segunda-feira, 3 de outubro de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/10/2016

Ano C


Lc 10,25-37

Comentário do Evangelho

“E quem é o meu próximo”

O texto do evangelho é próprio a Lucas e pode ser dividido em dois episódios: a) questão sobre a vida eterna (vv. 25-28); b) questão sobre o próximo e como proceder em caso de conflito entre dois mandamentos da Lei (vv. 29-37).
Os dois estão estreitamente relacionados pela observação do narrador: “… e, querendo experimentar Jesus…” e a pergunta do legista: “E quem é o meu próximo” (v. 29). A perícope tem um tom de controvérsia: “Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus, perguntou...” (v. 25).
A resposta de Jesus com uma pergunta faz com que o doutor da Lei responda citando os mandamentos fundamentais da Lei mosaica (cf. Dt 6,4-9; Lv 19,18). A apresentação unitária destes mandamentos é uma leitura da Lei: “Que está escrito na Lei? Como lês (= interpreta)?” (v. 26). Segundo Lucas, Jesus encontra nas próprias palavras da Escritura o conselho, o mandamento fundamental para a vida do cristão: “Faze isso e viverás” (v. 28), isto é, ajudando dessa maneira poderás herdar a vida eterna. O amor é o caminho para herdar a vida eterna.
Motivado pela pergunta do legista, Jesus conta a parábola do “bom samaritano” (vv. 30-37). Tal parábola é uma discussão haláquica (precisa e legal) acerca do conflito entre a Lei da pureza (Lv 21,1-3; 22,3-7) e o amor ao próximo (Lv 19,18). Numa situação como a que a parábola nos apresenta, qual dos dois mandamentos tem precedência sobre o outro? Se a resposta, hoje, é evidente para nós cristãos, não o era, certamente, para os contemporâneos de Jesus.
Sem podermos nos delongar, estudando cada um dos personagens da parábola, passemos à resposta: se o ouvinte e/ou leitor julga que o sacerdote, mesmo obrigado pela Lei da pureza, deveria ter ajudado o moribundo, pois neste caso o mandamento do amor ao próximo tem precedência sobre a Lei de pureza, a consequência não é que as leis de pureza são inválidas ou podem ser ignoradas, mas que a Lei do amor ao próximo é o mandamento-chave que precisa ser escolhido entre qualquer outro mandamento, em caso de conflito. O amor ao próximo é uma exigência primordial da Torá. A presença do samaritano na parábola confirma que a questão é a da correta obediência à Lei de Moisés. O samaritano, não aceito pelos judeus, conhece a mesma Torá que o judeu, e está obrigado a obedecer todos os mandamentos. Ajudando o homem quase morto, ele está obedecendo ao mandamento. Sua compaixão não é uma alternativa ao legalismo; ela é o que o mandamento do amor ao próximo exige dele.
Ele ilustra o que significa obedecer a este mandamento, nesta situação concreta. Quem cumpre o mandamento do amor cumpre a Lei plenamente.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me um coração cheio de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só assim terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
Fonte: Paulinas em 14/07/2013

Vivendo a Palavra

O bom samaritano não nos foi apresentado para ser só admirado, mas para ser seguido. Essa história se repete hoje. Muitos irmãos nossos, como aquele homem que ia para Jericó, estão à margem do nosso caminho, talvez sem a visibilidade daquela cena, mas igualmente espoliados pelo próprio homem. Será que temos consciência disso e nos fazemos próximos deles?
Fonte: Arquidiocese BH em 14/07/2013

Vivendo a Palavra

O sacerdote e o levita sabiam o que está escrito na Lei. Talvez o samaritano não soubesse. Mas ele foi o único que viveu na sua caminhada o Espírito da Lei: «um samaritano chegou perto dele, viu, e teve compaixão.» Fica para nós esta lição: não é o conhecimento dos preceitos que nos liberta, mas a sua vivência nas nossas relações com os peregrinos que vão ao nosso lado.
Fonte: Arquidiocese BH em 10/07/2016

Vivendo a Palavra

No texto, Jesus deixa bem clara a diferença entre seguir a Lei Antiga – das prescrições a serem obedecidas – e a Lei Nova do Amor, que Ele vivia, para ser seguida pelos discípulos. É o salto de qualidade: não apenas seguir a letra da Lei, mas assumir o seu Espírito. O Amor quer se superar a cada instante.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

O maior mandamento que Jesus nos deu foi a Lei do Amor. Mas infelizmente, a palavra amor tem inúmeras conotações no dia de hoje, a maioria delas contrária ao espírito do Evangelho e aos valores do Reino, daí a importância da parábola do Bom Samaritano que nos mostra que amor de verdade é gesto concreto, é sair do próprio comodismo e ir ao encontro do outro, seja ele ou ela quem for, ser capaz de perceber todos os seus problemas e todas as suas necessidades, deixar-se mover pelo sentimento de compaixão e, cheio de misericórdia, fazer tudo o que estiver ao alcance para que a vida seja melhor para todos.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=10&dia=3

Meditação

Como você encara o sofrimento alheio? - Dê algum exemplo que ilustre sua vivência do amor. - É fácil para você praticar a caridade? - Em seu contexto de vida há muitas instituições que se preocupam com os necessitados? - Troque ideias com alguém sobre solidariedade para com o próximo.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 14/07/2013

Meditando o evangelho

FAZE O MESMO!

O estudo das Sagradas Escrituras não foi suficiente para que o mestre da Lei ficasse seguro a respeito de como obter a salvação. O estrangeiro herege – o samaritano – foi quem o ensinou como ser agradável a Deus e, por conseqüência, obter a vida eterna.
O samaritano da parábola, embora ignorante quanto às minúcias da Lei mosaica, soube praticar o verdadeiro amor – o agápe –, quando interpelado pele semelhante que precisava de ajuda Seu amor foi exemplar: espontâneo, desinteressado, pessoal, eficiente, compassivo, irrestrito, sacrificado, gratuito, sem preconceito etc. O próximo caído à beira da estrada desencadeou no coração dele um processo irresistível de compaixão, que não o permitiu passar ao lado, como fizeram os funcionários do templo, o sacerdote e o levita.
Esta parábola do bom samaritano retrata a vida de Jesus. Vindo ao mundo, mostrou-se misericordioso e solidário com a humanidade abatida pelo pecado. Sua compaixão não teve limites. Todos, sem exceção, puderam beneficiar-se de seu amor. Sua morte na cruz foi o ápice de seu desvelo, prova de que nada poupara de si mesmo, quando se tratou de doar-se a quem precisava de sua ajuda.
Quando o mestre da Lei foi exortado a agir como o samaritano para alcançar a vida eterna: "Vai, e faze o mesmo, tu também", teve diante de si um modelo ser imitado. A misericórdia do homem da parábola encontrava em Jesus sua concretização histórica.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php)
Oração
Pai, dá-me um coração cheio de misericórdia, como o de teu Filho Jesus, pois só assim terei certeza de estar em comunhão contigo, a caminho da vida eterna.
http://www.domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.php?data=2016-10-03

Oração Final
Pai Santo, não permitas que nos satisfaçamos com o simples cumprimento de itens prescritos na Lei Antiga. Faze-nos generosos e cheios de coragem para viver cada dia mais plenamente o Amor que nos foi ensinado pelo Cristo, teu Filho Unigênito que se fez humano em Jesus de Nazaré e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

Nenhum comentário:

Postar um comentário