sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 20/02/2015

ANO B


Mt 9,14-15

Comentário do Evangelho

De que jejum se trata?

Jesus, sendo um judeu piedoso, deixaria de lado o jejum prescrito pela lei por ocasião do perdão dos pecados? Certamente não é a esse jejum que o texto faz referência nem pelo qual os discípulos de Jesus são criticados. Os fariseus, nós sabemos por Lucas, jejuavam duas vezes por semana, o que era para eles um ponto de vaidade (cf. Lc 18,12); dos discípulos de João, no entanto, não temos nenhuma notícia. Os fariseus que consideravam a si mesmos justos queriam impor a todo o povo as suas práticas ascéticas. É bastante provável que é disso que se trate. Jesus, antes de iniciar o seu ministério público, jejuou durante quarenta dias (Mt 4,2; Lc 4,2). Há, no Antigo Testamento, passagens em que um jejum puramente exterior, incapaz de transformar a vida da pessoa, é duramente criticado. Isaías e Zacarias, por exemplo, relativizam o jejum em face do amor e da misericórdia, que são exigências primordiais da Lei (Is 58,1-12; Zc 7). Jesus centra a prática do jejum na cristologia, a saber, é em relação à ausência do “noivo”, uma referência à sua morte, que o jejum deve ser praticado.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor Jesus, dá-me um coração simples para compreender a riqueza de ensinamentos escondida em tua Palavra. Que eu não tenha medo de escutá-la e vivê-la conforme a tua vontade.

Vivendo a Palavra

Os discípulos de João ‘faziam jejum’ – isto é, praticavam os atos rituais que a sua religião recomendava. Eles se esqueciam do jejum verdadeiro que o Senhor havia pedido através do Profeta Isaías e que Jesus e seus discípulos viviam em estado permanente: fazer o bem aos irmãos.

Reflexão

As práticas religiosas não podem ser simples ritualismos que cumprimos por costume ou tradição. Os fariseus e os discípulos de João faziam jejum, cumprindo os valores tradicionais da religiosidade de sua época, mas o cumprimento desses valores não lhes foi suficiente para que se tornassem capazes de reconhecer o tempo em que estavam vivendo e por quem foram visitados, de modo que não puderam viver a alegria de quem tem o próprio Deus presente em suas vidas e nem puderam usufruir de forma mais plena essa presença de graça. Somente quem viver uma verdadeira religiosidade que seja capaz de estabelecer um relacionamento profundo e maduro com Deus e perceber os seus apelos nos dos sinais dos tempos pode colher os frutos dessa religiosidade.

Comentário do Evangelho

O ESPOSO ESTÁ PARA PARTIR

Os discípulos de João, atrelados aos dos fariseus, ficavam incomodados com o comportamento dos discípulos de Jesus, no tocante à prática do jejum. Ao supervalorizar este ato de piedade, imaginavam estar dando mostras de santidade e de seriedade de vida. Não acontecendo o mesmo com o grupo de Jesus, concluíam faltar-lhes profundidade. Quiçá os considerassem levianos e desregrados.
Estas considerações não chegaram a influenciar a pedagogia de Jesus, no trato com os discípulos. Servindo-se da metáfora da festa de casamento, estabeleceu uma clara distinção entre o tempo de alegrar-se e o tempo de jejuar. O primeiro corresponderia ao tempo de sua presença, qual um noivo, junto dos que escolhera para estar consigo. Seria o tempo de festejar, comemorar, desfrutar de uma presença tão querida. O segundo diz respeito ao tempo de sua ausência, a ser consumada por meio da morte de cruz. Figurativamente, seria o tempo da ausência do noivo, no qual todos se preparam para sua chegada, e se privam de alimentos, em vista do banquete que será oferecido.
Portanto, os discípulos não jejuavam simplesmente pelo fato de terem ainda Jesus junto de si. O tempo em que o esposo lhes seria tirado estava se aproximando. Aí, sim, o jejum seria uma exigência, em vista de preparar-se para acolher a segunda vinda do Senhor.
Oração
Pai, desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este momento.

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Dias virão em que o esposo lhes será tirado, e então jejuarão.




