segunda-feira, 19 de junho de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/06/2017

Ano A


Mt 5,43-48

Comentário do Evangelho

O primado do amor e da misericórdia.

Sexta e última antítese. Trata-se do primado do amor e da misericórdia. O que é exigido é não limitar o amor àqueles que nos fazem o bem ou, então, que já amamos. Trata-se da atitude daquele que, vítima do mal de outrem, permanece fazedor de paz (cf. Mt 5,9), generoso, disposto a perdoar. Pelo amor aos inimigos é que se mostra que o verdadeiro tesouro da pessoa está em Deus e o sustento da vida apoiado nas coisas que não passam; o amor não passa. A vida cristã é um modo de viver. Aderir ao evangelho de Jesus Cristo supõe aceitar agir como Deus age e se comportar com a confiança e a serenidade que somente a referência aos bens maiores pode dar. A perfeição de que fala o nosso texto não diz respeito somente à integridade física e moral; ela diz respeito, igualmente, à observância e fidelidade aos mandamentos da Lei de Deus (Sl 119,1). A passagem paralela de Lucas não fala de perfeição, mas põe o acento sobre a misericórdia de Deus que os discípulos de Jesus devem imitar (Lc 6,36). Propriamente, a “perfeição” consiste em amar como Deus ama, isto é, indistintamente, oferecendo a todos a graça de seus bens.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Espírito de amor perfeito, coloca-me no caminho da perfeição do Pai, que ama a humanidade, fazendo o bem a todos os seres humanos, sem distinção.
Fonte: Paulinas em 17/06/2014

VIVENDO A PALAVRA

Jesus mergulha no mais profundo segredo do Sermão da Montanha: o amor ao inimigo e a oração pelos que nos querem mal. Assim se completa a conversão do coração: de um Deus poderoso, mas vingativo, para o Deus Pai de Jesus Cristo, todo amor, misericórdia e gratuidade.

Reflexão

Um dos valores mais determinantes da nossa vida é a justiça, mas na maioria das vezes deixamos de lado a justiça de Deus para viver a justiça dos homens, fundamentada na troca de valores e não na gratuidade de quem de fato ama. Quem ama verdadeiramente reconhece que Deus é amor e tudo o que somos e temos vem dele, como prova desse amor gratuito. Assim, as nossas atitudes não podem ser determinadas pelas diferentes formas de comportamento das pessoas que nos rodeiam, mas pelo amor gratuito de Deus que deve fazer com que sejamos capazes de superar toda forma de vingança em nome da justiça e procurar dar a nossa contribuição para que o mundo seja cada vez melhor.
Fonte: CNBB em 17/06/2014

Recadinho

Será que temos algum inimigo para amar? - O que mais me atrai: alegria, paz, paciência, bondade, humildade? - Tenho sempre em mente a advertência de Jesus que o Pai dá o sol para bons e ruins e o mesmo faz com a chuva? - Ter um coração manso não é um grande desafio? - Procuro exercitar-me diante da necessidade de ter paciência?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: Arquidiocese BH em 17/06/2014

Meditando o evangelho

A PERFEIÇÃO DO AMOR

A exigência de amar os inimigos revolucionou a mentalidade dos discípulos do Reino. O AT recomendava agir com deferência em relação aos inimigos, mormente em certas circunstâncias especiais. A Lei obrigava a reconduzir o boi do inimigo, caso se tivesse desgarrado da manada. Ao inimigo faminto e sedento, dever-se-ia dar comida e bebida. Ninguém poderia alegrar-se com a queda do inimigo. No entanto, não encontramos aí um ensinamento preciso acerca do amar os inimigos.
Jesus deu um passo considerável em relação à tradição judaica.
O amor evangélico supera o nível do puro sentimento ou o da relação de amizade. Amar consiste em estabelecer uma comunhão profunda com o outro, tornar-se seu intercessor junto do Pai - "Orai por aqueles que vos perseguem e caluniam" -, desejar-lhe, ao saudá-lo, um shalom pleno, ou seja, saúde, prosperidade e bem-estar, e implorar para ele as bênçãos divinas - "Bendizei aqueles que vos maldizem".
O amor recusa-se a nutrir desejos de vingança contra o inimigo. Antes, esforça-se continuamente para fazer-lhe o bem.
A motivação do amor ao próximo funda-se no modo de agir do Pai. Quando se trata de fazer o bem às pessoas, ele não as divide entre más e boas, justas e injustas, de forma a conceder benefícios a umas e punição a outras.
A perfeição do amor consiste na imitação do modo divino de agir. Por isso, o ideal do discípulo é ser perfeito como o Pai dos céus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de amor perfeito, coloca-me no caminho da perfeição do Pai, que ama a humanidade, fazendo o bem a todos os seres humanos, sem distinção.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Amor não é Amizade...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Provavelmente todos nós achamos muito mais difícil amar os nossos inimigos porque confundimos amor com amizade, o que não é a mesma coisa, nem toda amizade acontece entre amigos, as vêzes chamamos de amizade uma relação mais tranquila com as pessoas, são relações ocasionais, sem comprometimento algum de ambas as partes, se a relação for mais frequente poderá surgir uma grande amizade motivada pelo respeito e admiração que se nutre pelo outro. Mesmo assim não se trata de amor, logicamente costumamos dizer que amamos nossos amigos, mas nem todos com a mesma intensidade!
A amizade requer alguma exterioridade, algo em comum, gestos acenos, apertos de mão e em situações mais delicadas até um abraço... Ainda assim não é amor. O amor é algo presencial, nem sempre precisa ser manifestado, porque existe concretamente no coração daquele que ama.
O amor existe, mesmo que não hajam palavras ou manifestações afetivas e cordiais, o amor ás vezes é feito de silêncio, olhares, expressões, risos ou mesmo pranto. O amor é como o vapor de uma grande caldeira, se não houver uma válvula de escape, acabará explodindo. Por isso não existe amor fechado, em uma comunidade, em um casal, em uma família, pois ele é envolvente e abrangente.
Deus não tem por nós uma simples amizade, e nem foi por pura amizade que o Senhor deu a sua vida por todos nós, mas por amor, não um amor que é manifestado por Ele quando nós correspondemos e somos bons, não um amor que tem sua razão de ser por causa de nossas "virtudes" e boas ações, aliás, Deus não teria nenhum motivo para nos amar. Mas trata-se de um amor que simplesmente nos ama. Deus é AMOR e fez de cada homem e cada mulher o objeto desse amor. Deus nos criou porque nos ama, e nos ama porque nos criou.
Só assim podemos compreender um pouco melhor o ensinamento de Jesus nesse evangelho, que desmonta a antiga forma de amor, que é manifestado sob condição e que exige uma correspondência "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e perseguem. Somente assim somos a imagem e semelhança de Deus, somente assim nos tornamos seus Filhos e Filhas.
Os cristãos que vivem em comunidade são assim chamados a superar qualquer lei e obrigatoriedade sobre a ação de amar. Mais do que isso, são vocacionados a viver um amor sem medidas, o mesmo amor que levou Jesus á cruz do calvário, é o amor da esperança, o amor que teima em acreditar no Ser humano, porque ele é imagem e semelhança daquele que é o AMOR verdadeiro.

2. A postura do misericordioso
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Sexta antítese. Trata-se, aqui, da postura do misericordioso, daquele que sabe suportar a perseguição, daquele que aceita o mal permanecendo “fazedor de paz”, de perdão, daquele que não tem nada a perder porque o seu tesouro é fazer o exigido pelo evangelho, que mostra a nossa filiação divina. A partir do momento em que aceitamos o evangelho da paternidade de Deus, nos comportamos com a confiança, a serenidade, a certeza dos bens maiores que são próprios dos filhos. “Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.” Além da integridade física e moral, a perfeição tem o significado de fidelidade na observância da Lei (Sl 119[118],1). A passagem paralela de Lucas (6,36) põe o acento sobre a misericórdia do Pai, que se é convidado a imitar. Mas a perfeição do Pai está na universalidade do seu amor, que é dom absolutamente gratuito.
Oração
Espírito de amor perfeito, coloca-me no caminho da perfeição do Pai, que ama a humanidade, fazendo o bem a todos os seres humanos, sem distinção.

3. O AMOR AOS INIMIGOS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus apelou para o modo de proceder do Pai para ensinar o amor aos inimigos. O Pai não faz distinção das pessoas entre boas e más, quando concede seus benefícios à humanidade. O sol e a chuva derramam-se abundantes sobre todos e lhes são benéficos, independentemente, de sua conduta.
O discípulo do Reino, do mesmo modo, não divide as pessoas em boas e más, santas e pecadoras, amigas e inimigas, sendo atencioso e serviçal para umas e repelindo as outras. Porém, a atitude do discípulo pode não encontrar correspondência por parte de outras pessoas e, eventualmente, ser hostilizado por elas. Pois bem, embora tenha que sofrer, o discípulo não retribui com a mesma moeda. Ele bendiz, quando lhe maldizem. Dispõe-se a fazer o bem a quem lhe nutre ódio. Intercede por seus perseguidores e caluniadores. Esta é a marca registrada do discípulo.
Se agisse de outra forma, o discípulo não se distinguiria de um não-discípulo. Revidar ódio com ódio e maldição com maldição não é novidade. O discípulo, inspirado no agir do Pai, vai na contramão da cultura reinante. Aí, sim, ele mostra ser o Pai o modelo e o motivo de sua ação. Aliás, o Pai se torna para ele modelo de perfeição. Quando mais o discípulo é capaz de agir sem fazer acepção de pessoas, tanto mais próximo da perfeição estará.
Oração
Senhor Jesus, livra-me de dividir a humanidade em bons e maus e aproxima-me sempre mais da perfeição do Pai que não faz acepção de pessoas.

Fonte: NPD Brasil em 18/06/2013

HOMILIA DIÁRIA

Ore por todos que lhe fizeram mal!

Hoje rezo e peço que Deus abençoe aqueles que me fizeram mal em algum momento e em algum caminho desta vida. Quando oro por quem me faz mal, eu faço um bem enorme a mim mesmo.
“Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!” (Mateus 5, 44).
Os antigos achavam que bastava amar o próximo e que o inimigo podia ser odiado. Não, o amor é para todos. Eu devo amar os meus amigos com o amor que um amigo merece, com a consideração, com o respeito, com o lugar muito singular que ele merece no meu coração. Eu devo gostar demais dos meus amigos, porém, eu não preciso gostar tanto de quem se comporta comigo com inimizade, mas eu não vou tratá-lo mal da mesma forma. Quem não me quer bem, eu posso e devo querer bem a essa pessoa! Não é porque você não me ama, que eu também não vou amá-lo. Vou amá-lo com o amor que você merece: o amor-respeito, o amor-consideração, o amor que traz paz ao meu coração; mas também não vou tratá-lo melhor do que os outros, porque senão pareceria hipocrisia. Vou amar você com aquele amor, que é universal, um amor que todos os seres humanos merecem.
Se existe uma coisa que ninguém merece, nem a pior das pessoas, se há alguém que me faça mal, que lhe faça mal, ele não merece – sobretudo, eu e você não merecemos –, é carregar em nosso coração ódio ou ressentimento de alguém. Mas pode ser que o outro até me persiga, faça mal a mim, me prejudique, me calunie, nesse caso eu vou dar um passo mais acertado nesse amor que se chama “oração”.
A melhor resposta que eu posso dar a quem já me prejudicou nesta vida ou de alguma forma ainda me prejudique falando mal de mim, me caluniando, não me querendo bem, é orar por ele. E orar é orar mesmo, é abrir meus lábios, abrir meu coração e dizer: “Senhor, abençoe este meu irmão! Abençoe-o mesmo, Senhor! Dirija seus passos, dirija sua vida, ilumine os seus caminhos!”. Eu não posso e não tenho nada mais sincero para dar a ele a não ser a oração que venha do fundo do meu coração.
Quando oro por quem me faz mal, eu faço um bem enorme a mim mesmo. Eu estou cuidando da saúde do meu coração, eu estou cuidando do meu bem-estar e estou tirando as pedras de tropeço do caminho do próximo.
Se tudo que Deus fez foi nos amar, mesmo que sejamos pecadores, o melhor que nós podemos dar ao outro é aquilo que o Senhor fez em nossa vida e em nosso coração. Como Deus nos amou, como Deus cuida de nós, nós devemos amar e cuidar até a quem não nos quer bem! Por isso, eu hoje rezo e peço que Deus abençoe aqueles que me fizeram mal em algum momento, em algum caminho desta vida!
Que Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/06/2014

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ilumina-nos com o Teu Espírito para que ao chamar-te ‘Pai’ nós nos sintamos verdadeiramente filhos teus, irmãos de todos os peregrinos que colocaste ao nosso lado na caminhada por este mundo encantado. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão Primeiro, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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