domingo, 7 de dezembro de 2014

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 07/12/2014

ANO B


Mc 1,1-8

Comentário do Evangelho

É por amor ao ser humano que o Senhor assumiu a nossa humanidade.

O trecho do livro do profeta Isaías relata fatos do século VI a.C., período do exílio na Babilônia. Papel dos profetas do exílio era manter viva a esperança do povo de que Deus haveria de cumprir a promessa de fazê-lo retornar à terra que, na concepção deles, Deus havia dado aos ancestrais de Israel, pois Deus não tinha abandonado os que Ele havia escolhido. Por isso, é preciso não deixar ao inimigo espaço para se esconder e ameaçar a esperança e a fé do povo. Há, ainda, outra ideia, subjacente às imagens da preparação do caminho para o Senhor: quando um rei dominava um país, ele fazia com que o povo do país dominado construísse uma grande avenida para que pudesse passar triunfante. É preciso preparar uma grande avenida, isto é, eliminar todos os obstáculos, para que o Senhor, Deus de Israel, possa passar triunfante e reconduzir o seu povo à sua terra.
Quando a Igreja relê o texto de Isaías, ela reconhece, aí, a missão de João Batista, precursor do Messias. É ele quem, a partir do deserto, exorta com vigor o povo a preparar o caminho para o Senhor. Preparação que se dá por uma vida eticamente coerente com a fé professada (cf. Mt 3,8; Lc 3,8.10-14). A missão de João Batista equivalia à missão do profeta Elias, a saber, conduzir o povo a uma verdadeira conversão. Daí o Batismo de conversão que João realiza. Somente eliminando os obstáculos que o mal gera no coração do ser humano é que se pode reconhecer Aquele que virá depois de João e de quem ele diz não ser digno de desamarrar as sandálias. A vida de cada fiel deve ser como uma avenida por onde o Senhor passa para entrar em posse daquilo que é seu. O ser humano é que pertence a Deus. É por amor ao ser humano que o Senhor assumiu a nossa humanidade, a fim de conduzi-lo a viver na terra a realidade do céu. A água do Jordão não podia fazer viver. O Espírito Santo do qual Jesus é revestido é quem vivifica. O anúncio de João Batista de que Aquele que virá depois dele batizará com o Espírito Santo significa que a obra de Jesus tem um caráter de purificação e um único fim, a saber, a comunhão com Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Senhor Jesus, a exemplo de João Batista, faze-me teu mensageiro, que prepare tua chegada no coração de quem precisa de ti.

Vivendo a Palavra

O evangelista Marcos deixa claro seu objetivo na primeira linha de seu Livro: Jesus de Nazaré, o Messias, é o Filho de Deus! Para isto veio João, vieram os discípulos e apóstolos e veio a Igreja, que somos nós. Para anunciar ao mundo a Boa Notícia do Reino do Pai, trazida pelo Messias, o Filho de Deus.

HOMILIA


Homilia do 2º Domingo do Advento (07.12.14)

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R.
Advento, tempo de preparação!”

Deus salva seu povo

O tempo do Advento recorda-nos as duas vindas do Senhor: A vinda na Glória no fim dos tempos e a vinda na carne, no Natal. Acolher como juiz é assustador; como uma criancinha, é consolador.
O Natal revela o amor do Juiz que vai nos julgar. Não há que temer um Deus que vem para amar e dar o prêmio. Rezamos no salmo: “O Senhor nos dará tudo o que é bom” (Sl 84,13).
A grande revelação do Advento é o amor que se comunica. Assim está escrito numa igreja de Cefalú - Sicília: “Feito homem, o Criador dos homens, julga os humanos com o coração de Deus”.
É tempo de espera e de expectativa, pois Deus vem ao encontro de seu povo. O profeta Isaias, começa o capítulo quarenta com as palavras: “Consolai o meu povo, consolai-o!” (Is 40,1).
Essa consolação é o conforto que o povo recebe depois de um duro exílio de 598 a 538 AC. na Babilônia. O profeta acrescenta que Deus pagou em dobro a culpa do povo.  A vinda de Deus para levar o povo de volta será manifestação de sua Glória. Por isso diz: “Preparai no deserto o caminho para o Senhor”.
O povo passou por uma terrível situação de ser levado para o exílio e ter sua nação destruída. Por outro lado foi um momento de amadurecimento da fé. Pode conhecer quem era o Deus a quem havia desobedecido, destruindo a capacidade de ouvi-lo e acolher sua presença.
Agora saberá que o mesmo Deus que castigou é o que salva com a abundância de sua generosidade. Ele o conduzirá como um pastor a seu rebanho. 

Preparai o caminho do Senhor!

João veio como mensageiro, preparar o caminho para a chegada do Messias. Aplica a si as profecias de Isaías a respeito da libertação do exílio.
O Advento, como preparação da vinda do Senhor, tanto no fim dos tempos como no nascimento em Belém, fazem parte de uma dimensão da fé: Deus vem sempre ao nosso encontro. Por isso é preciso esperar com grande expectativa e preparar os caminhos. Haverá sempre uma transformação.
Esperamos novos céus e nova terra onde habitará a justiça. João é um modelo para todos. Preparar os caminhos será realizar a transformação das atitudes e a transformação das estruturas.
Essa transformação acompanha a luta para viver uma vida sem mancha, como nos ensina Pedro (2Pd 3,14). Pedimos ao Pai na celebração que “nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do Filho.... Instruídos pela sabedoria, participemos de sua vida (Oração).
Os próprios sacramentos são uma escola para a preparação da vinda do Senhor:  (Pós comunhão). A vida em comunidade está na expectativa da vinda do Senhor e prepara seu Natal.
Ela é a realização e o modelo do novo modo de viver.

Preparar a vinda do Senhor

Cada um veja o que fazer para ver que entrou no espírito do Advento. É preciso uma ação que justifique que estamos esperando a vinda do Senhor.
O espírito que deve nos animar é a atitude de Deus que consola seu povo em seu sofrimento. Consolar não é acariciar, mas abrir caminhos, tirar as asperezas.
O salmo nos convida a mostrar sua misericórdia. Sua bondade fala de paz, de verdade e de amor que se encontram, justiça e paz que se abraçam.
A terra sentirá sua bondade nas boas colheitas, como rezamos no salmo. Imploramos na Pós-Comunhão: “Nós vos suplicamos, ó Deus, que pela participação na Eucaristia, nos ensineis a julgar com sabedoria os bens terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos”. A Palavra de Deus rezada nos instrui.

Leituras: Isaias 40,1-5.9-11;  Salmo 84 ;2Pedro 3,8-14; Marcos 1,1-8
Ficha nº 1394 – homilia do 2º Domingo do Advento (07.12.14)

O tempo do Advento lembra as duas vindas de Cristo: na glória e na carne. Virá dar o prêmio. A revelação do Advento é o amor que se comunica.
Deus vem ao encontro de seu povo. O profeta convida a preparar os caminhos do Senhor. O Deus que castigou é o mesmo que salva. João veio como mensageiro para preparar o caminho para a chegada do Messias. Sua vinda ensina que Ele vem sempre ao nosso encontro.
Preparar os caminhos significa realizar a transformação das atitudes e das estruturas. Os sacramentos ensinam a preparar sua vinda. A vida de comunidade está na expectativa, realiza o projeto e é modelo do novo modo de vida. É preciso fazer algo que mostre que estamos esperando a vinda do Senhor.
Fazer como Deus fez: consolar e mostrar misericórdia. A Eucaristia é um meio de realizar esse projeto.

Gritaria que deu certo!

Nas leituras de hoje encontramos a palavra falar em voz alta, gritar e clamar. O profeta manda gritar: “Preparai o caminho do Senhor!” João Batista diz que cumpre missão de ser a voz que grita no deserto preparando a vinda do Messias.  O profeta Isaias reconhece que o Senhor vem: “Eis o vosso Deus que vem com poder”, mas com a ternura.
No Advento estamos na expectativa da segunda vinda de Cristo e da vinda no Natal. Paulo ensina que o dia do Senhor chegará como um ladrão, com um grande espetáculo de destruição.
Não é para por medo, mas para animar a viver bem. João Batista prepara os caminhos para Jesus. A liturgia nos deixa uma pergunta: “Como estamos preparando para a vinda do Senhor?” E ensina: “Nenhuma atividade nos impeça de correr ao encontro do Senhor”.

Comentário do Evangelho

O MEU MENSAGEIRO

A vinda de Jesus foi devidamente preparada pela pregação e pelo testemunho de João Batista. O batismo de conversão para o perdão dos pecados, anunciado pelo Precursor, predispunha o coração das pessoas para a proposta do Reino que Jesus iria anunciar. A figura os costumes austeros do Batista constituíam um questionamento contínuo para quem buscava algo melhor e se dispunha a acolher o Messias que estava para vir.
O Precursor tinha consciência de ser um simples mensageiro de quem era mais forte do que ele e cuja grandeza tornava-o indigno até mesmo de desatar-lhe as sandálias. Tinha consciência da provisoriedade de sua missão. O batismo com água, que ele ministrava, seria substituído pelo batismo com o Espírito Santo, que seria conferido pelo Messias vindouro. Sua pessoa, pois, estava fadada a cair no esquecimento.
Contudo, o Batista não se sentia diminuído no exercício da missão que lhe fora confiada. Preparar os caminhos do Senhor era sua tarefa. Aplicava-se a ele, perfeitamente, o texto em que o profeta se referira ao mensageiro enviado por Deus para preparar o caminho do povo, de volta do exílio babilônico. Tratava-se, agora, de preparar o povo para entrar no Reino que seria instaurado por Jesus. O desempenho do Batista foi exemplar. Jesus podia caminhar seguro, nos caminhos preparados por ele.
Oração
Senhor Jesus, a exemplo de João Batista, faze-me teu mensageiro, que prepare tua chegada no coração de quem precisa de ti.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

REFLEXÕES DE HOJE


DIA 07 DE DEZEMBRO  DOMINGO

VEJA AQUI MAIS HOMILIAS PARA O PRÓXIMO DOMINGO
http://homiliadominical2.blogspot.com.br/
7 de dezembro – 2º DOMINGO DO ADVENTO
Por Celso Loraschi

I. Introdução geral

Os textos bíblicos da liturgia deste 2º domingo do Advento são uma convocação à mudança de vida. O povo de Israel, em pleno exílio da Babilônia, faz a experiência da misericórdia de Deus, que, por meio do profeta Isaías, se revela como aquele que perdoa toda iniquidade e cuida com carinho de cada um de nós. A certeza do perdão e do cuidado de Deus traz consolo, revigora as forças e projeta novo futuro para o povo (I leitura). João Batista, o precursor de Jesus, prepara-lhe o caminho, “proclamando um batismo de arrependimento para a remissão dos pecados”. O seu testemunho pessoal indica o verdadeiro modo de preparar-se para a vinda de Jesus: viver humildemente, anunciando a grandeza e a bondade do Senhor (evangelho). Jesus é o amor de Deus que se fez carne para a salvação de toda a humanidade. Ele usa de paciência para conosco e “não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se”. Esse tempo histórico em que vivemos pode transformar-se em tempo de salvação (II leitura). São palavras que nos encorajam a renovar a confiança no amor misericordioso de Deus e a reconduzir nossos passos no caminho do bem e da vida plena.

II. Comentário dos textos bíblicos

1. I leitura (Is 40,1-5.9-11): Consolai, consolai meu povo
Esse texto corresponde ao início da profecia de Isaías Segundo (Is 40-55). É um movimento de animação da esperança, suscitado por Deus, no meio do povo exilado na Babilônia, ao redor do ano 550 a.C. Com entusiasmo poético, o profeta anuncia novo êxodo: o povo de Israel será libertado e reintroduzido à terra que Deus concedera aos antepassados. Assim como o clamor do povo escravizado no Egito chegou aos ouvidos do Senhor, também o sofrimento do povo exilado é conhecido por Deus. O profeta avalia-o como um sofrimento expiatório. Deus acolhe e apaga toda culpa. Na sua bondade, perdoa-lhes todos os pecados e os livra de todo mal.
Assim como no primeiro êxodo Deus havia libertado os escravos das mãos dos opressores egípcios e os conduzido à terra prometida, também agora ele os livrará da opressão da Babilônia e os conduzirá à sua pátria. Assim como no primeiro êxodo o deserto constituiu caminho de libertação para o povo, guiado pelo próprio Deus, também agora serão conduzidos pela mesma mão divina. Toda barreira será vencida e toda dificuldade transposta. No horizonte: um tempo de bênçãos.
O Senhor vem ao encontro do seu povo como o pastor em busca de suas ovelhas. Ele as reúne, tomando no colo as que necessitam ser carregadas. Deus é o resgatador da vida ameaçada e o cuidador das pessoas enfraquecidas e indefesas. Nisto consiste a sua glória: a vida do povo.
Teologicamente, esse segundo êxodo aponta para um horizonte ilimitado, a libertação em plenitude. Ela acontecerá com a vinda de Jesus Cristo, o Emanuel – “Deus conosco”. Como em terceiro e definitivo êxodo, ele nos põe em marcha, na certeza não apenas das libertações históricas, mas da salvação eterna. O Advento é tempo de vencer as resistências e pôr-se em caminhada, celebrando a presença salvadora de Deus.

2. Evangelho (Mc 1,1-8): Preparai o caminho do Senhor
Marcos apresenta o “princípio do evangelho de Jesus Cristo” – o alegre anúncio do Filho de Deus que assumiu a condição humana. A palavra “princípio” vai além do sentido cronológico. Indica nova origem, novo tempo inaugurado por Jesus. Ele vem para dar início à nova criação. João Batista é o mensageiro que vem preparar-lhe o caminho.
De acordo com a tradição judaica, o Messias seria precedido por Elias (cf. Ml 3,23). Marcos respeita essa tradição, apresentando João Batista como o novo Elias. Sua missão é comprovada por meio da citação de dois textos da Primeira Aliança (Ml 3,1 e Is 40,3). Sua mensagem é ousada; ele fala no mesmo espírito de Elias. É verdadeiramente um profeta. E até “mais do que um profeta”, como dirá Jesus (Lc 7,26). Sua pregação no deserto corresponde ao anúncio de um tempo de graça e libertação. O deserto, na história de Israel, constituiu lugar teológico da manifestação de Deus tanto no primeiro como no segundo êxodos (cf. comentário da I leitura); constituiu caminho pedagógico de conversão do povo ao projeto de Deus. Também agora, com João Batista, o “deserto” é o espaço/tempo de arrependimento e de conversão. A intervenção salvadora de Deus vai se dar por meio do seu Filho, Jesus Cristo.
O batismo de João indica o início de novo movimento que será levado à plenitude por Jesus. Enquanto João batiza com água, Jesus batizará com o Espírito Santo. O batismo de João está associado à confissão e ao perdão dos pecados. A imersão na água constituía rito purificatório com consequente transformação do coração, conforme se percebe nas palavras do profeta Ezequiel: “Borrifarei água sobre vós e ficareis puros; sim, purificar-vos-ei de todas as vossas imundícies e de todos os vossos ídolos imundos. Dar-vos-ei coração novo, porei no vosso íntimo espírito novo, tirarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ez 36,25-26).
João Batista deve ter causado profunda impressão aos olhos dos que o conheceram. Vários se fizeram seus discípulos. Chegou a ser considerado o Messias esperado. O texto de Marcos corrige essa concepção. O Messias é Jesus. Seu batismo é com o Espírito Santo, isto é, sua prática é produzida de acordo com a dinâmica eficaz do Espírito Santo. Ele vem combater todas as forças demoníacas. Diante dele, João Batista apresenta-se como um servo indigno de desatar-lhe as correias das sandálias. Jesus é “mais forte”. Percebe-se aqui o eco das palavras de Isaías (9,5): “Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, ele recebeu o poder sobre seus ombros, e lhe foi dado este nome: Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-para-sempre, Príncipe-da-paz”.
A atitude de humildade e de serviço de João Batista diante de Jesus torna-se modelo e caminho para todos os que desejam celebrar o Natal de uma maneira coerente com a fé cristã. O convite que nos é lançado é de mudança de vida. “Dobrar-se” perante Jesus é não desperdiçar a graça da salvação que entra definitivamente na história humana.

