sábado, 18 de fevereiro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 18/02/2012

18 de Fevereiro de 2012 

Marcos 9,2-13

Comentário do Evangelho

O sofrimento e a morte são passageiros

A visão da Transfiguração acontece quando Jesus e seus discípulos se dirigem a Jerusalém. Jesus já lhes falara sobre as provações por que passaria naquele centro religioso e político do judaísmo. Ele procurava esclarecer os discípulos que nutriam a falsa esperança, herdada da tradição messiânica do judaísmo, de que Jesus poderia ser um líder restaurador da glória e do poder de Israel. A Transfiguração revela a dimensão gloriosa da humanidade de Jesus, assumida pelo Pai. O sofrimento e a morte são passageiros. Os discípulos não o entendem logo. Após a crucifixão é que perceberão o sentido da permanência de Jesus entre eles. 

José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

Propondo permanecer na montanha e ali construir três tendas, Pedro revela que ainda não compreendera que o Reino do Pai não permite privilégios. Ser discípulo é participar da glória de Jesus, mas é também carregar a sua cruz, defendendo a vida. Não é possível acomodar-se no alto da montanha.



Reflexão 
A transfiguração nos mostra que Jesus, verdadeiro homem, vive todas as dimensões da existência humana, ou seja, da glória até o sofrimento e a morte. No alto do Monte Tabor, a sua glória torna-se manifesta, porém Jesus está diante de Moisés e Elias, ou seja, diante de todas as profecias que foram feitas em relação a ele, principalmente as que se referem à sua morte e ressurreição. E Jesus nos mostra que a verdadeira realização humana encontra-se em fazer a vontade de Deus, ou seja, amar até o fim. A morte de cruz foi colocada pelos homens como condição para que Jesus amasse até o fim, e Jesus não fugiu do seu compromisso, nos mostrando que é perfeitamente possível cumprir a vontade do Pai até o fim.




COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Jesus, a realização plena do Ser Humano"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A frase de Pedro "Mestre, é bom estarmos aqui" é a expressão de quem se encontrou na vida, de quem descobriu o sentido de ser homem e realizar-se em toda a sua plenitude conforme os desígnios do Criador. É como se Pedro dissesse aos demais e as nossas comunidades "Olhem, é isso que nós somos, homens e mulheres transfigurados, luzentes, mergulhados no mistério de Deus, representado pela nuvem que os envolveu.

Descobrir quem somos, de onde viemos e para onde vamos, que a nossa origem é Deus, que o nosso presente é Deus e que para Deus estamos voltando na caminhada desta vida, é algo ao mesmo tempo reconfortante, mas também que inspira medo.

E temos medo exatamente porque, diante da grandiosidade do ser humano, manifestada na Transfiguração do Senhor, nos deparamos com a nossa fragilidade humana e surgem então os questionamentos: Será que vamos conseguir? Será que vamos sempre tomar a decisão certa e não no desviaremos para outro caminho? Será que a nossa vida não termina mesmo com a morte? O simples fato daquilo que somos estar oculto na pós-morte, já nos assusta...

JESUS o Filho de Deus tem essa consciência de quem ele é, é sobre isso que gira a conversa com Moisés e Elias, Homens de Deus que também esperam em Cristo a grande e final transformação de suas vidas, cujo sentido está mergulhado no mistério de CRISTO. Já vi interpretação equivocada dessa passagem, onde Moisés e Elias parecem dizer a Jesus “Olha, tenha coragem, nós conseguimos e você também conseguirá". Que piada! Jesus é quem vai abrir as portas da copiosa redenção para toda humanidade, inclusive para os Santos e Santas do Antigo Testamento, e não o contrário.

A Transfiguração de Jesus mostra onde iremos chegar e qual o caminho a ser percorrido. A voz do Pai é determinante para isso "Este é o meu Filho muito amado, ouvi-o". Quem ouve a Jesus e segue seus ensinamentos, torna-se também Filho amado e querido do PAI, fazendo na comunidade, o mesmo caminho da ascese que os discípulos fizeram com Jesus, estamos subindo e lá em cima vamos encontrar a nossa Glória que está em Cristo e que é  Cristo, a diferença é que, tendo enfim cumprido a nossa missão, não precisaremos descer de volta e nem precisaremos mais guardar segredo de quem somos e de quem é Jesus, podemos armar nossas tendas e por lá permanecer para sempre, mergulhados na Luz da sua Glória.

O alpinista, antes de subir uma alta montanha, faz treinamento em uma de menor porte, nossos exercícios dessa ascese nós fazemos sempre no sétimo dia da semana que é o Domingo, Dia do Senhor, quando em nossas comunidades vamos ao acostumando a contemplar a Glória do Cristo presente, que um dia será definitiva. Amém.

2. O sofrimento e a morte são passageiros
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Vide acima

Oração


Senhor Jesus, revela-me, sempre mais, tua verdade profunda, para que eu possa compreender a grandeza do amor que manifestaste na cruz.



