terça-feira, 24 de janeiro de 2017

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 23/01/2017 A 25/01/2017

Ano A



23 de Janeiro de 2017

Mc 3,22-30

Comentário do Evangelho

A blasfêmia contra o Espírito Santo é fechamento à graça de Deus.

A contar pelo contexto literário, os textos anteriores ao nosso nos permitem ter o pano de fundo a partir do qual é feita a acusação pelos escribas oriundos de Jerusalém de que o espírito de Beelzebu é o que movia Jesus. O modo como Jesus interpretava e punha em prática a Lei de Moisés não só gerava crise como fazia desmoronar o sistema de pureza e a prática da Lei pautada por um rigorismo tal que, mais adiante em nosso relato, Jesus dirá ser “tradição humana” (cf. Mc 7,8.13), que deixa de lado o “mandamento de Deus”. Os escribas e com eles os fariseus, entre outros, se sentiam ameaçados em seu modo de praticar a religião. A esclerocardia deles (cf. Mc 3,5) os impedia de questionarem o seu próprio modo de viver a religião. Julgando-se justos por essa prática da Lei, todos os demais para eles estavam equivocados. Daí a crítica intempestiva e contraditória a Jesus. O ouvinte e/ou leitor do evangelho que passou pela notícia do Batismo de Jesus (cf. Mc 1,9-11), sabe que ele é revestido do Espírito Santo. E por isso não pode admitir, a não ser como absurda, a acusação dos escribas. Ninguém podia fazer o bem que Jesus fazia se Deus não estivesse com ele (cf. Jo 9,33). A blasfêmia contra o Espírito Santo é fechamento à graça de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, sou-te infinitamente grato, pois, em Jesus Cristo movido pelo Espírito Santo, tua libertação chega até nós, vítimas de tantas formas de opressão.
Fonte: Paulinas em 27/01/2014

Comentário do Evangelho

Jesus age com o poder do Espírito Santo

Para os contemporâneos de Jesus, era desconcertante o que ele ensinava e fazia. Esse desconcerto faz o narrador dizer que os escribas pensavam que ele estava possuído por Beelzebu e que a ação pela qual Jesus libertava as pessoas de seus males era do demônio (v. 22). O ouvinte ou o leitor do evangelho sabe, nós o sabemos, que Jesus é revestido e conduzido pelo Espírito (Mc 1,9-13). Ademais, ninguém podia fazer o que ele fazia, se Deus não estivesse com ele (cf. Jo 9,33). Portanto, a percepção dos escribas é equivocada e, ela sim, é portadora do mal. A blasfêmia contra o Espírito Santo consiste em sustentar que Jesus, que expulsa os demônios pela força do Espírito Santo, tem um espírito impuro; nisto, precisamente, está a maledicência. Olhando de outro ponto de vista, o texto é um convite ao ouvinte e ao leitor a reconhecer em tudo o que Jesus faz a presença do Espírito Santo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, sou-te infinitamente grato, pois, em Jesus Cristo movido pelo Espírito Santo, tua libertação chega até nós, vítimas de tantas formas de opressão.
Fonte: Paulinas em 28/01/2013

Vivendo a Palavra

Jesus nos fala sobre a casa dividida que não consegue sobreviver, para que revejamos a nossa convivência na Igreja. Será que nós formamos uma comunidade como foi sonhada, ensinada pelo Mestre e, no início, esboçada pelos primeiros cristãos? Como está a nossa conversão?
Fonte: Arquidiocese BH em 28/01/2013

Reflexão

A inveja nos faz capazes de encontrar os motivos mais terríveis para condenar alguém que pratica o bem. Com Jesus não foi diferente.Os mestres da Lei viam tudo o que Jesus fazia e não podiam negar os fatos, mas quando deveriam aderir à proposta de Jesus, a inveja tomou conta dos seus corações. Como o poder de Jesus não podia ser contestado, resolveram contestar a origem de tal poder, afirmando que este não era a manifestação de uma realidade divina, e sim diabólica, atribuindo a Jesus o que de fato era a origem dos seus próprios pensamentos, uma vez que negavam como divina a ação do próprio Espírito Santo, e isso sim, é algo diabólico.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2017&mes=1&dia=23

Recadinho

Ao nosso redor há pobres e humildes que são explorados? - Pode acontecer de o orgulho nos impedir de ver qualidades em nosso próximo? - Reconhecemos o bem que vemos nos outros? - Procuramos colocar nossos talentos a serviço do bem comum? - Somos solidários e fraternos para com todos?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 27/01/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Acusações e Oposição
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nova acusação contra Jesus, agora são os Escribas que já nem sabem o que estão falando, acusam Jesus de estar unido a Belzebú ou Satanás, para expulsar os demônios dos que estavam possessos. A postura dos Escribas nos lembra um termo bastante verdadeiro, que se usa na política mais quem sentido amplo: Oposição burra!
A oposição é importante pois nos ajuda a perceber nossos erros e isso nos faz crescer, mas quando se trata de uma oposição inteligente que aponta os erros e equívocos cometidos por alguém, assim deveria ser na política entre Situação e Oposição, mas não é e nunca será... Até mesmo em nossas comunidades essa postura dos Escribas acontece. Quando não vamos com a cara do Coordenador, ou do Padre, ou do Diácono ou Ministro, ele pode até fazer chover, que vamos ser contra.
No caso das comunidades, uma oposição inteligente faz a correção fraterna, mas uma oposição burra só destrói e causa divisões, isso é pecado grave contra a Igreja! Jesus faz o Bem ao expulsar demônios das pessoas que estavam sofrendo, mas seus opositores os Escribas deturpam a sua ação libertadora atribuindo-a a Satanás. O desejo pérfido de Satanás é sempre possuir e dominar as pessoas e não libertá-las, isso é, o Mal se associa ao Mal, para fazer o Mal e jamais o Bem e pensar o contrário é burrice...
Tem gente que não é contra Jesus mais não o aceita e nem o assume como único Deus e Senhor, em se tratando de Jesus, não basta não ser contra, é preciso fazer por ele uma opção radical e assim comprometer-se com todos os valores do evangelho, viabilizando a prática do bem.
Nossas comunidades são essa casa protegida pelo Homem Forte que é Vencedor por excelência, Satanás só consegue infiltrar-se na comunidade, quando alguém que se diz cristão, agindo como o Escribas, se coloca contra o Evangelho, traindo o ideal Cristão e permitindo que se crie divisões provocadas pela inveja, intriga e calúnia.

2. BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A acusação que os escribas fizeram a Jesus é de extrema gravidade. Na avaliação deles, o Mestre estava possuído pelo demônio. E isto é considerado como uma blasfêmia contra o Espírito Santo, sem possibilidade de perdão. Por quê?
Toda a ação de Jesus desenrolava-se sob o impulso do Espírito Santo. O Mestre pregava e curava pelo poder do Espírito que recebera do Pai. A expulsão dos demônios resultava do mesmo poder. Jesus realizava gestos poderosos porque o Espírito de Deus habitava nele.
A blasfêmia consistiu em confundir o Espírito Santo com Belzebu. Declarar Jesus possesso significava dizer ser ele habitado pelo mau espírito, e assim, negar totalmente a obra que Deus realizava por meio de seu Filho.
A incapacidade de interpretar os fatos de maneira correta resultava não só da má vontade dos escribas em relação a Jesus, mas também em relação a Deus. Por desconhecer a pedagogia da ação divina, recusavam-se a reconhecer o dedo do Pai na ação de seu Filho. E se punham a fazer considerações inconvenientes a respeito dele.
Aos blasfemadores só restava um caminho para se tornarem objeto da misericórdia divina: reconhecer a presença de Deus na ação de Jesus, e confessar que, no Filho, a libertação divina acontecia na história da humanidade oprimida.
Oração
Pai, sou-te infinitamente grato, pois, em Jesus Cristo movido pelo Espírito Santo, tua libertação chega até nós, vítimas de tantas formas de opressão.