3. II leitura (2Pd 3,8-14): Para que ninguém se perca
A segunda carta de Pedro pode ser considerada um “testamento”. Atribuída ao apóstolo Pedro, oferece conselhos às comunidades cristãs espalhadas pelo império romano no início do segundo século, orientando-as para viverem na fidelidade à tradição apostólica. Diversas situações estão desencorajando os cristãos a permanecer na fé que receberam das primeiras testemunhas da vida e da proposta de Jesus.
Uma dessas situações diz respeito à fé na segunda vinda de Jesus. A expectativa da iminência da sua volta já não é tão grande. Um grupo de pregadores trata da questão com zombaria, dizendo: “Não deu em nada a promessa de sua vinda… Tudo continua como desde o princípio da criação” (3,4). O texto deste domingo rebate as ideias desses falsos pregadores. Argumenta que não é uma questão a ser medida pela lógica humana. Os cálculos humanos não conseguem penetrar os desígnios divinos. Seus pensamentos e seus caminhos não são os nossos (cf. Is 55,8-9). A atitude a ser tomada é de nos abandonar, com toda a confiança, ao plano salvador de Deus.
O texto reafirma a volta de Jesus numa nova dimensão de tempo: “Para o Senhor, um dia é como mil anos e mil anos como um dia”. O tempo aqui é entendido em seu sentido “cairológico”. Este tempo cronológico, tão fugaz, pode se transformar em cairológico, propício para acolher a salvação que Deus nos oferece gratuitamente. O tempo do relógio é a oportunidade que Deus nos dá para entrarmos na dinâmica do “tempo eterno”. Deus usa de muita bondade e paciência para conosco “porque não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se”. A primeira carta a Timóteo (2,4) completa: “Ele quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”. O nosso empenho cotidiano, portanto, não é fantasiar sobre quando ou como será o fim do mundo e a volta de Jesus, mas viver na santidade e na justiça, contribuindo para que já neste mundo seja concretizada a sua proposta de vida em abundância, conforme anunciada no evangelho.

III. Pistas para reflexão

- Sempre a caminho. Deus se revelou na história do povo de Israel em caminhada pelo deserto. Também suscitou a esperança do povo exilado na Babilônia, anunciando-lhe novo êxodo. Jesus se tornou o caminho para todas as pessoas que nele acreditam. Nós também somos peregrinos neste mundo, sempre em caminhada. Todos nos encontramos na condição de êxodo, isto é, em caminho para uma vida sempre melhor: mais justa, mais fraterna, mais santa… Nesta caminhada, temos a certeza de “Deus conosco”. Ele nos educa, orienta, perdoa, encoraja… Ele cuida de cada um de nós como o pastor cuida de suas ovelhas, carregando no colo as mais frágeis. Preparar-se para o Natal é fazer o êxodo pessoal, familiar e comunitário: mais bondade, mais sinceridade, mais atenção, mais justiça, mais amor, mais fé, mais esperança, mais… Isso implica menos correrias, menos consumismo, menos…
- Aos pés de Jesus. João Batista preparou-se para a vinda de Jesus por meio de uma vida simples. Deu testemunho de humildade e serviço. Sentiu-se indigno de ser um escravo de Jesus para desatar-lhe as correias das sandálias. Sua vida foi uma denúncia contra o consumismo e a busca de poder. Sua pregação visava à confissão dos pecados, à conversão e ao perdão divino. O batismo era o sinal externo da disposição interna de purificação e mudança de vida. Preparar-se para o Natal do Senhor é prestar atenção na vida e na mensagem de João Batista. É renovar as promessas do nosso batismo. É “dobrar-se” aos pés de Jesus e renunciar a toda espécie de egoísmo…
- O tempo passa: é preciso saber viver. Para Deus, “mil anos são como um dia…”. Dizemos que o tempo passa sem que percebamos. O tempo do relógio, nós o perdemos mesmo contra a nossa vontade. Porém, dentro do tempo cronológico, podemos viver o tempo cairológico, o tempo de Deus, que “não quer que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se”. Depende de nossas escolhas: ou “perdemos tempo” com superficialidades que nos satisfazem apenas momentaneamente (e não faltam “pregadores” para nos convencer disso), ou “ganhamos tempo” com o cultivo de valores eternos que nos realizam plenamente… O tempo cronológico do Advento é propício para a tomada de decisões que transformem a nossa vida inteira em tempo cairológico, de graça e salvação.

Celso Loraschi
Mestre em Teologia Dogmática com Concentração em Estudos Bíblicos, professor de evangelhos sinóticos e Atos dos Apóstolos no Instituto Teológico de Santa Catarina (Itesc).
http://vidapastoral.com.br/roteiros/7-de-dezembro-2o-domingo-do-advento/
Reflexão:
Pistas para a reflexão:

I leitura: É necessário preparar o caminho para o Messias.
II leitura: Deus tem o tempo e dá tempo para a conversão.
Evangelho: João Batista é o precursor que anuncia e apresenta o Salvador.
http://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/dia-7-domingo-4#.VIUJADHF9ms
DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014



A virtude da humildade

O Evangelho deste Domingo apresenta a figura de São João Batista, que foi o precursor (πρόδρομος) de Nosso Senhor. Como disse o próprio Zacarias: "Serás profeta do Altíssimo, ó menino, pois irás andando à frente do Senhor para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, que está na remissão de seus pecados" [1].
É com uma citação do profeta Isaías que São Marcos introduz o seu Evangelho. O "Livro da Consolação" – a segunda parte do livro de Isaías – foi escrito à época do exílio do povo de Israel na Babilônia. Depois de muito advertir e ameaçar os israelitas, Deus começa a consolar o seu povo, agora em cativeiro. Assim começa o capítulo 40: "Consolai o meu povo, consolai-o! – diz o vosso Deus". É deste contexto que vem a frase usada pelo Evangelista: "Esta é a voz daquele que grita no deserto: 'Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!'"
Quem examina, porém, a frase de Marcos e a de Isaías, percebe que há uma diferença no modo como estão construídas. O profeta diz que uma voz grita para que se prepare, no deserto, o caminho do Senhor; no Evangelho, ao contrário, é a voz que clama no deserto. Por que essa mudança de pontuação? Porque São Marcos – assim como sempre fizeram os cristãos – lê o Antigo Testamento à luz do Novo. O sentido literal da passagem de Isaías existe e é importante, mas é preciso entendê-la também e principalmente a partir de Cristo. Assim, preparar "o caminho do Senhor" nada mais é que preparar o caminho de Jesus.
Mas, como fazer isso? O exemplo de São João Batista ilustra bem o que Isaías quer dizer com os verbos aplainar, nivelar e rebaixar, usados na Primeira Leitura [2]. Ele diz: "Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias". Para preparar "o caminho do Senhor", é necessária a virtude da humildade. Ao pregar ao povo um batismo de conversão e o arrependimento dos pecados, São João quer que os homens reconheçam a sua miséria, desfaçam-se de seu orgulho e de sua soberba, sejam humildes.
Para entender em que consiste essa virtude, é preciso entender que, no homem, existem apetites naturais, que se encontram desordenados por conta do pecado original. O desejo de comer, por exemplo, pode degenerar em gula; o desejo sexual, em luxúria; e, do mesmo modo, o desejo de glória – porque o ser humano foi feito para a glória do Céu – pode transformar-se no vício da soberba, que é justamente um apetite desordenado da própria excelência. A humildade consiste, pois, em refrear esse apetite e imitar Nosso Senhor que, "existindo em forma divina, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se semelhante ao ser humano" [3]. Não é justamente este o mistério que se celebra no Natal – a saber, o do Verbo que se fez carne, do Deus que se rebaixa, se humilha, para salvar a humanidade? Não foi também este o fato que Simeão considerou "causa de queda" e "sinal de contradição" [4] em Israel?
Para sondar a natureza da humildade, é importante recorrer à definição de Santa Teresa de Ávila, em suas Moradas:
"Certa vez, pensando eu por que Nosso Senhor aprecia tanto a virtude da humildade, deparei logo (a meu ver, sem que eu o considerasse, de modo repentino) com o seguinte: sendo Deus a suma Verdade, e a humildade, andar na verdade, eis a razão da sua importância. E é grandíssima verdade o fato de nada de bom proceder de nós; só o fazem a miséria e a insignificância. E quem não entende isso anda na mentira. Quem mais o compreender mais agradará à suma Verdade, porque anda nela. Praza a Deus, irmãs, dar-nos a graça de nunca abandonar esse conhecimento próprio. Amém." [5]
"Andar na verdade", eis o que é a humildade. Não se trata de inventar algo a respeito de si mesmo, vivendo uma espécie de teatro, mas de reconhecer uma "grandíssima verdade": que nada de bom procede de nós, senão "a miséria e a insignificância".
Santo Tomás de Aquino, ao responder se o homem deve, por humildade, sujeitar-se a todos, ensina coisa semelhante:
"Duas coisas podem ser consideradas no homem: o que é de Deus e o que é do homem. É do homem, certamente, tudo o que é falho e é de Deus tudo o que é de salvação e perfeição, conforme está escrito: 'Tua perdição é obra tua, Israel; tua força é somente minha' (Os 13, 9). Ora, a humildade, como se viu, visa, propriamente, à reverência com que o homem se submete a Deus. E, por isso, todo homem, por aquilo que é seu, deve sujeitar-se ao próximo, quem quer que seja, por causa daquilo que é de Deus nessa pessoa."
(...)
"Se preferimos o que há de divino no próximo ao que há de humano em nós mesmos, não podemos incorrer em falsidades. Por isso, comentando o que diz o Apóstolo: 'Considerai os outros superiores a vós' (Fl 2, 3), diz a Glosa: 'Não devemos entender essas palavras, fingidamente; pelo contrário, pensemos que pode haver no outro um bem oculto que o faz superior a nós, mesmo que o nosso bem, pelo qual nos achamos superiores a ele, não esteja oculto'." [6]
Neste tempo do Advento, sigamos o exemplo de São João Batista e coloquemos em prática a virtude da humildade, consciente de que "Deus resiste aos soberbos, mas concede a graça aos humildes" [7]. T

Referências:
Lc 1, 76-77.
Cf. Is 40, 3-4.
Fl 2, 6-7.
Lc 2, 34.
Castelo Interior, Sextas Moradas, X, 7.
Suma Teológica, II-II, q. 161, a. 3.
Tg 4, 6; cf. Pr 3, 34.
A Voz do Pastor - 2º Domingo do Advento - Domingo 07/12/2014
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Endireitai as estradas do Senhor.

Senhor Jesus,
a exemplo de João Batista,
faze-me teu mensageiro,
que prepare tua chegada
no coração de quem precisa de ti.


REFLEXÃO
Deus se volta para nós, voltemos para Ele!
A Boa Notícia começa com um grande chamado à conversão (Mc 1,1-15; cf. Mt 3,1-17; Lc 3,1-22). Em que sentido a conversão é “boa notícia”? Conversão, na Bíblia, significa volta (como se faz uma conversão com o carro na estrada). Na 1ª leitura ressoa um magnífico texto do Segundo Isaías. O rei Ciro, depois de conquistar Babilônia, mandou os judeus que aí viviam exilados de volta para Jerusalém (em 538 a.C). O profeta imagina Deus reconduzindo essa gente a Sião. Precede-lhe um mensageiro que proclama: “Preparai no deserto uma estrada” (Is 40,3) – como para a entrada gloriosa (a “parusia”) do Grande Rei. Mas é um rei diferente, cheio de ternura: “Como um pastor, ele conduz seu rebanho; seu braço reúne os cordeiros, ele os carrega no colo, toca com cuidado as ovelhas prenhes”(v. 11). Essa era a boa notícia que Jerusalém, qual mensageira, devia anunciar ao mundo (v.9).
Conversão não é coisa trágica. Deus já voltou seu coração para nós; resta-nos voltar o nosso para ele. Ao proclamar o batismo de conversão (evangelho), João Batista pressentia a proximidade de uma “entrada gloriosa” de Deus. Como símbolo da “volta” usava a água do rio Jordão, que lembrava a travessia do povo de Israel pelo Mar Vermelho e pelo rio Jordão, rumo à terra prometida. Reforçava sua mensagem repetindo o texto de Is 40,3: “Preparai uma estrada…”. Vestia-se com um rude manto feito de pêlos de camelo e alimentava-se com a comida do deserto – mel silvestre e gafanhotos -, como o profeta Elias, o grande profeta da conversão, cuja volta se esperava (cf. Ml 3,1.23-24 e Eclo 48,10). Mas João ainda não é aquele que deve vir, apenas prepara a chegada deste, o “mais forte”, que virá “batizar com o Espírito Santo” (cf. a efusão do Espírito de Deus no tempo do Fim: Jl 3,1-2; Ez 36,27 etc).
Devemos sempre viver à espera dessa “entrada gloriosa”de Deus. Jesus veio e inaugurou o reinado de Deus, mas deixou a nós a tarefa de materializa-lo na História. Entretanto, Deus já coroou com a glória a vida dele e a obra que ele realizou: reunir as ovelhas como o pastor descrito por Isaías.
No tempo dos primeiros cristãos, muitos imaginavam que Jesus ia voltar em breve com a glória do céu, para arrematar essa obra iniciada. Depois de alguns decênios, porém, começaram a se cansar e a viver sem a perspectiva da chegada de Deus, caindo nos mesmos abusos que vemos hoje em torno de nós. Por isso foi necessário que a voz da Igreja lembrasse a voz dos profetas: Deus pode tardar, mas não desiste de seu projeto. Mil anos são para ele como um dia (2Pd 3,8), mas seu sonho, “um novo céu, uma nova terra, onde habitará a justiça”, fica de pé (2ª leitura).
Não vivamos como os que não têm esperança. Não desprezemos o fato de Deus estar voltado para nós. Voltemos sempre a ele.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

