ao sexo, ao poder, ao consumismo, aos prazeres, às desordens, violência. E, erradamente supomos que é isto que nos motiva a viver uma vida longe de Deus. Achamos que as concupiscências vêem de fora para nos desvirtuar. No entanto, Jesus nos dá conhecimento de que “é de dentro do coração humano que saem as impurezas!” e não o que vem de fora.
Fomos criados à imagem e semelhança de Deus e o nosso coração foi feito pleno do Seu amor, para que com este mesmo amor nós pudéssemos amá-Lo e amar aos nossos semelhantes e com eles manter relacionamentos benfazejos. Contudo, nós temos em nós a semente do pecado original que descaracteriza a nossa imagem e semelhança com Deus e, por isto, nós também cultivamos no nosso coração o desamor e a soberba. É por orgulho e vaidade que o homem se torna mal! Tudo o que cultivarmos dentro de nós será o que irá motivar as nossas ações.
O nosso coração é fonte de bênção e de maldição. O mal não entra pela boca, mas sai do coração do homem. A fonte do mal é o pensamento do homem. Se não cuidarmos em cultivar pensamentos sadios e agradáveis a Deus iremos carimbar as nossas ações com a marca do inferno e já não nos pareceremos com Jesus que veio ao mundo para nos configurar a Ele.
Cabe a cada um de nós fazer uma reflexão de como está o nosso interior para que possamos perceber se estamos sendo banhados pela água fonte que traz vida em abundância, isto é, o Espírito Santo, ou pela sujeira do esgoto interior do qual só sai devassidão.
Estamos exalando o perfume do céu ou a podridão do inferno? Você tem feito um exame de consciência do seu interior? – Em qual fonte você tem se banhado? – O que tem direcionado os seus pensamentos: coisas boas ou coisas más? – Você guarda rancor dentro de si? – Você costuma desabafar com alguém quando tem algum ressentimento ou apenas rumina no seu pensamento?
Pai, cria, no meu coração, a pureza verdadeira que me permite estar na tua presença, seguro de que minha vida te agrada.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 12/02/2014

HOMÍLIA DIÁRIA

Que o Espírito Santo purifique o nosso coração!

É uma tarefa diária para a nossa vida purificar o nosso interior! Que o Espírito Santo tire todas as impurezas que nos impedem de ter um coração verdadeiramente puro!
“Ele disse: ‘O que sai do homem, isso é que o torna impuro. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo”’ (Mc 7, 20-22).
Meus queridos irmãos e irmãos, continuando a reflexão de Jesus sobre o sentido e a prática da religião, hoje o Senhor nos mostra que não existe nada mais sagrado, para a vivência da religião, do que ter um ”coração puro”. A pureza de coração é a tarefa principal da nossa vida. Nós gastamos tempo (e que bom que gastamos tempo!) para cuidar do nosso exterior. Sim, você vê as filas nos salões, o tempo que as pessoas gastam cuidando da barba, do bigode, do cabelo; e as mulheres cuidando das suas unhas. Que bom e como é importante fazer isso! Se com essa mesma intensidade cuidássemos do nosso interior, a nossa beleza seria tão mais resplandecente, que nós gastaríamos muito menos com coisas externas e nos preocuparíamos bem menos com rugas e outras coisas mais. Porque é o que sai de dentro de nós que revela aquilo que nós somos.
É difícil, nós até conseguimos disfarçar, muitas vezes, nossas imperfeições com um sorriso falso, estica ali, estica aqui, nos as escondemos atrás de uma maquiagem e de uma bela roupa; mas o que vale é o que está dentro de nós. O que nos torna impuros é aquilo que carregamos dentro do nosso interior. É o próprio Jesus quem nos diz que o adultério, a imoralidade, os roubos, as maldades, as fraudes, as devassidões, a calúnia, a maldade, etc., estão dentro do nosso coração. Por isso é uma tarefa diária para a nossa vida purificar o nosso interior!
Há muitos anos que, ao chegarmos à capital de São Paulo, vemos ali um trabalho que parece incansável para tentar descontaminar e despoluir o Rio Tietê. As máquinas tentando tirar as impurezas do rio, e como isso é difícil, porque deixaram as sujeiras se acumularem e crescerem, elas foram lá para o fundo do rio, e como é difícil retirá-las! Ele pode até parecer bonito, mas as águas dele já foram contaminadas.
Da mesma forma, nós até podemos parecer bonitos por fora, temos um belo sorriso, uma bela imagem, mas nós não podemos deixar de cuidar do nosso interior, do mais profundo da nossa alma. Há muita sujeira escondida, muita maldade escondida, muita impureza, muita raiva, muito ressentimento, muito rancor, coisas que fazem um mal terrível e que contaminam a nossa forma de falar. Quando menos imaginamos nós damos uma resposta atravessada e uma patada em alguém, quando menos imaginamos nós pensamos mal e querendo o mal do outro. Nós agimos assim porque as provocações não vêm de fora, elas vêm de dentro de nós, das coisas que não ficaram bem resolvidas em nosso interior.
Que Deus, no Seu amor infinito, nos dê essa alavanca maravilhosa, que se chama Espírito Santo, para que Ele venha purificar o nosso coração e o nosso interior, tirando todas as sujeiras e impurezas que nos impedem de ter um coração verdadeiramente puro!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 12/02/2014

Oração Final
Pai Santo, dá-nos um coração puro, faze-nos capazes de um olhar sincero, ensina-nos a simplicidade e a transparência nas relações com os nossos companheiros de jornada nesta terra que abençoas. Queremos ser amigos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 12/02/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, livra-nos da pretensão de nos fazermos juízes dos companheiros do caminho. Torna-nos peregrinos alegres e solidários, prontos para ajudar, sem preconceitos ou críticas, conscientes de tua presença paterna em cada ser que Tu criaste com tanto Amor. Por Jesus, o Cristo, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

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