terça-feira, 3 de outubro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 04/10/2017

ANO A


Lc 9,57-62

Comentário do Evangelho

Ninguém pode impor ao Senhor condições para segui-lo.

No início da subida para Jerusalém, apresentam-se três casos que, dado o anonimato das pessoas, devem ser tidos como típicos. No primeiro e no terceiro casos, são as pessoas que tomam a iniciativa de seguir Jesus; no segundo caso, é Jesus quem o chama. Nos três casos há o desejo sincero de seguir Jesus. No entanto, é preciso que todos saibam as condições para se tornarem discípulos e se têm força e ânimo para fazê-lo. Àquele que se apresenta desejoso de segui-lo, Jesus adverte que a vocação do discípulo é itinerante, exige desapego e renúncia do conforto dos bens terrenos. Aos outros dois, Jesus observa que não pode haver nada que anteceda ou possa retardar o seguimento; a disponibilidade não pode estar subordinada a apegos afetivos nem aos bens. Ninguém é excluído do seguimento de Jesus. No entanto, ninguém pode impor ao Senhor condições para segui-lo. O que é dito em separado a cada um deles que se dispõem a seguir Jesus vale, no seu conjunto, para todos. O que é dito aos discípulos como exigência do seguimento, nós o vemos realizado na vida mesma de Jesus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.
Fonte: Paulinas em 01/10/2014

Vivendo a Palavra

Enquanto Lucas nos mostra algumas reações ao convite de Jesus «Siga-me», nós nos lembramos de Santa Teresinha de Menino Jesus, com seu exemplo de entrega ao Reino do Pai: ela dedicou toda sua breve vida ao anúncio do Amor com que somos amados pelo Criador, amando a todos que com ela conviveram.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/10/2014

VIVENDO A PALAVRA

Tantas vezes Jesus alerta sobre a grande distância entre as promessas humanas e sua realização, que deveríamos aprender com o saudoso papa João XXIII: ele reconhecia seus limites e fragilidades e orava todas as manhãs pedindo ao Pai que lhe desse forças para ser bom naquele dia: “Hoje, somente hoje…”

Reflexão

Seguir Jesus significa muito mais do que ser um repetidor doutrinário, significa ser capaz de assumir o seu Projeto como algo próprio, ser capaz de olhar para o futuro e visualizar o Reino de Deus, fundamentar a própria existência nesse Reino, fazer da esperança da sua realização o motor propulsor da própria vida e entregar-se de corpo e alma, com tudo o que se é e que se tem na luta em prol da plena realização desse Projeto, renunciando a todas as conquistas humanas obtidas e a todas as formas de segurança que este mundo pode oferecer. É ser totalmente livre de todos os apegos deste mundo para amar a Deus de forma total e exclusiva e fazer desse amor a grande motivação da construção do Reino e a causa da própria felicidade.
Fonte: Canção Nova em 01/10/2014

Recadinho

Conhece alguém que deixou tudo para seguir a Jesus de modo radical? - Cite alguém que seja um ótimo exemplo de dedicação ao Evangelho. - O jovem estava triste, diante de uma realidade terrena. Jesus o encoraja a se dedicar ao anúncio do Reino de Deus. - Nós nos preocupamos em encorajar os abatidos? - Sua comunidade apoia os que deixam tudo para anunciar o Reino de Deus? - O que sua comunidade faz pelas vocações sacerdotais e religiosas?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 01/10/2014

