domingo, 19 de junho de 2016

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DOS DIAS 20/06/2016 A 22/06/2016

ANO C



20 de Junho de 2016

Mt 7,1-5

Comentário do Evangelho

Julgar os outros significa também condená-los.

Há no evangelho de hoje duas exortações: a primeira de não julgar os outros (vv. 1-2) e a segunda contra a hipocrisia (vv. 3-5). O juízo contra os outros é uma forma de rotular a pessoa e petrificá-la numa imagem irreversível, isto é, sem oferecer-lhe nenhuma possibilidade de defesa ou de mudança. Julgar os outros significa também condená-los. No evangelho de João, no diálogo de Jesus com Nicodemos, encontramos a oposição entre julgar e salvar: “Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,17). A escatologia (v. 2) deve iluminar a vida presente do discípulo e orientar o seu comportamento. A segunda exortação diz respeito à hipocrisia que é caracterizada nesses termos: alguém vê um pequeno defeito na vida do irmão e esse pequeno defeito passa a ser a sua maior ocupação. No entanto, por causa da própria cegueira a pessoa não reconhece a gravidade de sua própria situação, nem faz nenhum esforço para eliminá-la. Na controvérsia com os fariseus, Jesus faz essa declaração contundente: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas dizeis: nós vemos! Vosso pecado permanece” (Jo 9,41). No ditado popular dizemos: “Cegueira maior tem aquele que não quer ver”.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, livra-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.
Fonte: Paulinas em 23/06/2014

Vivendo a Palavra

Jesus ensina carinhosamente o melhor – talvez o único – caminho que temos para tornar a nossa comunidade mais santa: procurarmos a nossa própria santificação. Cuidemos de nos converter e, pelo testemunho de vida, não tanto por palavras e conselhos, nós ajudaremos os irmãos a orientar sua caminhada rumo ao Reino do Pai.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/06/2014

Vivendo a Palavra

A lição de Jesus é simples: se eu quiser melhorar a humanidade, que comece tentando tornar-me melhor, lutando para me converter. A partir de cada membro, a Comunidade crescerá e será para o mundo uma testemunha do Amor do Pai Misericordioso. Cada vez que formos tentados a pedir que o irmão tire o cisco do seu olho, pensemos na trave que temos no nosso.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

A maioria das pessoas está mais preocupada com os pecados dos outros do que com os próprios, sempre apresentando o argumento de que os pecados dos outros são mais graves e exigem uma maior preocupação. O trabalho de transformação do mundo deve começar pela transformação e pela conversão pessoal. Se cada pessoa estivesse realmente preocupada com a própria conversão e de fato fizesse tudo o que está ao seu alcance, contando com a graça divina para uma verdadeira mudança de vida, muitos dos problemas que estão presentes na nossa sociedade já estariam superados. Portanto, que cada um olhe para si, se descubra pecador e se converta, para contribuir de fato com a conversão do mundo.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=6&dia=20

Comentário do Evangelho

UMA MEDIDA SÓ

Uma tentação da qual ninguém está isento é a de criar dois pesos e duas medidas: uma para ser aplicada a si mesmo; outra para ser aplicada ao próximo. Enquanto uma é suave, complacente, benevolente, contemporizadora, a outra é dura, impiedosa, exigente, mesquinha. Esta mentalidade distorcida não passou despercebida a Jesus: existe um só peso e uma só medida com os quais a pessoa será julgada por Deus, no juízo final. E são estabelecidos pela própria pessoa.
Jesus passou da história humana – o julgamento do próximo – à escatologia – o julgamento feito pelo Pai –, considerando a continuidade que existe entre os dois momentos. A medida e o julgamento aplicados ao próximo, ao longo de sua vida, o discípulo encontrará no final de sua própria existência terrena, ao confrontar-se com o Pai.
Por outro lado, o Mestre denunciou a hipocrisia, característica de quem julga o próximo, sem discernimento. Ele será capaz de perceber uma falta insignificante na vida alheia, e deixar passar em branco seus enormes pecados. E verá um cisquinho no olho do próximo, mas considerará coisa banal e sem importância a trave em seu olho.
Sem uma purificação prévia do próprio olhar, o discípulo jamais será capaz de julgar o próximo de maneira conveniente, com a misericórdia que é característica do Pai.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Pai, livra-me de julgar meus semelhantes de maneira severa e impiedosa. Que eu seja misericordioso com eles, assim como és misericordioso comigo.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-06-20


21 de Junho de 2016

Mt 7,6.12-14

Comentário do Evangelho

O amor ao próximo que, unido ao amor de Deus, e precedido por ele, é a plenitude de toda a Escritura.

À primeira vista, as palavras de Jesus parecem enigmáticas. Os cães são para o Salmo 22 símbolo dos inimigos do justo (Sl 22[21],17); os porcos, símbolo dos pagãos; assim eram chamados os romanos. Trata-se de não profanar o que é santo e agir com discernimento e prudência. Por causa de sua fé é que os cristãos foram perseguidos.
A regra de ouro (v. 12) é conhecida tanto no universo bíblico como extrabíblico. Trata-se de uma regra de solidariedade (ver: Eclo 31,15). A regra de ouro pode ser considerada uma variante do amor ao próximo que, unido ao amor de Deus, e precedido por ele, é a plenitude de toda a Escritura.
Os versículos 13 e 14 utilizam a imagem tradicional dos dois caminhos (ver, por exemplo: Pr 4,10-19). “Entrai pela porta estreita…” (v. 13). De que porta se trata? É a própria mensagem de Jesus que deve ser posta em prática pelos discípulos. Jesus mesmo, toda a sua existência, é o caminho: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6); ele é igualmente a porta: “Eu sou a porta das ovelhas […] quem entra por mim será salvo” (Jo 10,7.9).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me capaz de reconhecer quem está predisposto a acolher a tua mensagem, de forma que eu não semeie a tua Palavra no coração de quem lhe é refratário.
Fonte: Paulinas em 25/06/2013

Vivendo a Palavra

Mergulhamos nas águas profundas do Sermão da Montanha. Aprendemos a sobriedade no falar e a coragem na escolha do caminho. Fazer ao irmão aquilo que gostaríamos que ele nos fizesse é, muitas vezes, uma porta estreita ou um caminho áspero, mas Jesus promete: esta é a estrada para o Reino de Deus.
Fonte: Arquidiocese BH em 25/06/2013

Reflexão

Hoje em dia, fala-se muito da questão da inculturação. É inculturação do anúncio, da liturgia e assim por diante. De fato, a inculturação é necessária para que todos possam viver os valores do Reino de Deus. Mas o Evangelho de hoje nos faz uma grave advertência: não atireis vossas pérolas aos porcos. É claro que devemos valorizar todas as formas e expressões de uma cultura e reconhecer os grandes valores que estão presentes na cultura e que expressam os valores evangélicos, mas inculturar o Evangelho não significa submete-lo aos valores culturais, pois a cultura tende a ver o Evangelho de uma forma ideológica e a usar as suas palavras sem os critérios do Reino, pisando nelas e voltando-se contra nós.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=6&dia=21

Comentário do Evangelho

DUAS PORTAS - DOIS CAMINHOS

As metáforas evangélicas confrontam o discípulo com a decisão que deve tomar entre duas formas opostas de existência. Não é qualquer modo de viver que pode conduzir o ser humano à salvação. Existem opções enganosas, cuja falsidade só será perceptível no final do percurso. Existem também critérios inconvenientes. Optar pelo mais cômodo, fácil e menos exigente é arriscado. Portanto, que caminho trilhar, e por que porta entrar, quando se quer ter acesso à vida eterna?
Os escribas e fariseus optaram pela observância meticulosa da Lei, esperando com isto obter a salvação. Jesus criticou tal opção, porque facilmente levava ao exibicionismo e à hipocrisia, e criava a expectativa de receber o reconhecimento dos outros. Isto sem falar da tentação de manipular a Lei em benefício próprio.
Os discípulos foram orientados a optar pela justiça do Reino, tal como o Mestre ensinara ao longo do Sermão da Montanha. Aqui não se apresenta a perspectiva de recompensa humana, mas de perseguições, por ser um caminho que comporta oposição às injustiças do mundo, e uma porta aberta somente para o amor e a misericórdia. A porta e o caminho estreitos correspondem à proposta do Reino apresentada por Jesus. Quem fizer a opção por ela, deverá agüentar as conseqüências. Mas, somente assim é que se alcança a salvação.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Espírito de sacrifício, dá-me força para abraçar as propostas do Reino, embora tenha de pagar um preço elevado por esta minha opção.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-06-21


22 de Junho de 2016

Mt 7,15-20

Comentário do Evangelho

Pelos seus frutos os conhecereis

Os discípulos são postos de sobreaviso contra os falsos profetas. O Deuteronômio dá o critério para reconhecer o falso profeta: “Se o profeta fala em nome do Senhor, mas a sua palavra não se cumpre, não se realiza, trata-se, então, de uma palavra que o Senhor não disse…” (18,22; ver também: 13,2-6). Certamente, no início da Igreja, como em nossos dias, havia vozes que confundiam os discípulos e induziam a uma falsa doutrina e criavam divisões no seio da comunidade: “Houve, contudo, falsos profetas no seio do povo, como haverá entre vós falsos mestres… Por avareza, procurarão, com discursos fingidos, fazer de vós objeto de negócios…” (2Pd 2,1-3). É preciso prudência e discernimento para não se deixar levar pela aparência ou o palavrório: “... pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7,20). O autor da carta de Tiago exprime esta mesma ideia da seguinte maneira: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo bom comportamento suas obras repassadas de docilidade e sabedoria” (Tg 3,13).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, dá-me o discernimento necessário para perceber quem, revestido de pele de cordeiro, pode levar-me a arrefecer meu entusiasmo por ti e por teu Reino.
Fonte: Paulinas em 26/06/2013

Vivendo a Palavra

Jesus aconselha aos seus discípulos de todos os tempos – aqui nós nos incluímos – que exercitem sempre o discernimento para identificar os falsos profetas. Como Ele prometeu, o Pai está presente em nós por seu Espírito Santo, guiando-nos no Caminho da Verdade e da Vida que prepara para nós.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/06/2013

Reflexão

Existem profetas que falam o que as pessoas gostam de ouvir e existem profetas que falam o que deve ser dito. O falso profeta é aquele que fala o que a pessoa gosta de ouvir, de modo que ela não muda de vida e não produz fruto algum, vive uma espiritualidade estéril; ele vive de acordo com a situação porque esta lhe é favorável e satisfaz seus interesses. O verdadeiro profeta fala o que a pessoa precisa ouvir para converter-se, mudar de vida e produzir frutos que permaneçam, ele não aceita a situação atual, marcada pelos privilégios e pecados e quer que ela mude, porque o seu interesse é que o Reino de Deus aconteça na história dos homens.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=6&dia=22

Comentário do Evangelho

APRENDENDO A DISCERNIR

Nem no seio da comunidade cristã o discípulo está a salvo. Aí, também, pode ser vítima de engano, e acabar se desviando do ensinamento autêntico do Mestre. Pois bem, quando Jesus falou de falsos profetas que são como lobos disfarçados em cordeiros não estava se referindo às pessoas de fora, e sim às lideranças da comunidade, que tentavam enganar os que tinham aderido ao Reino. Por conseguinte, os inimigos eram os próprios irmãos de fé.
Quem eram os falsos profetas? Eram os cristãos que, com uma aparência de piedade, contaminavam a comunidade com doutrinas espúrias, contrárias às de Jesus. Desta forma, levavam as pessoas a não prosseguirem no seu caminho de fé, e sim a se afastarem da comunidade, quando não, em muitos casos, a optarem por uma vida de libertinagem.
A preocupação principal era de caráter prático: os cristãos poderiam ser levados a viver uma vida incompatível com sua condição de discípulos do Reino. Urgia ter um agudo senso de discernimento até mesmo em relação à comunidade cristã, e, de maneira especial, a seus líderes. Jesus ofereceu um critério prático, que consistia em confrontar o ensinamento com a vida. O modo de proceder seria o aferidor da veracidade do líder comunitário. Se, no seu dia-a-dia, desse testemunho de lutar pela justiça do Reino, poderia ser considerado verdadeiro profeta. Caso contrário, a comunidade deveria precaver-se dele como de um lobo traiçoeiro.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).
Oração
Pai, dá-me o discernimento necessário para perceber quem, revestido de pele de cordeiro, pode levar-me a arrefecer meu entusiasmo por ti e por teu Reino.
http://domtotal.com/religiao-meu-dia-com-deus.html?data=2016-06-22


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