segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 27/02/2012

27 de Fevereiro de 2012 

Mateus 25,31-46

Comentário do Evangelho

Somos chamados a converter-nos

Mateus usa o gênero literário apocalíptico, a vinda gloriosa do Filho do Homem, com um julgamento terrível, ao estilo do livro de Daniel (Dn 7,13; 12,2). Com esta roupagem literária, ele fala da realidade a ser vivida atualmente. Jesus, presente nos pequenos e excluídos, os famintos, os sedentos, os forasteiros, os nus, os doentes, os presos, espera nossa solidariedade. Somos chamados a converter-nos à simplicidade e à confiança na vida, abandonando o medo adulto do fracasso, do desprestígio e da pobreza. Somos chamados à fraternidade, à partilha e à comunhão com os irmãozinhos empobrecidos e carentes. 

José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

Jesus reinterpreta o que lemos hoje no Levítico e especifica o caminho da santidade para os seus seguidores de todos os lugares e tempos: devemos alimentar os famintos, dar água aos sedentos, acolher os estrangeiros, visitar os doentes e os presos, vestir os nus – apenas por amor e gratidão ao Pai Misericordioso.



Reflexão 
Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a verdadeira religião não é aquela que é marcada por ritualismos e cumprimento de preceitos meramente espirituais, afinal de contas ele não nos perguntará no dia do julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos religiosos, mas sim se fomos capazes de viver concretamente o amor. É claro que a religiosidade tem sentido, principalmente porque é através do relacionamento com Deus que recebemos as graças que nos são necessárias para a vivência concreta do amor, mas a religiosidade sozinha, desvinculada da prática do amor, é causa de condenação e não de salvação.



COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Eu estava nos mais pequeninos..."(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O Fator surpresa está presente nos dois grupos diferentes, tanto no que foi acolhido no Reino pelo rei, como no que foi impedido de entrar. Isso significa que nenhum deles sabia o critério que o Rei iria usar para acolhê-los e aceitá-los em sua casa. Entretanto, o primeiro grupo, esse dos "sortudões" que conseguiram entrar após ouvirem a voz do Rei "Vinde Benditos do meu Pai...", viveram uma religião que não se restringia ao culto, atos celebrativos, reuniões e trabalhos pastorais ou nos nossos movimentos. Estes traduziram a Fé em uma vivência capaz de perceber a dignidade do ser humano, imagem e semelhança de Deus, e tratá-lo com esse respeito nas ocasiões em que foram necessárias.

Toda e qualquer pessoa têm a sua dignidade e merece ser tratada como tal, independente da sua conduta moral, da sua raça ou cor, da sua condição social pois em qualquer homem á imagem e semelhança de Deus, a Divindade se faz presente. Jesus não está em algum compartimento isolado do Ser humano, Ele é o Ser humano em sua essência, destinado a viver a vocação do amor em sua plenitude. Vemos o homem mas não vemos a Divindade presente nele, em suas potencialidades de fazer o bem e de amar, em suas virtudes e gestos de  grandiosidade de que é capaz.

Também em nossas comunidades temos esses "pequeninos”, presos em seus pecados, nús porque ainda não se revestiram do Cristo, enfermos porque padecem alguma dor incurável na alma, com sede porque ninguém lhes deu a ÁGUA VIVA que é Jesus e Famintos de amor e esperança! Eles estão em todos os lugares, mas em nossas comunidades estão mais pertos de nós, fácil de serem tocados, abraçados, acolhidos e amados. No fundo no fundo, são eles que nos acolherão um dia na Casa do Pai, quando nossos ouvidos se deliciarão com as boas vindas "Venham Benditos do meu Pai....".

2. Somos chamados a converter-nos(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

VIDE ACIMA

Oração

Pai, coloca no meu coração um amor entranhado pelos que são teus preferidos. 
É por meio deles que chegarei a ti.


3. A MIM O FIZESTES!(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Dentre os muitos desafios apresentados por Jesus aos seus discípulos, está o de identificá-lo com os sofredores deste mundo. Os famintos, os sedentos, os forasteiros, os carentes, os doentes e os encarcerados foram constituídos como mediadores do encontro com o Senhor. Que motivos teve Jesus para constituí-los em sinal de sua presença na história humana?