Comentário do Evangelho

A RADICALIDADE DO SEGUIMENTO

Cada uma das três cenas de encontro de Jesus com pessoas chamadas a segui-lo, ilustra a radicalidade do seguimento. É preciso uma grande dose de despojamento para dar o passo. Sem isto, essa experiência ficaria sem feito, já nos seus inícios.
A primeira cena aponta para o destino de pobreza e insegurança a que estão fadados os seguidores de Jesus. Ele mesmo sabia-se desprovido de segurança oferecida por uma estrutura familiar, ou qualquer outra. Não podia contar com nada que lhe pudesse oferecer estabilidade. Sua existência era realmente precária, sob o ponto de vista material. Estava sempre na dependência da generosidade alheia.
A segunda cena, sem pretender pôr em discussão as obrigações próprias da piedade filial, indica estar o discípulo a serviço do Reino da vida. É inútil preocupar-se com a morte física, pois esta é vista na perspectiva da ressurreição. Assim, não é falta de piedade, no caso do discípulo em missão, estar ausente por ocasião do enterro do próprio pai. A certeza da ressurreição permite-lhe manter-se em comunhão com o ente querido, para além da morte física.
A terceira cena mostra como o chamado do Reino não suporta delongas. Nada de despedidas demoradas, adiamentos sem fim, desculpas sucessivas. Ao ser chamado, o discípulo deve estar disposto a romper com o passado e lançar-se, de cheio, no serviço do Reino.
Oração
Espírito de determinação, que as preocupações desta vida jamais me impeçam de ser decidido em entregar-me à missão que o Senhor me confiou.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus, que preparais o vosso reino para os pequenos e humildes, dai-nos seguir confiantes o caminho de santa Teresinha, para que, por sua intercessão, nos seja revelada a vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Dom Total em 01/10/2014

Meditando o evangelho

EU TE SEGUIREI

O seguimento de Jesus comporta exigências radicais e supõe rupturas. Só quem, de fato, optou pelo Reino é capaz de submeter-se a elas. Jesus defrontou-se com pessoas dispostas a segui-lo, mas sem terem suficiente consciência do que isto comportaria.
Àquele homem que se dispôs a segui-lo por toda parte, Jesus recordou a pobreza que o discípulo deveria abraçar: assim como o Filho do Homem não tinha onde reclinar a cabeça, o mesmo se passaria com quem desejasse segui-lo. Deveria estar disposto, nas suas longas caminhadas, a abrir mão de muitas comodidades e não perder o ânimo, quando se visse privado até mesmo do alimento. O seguimento se dá na pobreza e no despojamento.
A quem pediu permissão para, antes, ir enterrar o pai, Jesus exigiu a imediata execução da ordem: "Segue-me". Não havia por que esperar até a morte do pai para sentir-se liberado para seguir Jesus. Quanto ao pai, haveria quem cuidasse dele em suas necessidades. O discípulo foi desafiado a colocar o serviço do Reino acima do afeto familiar.
E aquele que desejou ir despedir-se dos familiares antes de seguir Jesus, foi alertado quanto à necessidade de ter um coração indiviso. Nada de seguir Jesus e, ao mesmo tempo, ter a atenção desviada para outra direção. E necessário entregar-se todo ao projeto do Reino. Portanto, o Mestre não aceitava adaptar o discipulado à conveniência de seus seguidores.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total)
Oração
Senhor Jesus, quero seguir-te, submetendo-me às exigências do discipulado, sem olhar para as minhas conveniências e meus interesses.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Discipulado é incondicional
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Motivado pela busca de segurança e proteção, alguns cristãos tem a mesma atitude desse primeiro homem que Jesus encontrou no caminho "Senhor, eu te seguirei para onde quer que fores..." Certamente esse homem estava admirado com Jesus, seus milagres e prodígios, sua liderança natural, seu carisma maravilhoso, pensou com certeza em segurança e proteção, não diferente de certa mentalidade cristã da pós modernidade, presente na afirmação "Com Jesus eu tenho tudo".
O Cristianismo não oferece nenhuma segurança nesse sentido, isenção de doenças, tribulações, dificuldades de toda ordem, inclusive de bens materiais. Conheci uma pessoa que desanimou na Fé porque teve o carro roubado justamente na hora em que se encontrava na Igreja, trabalhando na comunidade.
Jesus vai dizer em sua resposta a esse fanático discípulo, que nem ele mesmo tem um lugar certo, de sua propriedade, para repousar. Na Sociedade de consumo, quando se entra em algum empreendimento lucrativo, vale a pena dar tudo, pois quanto mais a gente dar, mais lucro a gente vai ter. Para um seguidor de Jesus, somente a primeira parte é verdadeira, "dar tudo de si, priorizando o Reino como o valor absoluto em nossa vida, e todo o resto como secundário”
Diante do chamado as pessoas reagem, exatamente assim, sempre há algo mais urgente a ser feito, o primeiro queria primeiro obedecer a Lei e fazer o enterro do Pai, o outro queria primeiro uma Festa de despedida dos parentes e amigos.
A missão e o chamado para o discipulado vem sempre como proposta, porém, quem der o seu SIM não poderá ter outra prioridade na Vida que não seja a de anunciar o Reino de Deus, quem coloca certas condições para ser cristão e membro da comunidade, ainda não está preparado para ser um verdadeiro discípulo.

