A antiga tradição cristã narra que a Sagrada Família habitou em
Zeitoun, uma pequena cidade próxima do Cairo, capital do Egito, durante a fuga
do rei Herodes. Foram cinco anos de desterro. Os lugares em que viveram, mais
tarde, se tornaram templos, hoje santuários de adoração para a cristandade.
A igreja ortodoxa copta de Zeitoun guarda o local
onde a Virgem Maria, José e o Menino Jesus residiram. Entre 1968 e 1970 esse
templo foi o cenário de uma série de aparições de Nossa Senhora. Elas
aconteciam à noite, sempre precedidas por um cortejo de brilhos, ora em forma
de pombas, ora em forma de cruzes ou estrelas, sobrevoando a sua cúpula. A
imagem adquiria o contorno a partir de uma nuvem luminosa, que se movia fazendo
aparecer a Mãe de Deus toda envolta em luz.
O local era invadido pelo suave odor de incenso
que desaparecia, depois, com Ela. As aparições duravam minutos ou várias horas.
Na mais longa, Maria permaneceu por nove horas. Algumas vezes Ela aparecia com
Jesus ao seu lado, noutras segurava o Menino Jesus nos braços. Mas sempre
manteve silêncio, sua mensagem foi a própria aparição.
Durante esses dois anos foram incontáveis as
conversões e os milagres de cura. Tudo pôde ser testemunhado pelos cristãos e
não cristãos, além de amplamente documentado por jornalistas, cientistas,
médicos e teólogos de muitos países. A mídia egípcia filmou, fotografou e
divulgou as manifestações luminosas pela rede televisiva, jornais e revistas.
Inclusive o então presidente egípcio Abdul Nasser, um cético religioso, não
contestou a aparição que foi presenciar.
A Igreja de Roma recebeu relatórios das missões
católicas atuantes no Egito. Primeiro foi o reitor jesuíta do Colégio da
Sagrada Família do Cairo, que narrou o que viu das milagrosas aparições da Mãe
de Deus e declarou sua aceitação. Depois foi o parecer das religiosas católicas
da Ordem do Sagrado Coração de Zeitoun. Para apurar a veracidade dos fatos em
1968, o Vaticano enviou um representante que tudo comprovou e transmitiu ao
então Papa Paulo VI, ao retornar à Santa Sé.
Em 1973, três anos após as aparições terem
encerrado, foram concluídas as rigorosas investigações científicas e
teológicas, solicitadas pelo Patriarca da Igreja Ortodoxa Copta. Só então veio
o pronunciamento oficial: "A Mãe de Deus de fato apareceu ao redor da
Igreja da Virgem Maria em Zeitoun, no Cairo, Egito". Em seguida, a declaração
do Papa da Igreja Católica de Roma ratificou esse pronunciamento.
Anualmente no dia 02 de abril, data da primeira
aparição, se celebra a invocação de Nossa Senhora de Zeitoun. Essa devoção se
propagou como a renovação da passagem do exílio da Santa Família no Egito.
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