O ponto alto da encarnação de Jesus aconteceu, exatamente, quando ele desceu ao mais profundo do sofrimento humano. Quando, na paixão, Jesus sofreu os horrores da fome, da sede, da nudez, do encarceramento, sem contar os ultrajes e as humilhações de seus inimigos, a negação, a traição e o abandono de seus amigos, ele expressou, em grau eminente, sua condição de Filho de Deus, fiel até a morte. Por isso, escolheu a todos quantos se encontram em situação semelhante, para interpelarem os cristãos, exigindo deles uma resposta concreta de amor. Aquilo que os cristãos não fizeram pelo Senhor, quando padeceu as agruras da paixão, podem fazê-lo agora, servindo ao irmão sofredor. O próprio Jesus garante que quem serve ao sofredor está servindo a ele mesmo. O Evangelho não aponta outro caminho de servir a Jesus, pois o Senhor quis identificar-se com quem padece o que ele mesmo padeceu.

Confrontar-se com o irmão sofredor é confrontar-se com o próprio Jesus que sofre e nos desafia a sermos solidários com ele, em sua paixão.

Oração

Espírito de amor, ensina-me a descobrir, no irmão sofredor, o apelo de Jesus a quem devo servir.




Vinde, benditos de meu Pai!


Postado por: homilia

fevereiro 27th, 2012



A homilia de hoje descreve o “Fim dos Tempos”, ou seja, o Juízo Final, um tema tão antigo e atual com o qual a humanidade inteira sempre se depara. Dando uma passagem rápida sobre que dizem as três grandes religiões monoteístas, verificamos que o tema é amplamente abordado em sua essência religiosa.
Assim, no Cristianismo, a temática está relacionada às obras de misericórdia que envolvem compromisso de amor a Deus e ao próximo, e são fundamentais para se obter a salvação. No Judaísmo, o Juízo Final está relacionado às obras de piedade presentes no Antigo Testamento; e no Islamismo, o bem ou o mal que se pratica com os irmãos são obras importantes para possuir o paraíso ou acabar no inferno.
Mateus, o evangelista que apresenta Jesus como o “Filho do Homem”, nos apresenta, hoje, um Jesus que se intitula e se declara realmente Rei e Juiz da história da humanidade. Estamos diante do que São Paulo nos diz sobre o triunfo de Cristo, a vitória do bem sobre o mal, da vida sobre a morte, pois “Ele é o poder de Deus e a Sua sabedoria” (1Cor 1,24).
Jesus Cristo ressuscitado, “vindo com poder e grande glória” (cf. Lc 21,27),  assume as funções do verdadeiro Deus. Sua sentença é definitiva e eterna como o fogo eterno preparado pelo Pai aos anjos rebeldes. Ele está rodeado de todos os Seus anjos, submissos a Ele em tudo.
Trata-se do Juízo Final ou do início de uma era histórica após a destruição de Jerusalém? No primeiro caso, Jesus, o Filho do Homem, será o Juiz definitivo como vemos no texto. No segundo caso, indica quem formará parte do “Novo Reino” entre os gentios. Os escolhidos serão “os misericordiosos que alcançarão misericórdia” (cf. Mt 5,7), ou seja, os que agiram com compaixão aos necessitados.
Sobre o fogo preparado para o diabo e seus anjos, devemos comentar que, na época de Jesus, não se esperava que o demônio estivesse no inferno, porque sabemos pelas palavras do próprio Jesus que viu “satanás cair do céu como um relâmpago” (cf. Lc 10,18). Portanto, o inferno não era sua morada, mas o fogo ou “lago de fogo” era o destino definitivo do demônio (cf. Ap 20,10), ao qual será lançado quem não for escrito no Livro da Vida (cf. Ap 20,15). Talvez isso explique a influência do maligno em nossa história.
A condenação final se dará, sobretudo, por causa dos nossos atos de omissão. Por outra parte, o Evangelho de hoje serve para responder à pergunta: “Como poderão salvar-se os que não conhecem a Jesus ou consideram verdadeira a sua própria religião?”
Obviamente, a fé será substituída pelas obras de misericórdia, necessárias também entre os cristãos, porque “a fé sem obras está morta” (cf. Tg 2,17) e Paulo afirma que “o que tem valor é a fé que atua mediante o amor” (cf. Gl 5,6). Portanto, lembre-se de que nos é apresentada a atualização da mensagem do Juízo Final que tem, por base, três dimensões: pessoal, eclesial e social, na qual – de acordo com os ensinamentos de Jesus – as obras de misericórdia, praticadas em relação aos mais pequeninos, serão decisivas no dia do Juízo Final, quando o Filho do Homem julgará cada um de acordo com suas obras.
O “Último Juiz” virá e o julgamento d’Ele será sobre o serviço que tivermos prestado aos nossos irmãos mais pequeninos. Ele chamará e congregará todos os que lhe forem fiéis e lhes dirá: “Vinde benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado deste a fundação do mundo, porque tive fome e me destes de comer…”
Será você um desses benditos? Se ‘sim’, parabéns! Do contrário, o tempo é este e a hora é agora para acertar o passo e, convertendo-se, seguir as pegadas do Mestre.
Padre Bantu Mendonça