Fonte: NPD Brasil em 28/01/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Por que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável?

Postado por: homilia
janeiro 28th, 2013

Conforme a popularidade de Jesus crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para explicar seus maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que Ele expulsava demônios pelo poder do próprio Satanás. Paralelo ao texto de hoje estão Mateus 12,22-32 e Lucas 11,14-23. E com apenas três argumentos Jesus responde e faz uma advertência:
1. Como é que Satanás pode expulsar a si mesmo?
2. Se eu expulso demônios por Satanás, por quem os expulsam os vossos filhos?
3. Para roubar a casa de um homem forte, tem-se primeiro que amarrá-lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de modo que eu possa cumprir minha missão de resgatar aqueles que Satanás mantém cativos.
Sua advertência foi: “Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno” (Marcos 3,28-30).
Depois de Seus debates com os fariseus, e outros inimigos, sobre como guardar o sábado, eis que surge nova questão: de onde vinha o poder de Cristo para expulsar demônios?
Não podendo negar Seus muitos e poderosos milagres, os líderes judaicos tentaram vinculá-los a Beelzebul – ou seja, a Satanás. Interiormente, sentiam que esses milagres eram resultado da manifestação divina, mas após terem acusado e perseguido Jesus, ficava difícil admitir a origem divina da obra feita por Ele. O orgulho, ou seja, a falta de humildade, levou tais líderes a essa situação.
O argumento de Cristo permaneceu sem resposta: Como Seus milagres poderiam provir de Satanás, se destruíam a obra dele? (saúde em vez de doença, libertação de demônios em vez de escravidão a eles). Há aqui uma lição para todos: o orgulho pode obliterar a visão espiritual a ponto de alguém “ao mal chamar bem, e ao bem chamar mal” (Is 5,20).
Quando uma pessoa chega a esse ponto, corre o risco de pecar ou “blasfemar contra o Espírito Santo” e “não ter perdão para sempre” (Mc 3,29). Por que? O fato é que todo pecado pode ser perdoado, desde que seja confessado (I João 1,9). Mas, se alguém chegar ao ponto de achar que o mal é o bem (de que a falsa acusação deles quanto aos milagres de Cristo era correta), então nunca haverão de se arrepender disto e, por conseguinte, não obterão o perdão. Estarão cometendo o “pecado imperdoável”, pois nunca foi confessado para ser perdoado. Poderíamos dizer, então, que “pecado imperdoável” é pecado não confessado e deixado, como esse dos líderes judaicos.
Os escribas vindos de Jerusalém são os enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles percebem que Jesus, com Seu anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles. Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem numa sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.
O Espírito Santo é o amor. Considerar as obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o distanciamento – e até a ruptura – com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos, explorados e excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.
Na Encíclica « Dominum et vivificantem » § 46, de Sua Santidade João Paulo II, encontramos razões do “porquê” é imperdoável o pecado contra o Espírito Santo.
Por que a «blasfêmia» contra o Espírito Santo é imperdoável? Em que sentido se deve entender esta «blasfêmia»? Santo Tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados».
Segundo uma tal exegese, a «blasfêmia» não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da Cruz.
Se o homem rejeita o deixar-se «convencer quanto ao pecado», que provém do Espírito Santo e tem caráter salvífico, ele rejeita contemporaneamente a «vinda» do Consolador: aquela «vinda» que se efetuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas». Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados.
Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue permanece nas «obras mortas», no pecado. E a «blasfêmia contra o Espírito Santo» consiste exatamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não remissão» está ligada, como a sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical em converter-se.
Isto equivale a uma recusa radical de ir até às fontes da Redenção; estas, porém, permanecem «sempre» abertas na economia da salvação, na qual se realiza a missão do Espírito Santo. Este tem o poder infinito de haurir destas fontes: «receberá do que é meu», disse Jesus.
Deste modo, Ele completa nas almas humanas a obra da Redenção, operada por Cristo, distribuindo os seus frutos.
Ora, a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal — em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção.
O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida.
É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfêmia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou e abrir-se às fontes divinas da purificação das consciências e da remissão dos pecados.
Rejeitar o amor de Jesus é rejeitar o próprio Espírito Santo, que é a comunicação da vida e do amor de Deus.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 28/01/2013

Meditando o evangelho

O VALENTE DERROTADO

Não tinha lógica os argumentos dos inimigos, quando levantavam suspeita contra a ação de Jesus. Uma análise serena dos fatos teria bastado para ver que não tinham razão. A acusação de que Jesus expulsava demônios, porque pactuava com Belzebu, o chefe deles, era sem fundamento.
O Mestre desmontou, sem dificuldade, a argumentação adversária. Se Satanás estava sendo derrotado, não tinha sentido dizer que isto acontecia porque Jesus era seu parceiro. Pelo contrário, isto se deu, porque o Mestre possuía uma força superior à de seu adversário. Se Jesus não fosse mais forte que Satanás, não estaria em condições de subjugá-lo.
Os inimigos de Jesus recusaram-se a aceitar que despontara, história humana, alguém superior às forças desumanizadoras do mal, capaz de recuperar a humanidade aviltada pelo poder demoníaco. Não se dobraram diante dos fatos, nem mesmo sendo testemunhas da ação do Mestre.
A esta dureza de coração dos seus adversários, Jesus chamou de pecado contra o Espírito Santo. Por quê? Porque eles não permitiam ao Espírito de Deus agir em seus corações. Pelo contrário, mantinham-se irremovíveis em sua posição, ainda que ilógica.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Espírito que rompe a dureza de coração, ajuda-me a contemplar, na ação humanizadora de Jesus, a ação de Deus recuperando a humanidade decaída.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2017-01-23

Oração Final
Pai Santo, envia sobre nós o teu Espírito, faze-nos dóceis, receptivos, atentos e obedientes à sua inspiração. Que nos mantenhamos unidos, vigilantes, sempre agradecidos pelos dons que nos ofereces, especialmente a vida e a fé. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do mesmo Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/01/2013


24 de Janeiro de 2017

Mc 3,31-35

Comentário do Evangelho

A comunidade de Jesus é caracterizada pela adesão à sua pessoa

A vida de Jesus era desconcertante não somente para os opositores de Jesus, mas também para a sua família. O texto do evangelho de hoje precisa do apoio de um outro texto para podermos compreender a razão pela qual a mãe e os parentes de Jesus vão procurá-lo. Em Mc 3,20-21, à notícia de que, por causa do grande fluxo de gente que procurava Jesus, ele e seus discípulos não se alimentavam, sua família vai buscá-lo, pois pensavam que estivesse “fora de si”. Essa é a razão pela qual a família de Jesus manda chamá-lo e permanecem do lado de fora da casa. Ora, para os que estão do lado de fora, parece loucura o que Jesus faz e ensina (cf. Mc 3,20.31). Mas, para os que estão ao redor de Jesus e dentro da casa, o que Jesus ensina e faz, o modo como vive, não somente faz sentido mas dá sentido à vida e faz viver. O episódio é a ocasião para afirmar que tudo na vida de Jesus é expressão e engajamento para a realização da vontade de Deus. O que caracteriza o povo, a família, que se reúne em torno dele é a disposição de fazer a vontade de Deus. Não é mais a descendência do sangue ou a prática da Lei que constitui o povo de Deus, mas a adesão à pessoa de Jesus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.
Fonte: Paulinas em 28/01/2014