3. CONTEMPLANDO O RESSUSCITADO(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A transfiguração de Jesus, no topo de um monte, prefigura a Ressurreição. Os discípulos escolhidos têm a possibilidade de contemplá-lo na condição de Ressuscitado. Todos os elementos da cena apontam para isto. As vestes resplandecentes, absolutamente brancas, lembram o mundo divino, ao qual Jesus pertence, e evocam alegria e vitória. A presença de Elias e Moisés indica ser Jesus o enviado definitivo do Pai, e também, o esperado na consumação dos tempos.

A reação de Pedro é característica de quem faz uma experiência do sobrenatural: querer perpetuar um momento privilegiado de contato com a divindade.

A intervenção do Pai, cuja voz faz-se ouvir do meio de uma nuvem, não dá margem para dúvidas. Efetivamente, os discípulos têm diante de si um ser celestial, Filho amado de Deus, a quem devem dar toda atenção. Exatamente, como poderão constatar após a Ressurreição.

Por conseguinte, o Jesus, que caminhará para a cruz, não será vítima de uma fatalidade histórica, nem um fracassado que não conseguiu impor o seu projeto. A transfiguração revela sua identidade de Filho amado do Pai, ao qual é absolutamente fiel. A ressurreição deixará patente esse amor. Após a morte ignominiosa de Jesus, na cruz, o Pai exaltará o Filho, ressuscitando-o para a gloriosa imortalidade. Aí a transfiguração não terá fim. E Jesus será glorioso para sempre!

Oração

Espírito de glória, que eu saiba reconhecer, no Jesus transfigurado, o Filho ressuscitado pelo Pai, cheio de glória e majestade.



Postado por: homilia

fevereiro 18th, 2012



A transfiguração de Jesus se encontra também em Mateus (17,1-8) e Lucas (9,28-36), mas cada um deles trabalhou, a seu modo, a narrativa dentro de seus objetivos específicos. Marcos a inseriu no início da segunda parte de seu Evangelho. A partir de 8,31 temos um novo início; daí para frente, Jesus vai dedicar a maior parte do Seu tempo ensinando aos discípulos o sentido profundo de Seu messianismo. Responde-se, assim, a pergunta fundamental de Marcos: “Quem é Jesus?”. Nesta interrogação também se responde a uma outra pergunta, não menos importante que a primeira: “Quem é o discípulo de Jesus?”. Todavia, o retrato dos discípulos é lamentável aqui.
Na primeira parte do Evangelho de Marcos, Jesus é incompreendido pelos “de fora”, acusado de blasfemar, de ser um possesso, louco e impuro. Mas os discípulos, o que pensam d’Ele? Pedro, representando todos os que pretendem se unir ao Mestre, afirma que Jesus é o Messias. Mas o Senhor proíbe, severamente, os discípulos de falar alguma coisa a respeito d’Ele. Marcos insere aqui o primeiro anúncio da Paixão. Pedro, representando mais uma vez os discípulos, torna-se “satanás”, porque pretende que o messianismo de Jesus se baseie nos moldes tradicionais.
E agora? A proposta messiânica de Jesus irá vencer? A Transfiguração responde afirmativamente que o Senhor irá vencer. Contudo, vale a pena recordar que a Transfiguração olha mais para nós do que para Jesus. Em outras palavras, nós precisamos dela mais do que Ele. Ela nos garante que, em Jesus, o projeto de Deus será vitorioso, porque é garantido pelo Pai. A Transfiguração é, portanto, o sinal da vitória de Jesus e de Seu projeto.
Jesus Cristo sobe  uma alta montanha com Pedro, Tiago e João, três dos quatro primeiros escolhidos. A cena recorda Êxodo 24, quando Moisés é convidado a subir a montanha de Deus em companhia de Aarão, Nadab, Abiú e setenta anciãos. Somente Moisés se aproximou de Deus e, ao descer do monte, contou ao povo tudo o que o Senhor lhe havia dito. A resposta do povo é uma só: “Faremos tudo o que Deus disse” (cf. Ex 24,1-3).
Marcos afirma que “as roupas de Jesus ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar”. Essa transformação aponta para a realidade da ressurreição de Jesus. Ninguém, nem mesmo a morte, poderá deter o projeto do Reino, pois o Mestre vai ressuscitar depois de três dias.
Moisés e Elias conversam com Jesus. Eles representam, respectivamente, a lei e os profetas, isto é, todo o Antigo Testamento. Moisés é o líder da libertação do Egito. O comparecimento deles vem dar testemunho de Jesus, o Libertador definitivo, prometido e prefigurado nos líderes do passado. Elias é o restaurador do Javismo no Reino do Norte, no tempo do rei Acab; ele é o profeta que libertou o povo da idolatria que gera opressão. O Antigo Testamento testemunha que Jesus veio para nos libertar mediante a entrega total de Sua vida.
Nuvem, esplendor, personagens e, sobretudo, a voz que sai da nuvem são modos de indicar a presença de Deus no acontecimento. O próprio Pai garante que Jesus é Seu Filho amado, a quem é preciso dar adesão. Nesse versículo, temos um dos pontos altos do Evangelho de Marcos. Desde o início, afirma-se que Jesus é Filho de Deus (1,1) e, ao ser batizado, o Pai diz: “Tu és o meu Filho amado, em ti encontro o meu agrado” (1,11). O termo “filho” recorda o Salmo 2,7, no qual um rei é declarado filho de Deus. Jesus é esse Rei, mas Seu messianismo passa pela entrega da vida.
Pedro representa todos nós quando pretendemos viver a alegria da ressurreição sem passar pela entrega e pela morte. O julgamento que Marcos faz de Pedro e de todos os seguidores de Jesus é muito severo: “Ele não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo”. No fim de tudo, os discípulos se perguntam o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”. O tema da ignorância dos discípulos é muito forte no Evangelho de Marcos. É impossível saber quem é Jesus sem ir com Ele até a cruz, sem passar pela morte, sem voltar à Galileia para anunciar, por meio de uma prática libertadora, que o Mestre está vivo.
Pedro – e todos nós com ele – sofremos de ignorância crônica sobre quem é Jesus. Por isso“escutar o que Ele diz” significa ir com Ele até o fim. Mas não nos assustemos, pois é preciso que com Marcos confessemos que “Jesus é o Filho de Deus” e O sigamos. E, assim como os discípulos viram Moisés e Elias falando com Jesus, também nós O veremos cheio de esplendor e glória. Ele é a única autoridade credenciada pelo Pai e está conosco para sempre.
Padre Bantu Mendonça


Leitura Orante 

Este momento é muito especial no meu dia. 
Aqui na rede da internet, 
fazemos silêncio no coração e pedimos luz ao Espírito. 

Rezamos com todos os internautas, a oração do 
Bem-aventurado Alberione: 

Mestre, 
Tu que iluminas todo homem e és a própria verdade: 
eu não quero raciocinar senão como Tu ensinas, 
nem julgar senão conforme os teus julgamentos, 
verdade substancial, dada a mim pelo Pai: 
"Vive na minha 
mente, ó Jesus Verdade". 

1.Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz? 

Leio atentamente,na Bíblia, a narrativa da Transfiguração em 
Mc 9,2-13. 

Observo neste trecho do Evangelho alguns símbolos: 

. "Monte muito alto" - a montanha indica o lugar de encontro com Deus 

. "Roupa brilhante", ("luz") - Quanto mais luz coloco num ambiente escuro, mais claro ele se tornará. Quanto mais Palavra de Deus tiver em mim, mais a luz de Deus iluminará minha vida. 

. "Tendas" - lugares de repouso e de oração. 

. "Nuvem e sombra" - simbolizam a presença de Deus. 

Jesus se revela como verdadeiro Filho de Deus, Mestre a quem devo escutar e seguir em seu caminho de cruz e ressurreição. 

2. Meditação (Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

Preciso me aproximar mais e escutar a Palavra, condição para aprender do Mestre e ser seu/sua discípulo/a. 
Disseram os bispos, em Aparecida: 
"O amadurecimento no seguimento de Cristo e a paixão por anunciá-lo requerem que a Igreja local se renove constantemente em sua vida e ardor missionário. Só assim pode ser, para todos os batizados, casa e escola de comunhão, de participação e solidariedade. Em sua realidade social concreta, o discípulo tem a experiência do encontro com Jesus Cristo vivo, amadurece sua vocação cristã, descobre a riqueza e a graça de ser missionário e anuncia a palavra com alegria." 
(DAp 167). 

3. Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Com esta oração de Alberione, expresso minha adesão e desejo de seguir Jesus. 

Jesus Mestre, 
que eu pense com a tua inteligência 
e com a tua sabedoria. 
Que eu ame com o teu Coração... 
Que eu veja sempre com os teus olhos. 
Que eu fale com a tua língua. 
Que eu ouça somente com teus ouvidos. 
Que eu saboreie aquilo que tu gostas. 
Que as minhas mãos sejam as tuas. 
Que os meus pés sigam os teus passos. 
Que eu reze com as tuas orações. 
Que meu tratamento seja o teu. 
Que eu celebre como tu te imolaste. 
Que eu esteja em ti e tu em mim. 
(Bem-aventurado Tiago Alberione) 

4.Contemplação (Vida) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Levo comigo a luz de Jesus transfigurado. Quanto mais luz levar em meus olhos, minhas mãos, minhas palavras, mais iluminado estará o mundo em que vivo. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 

I. Patrícia Silva, fsp 

http://www.paulinas.org.br/diafeliz/evangelho.aspx


Oração Final



Pai Santo, dá-nos sempre a visão encantada de tua glória, mas que esta visão não nos impeça de seguir os passos de teu Filho Unigênito, cuidando atenta e carinhosamente dos companheiros que puseste ao nosso lado na estrada desta vida. Pelo mesmo Cristo Jesus, que se fez nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

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