Leitura Orante 

Graça e Paz 
a todos 
os que se reúnem aqui, 
na web, 
em torno da Palavra. 

Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94: 

(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem) 

- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis) 
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis) 
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis) 
- Sua fidelidade dura eternamente (bis) 
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis) 
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis) 
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis) 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis) 
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis) 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) 

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio com atenção, na Bíblia, o texto: 
Mt 25,31-46: 

Esta passagem sobre o julgamento final só é descrita por Mateus. Não aparece nos outros evangelhos. Mateus quer insistir sobre um aspecto da vivência cristã. Qual aspecto? No juízo se manifestará a verdadeira identidade da pessoa, a qual, aliás, o cristão já conhece desde agora: só o amor aos irmãos é o que dá ao homem consistência e salvação; só no amor aos irmãos se encontra concretamente o Senhor. Tiago dirá: "A fé sem obras é morta". (Tg 2,17). 

2. Meditação(Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

- Pergunto-me agora: 

- Hoje, na minha realidade, quem são as "mais humilde pessoas" de que Jesus fala no Evangelho? 

Quais são as pessoas a quem devo amar mais? 

- O Senhor não partiu, mas ficou. Ele disse: "Estarei com vocês todos os dias" (Mt 28,20). É o Deus conosco. Quais são os lugares concretos e os objetivos onde se faz presente? Os bispos, em Aparecida, disseram: 

"Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: "Amem-se uns aos outros, como eu os amei" (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, "todos reconhecerão que sois meus discípulos" (Jo 13,35)." (DAp 138)

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Rezo a canção inspirada em 

1Cor 13: Hino ao amor 

Se eu não tiver amor, eu nada sou, Senhor! 
Se eu não tiver amor, eu nada sou, Senhor! 

1. O amor é compassivo, o amor é serviçal, 
o amor não tem inveja, o amor não busca o mal. 

2. O amor nunca se irrita, não é nunca descortês, 
o amor não é egoísta, o amor nunca é dobrez. 

3. O amor desculpa tudo, o amor é caridade, 
não se alegra na injustiça, é feliz, só na verdade. 

4. O amor suporta tudo, o amor em tudo crê, 
o amor guarda a esperança, o amor sempre é fiel. 

5. Nossa fé, nossa esperança, junto a Deus, terminará, 
mas o amor será eterno, o amor não passará. 

Veja também o vídeo Hino ao amor. Acesse: 
http://youtu.be/mCwumbgmDPc



4. Contemplação(Vida/ Missão) - 

Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Vou contemplar o mundo de hoje com o olhar de Jesus, na certeza de que o que faz a pobreza ou a nobreza do meu ser é a minha capacidade de amar. Recordo a expressão de são João da Cruz: "No entardecer de nossas vidas, seremos julgados sobre o amor". 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. 
Amém. 

http://www.paulinas.org.br/diafeliz/evangelho.aspx

Oração Final



Pai Santo, que o teu Espírito que habita em nós dirija os nossos passos pelo caminho humilde das pequenas ações do amor eficaz. Que o desejo de gestos grandiosos jamais nos iniba de conviver atenta e cuidadosamente o nosso cotidiano com os companheiros que Tu puseste perto de nós. Por Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário