terça-feira, 4 de agosto de 2015

Nossa Senhora de Copacabana - 05 de agosto



Copacabana é uma cidade histórica e religiosa da Bolívia, hoje capital da província Manco Capac. Durante a civilização Inca alí se cultuava o Sol, a Lua e outras divindades, honradas com sacrifício humano. A mais de três mil e oitocentos metros acima do nível do mar, é uma cidade fria, mas belíssima, encravada às margens do Lago Titicaca e rodeada pelas magníficas montanhas andinas da Cordilheira Real, fronteira com o Perú.
O Lago Titicaca era um local sagrado, onde os antigos incas idolatravam o deus bondoso "Qopaqhawana", que quer dizer: "mirante do azul". Esculpido em pedra turquesa, o ídolo podia ser visto de longe. O nome se tornou Copacabana, a partir de 1538, com chegada dos conquistadores espanhóis dessa região. Os índios descentes dos Colas e dos Incas viviam em harmonia no local e sua religiosidade contribuiu no trabalho de catequização dos dominicanos que alí se instalaram. Em 1550, foi possível erguer um pequeno templo, dedicado à Santa Ana, mãe da Virgem Maria.
Por sucessivos anos Copacabana sofreu com o clima, perdendo inúmeras colheitas os nativos decidiram colocar as lavouras sob a proteção de uma devoção católica, cuja imagem ocuparia o altar central da capela de Santa Ana. Os religiosos concordaram, porém as duas tribos se dividiram entre Nossa Senhora da Candelária e São Sebastião. O impasse acabou criando um ambiente de discórdia no povo, preocupando os padres, pois esse não é o fundamento do evangelho de Cristo.
Até que o índio Francisco Tito Yupanqui, nascido entre 1540 e 1550 em Copacabana, descendente direto da casa real Inca, sonhou que colocara uma imagem da Virgem com as feições de uma índia no altar da capela, aprovada por todos os nativos. Intuiu ser um sinal da Providencia Divina para que ele esculpisse aquela imagem vista no sonho.
Como não era bom escultor tentou modelar uma em argila, mas o resultado não foi aprovado. Então resolveu ir para Potosí aprender as técnicas do ofício e iniciou sua obra. Mas a sua Nossa Senhora toda modelada em pasta de maguey, foi reprovada porque os padres acharam que parecia com uma princesa inca. Insistente, seguiu para La Paz, atual capital do país, onde trabalhou na igreja de São Francisco como ajudante de pintor em troca da douração da sua obra. Assim finalmente a imagem ficou pronta.
Um sacerdote dessa igreja testemunhou o "primeiro prodígio": viu uma luz atravessar a cúpula do templo e atingir a imagem mariana que adquiriu um resplendor divino. Ele contou ao cura de Copacabana que estava em La Paz e se interessou em conhecer a obra. Ao ver a imagem de Maria com os traços e as roupas indígenas, segurando com toda ternura o Menino nos braços, que parece lhe querer cair, mas a Mãe o sustenta com firmeza, foi tomado pela fé e abençoou o trabalho do índio Francisco Tito.
Da capital boliviana a imagem de Nossa Senhora seguiu em procissão à igreja de Santa Ana em Copacabana levada pelo cura e o índio escultor. Fiéis se juntaram à eles até chegarem ao povoado em 02 de fevereiro de 1583. Como no sonho do índio Francisco Tito, o povo todo saiu à ruas feliz por receber a imagem que ocupou o altar principal da igreja.
Desde então incontáveis graças e milagres foram alcançados pela poderosa intercessão de "Nossa Senhora de Copacabana", e esse culto se espalhou por todo o país. O templo atual desse Santuário foi erguido e consagrado à Virgem de Copacabana em 1805, e se tornou Basílica no final de 1940. O Papa Pio XI, em 1925, declarou e coroou Nossa Senhora de Copacabana, Padroeira e Rainha da Bolívia.

Fonte: Paulinas em 2015

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