Comentário do Evangelho

Compromisso com Jesus

Anteriormente Marcos registrara uma tensão entre Jesus e um grupo íntimo seu, talvez seus seguidores ou seus parentes. Agora são nomeados, explicitamente, sua mãe e seus irmãos, e o texto sugere nova tensão. Jesus está em casa e sua mãe e irmãos permanecem do lado de fora. Pode-se perceber uma distinção entre a "casa" e a 'família". A casa é o espaço onde se reúnem as novas comunidades. A família é a expressão do vínculo por laços consanguíneos, pelos quais se definia a identidade da raça que se considerava eleita. Esta seletividade racial está associada a uma perspectiva excludente para com os que a ela não pertencem. As genealogias do Antigo Testamento tinham justamente o sentido de caracterizar a pertença a esta raça. Jesus revela que não se restringe aos laços consanguíneos tradicionais privilegiados. O que define as relações de intimidade com Jesus é o fazer a vontade de Deus. Esta narrativa de Marcos tem um alcance cultural no âmbito do sistema religioso do judaísmo. Ele não visa questionar as relações afetivas dentro da família, mas provocar uma mudança de paradigma. Não é a reivindicação de privilégios raciais transmitidos pela família que importa, mas sim o compromisso com Jesus no cumprimento da vontade de Deus.
Fonte: Paulinas em 24/01/2012

Comentário do Evangelho

A comunidade de Jesus

Marcos não tem nenhuma mariologia desenvolvida, o que virá nos escritos posteriores da tradição cristã. Maria e os parentes de Jesus vão buscá-lo, pois eles também pensavam que Jesus estivesse fora de si: "E voltou para casa. E, de novo, a multidão se apinhou, a ponto de não poderem se alimentar. Quando os seus tomaram conhecimento disso, saíram para detê-lo, pois diziam: está fora de si" (Mc 3,20-21). Efetivamente, os que estão "do lado de fora" (Mc 3,31) não podem compreender a missão e a identidade de Jesus. Tudo parece loucura. Os que ele reúne, os "que estão ao redor dele" (3,34), são os que compreendem, e para eles as palavras e os gestos de Jesus não só têm sentido, mas dão sentido à vida. A comunidade dos discípulos é caracterizada não mais pela descendência do sangue, mas pela adesão à pessoa de Jesus Cristo, e pelo dinamismo da busca e realização da vontade de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.
Fonte: Paulinas em 29/01/2013

Vivendo a Palavra

Jesus nos revela que as portas do coração e de sua família estão abertas para acolher todos que fazem a vontade do seu Pai que está nos Céus. E a vontade do Pai é que o amor acima de todas as coisas que devemos a Ele se mostre no amor e no carinho que dispensamos a todos os companheiros de caminhada.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/01/2012

Vivendo a Palavra

Jesus se declara cidadão da humanidade. Não qualquer uma, mas a humanidade constituída pelos que fazem a vontade de Deus. Abre, assim, para todos e cada um de nós, a possibilidade de nos tornarmos irmão, irmã, mãe do Cristo Jesus. Certamente, Maria também tem – e de modo especial – esta mesma cidadania.
Fonte: Arquidiocese BH em 29/01/2013

Vivendo a Palavra

Um jeito surpreendente e carinhoso do Filho de Maria dizer que ela, antes de vê-lo gerado em seu seio, já era sua Mãe, porque sempre cumprira a vontade de Deus. Assim, Jesus deixa aberta a possibilidade para todos nós nos tornarmos seus parentes: basta procurarmos segui-lo, cumprindo a vontade do Pai do Céu.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

Somos convidados pelo evangelho de hoje a descobrir a verdadeira família à qual nós pertencemos: a família dos filhos e filhas de Deus, que procura conhecer e por em prática a vontade do Pai e participar do seu projeto de construção do mundo novo, da civilização do amor, sinal do Reino definitivo. Participar dessa verdadeira família não significa negar a nossa família terrena, nem os nossos relacionamentos sociais e afetivos, mas subordinar essas duas realidades à realidade maior, que é a família dos filhos e filhas de Deus, fazendo, assim, com que haja uma verdadeira hierarquia de valores na nossa vida, que subordina o temporal ao eterno.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2017&mes=1&dia=24

HOMÍLIA DIÁRIA

Fazemos parte da verdadeira família dos discípulos de Jesus

Postado por: homilia
janeiro 24th, 2012

Marcos, no início de seu Evangelho, apresentou a tensão entre “sinagoga”, da qual Jesus se afasta, e “casa”, que passa a ser o local de reunião das novas comunidades em torno do Senhor.
Vemos nos textos de Marcos 3,31-35 que Jesus se encontra dentro da casa, Seus parentes do lado de fora e a multidão está ao Seu redor ouvindo-O. Estão reunidos os discípulos e discípulas em torno de Cristo, como também as multidões, que são pessoas do povo, capazes de deixar tudo e segui-Lo: são os aleijados, coxos, pobres, doentes que estão “como ovelhas sem pastor” (cf. Mc 6,34).
Participar da casa é participar do banquete da vida, da aproximação com o outro como espaço de diálogo e compreensão. Para poder entrar na casa é preciso romper com o sistema de opressão que há em nossa sociedade, na medida em que faço do outro instrumento da minha vontade e o coloco em disputa com os demais. A casa é o lugar apropriado para desenhar a proposta que Jesus deseja anunciar e promover o sistema de relação social.
“Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa” (Mc 6,4). As pessoas capazes de compreender a missão de Jesus são aquelas que fazem a experiência d’Ele. Os mais próximos se afastam diante da missão de Jesus, enquanto os mais distantes se aproximam d’Ele e de Sua missão. Aproximar da missão é encontrar-se dentro da casa e reconhecer em Jesus a presença do Reino de Deus. É preciso compreender os gestos e não ter o coração endurecido. Os que estão fora da casa são os adversários que querem interromper a missão, concordando com uma ideologia que domina as pessoas e que controla o sistema opressor.
No relato de Marcos 3,20-21 encontramos que o “estar na casa” é o principal foco e eixo de partida, enquanto que nos versículos 31-35, o grande eixo é a pergunta: “Quem é minha mãe e meus irmãos?”
Jesus se sente próximo e familiar a todos que se deixam envolver por Seu projeto. O grau de parentesco é como que um título para que se possa fazer parte da nova comunidade, que requer acima de tudo fidelidade. Enquanto anteriormente a preocupação da família era a incompreensão da missão de Jesus, que tinha a família como eixo estrutural, agora Jesus nos diz: “…eis a minha mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mc 3,34-35), procurando derrubar a ordem social e provocar ruptura com sua família de sangue. “Chegaram então sua mãe e seus irmãos e, ficando do lado de fora…” (Mc 3,31) enquanto que a multidão se encontra sentada em torno do lado de Jesus “ (Mc 3,32).
Jesus se recusa a aceitar quem não aceita Sua missão!
Perante uma atitude de vida incoerente, na qual o projeto de Deus não é assumido e a discriminação se torna mais forte, Jesus faz um questionamento: “quem é minha mãe e meus irmãos?” (Mc 3,33). Se eles não conseguem aceitar a missão de Jesus, Este também não os reconhece como parentes. É preciso ser obediente a Deus, porque no centro está o ser humano e suas necessidades. Estar sentado à Sua volta é estar atento aos Seus ensinamentos: “Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos afazeres. Aproximou-se e falou: «Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!» O Senhor, porém, respondeu: «Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.»” (Lc 10,38-42).
É a unidade em Jesus que se deve fazer evidente numa opção de vida, numa instauração de uma família, como também na vida; viver a vida com adesão ao projeto de Deus e na construção de um mundo novo, no qual a esperança nos mova para frente para podermos chegar “…a uma terra fértil e espaçosa, terra onde corre leite e mel”.
O evangelista Marcos nos deixa claro aqui que o importante é entrar na casa e conversar, dialogar e participar da vida com o outro. Assim, a comunidade do discipulado será a nova família que queremos formar.
Portanto, as palavras de Jesus questionando quem é sua mãe e quem são seus irmãos têm o sentido de revelar que o dom de Deus, n’Ele presente, não se restringe a laços consanguíneos privilegiados. Jesus substitui estes laços estabelecidos na tradição pelos laços do amor verdadeiro e sem fronteiras, que vão muito além dos limites de família ou raça. A verdadeira família é aquela constituída por pessoas que, fazendo a vontade de Deus, tornam-se discípulas de Jesus. A família consanguínea, pelo amadurecimento do amor, abre-se e solidariza-se com os mais excluídos e empobrecidos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 24/01/2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Fazer a Vontade de Deus...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Outro dia alguém desabafou perto de mim "Tem muita coisa boa nesta vida, que a gente quer fazer, mais contraria a Vontade de Deus, parece que os maus, aqueles que não estão comprometidos com o Reino e nem frequentam Igreja nenhuma, são mais felizes pois fazem o que querem nesta vida"
Quando se fala na Vontade de Deus, dá-se a impressão de que Ele é um tremendo estraga-prazer, que vai contra tudo o que é bom de fazer, e a vida de Fé nesta terra até parece àquela competição de Cabo de Guerra, Deus puxa para um lado, e o Ser Humano para o outro..."
Se cristianismo fosse isso, nós cristãos seríamos os mais infelizes de todos os homens, o primeiro homem Adão e a mulher Eva, viviam na plenitude da comunhão com Deus, a finalidade para a qual Deus os criou estava em pleno acordo: eles eram objeto do amor de Deus e viviam em um paraíso, que antes de ser um lugar geográfico, é um estado de espírito do homem em sintonia com Deus Criador. Não tinham e nem preconizavam ter nenhuma ambição, tudo o que um Ser humano deseja ser nesta vida, realizando-se na plenitude do amor, nossos primeiros pais já tinham, até que.....conheceram a possibilidade do mal e fizeram opção por ele...
No evangelho de hoje estamos diante do novo Povo que vai surgindo com Jesus, este retorno á vida de comunhão com Deus vai custar a Vida do Verbo Encarnado, mas o homem, que havia se perdido em si mesmo e não mais se achava, porque diante dele só estava o Mal, agora terá a possibilidade de optar pelo Bem, este Bem que está precisamente nas palavras e ensinamentos de Jesus, que por sua vez é a Palavra de Deus.
O retorno da humanidade aquele estado de vida inicial, passa por Jesus, aliás, só Ele é o caminho que conduz ao Pai, e nem um outro. Até aí tudo bem mais, sendo o homem um ser social, essa experiência de amor e de comunhão com Deus manifestado em Jesus, só se torna possível na relação com o outro, e aí a comunidade é o lugar por excelência, que nos conduz a esse paraíso, que não está lá atrás, perdido no passado, mas está á nossa frente, motivando-nos a caminhar sempre mais, alimentados pela Esperança que um dia transbordou do coração de Deus Filho naquela cruz, e inundou toda a nossa vida, permitindo-nos sonhar, desejar e alcançar essa plenitude feliz, que é eterna...

2. PROCURA INÚTIL?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A procura de Jesus, por parte de sua mãe e irmãos, à primeira vista parece ter sido inconveniente e inútil. Inconveniente, por ter acontecido numa hora em que o Mestre estava rodeado por muita gente. Afastar-se, naquele momento, significava interromper o ensinamento dirigido ao povo. Inútil, por que, para ele, os laços de sangue tinham pouca importância. Logo, não havia motivo para dar-lhes um tratamento especial.
Entretanto, as coisas não foram bem assim. A chegada da mãe e dos irmãos de Jesus serviu-lhe de motivo para dar um ensinamento de extrema importância: o relacionamento entre os discípulos do Reino teria como ponto de referência a prática da vontade do Pai. Esta seria a maneira pela qual deveria articular-se o novo povo de Deus, para além de parentescos sangüíneos ou da pertença a este ou aquele povo. Doravante, a submissão à vontade do Pai, explicitada nas palavras do Filho, seria a forma de vincular-se ao Reino.
É incorreto interpretar as palavras de Jesus como uma forma de desprezo aos seus familiares. Se assim fosse, estaria indo na contramão da mais elementar piedade bíblica, a qual incluía o respeito aos genitores como algo quase sagrado, e da cultura judaica, fortemente alicerçada nas relações familiares.
Portanto, a procura de sua mãe e de seus irmãos foi de grande utilidade para Jesus, pois motivou-o a ensinar que os laços sangüíneos devem estar submetidos a algo muito mais radical e abrangente: a fidelidade a Deus.
Oração
Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.

Fonte: NPD Brasil em 29/01/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Como discípulos fazemos parte da família de Jesus

Postado por: homilia
janeiro 29th, 2013

Marcos, no início de Seu Evangelho, apresentou a tensão entre “sinagoga”, da qual Jesus se afasta, e “casa”, que passa a ser o local de reunião das novas comunidades em torno de Jesus.
Vemos, no texto de Mc 3,31-35, que Jesus se encontra dentro da casa, seus parentes do lado de fora e a multidão ao Seu redor, ouvindo-O. Estão reunidos os discípulos e discípulas em torno de Jesus, como também a multidão – pessoas do povo -, capaz de deixar tudo e segui-Lo. São aleijados, coxos, pobres, doentes que estão “como ovelhas sem pastor” (Mc 6,34).
“Participar da casa” é participar do banquete da vida, da aproximação com o outro como espaço de diálogo e compreensão. Para poder “entrar na casa” é preciso romper com o sistema de opressão que há em nossa sociedade, na medida em que faço do outro instrumento da minha vontade e o coloco em disputa com os demais. A casa é o lugar apropriado para desenhar a proposta que Jesus deseja anunciar e promover o sistema de relação social.
“…Um profeta só é desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa” (Mc 6,4). As pessoas capazes de compreender a missão de Jesus são aquelas que fazem a experiência d’Ele. Os mais próximos se afastam diante da missão de Jesus, enquanto os mais distantes se aproximam d’Ele e de Sua missão. “Aproximar da missão” é encontrar-se dentro da casa e reconhecer em Jesus a presença do Reino de Deus.
No relato de Marcos 3,20-21, encontramos que o “estar na casa” é o principal foco e eixo de partida, enquanto que, nos versículos 31-35, o grande eixo é a pergunta: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”. Jesus se sente próximo e familiar a todos que se deixam envolver por seu projeto. O grau de parentesco é como um título para que se possa fazer parte da nova comunidade e requer, acima de tudo, fidelidade. Enquanto, anteriormente, a preocupação da família era a incompreensão da missão de Jesus, o qual tinha a família como eixo estrutural, agora Jesus nos diz: “…eis a minha mãe e meus irmãos. Quem fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mc 3,34-35).
É preciso ser obediente a Deus, porque no centro está o ser humano e suas necessidades. Estar sentado à Sua volta é estar atento aos Seus ensinamentos: “Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. Marta estava ocupada com muitos afazeres. Aproximou-se e falou: «Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!» O Senhor, porém, respondeu: «Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.»”(Lc 10,38-42).
É a unidade em Jesus que se deve fazer evidente numa opção de vida, na instauração de uma família, como também na vida. Viver a vida com adesão ao projeto divino e na construção de um mundo novo, no qual a esperança nos move para frente para podermos chegar “…a uma terra fértil e espaçosa, terra onde corre leite e mel”.
O evangelista Marcos nos deixa claro, aqui, que o importante é entrar na casa, conversar, dialogar e participar da vida com o(a) outro(a).
Assim, a comunidade do discipulado será a nova família que queremos formar.
Portanto, as palavras de Jesus, questionando “quem é sua mãe e quem são seus irmãos”, têm o sentido de revelar que o dom de Deus, n’Ele presente, não se restringe a laços consanguíneos privilegiados. Jesus substitui esses laços estabelecidos na tradição pelos laços do amor verdadeiro e sem fronteiras, que vão muito além dos limites de família ou raça.
A verdadeira família é aquela constituída por pessoas que, fazendo a vontade de Deus, tornam-se discípulas de Jesus.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 29/01/2013

Meditando o evangelho

OS PARENTES DE JESUS

A presença de sua mãe e de seus familiares, num momento de intensa atividade, permitiu a Jesus explicitar um aspecto importante do Reino instaurado por ele: o ponto de contato entre ele e quem se tornou seu discípulo. Seria uma questão de amizade pessoal, ou tudo dependeria das preferências de Jesus? Seus parentes teriam alguma precedência em relação aos demais?
Nada disso tinha importância, já que o critério seria a submissão à vontade do Pai. Portanto, o ponto de contato estaria no nível interno, existencial. Por pautarem suas vidas em idêntico projeto, cujo referencial era o Pai, Jesus e seus discípulos formariam uma grande família.
Este critério de familiaridade com Jesus supera toda limitação espaço-temporal. Entre nós e Jesus se estabelecem estreitos laços de relacionamento, quando nos deixamos guiar pela mesma vontade divina. A identificação dar-se-á na semelhança de atitudes, uma vez que seremos levados a agir como ele.
Por outro lado, o espírito de família impor-se-á entre nós, cristãos, quando nos encontrarmos unidos numa ação comum, fundada no amor e na justiça. Só então saberemos que somos irmãos e irmãs de Jesus. Este é o parentesco espiritual gerado pela opção pelo Reino, da qual nasce a verdadeira família de Jesus, que engloba todas as raças e culturas.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de familiaridade com Jesus, que eu cumpra, com docilidade, a vontade de Deus, de modo a fazer parte da nova família do Reino.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2017-01-24

Oração Final
Pai Santo, Jesus de Nazaré nos ensinou o Caminho. Agora, nós Te pedimos, dá-nos discernimento, coragem e grandeza d’alma para segui-lo, anunciando aos irmãos da caminhada que o Teu Reino de Amor já está dentro de nós! Pelo mesmo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php


25 de Janeiro de 2017

Mc 16,15-18

Comentário do Evangelho

Paulo, apóstolo dos gentios

Saulo era um fariseu fervoroso (Fl 3,5-6; Gl 1,14) e, segundo Lucas, filho de fariseus (cf. At 23,6). “Pego” pelo Senhor, Paulo se transformou no apóstolo dos gentios (cf. At 9,15). Pelo seu ministério, o evangelho de Jesus Cristo ultrapassou as fronteiras da terra de Israel para ganhar “os confins da terra” (At 1,8). O evangelho que ele recebeu, segundo seu próprio dizer, ele o recebeu por revelação (cf. Gl 1,12). De perseguidor do Caminho (cf. At 9,2; 22,4) tornou-se apóstolo de Jesus Cristo (cf. Gl 1,23). Os Atos dos Apóstolos, cujo autor é Lucas, apresenta dois textos da conversão de Paulo: um narrado em terceira pessoa (At 9,1-22) e outro em primeira pessoa (At 22,3-16). Paulo não utiliza para o acontecido com ele no caminho de Damasco o termo conversão, mas revelação (cf. Gl 1,16). A Luz que o envolveu de intensa claridade e ofuscou, por um tempo, sua visão é a luz do Cristo ressuscitado, perseguido por Paulo nos membros do Caminho (ver: Lc 10,16). Se a luz de Cristo ofuscou sua visão foi para que ele pudesse ver todas as coisas em Cristo, e ver a luz da nova criação. O que ele cria, o que ele esperava, ele, agora, o encontra realizado em Cristo, o Senhor.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de ser proclamador da ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a tua salvação.
Fonte: Paulinas em 25/01/2014

Comentário do Evangelho

Impacto da ação missionária de Paulo

O evangelho de Marcos termina no versículo 16,8 com a narrativa do encontro do túmulo vazio pelas mulheres. Tardiamente foi feito o acréscimo de 16,9-20, para inserir neste evangelho as aparições do ressuscitado, conforme ocorria nos outros três evangelhos, posteriores a Marcos. Este texto tardio destoa do evangelho de Marcos. Primeiro pela colocação do batismo como critério de salvação e condenação, o que fere a perspectiva universalista revelada em Marcos. Em segundo lugar por associar a fé à manifestação externa de poderes. Em Marcos são frequentes as passagens em que a fé humilde e frágil abre as portas do Reino. Dentre os sinais visíveis de poder, a alusão "pegarem em serpentes... não lhes fará mal algum" relaciona-se com At 28,3-6: uma serpente prende-se à mão de Paulo e ele nada sofre. Trata-se de um artifício literário para destacar o bem-sucedido impacto da ação missionária de Paulo, em um ministério exercido entre conflitos. Hoje, a festa da conversão de Paulo, conforme as narrativas de Atos, nos lembra que assim como Paulo percebeu a presença de Jesus vivo nos discípulos que ele perseguia, ele próprio tornou-se uma testemunha de Jesus entre as comunidades formadas em sua missão.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de ser proclamador da ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a tua salvação.
Fonte: Paulinas em 25/01/2014

Comentário do Evangelho

Impacto da ação missionária de Paulo

O evangelho de Marcos termina no versículo 16,8 com a narrativa do encontro do túmulo vazio pelas mulheres. Tardiamente foi feito o acréscimo de 16,9-20, para inserir neste evangelho as aparições do ressuscitado, conforme ocorria nos outros três evangelhos, posteriores a Marcos. Este texto tardio destoa do evangelho de Marcos. Primeiro pela colocação do batismo como critério de salvação e condenação, o que fere a perspectiva universalista revelada em Marcos. Em segundo lugar por associar a fé à manifestação externa de poderes. Em Marcos são frequentes as passagens em que a fé humilde e frágil abre as portas do Reino. Dentre os sinais visíveis de poder, a alusão "pegarem em serpentes... não lhes fará mal algum" relaciona-se com At 28,3-6: uma serpente prende-se à mão de Paulo e ele nada sofre. Trata-se de um artifício literário para destacar o bem-sucedido impacto da ação missionária de Paulo, em um ministério exercido entre conflitos. Hoje, a festa da conversão de Paulo, conforme as narrativas de Atos, nos lembra que assim como Paulo percebeu a presença de Jesus vivo nos discípulos que ele perseguia, ele próprio tornou-se uma testemunha de Jesus entre as comunidades formadas em sua missão.
José Raimundo Oliva
Fonte: Paulinas em 25/01/2012

Comentário do Evangelho

Paulo, apóstolo dos gentios

"Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura" (v. 15). São Paulo é considerado o Apóstolo dos Gentios. Com ele o evangelho ultrapassou as fronteiras da terra de Israel para ganhar o mundo. De perseguidor da Igreja, tornou-se discípulo de Jesus Cristo.
O acontecido com Paulo no caminho de Damasco provocou uma transformação radical em sua vida: "Sou agradecido para com aquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me julgou fiel, tomado-me para o seu serviço, a mim que, outrora, era blasfemo, perseguidor e insolente. Mas obtive misericórdia porque agi por ignorância, na incredulidade." (1Tm 1,12-13). Paulo não interpreta o acontecido no caminho de Damasco com o termo conversão, mas diz ter sido uma "revelação". Na carta aos Gálatas, ele descreve a mudança radical da sua vida desta maneira: "Eu não recebi o evangelho de ninguém, e ninguém me ensinou, mas foi uma revelação de Jesus Cristo" (Gl 1,12). A Luz que o cegou para, depois, fazê-lo ver com clareza, ele a relaciona com o Deus único revelado a Israel (cf. 1Tm 6,16).
Carlos Alberto Contieri,sj
Oração
Pai, livra-me da incredulidade que me impede de ser proclamador da ressurreição de teu Filho Jesus, por quem nos é oferecida a tua salvação.
Fonte: Paulinas em 25/01/2013

Vivendo a Palavra

O mandato de Jesus não deixa dúvidas: “Vão pelo mundo inteiro e anunciem a Boa Notícia para toda a humanidade.” A legitimidade do anúncio é confirmada pelos sinais. Nossa presença de discípulos evangelizadores deve ser fonte de libertação e cura para os irmãos. Nossa palavra deve ser simples e coerente com a vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/01/2014

Vivendo a Palavra

No texto Evangélico, Marcos relata o ‘envio’ dos Apóstolos para a Missão. Foram as últimas palavras do Mestre, logo seguidas por sua ascensão ao Céu. São essas as mesmas palavras que devemos guardar em nossos corações para que elas nos inspirem no seguimento do Caminho de Jesus, na volta à saudosa Casa do Pai.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Vivendo a Palavra

O texto é do capítulo final do Evangelho de Marcos. Diante dos onze apóstolos reunidos em refeição, Jesus se dirigia à Igreja de todos os tempos, ordenando que anuncie o Reino e lhe dando poder. Paulo deixou-nos seu exemplo: bem cedo assumiu a missão e foi um incansável arauto da Boa Notícia trazida pelo Cristo Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/01/2012

Vivendo a Palavra

Jesus nos envia para anunciar a Boa Notícia ao mundo. E a Igreja reverencia hoje aquele que encarna com perfeição o mensageiro descrito no Evangelho. O apóstolo Paulo é uma boa referência para ser seguida em nossa caminhada nesta vida, rumo ao Reino do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/01/2013

Reflexão

É comum ouvirmos pessoas rezarem pela conversão dos pecadores, mas é muito difícil vermos alguém rezar pela própria conversão. Isso acontece porque a maioria das pessoas acha que não precisa de conversão porque não comete aqueles pecados que possuem matéria mais grave e vive com certa constância uma religiosidade. Porém o Evangelho de hoje nos mostra que ser verdadeiramente cristão significa participar ativamente na obra evangelizadora da Igreja a partir do envio que foi feito pelo próprio Jesus. Portanto, só é verdadeiramente convertido quem participa da missão evangelizadora da Igreja.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2017&mes=1&dia=25

Recadinho

Você anuncia o Evangelho? - Como? - Lembra-se que vale mais o testemunho que as belas palavras? - Considera sua missão de anunciar uma honra ou uma tarefa? - Procura agir com simplicidade e humildade?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 25/01/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Ide por todo mundo... E São Paulo foi...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Ir para fora (parece redundância) ir além das fronteiras, superar os limites, ter coragem de romper com o modelo tradicional, tudo isso São Paulo Apóstolo fez com maestria, tudo isso nós cristãos precisamos urgente fazer nos dias de hoje. Sem dúvida que qualquer experiência religiosa não pode deixar de lado a vida em comunidade, mas nunca podemos confundi-la com nossa missão, muita gente pensa que a missão do cristão está em viver em comunidade, se fosse assim, nunca Jesus teria dito IDE, mas sim PERMANEÇAM, fiquem onde estão, preservem o grupo...
Há cristãos que pensam assim, há igrejas que agem assim, há grupos que pensam assim e se fecham em uma religião egoísta que não quer evangelizar coisa nenhuma, mas sim formatar a todos, impondo um padrão de comportamento e de conduta, que aceite sem restrições aquilo que é proposto pelos dirigentes.
Paulo de Tarso fez essa experiência pessoal com Jesus, no caminho para Damasco, e depois de um longo retiro espiritual, orientado por Ananias, começou a sua pregação, sem preocupar-se com o modelo da Igreja Mãe presente em Jerusalém. Não foi perguntar aos outros apóstolos, como deveria fazer, mas teve a humildade de procurá-los quando viu a divisão ameaçar a comunidade. Embora com uma linha de pregação mais avançada, tendo até algumas diferenças com o Chefe dos Apóstolos, Paulo preservou a comunhão e a ela foi fiel até o último dia de sua vida.
Com coragem e ousadia levou o evangelho ao mundo Helenista, onde a sabedoria humana era a única Luz presente na existência do homem, anunciou também nos ambientes tradicionalmente judaicos como as sinagogas. Enfim, "teolofisou" a sua experiência cristã, que não foi a mesma dos demais apóstolos, e expandiu a Igreja para muito além dos muros de Jerusalém.
Foi o primeiro apóstolo a seguir a ordem do Senhor "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura". Paulo poderia juntar-se aos demais da comunidade de Jerusalém, ser um membro fiel e benquisto por todos, revertendo o quadro anterior quando era um perseguidor da Igreja. Mas Paulo vai além e prega o Evangelho aonde a rejeição e a hostilidade era uma certeza, não pensando nos riscos que iria correr, nos perigos que teria de enfrentar, nas situações embaraçosas que poderiam ocorrer...
Hoje, para falar de Jesus e do seu evangelho, fora da Igreja, é preciso pensar duas vezes para não cair no ridículo, já soube de irmãos evangélicos que perderam até o emprego por causa do seu testemunho no ambiente de trabalho, o mesmo vi ocorrer com católicos, que tiveram de mudar de opinião e calarem a boca diante de certas Verdades Cristãs não aceitas pela Pós Modernidade. Já vi político cristão abrir mão do seu testemunho, para satisfazer as regras do seu partido, porque pleiteava uma carreira política.
A verde é que nós aqui do Segundo Milênio da Era Cristã, estamos no mesmo barco de Paulo, esse grande Apóstolo que a Igreja hoje celebra, ou arriscamos tudo e vamos pescar em águas profundas e perigosas onde os peixes são grandes e mais abundantes, ou ficaremos eternamente pescando na beira do rio, pegando de vez em quando algum lambarizinho e alardeando que pegamos uma "Baleia".
Peçamos a São Paulo que nos dê coragem, força e ousadia, para levarmos o evangelho aos ouvidos dos que não querem ouvi-lo, o apóstolo não botava Fé na sua sabedoria e conhecimento, mas fez tudo isso porque acreditou piamente que a Graça de Deus nunca lhe faltaria...
São Paulo Apóstolo, Rogai por todos nós!