HOMILIA - Mt 9,14-15
O VERDADEIRO JEJUM
Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar”! Com estas palavras Jesus não aboliu nem o jejum e nem a oração.
Simplesmente Ele quis dizer aos discípulos de João Batista, e todos aqueles que ainda estavam presos ao passado que, jejum é feito em casos específicos, quando queremos servir melhor a Deus, quando estamos passando por tribulações, perseguições, doenças e calamidades, nos arrependimentos de pecados por nós e pelo povo, e conversões em massa.
Alías, Jejum, oração e boas obras são mencionados frequentemente por ambos judeus e cristãos. Oração não fica a frente do jejum, e boas obras, independente deles, mas como algo que os liga de dentro. O mais completo entendimento da oração é particularmente oferecido em conexão com o jejum. Quando nós olhamos o que é dito sobre a oração, e como ela é definida, nós podemos ver que a ênfase é naturalmente mais no estado do coração e alma que no corpo, como possível expressão da oração em geral.
Segundo São João Damasceno: “Oração é a subida da mente e do coração de alguém a Deus ou o pedido das boas coisas de Deus”.
Primariamente, a conversa com Deus como atividade espiritual é enfatizada. Todavia, há também a prática e a experiência de que não apenas pensamentos, conversa e atos espirituais por si só estão inclusos na oração, mas também é o corpo. A oração torna-se mais completa por meio do corpo e do movimento, que acompanha as palavras da oração. O corpo e seu movimento tornam a oração mais completa e expressiva para que ela possa mais facilmente envolver a pessoa inteira.
A unificação do corpo e da alma na oração é particularmente manifestada em jejuar e orar. O jejum físico torna a oração mais completa. Uma pessoa que jejua reza melhor e uma pessoa que reza, jejua mais facilmente. Desta forma, a oração não permanece somente uma expressão ou palavras, mas cobre o ser humano inteiro. O jejum físico é uma admissão para Deus diante dos homens que alguém não pode fazer sozinho e necessita de ajuda. Uma pessoa experimenta sua impotência mais facilmente quando ela jejua, e por isso, por meio do jejum físico, a alma está mais aberta a Deus. Sem jejum, nossas palavras na oração permanecem sem uma fundação verdadeira. No Antigo Testamento, os crentes jejuavam e rezavam individualmente, em grupos e em várias situações da vida. Por causa disso, eles sempre experimentavam a ajuda de Deus. Jesus confere uma força especial ao jejum e a oração, especialmente na batalha contra os espíritos do mal.
O jejum é um tipo de penitência no qual abrimos mão de algo que nos agrada, e oferecemos esse “sacrifício” por alguma boa intenção. E aqui entra um detalhe: só Deus precisa saber desse jejum! Não precisa sair por aí se gabando de jejuar, ou se mostrando abatido por causa do jejum! Pelo contrário, o verdadeiro jejum é feito escondido, para que somente o nosso Deus, que vê o que está escondido, tome conhecimento.
No evangelho de hoje, Jesus justificou que os seus discípulos não estavam em jejum porque Ele próprio estava presente, e isso era motivo de festa! E festa não combina com jejum! Chegaria o dia em que Jesus não estaria mais com eles. E aí sim, eles jejuariam. Querendo, pois fazer uma caminhada de penitência, sigámo-l’O. Hoje é o dia esta é a hora da prática do jejum. Abrindo mão de certos prazeres, ou até oferecendo as nossas dores e sofrimentos a Deus, a fim de que Ele amenize o sofrimento nosso ou de outras pessoas.
Pai, desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este momento.
Fonte Padre BANTU SAYLA
HOMILIA
O jejum nos ajuda a romper com os vícios
Com a força de Deus, o jejum nos ajuda a romper com a escravidão dos vícios e pecados e a ter disciplina e autocontrole.
“Acaso o jejum que me agrada não é outro: quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper com todo tipo de escravidão?” (Isaías 58, 6).


No Evangelho de hoje o tema do jejum vem à frente da discussão, porque os discípulos de João perguntam a Jesus por que eles e também os fariseus praticavam o jejum, enquanto os discípulos d’Ele não o praticavam. É como se Jesus lhes dissesse: “não adianta o jejum pelo jejum, é preciso o espírito e a disposição nova para vivê-lo”.
O jejum é a graça de nos desprendermos daquilo que pensamos, fazemos e somos para abraçar o Noivo que chegou. O Noivo é Jesus, Aquele que traz até nós a Sua noiva, que é a Igreja. A Igreja, em Jesus, nos leva ao coração do Pai. Então, com Jesus no meio de nós, nós acolhemos o jejum com alegria e não com espírito de tristeza, que, muitas vezes, essa prática espiritual nos leva a viver.
O jejum é mais do que necessário para moderar nossos impulsos, para termos mais controle sobre nossas ações e para sermos disciplinados. Mas há um tipo de jejum que agrada profundamente o coração de Deus, porque o jejum pelo jejum não nos salva, ele não produz frutos se não ele estiver ligado à libertação do nosso coração. Por isso, quer façamos um jejum mais rigoroso quer o façamos de modo mais simples, essa atitude deve provocar em nós conversão.
O jejum que agrada a Deus é aquele que nos ajuda a quebrar as cadeias injustas e a repararmos as injustiças que cometemos a quem prejudicamos. O jejum deve nos provocar a vontade de desligar as amarras do jugo. Quanto julgamento há entre nós! Muitas vezes, estamos amarrados a pessoas e as pessoas amarradas em nosso coração, porque as julgamos, as rotulamos e as tratamos com indiferença ou com preconceito.
Enfim, o jejum deve fazer romper em nós toda e qualquer escravidão, pois somos escravos dos alimentos e de outros vícios, como a bebida e o cigarro, da sexualidade errada, de comportamentos que não são adequados, da mentira, da fofoca. Enfim, há uma lista enorme de coisas que nos mantêm cativos e escravos, por isso precisamos da força de Deus para romper com o jugo da escravidão, romper com as práticas erradas da nossa vida e permitir que o nosso coração seja livre para amar e para querer bem o nosso próximo.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
http://homilia.cancaonova.com/homilia/o-jejum-nos-ajuda-a-romper-com-os-vicios/
Oração Final
Pai Santo, inspira-nos a praticar os exercícios quaresmais – jejum, esmola e oração – do jeito vivido por Jesus de Nazaré: vencendo nossos desejos e paixões, deixando o egoísmo pelo desapego e buscando permanecer na tua presença em orações tranquilas de escuta e alento para nossa alma. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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