2. Venham despojados e de coração livres
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Vamos caminhando com Jesus e seus amigos até Jerusalém, observando os acontecimentos e aprendendo os ensinamentos. Três novas vocações aparecem no caminho. A lição é clara: venham despojados, com o coração livre, sem interesses pessoais; venham sem condições, dispostos a pôr em primeiro lugar o anúncio do Reino de Deus; venham decididos, sem olhar para trás, vindo sem voltar. Jesus não tinha onde reclinar a cabeça. Não tinha nada. Segui-lo tinha que ser um ato totalmente gratuito e desinteressado. Por isso que os santos deixam tudo. É claro que podemos enterrar os nossos mortos, e devemos como obra de misericórdia, e podemos nos despedir de nossa família, se vamos partir em missão. Em primeiro lugar, porém, está o Reino de Deus. O que se busca deve ser claro e ter força de atração, para que o nosso rosto que se voltou para Jerusalém não se distraia nem se desvie. Sempre é possível começar e não ir adiante. Somos fracos, mas alguns têm que ser fortes e firmes. Assim ordenou Deus a Josué: “Sê firme e corajoso”. Com este espírito decidimos ser cristãos, e depois demos novos passos consagrando nossas forças a serviço do Senhor.

HOMILIA

O JEITO DE SEGUIR JESUS Lc 9,57-62
Jesus usa essa pequena parábola para ilustrar o caminho do discipulado. Ser seu discípulo é tornar-se alguém tão concentrado em sua missão quanto o agricultor que ara sua terra. Não é possível olhar para trás, ter outras preocupações ou distrações. Envolver-se com o reino de Deus significa “já” estar com a mão no arado e não se pode perder tempo nenhum. Jesus é mais exigente que Elias, pois enquanto este permitiu que Eliseu fosse despedir-se de seus familiares, nem isso Jesus consente. É nessa radicalidade que este voluntário é surpreendido. Não se pode esperar o pai morrer, mas também não se pode nem despedir-se dele. O discipulado exige um engajamento imediato. Este homem foi confrontado com a radicalidade nua e crua da “urgência” com que se deve tratar o discipulado e o reino de Deus.
Novamente, como nos dois diálogos anteriores, não há resposta por parte da pessoa que conversa com Jesus. Sua reação? Não sabemos; fica apenas o silêncio. Um silêncio que pode ocultar uma multidão de pensamentos.
Este é um dos textos mais enfáticos sobre o seguimento de Jesus em todo o Novo Testamento. Ele apresenta a questão de que para ser discípulo de Jesus devemos pagar um “preço” e temos que ter consciência da “urgência” de seu chamado.
O “preço” a pagar é a certeza de que seguimos um Senhor que, embora seja dono de todo o universo, foi rejeitado e humilhado. Nossa vida não será diferente da dEle. Ser discípulo de Jesus significa assumir a disposição de ter uma vida simples, até mesmo com algumas necessidades, passar por incompreensões, às vezes estar sozinho nas lutas. Se não for assim, não estaremos aptos para seguir ao Senhor Jesus.
Levar o nome de cristão também implica em colocar o reino de Deus como prioridade em nossa existência. O texto ilustra isso de um modo chocante: nossas relações familiares. Se não estivermos dispostos a pagar o “preço” de colocar Jesus acima de “tudo”, até mesmo da família, e de assumir essa decisão com rapidez, pois o reino de Deus exige “urgência”, não conseguiremos ser discípulos. Você já pensou nisso? Já fez essa decisão?
É importante notar que o texto não apresenta nomes. Todas as três pessoas são desconhecidas. Você sabe por quê? Para que analisemos nossas vidas e vejamos se nosso nome não deve aparecer no lugar daquelas pessoas devido ao nosso comportamento idêntico ao delas. Será que seu nome deve ser colocado no lugar do primeiro homem? Ou no do segundo? Talvez você se assemelhe ao terceiro? Essa é uma questão que só você pode responder.
As respostas que você der a esse texto definirão se você pode viver como discípulo conforme ilustrado em 9,51-56 e 10,1-12. Você tem conseguido viver com alegria como discípulo de Jesus?
Pai torna-me apto para o serviço do teu Reino, dando-me as virtudes necessárias para não me desviar do caminho traçado por ti, mesmo devendo pagar um alto preço por isso.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 01/10/2014