2. IDE PREGAR O EVANGELHO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A ascensão de Jesus foi um marco importante na vida da primitiva comunidade cristã. Após longo processo de formação, os discípulos tinham diante de si a missão de evangelizar o mundo inteiro, não contando mais com a presença física do Mestre.
Desde que convocou os primeiros discípulos para segui-lo até o momento de sua subida para junto do Pai, Jesus não descurou a tarefa de preparar o pequeno grupo de seguidores para o serviço da evangelização. As longas caminhadas permitiram-lhe ir explicitando para eles a mensagem evangélica. Os discursos dirigidos às multidões e os debates com seus adversários foram, também, ocasiões propícias para tornar conhecido seu pensamento. Não bastava, porém, a formação intelectual. Era preciso uma preparação em nível existencial. Isso se deu mediante o exemplo de vida do Mestre.
Seu modo de tratar as pessoas, especialmente os pecadores e marginalizados, seu relacionamento íntimo com o Pai, sua liberdade diante da Lei, sua ação enérgica contra toda sorte de injustiça e exploração da boa-fé do povo serviam de alerta para os discípulos, em vista da atitude que deveriam tomar, no exercício da missão.
Com a volta de Jesus para junto do Pai e a conclusão de sua missão terrena, chegou a hora de os discípulos assumirem sua tarefa.
Doravante, Jesus passaria a agir por meio deles.
Oração
Senhor Jesus, contemplando tua ascensão para junto do Pai, assumo a tarefa de levar, ao mundo inteiro e a toda criatura, a mensagem do teu Evangelho.

Fonte: NPD Brasil em 25/01/2013

HOMÍLIA DIÁRIA

Na dor, lembre que Cristo prometeu estar conosco até o fim dos tempos

Postado por: homilia
janeiro 25th, 2012

Celebramos hoje com toda a Igreja a conversão de São Paulo apóstolo, o grande missionário que levou o Evangelho a diversos cantos do mundo, saindo dos limites da Terra Santa, fundando, formando e orientando comunidades cristãs. É conhecida sua mudança de vida: de perseguidor do Evangelho de Cristo a grande evangelizador das nações.
A questão central abordada no Evangelho de hoje é a do papel dos discípulos no mundo, após o retorno de Jesus ao encontro do Pai. O texto consta de três cenas: Jesus Ressuscitado define a missão dos discípulos; parte ao encontro do Pai; os discípulos partem ao encontro do mundo a fim de concretizar a missão que Cristo Ressuscitado lhes havia confiado.
Na primeira cena (vers. 15-18), Jesus Ressuscitado aparece aos discípulos, acorda-os da letargia em que se tinham instalado e define a missão que, doravante, eles seriam chamados a desempenhar no mundo.
A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade. A missão deles destina-se a “todo o mundo” e não se deve deter diante de barreiras raciais, geográficas ou culturais. A proposta de salvação feita pelo Senhor e que os discípulos devem testemunhar destina-se a toda a terra.
Depois, o Senhor define o conteúdo do anúncio: o Evangelho. O que é o Evangelho? No Antigo Testamento, essa palavra está ligada à “Boa Notícia [Boa Nova]” da chegada da salvação para o povo de Deus. Depois, na boca de Jesus, a palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o “Reino de Deus” chegou à vida dos homens, trazendo-lhes a paz, a libertação, a felicidade. Para os catequistas das primeiras comunidades cristãs, o Evangelho é o anúncio de um acontecimento único, capital, fundamental: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o Seu amor, inseriu-os na Sua família, convidou-os a integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. Tal é o único e exclusivo Evangelho que muda o curso da história e transforma o sentido e os horizontes da existência humana.
O anúncio do Evangelho obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva (quem acreditar e for batizado será salvo); mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação (quem não acreditar será condenado – vers. 16).
O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas toda criatura. Muitas vezes, o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro, explora a criação, destrói este mundo “bom” e harmonioso que Deus criou. Mas a proposta de salvação apresentada por Deus Pai destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a maldade. Ao transformar o coração do homem, o Evangelho, apresentado pelo Senhor e anunciado pelos discípulos, vai propor uma nova relação do homem com todas as outras criaturas – uma relação não mais marcada pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito, pela paz e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.
A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade por meio dos gestos dos discípulos de Jesus. Comprometidos com Cristo, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão, “expulsarão os demônios em meu nome”, serão arautos da paz e do entendimento dos homens, “falarão novas línguas”, levarão a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento. Quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados; e, em todos os momentos, Jesus estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.
Na segunda cena (vers. 19), Jesus sobe ao céu e senta-se à direita de Deus Pai. A elevação de Jesus ao céu (ascensão) é uma forma de sugerir que, após o cumprimento da Sua missão no meio dos homens, Cristo Ressuscitado foi ao encontro do Pai e reentrou-se na comunhão d’Ele.
A intronização de Jesus “à direita de Deus” mostra, por sua vez, a veracidade da proposta de Cristo. Na concepção dos povos antigos, aquele que se sentava à direita de Deus era um personagem distinto a quem o monarca queria honrar de forma especial. Jesus, porque cumpriu com total fidelidade o projeto de Deus para os homens, é honrado pelo Pai e se senta à Sua direita. A proposta que Jesus apresentou – e que os discípulos acolheram e vão ser chamados a testemunhar no mundo – não é uma aventura sem sentido e sem saída, mas é o projeto de salvação que Deus quer oferecer aos homens.
Na terceira cena (vers. 20), descreve-se, resumidamente, a ação missionária dos discípulos: eles partiram a pregar, ou seja, anunciar, com palavras e gestos concretos, essa vida nova que Deus ofereceu aos homens por intermédio de Jesus Nazareno por toda a parte, propondo a todos eles, sem exceção, a proposta salvadora de Deus Todo-poderoso.
O autor desta catequese assegura aos discípulos que eles não estão sozinhos ao longo dessa missão. Jesus, vivo e ressuscitado, está com eles, coopera com eles e manifesta-se ao mundo nas palavras e nos gestos dos discípulos.
É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo, os valores do Reino dos Ceús, visto que estes, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e considera como prioridade da vida. Com frequência, os discípulos de Jesus são objeto da zombaria e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor, na fé, na paz e no dom da vida. Com frequência, os discípulos de Cristo são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida.
O confronto com o mundo gera, muitas vezes, desilusão, sofrimento e frustração nos discípulos. Nos momentos de decepção e de desilusão convém recordar-se das palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 25/01/2012