HOMILIA - Mc 1,1-8 - 07.12.2014
A MENSAGEM DE JOÃO BATISTA
Marcos nos apresenta uma novidade como ponto central na história da humanidade e na vida individual de todos os homens: é a proclamação de Jesus de Nazaré como o Ungido e Messias por ser ele o Filho do Deus Único e Verdadeiro. Essa proclamação é necessária nos dias de hoje até para muitos batizados que vivem de costas a essa realidade.
O AT está ligado ao NT porque aquele é a palavra da esperança e este é o cumprimento da mesma. Ambos escritos sob a inspiração divina se complementam como uma História única em que Deus intervém de modo pessoal. Deus não é somente o providente e diretor, um deus ex maquina, mas que intervém com sua presença para impedir que tudo acabe em tragédia pelo triunfo do mal.
João no deserto é uma figura que representa a atualização dos desejos da humanidade: a proximidade de Deus nas vidas de todos os que não conseguem sair da miséria de suas vidas quer seja na ordem material, quer na ordem espiritual. O Deus do Batista é um Deus próximo, amigo e protetor. É o Deus que os profetas anunciaram e que o Batista recorda como imediato e aliado para quem optou pelo bem.
Marcos inicia seu evangelho com as narrativas sobre João Batista e o batismo de Jesus, e encerra o evangelho com a narrativa do encontro do túmulo vazio pelas mulheres (o que vem a seguir, Mc 16,9-20 , é consensualmente um acréscimo posterior ao texto original). Marcos segue a trajetória delineada por Pedro, registrada por Lucas em Atos dos Apóstolos, segunda a qual o testemunho de Jesus abrange o período que vai "desde o batismo de Jesus até o dia em que foi arrancado dentre nós" (At 1,22). Posteriormente, Mateus e Lucas elaborarão as narrativas de infância de Jesus, que serão inseridas antes das narrativas sobre João Batista e sobre o batismo de Jesus. Por último, João escreverá seu evangelho iniciando-o com o Prólogo do Verbo encarnado, para, em seguida narrar os fatos relativos a João Batista.
João Batista e Jesus têm íntima relação em seus ministérios. Lucas, de modo especial, destaca esta relação no seu evangelho, fazendo um expressivo paralelismo nas suas narrativas de infância de João Batista e de Jesus.
João Batista era filho de sacerdote, porém rompe com a tradição sacerdotal e com o Templo de Jerusalém, indo para a periferia ("deserto") às margens do rio Jordão, pregando a conversão à prática da justiça, pelo que os pecados são perdoados. Para o sistema religioso sacerdotal os pecados só poderiam ser perdoados perante os sacerdotes, no Templo, mediante ofertas e sacrifícios. João descarta esta doutrina, anunciando que é pela prática da justiça que se supera o pecado. Com a sua pregação João é visto como o cumprimento da profecia de Isaías, preparando o caminho de Jesus.
A Igreja toma como modelo de sua pregação neste Advento a mudança de mentalidade, como a que se dá naquele que se arrepende de um desígnio ou plano anterior como de uma determinação errada ou de uma atuação desastrosa. E as palavras dos antigos profetas indicam o caminho a empreender de novo: Deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Somente com este propósito poderemos entender no seu verdadeiro significado a visita de Jesus e seu modelo como homem.
Convido-te a seres como um menino que, diante do presépio, teve um colóquio com Jesus: Que gostarias Jesus que eu te desse como presente de teu aniversário? Três coisas - disse-lhe Jesus: Dá-me o desenho que fizestes hoje de manhã. Mas ninguém gostou do mesmo. Por isso mesmo. Quero que sempre me dês aquilo que os outros não gostam de ti ou que tu mesmo olhas como frustração. Como segundo presente dá-me teu prato. Mas eu quebrei o prato. Por isso mesmo eu quero tudo que na tua vida está roto e fragmentado. Eu te ajudarei a recompô-lo. E a terceira coisa? Pois a resposta que deste os teus pais quando te perguntaram pela quebra do prato. Mas foi uma mentira! Por isso mesmo: eu te mostrarei como a verdade é mais proveitosa do que qualquer mentira mesmo que nesta última encontres a desculpa que te parece necessária, para evitar que o fizeste por raiva, por pirraça. Lembro-te que para Deus nada é impossível. O que Deus não é capaz de faze é deixar de te amar. A tua vida para Ele tem concerto. Porque cada criatura, ao nascer, traz a mensagem de que Deus ainda não perdeu a esperança no homem.
Fonte Padre BANTU SAYLA
HOMILIA
O batismo no Espírito Santo nos dá força
O batismo no Espírito Santo nos dá força. Não deixemos de tomar esse banho, esse batismo que regenera a nossa alma e o nosso coração e nos dá contrição pelos nossos pecados.
“Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’” (Marcos 1,1).


Nós hoje contemplamos a figura de João Batista; é ele quem prepara os caminhos do Senhor, é aquele que vai à frente como um trator, uma patrola, abrindo estradas para que chegue Aquele que vai passar. De que modo ele prepara os caminhos do Senhor? João é a voz, ele não é a Palavra, é a voz que anuncia a Palavra que está chegando. João é a voz que anuncia o Verbo de Deus, que está chegando para se manifestar no meio de nós!
São João Batista empresta a sua boca, sua língua e a sua voz para que a Palavra de Deus chegue aos corações. Da mesma forma, Deus precisa da sua voz, precisa das suas boas palavras, que suas palavras sejam d’Ele para que a Palavra d’Ele chegue aos corações.
Assim como São João foi a voz para preparar os corações para que o Senhor chegasse, nós precisamos ser também voz de Deus para que a Sua Palavra chegue a muitos corações. É como se disséssemos: “A minha palavra não é minha, o que é meu é minha voz, a Palavra que vos anuncio é a Palavra eterna de Deus, Cristo Jesus, Nosso Salvador”.
O batismo de João suscita arrependimento dos pecados, contrição e desejo de mudança de vida. Para irmos ao encontro de Deus nós precisamos ser tocados, todos os dias, por esta palavra: “arrependimento”.
Por mais fraco que você seja não deixe de tomar esse banho, esse batismo regenera as nossas almas e os nossos corações e nos dá contrição pelos nossos pecados. Não se acostume com o pecado, não deixe o pecado tomar corpo na sua vida, sem dele você se arrepender! Quando nos deixamos ser lavados, a cada dia, por esse batismo que nos dá contrição e arrependimento, Jesus nos batiza no Seu Espírito.
É o batismo no Espírito que nos dá força para vivermos a vida do homem novo e da mulher nova, batizados e batizadas no Espírito do Senhor. É esse batismo que nos dá condição de vivermos a vida no Espírito. Desse modo nós somos fortalecidos, animados e conduzidos.
É por isso que São João diz que nos batiza com a água e nos aponta o caminho do arrependimento e que quem nos batiza no Espírito é Jesus. É o Senhor Jesus quem nos reveste do Seu Espírito Santo e nos torna cheios desse mesmo Espírito para que a vida nova de Deus esteja plenamente em nós.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova. https://www.facebook.com/rogeraraujo.cn
LEITURA ORANTE

Mc 1,1-8 - João Batista batizava e pregava a conversão



2º Domingo do Advento
Em união com todos os que se encontram neste ambiente virtual, iniciamos nossa Leitura Orante do Advento, com a Canção do Advento
Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem saciar nossa sede de Paz!
1.   Ó vem, como chega a brisa do vento,
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo!

2.   Ó vem, como a chuva no chão
Trazendo fartura de vida e de pão!

3.   Ó vem, como chega a luz que faltou
Só tua palavra nos salva Senhor!

4.   Ó vem, como chega a carta querida
Bendito carteiro do Reino da Vida!

5.   Ó vem, como chega o filho esperado
Caminha conosco Jesus Bem am
ado!

6.   Ó vem, como chega o Libertador
Das mãos do inimigo nos salv
a Senhor

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 1,1-8
Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías: "Eis que envio à tua frente o meu mensageiro, e ele preparará teu caminho. Grita uma voz: 'No deserto abri caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele'". Assim veio João, batizando no deserto e pregando um batismo de conversão, para o perdão dos pecados. A Judéia inteira e todos os habitantes de Jerusalém saíam ao seu encontro, e eram batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados. João se vestia de pêlos de camelo, usava um cinto de couro à cintura e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Ele proclamava: "Depois de mim vem aquele que é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de, abaixando-me, desatar a correia de suas sandálias. Eu vos batizei com água. Ele vos batizará com o Espírito Santo".
A introdução "início do Evangelho de Jesus Cristo" é a chave de leitura de todo o Evangelho de Marcos. Faz referência, como a um fundamento: a profecia de Isaías. A boa notícia anunciada pelos Profetas, agora é expressa na "voz que grita". É  João que chegou batizando  com água do Jordão e recebendo a confissão dos pecados a Judeia inteira. O Evangelho apresenta a figura austera de João que vestia um traje de pele de camelo e cinto de couro. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Sua pregação era forte. Não anuncia a si mesmo."Depois de mim vem aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desatar a correia das sandálias dele". João Batista  é o profeta, o mensageiro, um porta-voz de Deus.
Conforme o relato de Lucas, o próprio Jesus falará do "profeta" e mensageiro João Batista. Veja como ele o apresenta: 
"Depois que os mensageiros de João partiram, Jesus começou a falar sobre João às multidões: «O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?  O que vocês foram ver? Um homem vestido com roupas finas? Ora, os que se vestem com roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis.  Então, o que é que vocês foram ver? Um profeta? Eu lhes garanto que sim: alguém que é mais do que um profeta. É de João que a Escritura afirma: ‘Eis que eu envio o meu mensageiro à tua frente: ele vai preparar teu caminho diante de ti’. Eu digo a vocês: entre os nascidos de mulher ninguém é maior do que João. No entanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele.  Todo o povo, e até mesmo os cobradores de impostos deram ouvidos à pregação de João. Reconheceram a justiça de Deus, e receberam o batismo de João.  Mas os fariseus e os doutores da Lei, rejeitando o batismo de João, tornaram inútil para si mesmos o projeto de Deus.»(Lc 7, 24-30).

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Qual palavra mais me toca o coração?
Todos nós somos convocados a ser como João Batista: testemunhas, profetas, mensageiros, discípulos e missionários de Jesus Cristo. Em Aparecida, os bispos falaram da fé e do nosso Batismo: "Ao receber a fé e o batismo, os cristãos acolhem a ação do Espírito Santo que leva a confessar a Jesus como Filho de Deus e a chamar Deus “Abba”. Como todos os batizados e batizadas da América Latina e do Caribe “através do sacerdócio comum do Povo de Deus”, somos chamados a viver e a transmitir a comunhão com a Trindade, pois “a evangelização é um chamado à participação da comunhão trinitária”(DAp 157).
Como vivo meu Batismo?
Sinto-me profeta, mensageiro, porta-voz de Deus?

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo,
acendendo a 2ª vela da Coroa do Advento,
 com a canção.
Coroa do Advento
( A melodia da canção está ao lado)
1° Domingo
Uma vela, na coroa, acendemos,
Toda sombra se esvai com sua luz;
Vigilantes, o Senhor esperemos:
Chegou o tempo do Advento de Jesus!

Refrão:
Meus irmãos, penitência e oração!
Arrumemos nossa casa co'alegria!
Logo a ela, o Senhor vai chegar,
Pelo ventre imaculado de Maria!

2 o Domingo:
Outra vela, na coroa, acendemos,
Penitentes nos caminhos do Senhor.
Consolando os aflitos, busquemos.
Novos céus e nova terra, com ardor!


4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Como João Batista, quero ser testemunha daquele de quem “não sou digno de desatar as correias das sandálias”.

Bênção
-
 Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Ir. Patrícia Silva,
fsp
patricia.silva@paulinas.com.br
Oração Final
Pai Santo, dá-nos discernimento para conhecer a essência da nossa missão neste mundo: como Igreja de Jesus, devemos anunciar a todos os homens que o Reino do Céu está próximo e não virá com sinais exteriores, porque ele está dentro de nós, trazido pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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