quarta-feira, 11 de abril de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 12/04/2012

12 de Abril de 2012


Lucas 24,35-48

Comentário do Evangelho

Presença de Jesus ressuscitado

Lucas orienta as primeiras comunidades que experimentam a presença de Jesus ressuscitado entre elas. As comunidades de cristãos de origem judaica devem reler as Escrituras sob a ótica da ressurreição, para perceberem a plenitude da vida de Jesus. 

A paz só pode ser encontrada em Jesus, que tem a vida eterna e a comunica a todos. A vida eterna, ultrapassada a condição temporal, como ressuscitados, envolve a totalidade da pessoa, corpo e alma, e não como um espírito desencarnado. Agora, os discípulos são enviados em missão. Anunciar a todas as nações a conversão à justiça para o perdão dos pecados. A conversão à justiça é a forma concreta do amor. E pelo amor se entra em comunhão com Deus em sua vida eterna. 


José Raimundo Oliva


Vivendo a Palavra

Quando nos cumprimentamos desejando que «a paz do Cristo esteja contigo», devemos nos lembrar do Mistério da Ressurreição de Jesus. A tentação é nos deixarmos acostumar, pela repetição, e vermos diminuídos o encantamento, ou mesmo o espanto e o respeito. É preciso carregar as palavras do sentido autêntico da nossa fé.


Reflexão
Quando a comunidade está reunida, realiza-se a experiência pascal, a experiência da presença do Ressuscitado. Esta presença é a manifestação do Deus da Paz, o Deus real, o Deus vivo e verdadeiro, do Deus que é solidário com os homens e está sempre participando de suas vidas, mesmos que eles não sejam capazes de perceber isso. Não é a manifestação de um fantasma qualquer. Esta experiência comunitária da presença do Ressuscitado faz com que a comunidade se torne evangelizadora, testemunha de todos os valores pelos quais Jesus morreu e ressuscitou, se torne testemunha de que de fato Jesus é o Filho do Deus vivo, que cumpriu plenamente a vontade do Pai.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. "Duvidar não é pecado..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Duvidar não é pecado, mas faz parte do processo da caminhada de Fé e nos ajuda a nos abrirmos mais para a Revelação Divina, que o diga os discípulos de Jesus naqueles primeiros tempos da caminhada da comunidade. Não há nenhum momento no relato do evangelho, em que os discípulos estão tranquilos, muito conscientes de tudo o que aconteceu, e sobre a missão que têm pela frente, com toda segurança possível. Nos relatos pós-pascais eles sempre estão com medo, inseguros, espantados, demonstrando incerteza sobre o futuro.

A Comunidade primitiva não era formada por super-homens e super-mulheres, mas por pessoas exatamente iguais aos irmãos e irmãs de nossas comunidades, que faziam a experiência profunda da presença do Senhor, a partir da Fé, mas que nem por isso tornaram-se especiais, seguros de tudo o que faziam... Fé é confiar em Deus e caminhar, como fez Abraão, que não exigiu um relatório pormenorizado do que seria sua relação com Deus, mas simplesmente aceitou aquilo que veio.

Jesus está ali no meio deles, lhes deseja o Shalom da Paz, mas eles o confundem com um espírito, isto é, com uma visão fantasmagórica. Há aqui algo que precisamos entender, é o processo de continuidade e descontinuidade que ocorre na morte Biológica, continuaremos a ser a pessoa que construímos em nossa Vida em uma continuidade surpreendente, entretanto, será de uma forma e de um jeito diferente, um jeito novo de Ser. Claro que Jesus é diferente de nós, pois nele há a união hipostática das duas naturezas humana e a Divina, e nós apenas a humana, entretanto, o processo da morte é o mesmo e a pessoa será revelada naquilo que realmente ela é, a pessoa que somos e o corpo que temos são coisas diferentes e a matéria chegará a sua finitude.

Os discípulos estão espantados e com medo, essa é uma realidade nova para eles, para mostrar que é igual a eles e que não se trata de um fantasma, Jesus se deixa tocar, e depois pede algo para comer. O evangelho em sua conclusão quer esclarecer as primeiras comunidades e a todos nós, que tudo o que aconteceu com Jesus não foi uma fatalidade e Deus  nunca perdeu controle da situação, tanto é que quando tudo parecia perdido com a  morte de Jesus, Deus age  e reverte o quadro, apagando o “The End” da História da Salvação, que agora vai recomeçar com mais força porque prenuncia que o Mal nunca mais dominará o homem que se tornou novo em Jesus de Nazaré, que restitui-nos a liberdade e a possibilidade de tomarmos novo caminho, rumando para um novo céu e uma nova terra...

2. Presença de Jesus ressuscitado
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração

Senhor Jesus, que tua paz aconteça na minha vida e na vida das comunidades cristãs, para sermos, assim, testemunhas da tua Ressurreição.


3. A PAZ DE JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus ressuscitado deseja paz a seus discípulos. Agora é a paz em plenitude, a paz da participação na vida eterna do Pai, que Jesus traz a todos. Mesmo depois da sua crucifixão, os discípulos continuavam com dúvidas sobre o sentido de sua vida. Agora se evidencia que Jesus não foi destruído pela morte, e sua missão de anunciar a conversão para participar da vida eterna deve ser continuada pelos discípulos em todas as nações. Jesus tem a vida eterna, continua vivo. O anúncio da conversão para o perdão dos pecados tem origem na pregação de João Batista. Trata-se da conversão à prática da justiça, na plenitude do amor. Os discípulos de Jesus, em todos os tempos e povos, são convocados a testemunhar que um mundo novo onde reine justiça, paz e amor é possível. E este mundo novo é eterno.


A paz esteja convosco!


Postado por: homilia

abril 12th, 2012


Depois de Jesus ter aparecido a Maria Madalena, de ter dado ordens para que os Seus discípulos partissem para a Galileia e, de encontrar com dois deles na estrada de Emaús, finalmente o Senhor apareceu ao grupo reunido para lhes decepar as dúvidas e lhes fortalecer a fé.
A comunidade vacila. As perseguições estão no horizonte. O primeiro entusiasmo diminuiu, os membros estão cansados da caminhada e perdendo de vista a mensagem vitoriosa da Páscoa. Parece mais forte a morte do que a vida, a opressão do que a libertação, o pecado do que a graça. Então, Jesus aparece e lhes diz: “A paz esteja convosco!”.
O Senhor prova a eles a Sua autêntica Ressurreição e lhes confirma na paz. Ele é a paz em plenitude. E para que Suas Palavras não fiquem somente “no ar”, Ele lhes mostra as mãos, o peito e os pés rasgados.
“Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. Estas palavras indicam que Jesus se apresentou como um homem normal, com as mesmas características que tinha na vida mortal que os discípulos tão bem conheciam. Daí, podemos traduzir livremente por “Sou o mesmo que vocês conhecem, não é outra pessoa que estão vendo”. Assim, Ele os anima a apalpar Seu corpo e a ver Suas mãos e Seus pés que estavam com os sinais das chagas.
Se essas palavras têm algum sentido histórico, é o de manifestar que Jesus está vivo, que a morte não O venceu, que a vida do além pode ter momentos em que se parece com a vida anterior, como se esta seguisse e aquela fosse uma continuação. Sobre o modo de pensar de alguns teólogos, os quais dizem que a ressurreição é uma forma de vida só espiritual, vemos como Jesus se manifesta em corpo vivo e que não existe sentido em afirmar que só o espírito vive e o corpo se destrói e não alcança a nova vida.
Como diz o Catecismo, é impossível interpretar a ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la como um fato histórico, pois o corpo ressuscitado de Jesus é o mesmo que foi martirizado e crucificado, trazendo as marcas da Sua Paixão. Não constitui uma volta à vida terrestre como foi o caso de Lázaro, visto que Seu corpo possui propriedades novas que o situam além do tempo e do espaço.
Jesus passa de um estado de morte para uma outra realidade. Ele participa da vida divina no estado de Sua glória, de modo que Paulo pode chamar a Cristo de o “Homem Celeste”. É por isso que Ele tem o poder de transmitir para nós a verdadeira paz. Assim como ontem, Jesus, hoje, continua dizendo: “A paz esteja convosco!”
O convite a tocar – não só a ver – indica que o corpo presente diante dos discípulos tinha aspectos físicos ou que podiam se conformar às leis físicas, à vontade do Ressuscitado. As feridas, muito mais do que o rosto, eram as marcas que determinavam, em definitivo, a realidade da pessoa na frente deles. Se falta alguma prova para se certificar de que aquilo era real, Jesus, então, come uma porção de peixe diante daqueles homens.
Parece que o Evangelista queria refutar toda dúvida possível. Mesmo assim, existem muitos como Tomé, aqui evocado não como apóstolo, mas como incrédulo. Por isso, podemos afirmar que existem muitos “Tomés” que não acreditam, porque não têm visto.
Diante do escândalo da cruz, que na época era muito maior do que nos dias de hoje, era necessário que Ele, além da Sua presença, provasse ser tudo conforme as Escrituras. Os caminhos de Deus consistem, como afirmava Paulo, em mostrar que “a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1Cor 1,25).
Que nossa maior esperança seja ouvir a Palavra e acolher a presença do Mestre novamente entre os discípulos; não mais com um corpo humano, mas com um corpo glorioso.
Somos chamados, na liturgia, a mergulharmos numa experiência íntima com o Ressuscitado que nos diz: “A paz esteja convosco!”
Padre Bantu Mendonça


Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 

Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. 
Trindade Santíssima 
- Pai, Filho, Espírito Santo - 
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser. 

Eu vos adoro, amo e agradeço. 

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto do Evangelho do Dia:
 Lc 24,35-48. 

Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, confirmando sua Ressurreição. O Mestre se apresenta não como um fantasma, mas com gestos familiares: come peixe assado, apresenta-se com seu corpo visível, deixa-se tocar. Depois desta convivência familiar, fala-lhes das Sagradas Escrituras e abre-lhes a mente para entender. E os envolve, convidando-os a serem "testemunhas dessas coisas". 

2. Meditação(Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

Será que sou capaz de ver em quem toma refeição comigo, o Ressuscitado?

 Tenho familiaridade com as Sagradas Escrituras, deixando-me abrir a mente para a Verdade?

 Como pessoa batizada, cristã, assumo meu compromisso de testemunhar a ressurreição de Jesus?

 Os bispos falaram em Aparecida:
 "Esta V Conferência, recordando o mandato de ir e fazer discípulos (cf. Mt 28,20), deseja despertar a Igreja na América Latina e no Caribe para um grande impulso missionário. Não podemos deixar de aproveitar esta hora de graça. Necessitamos de um novo Pentecostes! Necessitamos sair ao encontro das pessoas, das famílias, das comunidades e dos povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo, que tem preenchido nossas vidas de "sentido", de verdade e de amor, de alegria e de esperança! Não podemos ficar tranqüilos em espera passiva em nossos templos, mas é imperativo ir em todas as direções para proclamar que o mal e a morte não tem a última palavra, que o amor é mais forte, que fomos libertos e salvos pela vitória pascal do Senhor da história, que Ele nos convoca na Igreja, e quer multiplicar o número de seus discípulos na construção de seu Reino em nosso Continente! Somos testemunhas e missionários: nas grandes cidades e nos campos, nas montanhas e florestas de nossa América, em todos os ambientes da convivência social, nos mais diversos "lugares" da vida pública das nações, nas situações extremas da existência, assumindo ad gentes nossa solicitude pela missão universal da Igreja." 
(DAp 548). 

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Rezo com Maria, a Mãe de Jesus, as alegrias da Ressurreição, pedindo-lhe a graça de ser testemunha. 

- Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia! 
- Porque quem merecestes trazer em vosso puríssimo seio, aleluia! 
- Ressuscitou como disse, aleluia! 
- Rogai a Deus por nós, aleluia! 
- Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia! 
- Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia! 
Ave, Maria... 
- Rogai por nós, Santa Mãe de Deus. 
- Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. 

Oremos 

Ó Deus, que alegrastes o mundo com a ressurreição de vosso Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso, concedei-nos, vo-lo suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém. 

4. Contemplação(Vida/ Missão) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Na convivência no meu quotidiano, nas coisas mais comuns, quero testemunhar que Jesus está vivo no meio de nós, como rezo nas celebrações: "Ele está no meio de nós". 

Irmã Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, como aconteceu com os discípulos de Emaús, inspira-nos para que reconheçamos teu Filho no partir do pão e, revigorados, retornemos ao convívio da comunidade em tua Igreja. Dá-nos, Pai Amado, a força do encantamento por teu Mistério. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.



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