HOMÍLIA DIÁRIA

Com coragem testemunhemos aquilo em que acreditamos

Postado por: homilia
janeiro 25th, 2013

Celebramos hoje com toda a Igreja a conversão de São Paulo apóstolo, o grande missionário que levou o Evangelho para todos os cantos do mundo, fundando, formando e orientando comunidades cristãs. Sabemos de sua mudança de vida: de perseguidor do Evangelho de Cristo crucificado a redentor da humanidade.
A questão central abordada no Evangelho de hoje é a do papel dos discípulos no mundo, após a partida de Jesus ao encontro do Pai. O texto consta de três cenas: Jesus ressuscitado define a missão dos discípulos; parte ao encontro do Pai; os discípulos partem ao encontro do mundo, a fim de concretizar a missão que Jesus lhes confiou.
Na primeira cena (vers. 15-18), Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, acorda-os da letargia em que se tinham instalado e define a missão que, doravante, eles serão chamados a desempenhar no mundo.
A primeira nota do envio e do mandato que Jesus dá aos discípulos é a da universalidade. A missão deles destina-se a “todo o mundo” e não deverá deter-se diante de barreiras raciais, geográficas ou culturais. A proposta de salvação que Jesus fez e que os discípulos devem testemunhar, destina-se a toda a terra.
Depois, Jesus define o conteúdo do anúncio: o Evangelho. O que é o Evangelho? No Antigo Testamento, essa palavra está ligada à “boa notícia” da chegada da salvação para o povo de Deus. Depois, na boca de Jesus, a palavra “Evangelho” designa o anúncio de que o “Reino de Deus” chegou à vida dos homens, trazendo-lhes a paz, a libertação, a felicidade.
Para os catequistas das primeiras comunidades cristãs, o Evangelho é o anúncio de um acontecimento único, capital, fundamental: em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens, manifestou-lhes o Seu amor, inseriu-os na sua família, convidou-os a integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. Tal é o único e exclusivo Evangelho que muda o curso da história e transforma o sentido e os horizontes da existência humana.
O anúncio do Evangelho obriga os homens a uma opção. Quem aderir à proposta que Jesus faz, chegará à vida plena e definitiva (quem acreditar e for batizado será salvo); mas quem recusar essa proposta, ficará à margem da salvação (quem não acreditar será condenado – vers. 16).
O anúncio do Evangelho que os discípulos são chamados a fazer vai atingir não só os homens, mas toda criatura. Muitas vezes, o homem, guiado por critérios de egoísmo, de cobiça e de lucro, explora a criação, destrói esse mundo “bom” e harmonioso que Deus criou. Mas a proposta de salvação que Deus apresenta, destina-se a transformar o coração do homem, eliminando o egoísmo e a maldade.
Ao transformar o coração do homem, o Evangelho, apresentado por Jesus e anunciado pelos discípulos, vai propor uma nova relação do homem com todas as outras criaturas – uma relação não mais marcada pelo egoísmo e pela exploração, mas pelo respeito e pelo amor. Dessa forma, nascerá uma nova humanidade e uma nova natureza.
A presença da salvação de Deus no mundo tornar-se-á uma realidade através dos gestos dos discípulos de Jesus. Comprometidos com Cristo, os discípulos vencerão a injustiça e a opressão, “expulsarão os demônios em meu nome”, serão arautos da paz e do entendimento dos homens, “falarão novas línguas”, levarão a esperança e a vida nova a todos os que sofrem e que são prisioneiros da doença e do sofrimento. Quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados; e, em todos os momentos, Jesus estará com eles, ajudando-os a vencer as contrariedades e as oposições.
Na segunda cena (vers. 19), Jesus sobe ao céu e senta-se à direita de Deus. A elevação de Jesus ao céu (ascensão) é uma forma de sugerir que, após o cumprimento da sua missão no meio dos homens, Jesus foi ao encontro do Pai e reentrou-se na comunhão d’Ele.
A entronização de Jesus “à direita de Deus” mostra, por sua vez, a veracidade da proposta de Jesus. Na concepção dos povos antigos, aquele que se sentava à direita de Deus era um personagem distinto que o rei queria honrar de forma especial. Jesus, porque cumpriu com total fidelidade o projeto de Deus para os homens, é honrado pelo Pai e sentado à sua direita. A proposta que Jesus apresentou e que os discípulos acolheram e vão ser chamados a testemunhar no mundo, não é uma aventura sem sentido e sem saída, mas é o projeto de salvação que Deus quer oferecer aos homens.
Na terceira cena (vers. 20), descreve-se, resumidamente, a ação missionária dos discípulos: eles partiram a pregar, ou seja, anunciar, com palavras e gestos concretos, essa vida nova que Deus ofereceu aos homens através de Jesus por toda a parte, propondo a todos eles, sem exceção, a proposta salvadora de Deus.
O autor desta catequese assegura aos discípulos que eles não estão sozinhos ao longo desta missão. Jesus, vivo e ressuscitado, está com eles, coopera com eles e manifesta-se ao mundo nas palavras e nos gestos dos discípulos.
A Igreja (a comunidade dos discípulos, reunida à volta de Jesus, animada pelo Espírito) é, essencialmente, uma comunidade missionária, cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação que Jesus veio trazer aos homens.
É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo, os valores do “Reino” (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objeto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida. Com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida.
O confronto com o mundo gera, muitas vezes, desilusão, sofrimento e frustração nos discípulos. Nos momentos de decepção e de desilusão, convém recordar-se das Palavras de Jesus: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”. Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 25/01/2013

Meditando o evangelho

IDE PREGAR O EVANGELHO

A ascensão de Jesus foi um marco importante na vida da primitiva comunidade cristã. Após longo processo de formação, os discípulos tinham diante de si a missão de evangelizar o mundo inteiro, não contando mais com a presença física do Mestre.
Desde que convocou os primeiros discípulos para segui-lo até o momento de sua subida para junto do Pai, Jesus não descurou a tarefa de preparar o pequeno grupo de seguidores para o serviço da evangelização. As longas caminhadas permitiram-lhe ir explicitando para eles a mensagem evangélica. Os discursos dirigidos às multidões e os debates com seus adversários foram, também, ocasiões propícias para tornar conhecido seu pensamento. Não bastava, porém, a formação intelectual. Era preciso uma preparação em nível existencial. Isso se deu mediante o exemplo de vida do Mestre. Seu modo de tratar as pessoas, especialmente os pecadores e marginalizados, seu relacionamento íntimo com o Pai, sua liberdade diante da Lei, sua ação enérgica contra toda sorte de injustiça e exploração da boa-fé do povo serviam de alerta para os discípulos, em vista da atitude que deveriam tomar, no exercício da missão.
Com a volta de Jesus para junto do Pai e a conclusão de sua missão terrena, chegou a hora de os discípulos assumirem sua tarefa.
Doravante, Jesus passaria a agir por meio deles.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, contemplando tua ascensão para junto do Pai, assumo a tarefa de levar, ao mundo inteiro e a toda criatura, a mensagem do teu Evangelho.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2017-01-25

Oração Final
Pai Santo, teu Filho, que se fez nosso Irmão, ensinou-nos que a volta ao Lar – o teu Reino de Amor – não é uma caminhada solitária, mas deve ser vivida em união com os irmãos que colocaste ao nosso lado, com generosidade e delicadeza. Ajuda-nos, Pai amado, a construir a Igreja – uma fraternidade de irmãos que se amam –, seguindo o exemplo do Cristo Jesus, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php


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