segunda-feira, 21 de julho de 2014

São Elias e Eliseu - 20 de Julho

Elias e Eliseu


Elias, com Eliseu e Samuel, é um dos maiores profetas de ação (para distinguir dos profetas escritores como Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel), e sua missão foi a de conclamar o povo à fidelidade ao único Deus verdadeiro, sem se deixar influenciar pelo culto da idolatria e da licensiosidade de Canaã. Elias, cujo nome significa o meu Deus é javé, nasceu pelos fins do século X a. C. e desenvolveu grande parte de sua missão sob o reino do fraco Acab (873 - 854), dócil instrumento nas mãos da briguenta esposa, Jezabel, de origem fenícia, que tinha primeiro favorecido e depois imposto o culto a Baal.

Quando parecia que o monoteísmo estava sufocado e a maioria do povo havia abraçado a idolatria, Elias se apresentou diante do rei Acab, para anunciar-lhe como castigo, três anos de seca.

São Elias e Eliseu

NascimentoNo Século IX antes de Cristo
OrdemProfetas (AC)
Local vidaPalestina
EspiritualidadeSanto Eliseu, Profeta (+ Palestina, séc. IX A.C.) Era o discípulo perfeito do Profeta Elias, do qual possuiu, conforme narra a Escritura, o duplo espírito. Ambos mestre e discípulo considerados fundadores da Ordem do Carmo. Antes do desaparecimento de Elias, num turbilhão de fogo, Eliseu pediu-lhe: "Dá-me uma porção dobrada do teu espírito". E o pedido foi ouvido. Eliseu foi sepultado perto de Samaria. É impossível descrever em poucas palavras a personalidade e obra deste grande Profeta. Lendo as poucas páginas bíblicas que nos falam dele: 1 Rs, cap. 17-19,21, e 2 Rs 1-2, podemos tentar descobrir suas características principais. Eis aqui algumas: o homem diante de Deus: aparece com freqüência a expressão "o senhor a quem sirvo" ou "perante o qual estou". Elias não compartilha com ninguém seu culto e quer que o povo faça o mesmo. Levado pelo Espírito: vede a resposta tão saborosa de Abdias em 1 Rs 18, 12. Daí procede a força da alma de Elias e de sua liberdade interior. Sua fé sem divisões: quando do sacrifício do Carmelo(1 Rs 18), tenta forçar o povo a escolher entre o Deus vivo, pessoal, que intervém na história, e as forças naturais divinizadas, os baais. Como nós, Elias crê sem ver; porque Deus pede, anuncia a chuva..., mas sem vê-la cair. (1 Rs 18,41 s) Sua intimidade com Deus: Sua visão de Deus (1 Rs 19), como a de Moisés (Ex 33, 18s), é o modelo da vida mística: é tudo o mais que se concede ao homem ver. Porém, Elias continua sendo um homem como nós, desanimado, medroso (19, Is). O versículo 19,12 deve traduzir-se: "Ouviu-se o ruído de um silêncio: "Deus não está nas forças da natureza divinizadas, apenas está. Deus oculto. Em sua oração - tal como Moisés - Elias não cai em efusões místicas, apenas fala a Deus sobre sua missão. Solidariedade com os pobres: diante do rei e dos poderosos, defende o pobre(1 Rs 21). Seu universalismo: como crê em Deus sem divisões e se deixa conduzir pelo Espírito, é livre para tratar com os pagãos(1 Rs 17); mas também pede à mulher pagã uma fé incondicional (17,13). O relato popular de 2 Rs 1, contribuirá, infelizmente, para fazer de Elias uma personagem justiceira que pede o fogo do céu contra os pecadores. A ascensão de Elias (2 Rs 1): como não se conhecia seu túmulo, chegou-se a pensar com certeza que tinha sido levado para junto de Deus. Lucas se inspirará neste texto para seu relato da ascensão de Jesus (Enoc 1); Eliseu, que vê Elias em sua ascensão, receberá seu espírito para continuar sua missão, como os discípulos receberão o Espírito de Jesus por tê-lo visto elevar-se. Retrato feito pelos homens: limitamo-nos ao que nos pintam dois célebres carmelitas: 1) O ilustre historiador Juan Bta Lezana(+1659) escreveu este magnífico epitáfio: "Elogio para alcançar a porta do paraíso terreno": Aqui vive, ó mortal, aquele celeste zelador da honra divina, Elias é o duplo espírito, perfeito na pureza, rico em virtudes, paupérrimo em bens terrenos, grande amigo de Deus, inimigo do diabo, amável com os bons, terrível para com os ímpios, nascido antes de Cristo, conversou com Cristo, reservado após Cristo contra o Anticristo; Patriarca exímio. Profeta celebérrimo. Sacerdote grande. Monge, Pai dos monges, sempre casto, Fênix singular. De Cristo, futuro apóstolo. Mártir, Precursor, Capitão, valente defensor, arauto da verdade, ardentemente religioso, maduro sem desalento, ancião sem velhice, mortal sem morrer, nutrido sem alimento, de uma longevidade sem achaques e - coisa admirável! - de uma vida santíssima que não se há de extinguir até a consumação dos séculos. Quem flagelou os tiranos, deu morte aos sacrílegos, fechou com suas palavras as nuvens e tornou a abri-las, ungiu Reis e instituiu Profetas defensores; pelos anjos foi anunciado seu nascimento, alimentado em Carit, saudado em Horeb, de onde, em meio a fragorosa tempestade e comoção dos montes, cobrindo-se com seu manto o rosto, viu o quanto era talentoso para Deus, o qual se lhe manifestou no suave zéfiro..." 2) O venerável mariólogo Arnoldo Bostio(+1499) o chamou: "Varão Evangélico antes do Evangelho, Apostólico antes do tempo dos Apóstolos, depreciador do mundo e de todas as coisas perecíveis, apaixonado seguidor do eterno, primeiro Virgem, Monge e Eremita, resplendor de costumes, regra de virtudes, arauto da Virgem sagrada. Que com a instituição da virginal castidade antecedeu por muito tempo o Cordeiro sem mancha onde quer que tivesse de ir..." Elias e o Carmelo Um grupo de cruzados chegados à Palestina em meados do século XII, vendo a maravilhosa topografia do Monte Carmelo, tão propício à contemplação, decidiram permanecer ali e se entregarem sem reservas a imitar a vida do profeta do Fogo, tal como a descreviam os livros dos reis, a base da tradição monástica. O lugar os ajudava a "fabricar o mel dulcíssimo da contemplação". Suposto o vínculo entre Elias e o Carmelo, entre Elias e a vida religiosa, fixado pelos Padres Gregos e Latinos, não é de se estranhar que aqueles a quem já Tiago de Vitry tinha designado como "imitadores do santo varão e solitário Elias profeta", no Monte Carmelo, próximo à fonte chamada de Elias, na Rubrica Prima das Constituições afirmam sua descendência dos Padres, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, que desde o tempo de Elias e de Eliseu tinham habitado o Monte Carmelo "para a contemplação das coisas celestiais." Apesar disto, os carmelitas nunca se chamaram elianos, pois tomaram o nome, como tantas outras Ordens, do Fundador, ou mesmo do lugar onde nasceram. Elias será para aqueles cruzados que se reúnem no Monte Carmelo, a regra viva, que se proporão imitar. Para eles, este será o pai que lhes infundirá seu espírito Carmelitanum Dux et Pater. Para estes primeiros carmelitas, a coisa foi fácil: desejavam imitar aquele homem extraordinário, tal como o protótipo do monaquismo. Assim de início é a origem do Patriarcado eliano sobre o Carmelo. Hoje, a assim chamada "Questão eliana" sobre a sucessão hereditária ou entroncamento dos carmelitas de hoje com o Profeta Elias, que vive 900 anos antes de Cristo, é uma questão conciliada e, portanto, assim admitida: Elias é o Pai Espiritual ou o Inspirador do Carmelo. Assim escreveu o P.R. Garcia Villoslada, S.J": "Mas devemos dizer não sem fundamento, chamam seu Pai a Elias, porque os fundadores e depois todos os carmelitas olharam sempre aquele Profeta como modelo e exemplo, e inspirados nele, modelaram suas regras e constituições. Moralmente, pois, influiu o Profeta Elias na Ordem Carmelitana quase tanto quanto Santo Agostinho nos diversos institutos que levam seu nome, e se gloriam em tê-lo como Pai." Elias, Pai espiritual do Carmelo "Elias, apesar de não ter sido quem deu uma Regra escrita, porém; foi um exemplo e o modelo da santa vida das carmelitas". Assim escreveu o célebre humanista beneditino, o Abade João Tritemis(+1516). A esta afirmação de um estranho à Ordem basta citar um fato: entre as estátuas dos fundadores das Ordens Religiosas que aparecem na Basílica de São Pedro em Roma, está também a magnífica e impressionante do Profeta Elias, com a seguinte inscrição, escrita pelo mesmo Papa Benedito XIII, no dia 26.6.1725: "Universus Ordo Carmelitanum Fundatori suo Santo Eliae Prophetae erexit 1724. (A Ordem inteira dos Carmelitas, a seu Santo Fundador, Elias, Profeta, erigiu-a no ano 1725). O então Procurador Geral da Ordem, Eliseu Monsignani, cheio de alegria, enviou aos Provinciais esta comunicação: "Chegou o tempo em que ainda quando os carmelitas calem, as pedras e os mármores falarão e dirão que o profeta Elias é o Pai e Fundador dos carmelitas". De onde tira essa paternidade eliana? O historiador da primeira metade do século XIII, diz: "A exemplo e imitação do santo e solitário varão Elias profeta, muitos anacoretas se retiraram para o Monte Carmelo" Em virtude desta tradição e desta história do patriarcado eliano os carmelitas
Local mortePalestina, num turbilhão de fogo
MorteEliseu em 790 A.C, sepultado em Samaria
Fonte informaçãoSanto Carmelita Pe. Rafael Maria López-Melús
OraçãoÓ Deus onipotente e Glorioso, que pelas vidas e exemplos de Santo Elias e de Santo Eliseu, nos mostrastes o poder da verdadeira fé e da oração, dai-nos também a nós sermos sempre firmes na fé em Cristo Jesus, e que, pela sua Gloriosa Paixão, possamos gozar das alegrias do céu. Santos Elias e Eliseu, rogai por nós. Amém.
DevoçãoIntimidade com Deus e disposição para fazer, em tudo, Sua Vontade.
Outros Santos do diaSanta Margarida da Antioquia (padroeira: partos difíceis, problemas renais); Santa Wilgeforte (intercessora dos casamentos infelizes) Ansegiso, Aurélio (bispo); Barsabás, Caramnã, Colomba, Elias (presb); Edelwita (rainha); Geneveu ab; Marina (mártir); Paulo de Córdoba, Sábio, Julião, Máximo, Macróbio, Cássia e Paula (márts.); Severo, Timóteo, Patriarca, Vítor, Vulmaro.
FONTE: ASJ

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