HOMILIA DIÁRIA

O Senhor é nosso refúgio e nossa proteção

Seguir Jesus significa, muitas vezes, estar privados de tudo e não ter segurança. Mas uma certeza nós podemos ter: o Senhor é nosso refúgio e proteção.
“Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lucas 9, 62).
Nós nos aproximamos do Senhor porque queremos que Ele seja o nosso refúgio, segurança e proteção. Na verdade, o Senhor é nosso refúgio, segurança e proteção, mas nós, muitas vezes, queremos materializar a proteção de Deus. E nisso está a dificuldade que muitos têm de segui-Lo, porque nós não encontraremos, ao deixarmos tudo para seguir o Senhor, a segurança humana de que nós necessitamos. Porque o Filho do Homem não tem nem onde reclinar a própria cabeça, até as aves do céu estão mais bem servidas do que Ele, as raposas têm tocas para si, mas o Filho do Homem não!
Nós, muitas vezes, queremos o conforto, mas nem sempre o teremos conosco; porque enfrentaremos o frio, o calor, as arestas da vida, os tempos melhores de saúde e outros de doença – “Nossa, mas eu sou discípulo de Jesus! Tenho que passar por essas contrariedades da vida?”. Vai ter de passar por tudo isso sim e, muitas vezes, vai passar muito mais do que outros.
Outras vezes, nós queremos a segurança do afeto – “Eu vou seguir Jesus, mas deixe-me primeiro enterrar os meus familiares”. Ou então: “Permita-me despedir-me dos meus”. Se vamos esperar os enterrar e nos despedir dos nossos para depois seguir o Mestre, a vida vai passar e a despedida nunca há de terminar. Então, quem tem disposição para seguir Jesus precisa realmente segui-Lo, confiando somente na Sua graça.
Não espere a segurança material de que você precisa, o conforto que a vida pode lhe dar, ou estar sempre cercado dos afetos de que você necessita para fazer isso. Seguir Jesus significa, muitas vezes, estarmos privados de tudo isso, não termos a segurança, não termos o conforto que esperamos nem o afeto de que precisamos. Mas, uma certeza nós podemos ter: é o Senhor quem cuida de nós!
Nós nos fazemos livres, nos desapegamos, nos despojamos interiormente de todas as seguranças que o mundo pode nos dar para termos a certeza da eternidade, a segurança da proteção divina; termos o afeto do amor de Deus, que conduz os nossos passos.
Não vou viver como louco, não vou viver como uma pessoa sem juízo neste mundo. Pelo contrário, vou cuidar da minha vida, procurar dar o melhor para os meus, mas saberei viver tendo e não tendo o que necessito. Saberei me alegrar na hora em que posso ter os meus parentes comigo, mas saberei que nessas e em outras ocasiões ou por um tempo da minha vida, poderei perder alguém querido. Ao mesmo tempo, eu tenho a certeza de que, em Deus, eu nada perco, ainda que humanamente eu passe pelos desconfortos da vida, em Deus eu tudo ganho, porque o céu é o nosso tudo!
Que possamos, hoje, ao refletir sobre a Palavra de Deus, pedir a Ele que nos dê um coração livre, um coração despojado, um coração que faça do Senhor um refúgio seguro para a nossa alma e para o nosso coração!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 01/10/2014

Oração Final
Pai Santo, faze-nos atentos aos sinais dos tempos: eles nos falam do convite que recebemos para caminhar nas estradas do Teu Reino desde agora, nesta terra que nos emprestas, até que estejamos plenamente contigo, junto com o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na Terra Prometida.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/10/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos o encantamento pelo teu Reino! Que a nossa opção pelo seguimento de Jesus, teu Filho Unigênito que se fez nosso irmão, seja firme e perseverante, para que a caminhada de discípulos missionários se conserve leve, transparente e alegre. Pelo mesmo Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário