segunda-feira, 15 de setembro de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 14/09/2025

ANO C


23º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C – Verde

FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ

"Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem." Jo 3,13

Jo 3,13-17

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: A Cruz, sinal do mais terrível entre os suplícios, é para o cristão a árvore da vida, o trono, o altar da nova aliança. É o sinal do senhorio de Cristo sobre os que no Batismo são configurados a Ele na morte e na glória.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, neste dia da exaltação da Santa Cruz, sinal de nossa vida e de nossa esperança, rendemos graças ao Pai pela entrega da Vida de seu Filho Jesus, na força e no poder do Espírito Santo. Abracemos pois a Cruz de Cristo e assumamos nossa cruz de cada dia, fonte de vida e verdadeira alegria.

“VITÓRIA, TU REINARÁS! Ó CRUZ, TU NOS SALVARÁS!”

No Evangelho de hoje, ouvimos parte da conversa entre um importante líder dos judeus, chamado Nicodemos, e Jesus. Temendo por sua reputação, Nicodemos procura a Jesus na calada da noite e Ele se deixa encontrar. Toda pessoa de boa vontade procura a verdade e a verdade é Jesus.
A narrativa muito conhecida da serpente que fora elevada em uma haste por Moisés no deserto como sinal de cura, era para os judeus a prova do poder divino, capaz de transformar o mal em bem, a morte em vida. Jesus ressignifica essa tradição como profecia de seu próprio destino.
A serpente significou para o povo da bíblia a materialização do mal. Astuta, sorrateira, “inimiga da humanidade” (Gn 3,15), escondia-se na areia atacando traiçoeiramente o caminhante incauto, cravando as presas em seu calcanhar e injetando veneno. A morte era certa e marcada por grande sofrimento.
Assim como nossa jornada neste mundo, atravessar o deserto em busca da terra prometida supõe o enfrentamento de riscos, desafios e desapegos. Se nos deixamos levar apenas por nossos instintos e a satisfação de nossos desejos, seduzidos pela busca de segurança, prestígio e conforto a qualquer preço, perdemos o sentido de nossa vida, a eternidade, que só em Deus se pode realizar.
Na primeira leitura, ouvimos como um povo ferido pelas consequências de seu pecado suplica pela intervenção divina. O que é o pecado se não a recusa ao plano de Deus? O Senhor os atende enviando-lhes um antídoto contra o veneno mortal, a própria serpente levantada numa haste como um sinal para que todo aquele que para ela olhar reconheça o poder de Deus sobre o pecado e a morte. O Senhor, sempre bondoso e compassivo, perdoava-lhes a infidelidade, curando seus males, mesmo sabendo quando apenas o honravam com seus lábios, mas mentiam a Ele com suas línguas, conforme o Salmo 77, entoado na liturgia hoje. A vida eterna não é mérito nosso, mas graça de Deus que a todos quer salvar.
Na segunda leitura, o apóstolo Paulo nos ensina que Jesus, tendo vivido nossa condição humana, mesmo sem ter cometido nenhum pecado, foi tratado por Deus como se tivesse cometido todos os pecados do mundo: “Aquele que não conheceu o pecado, o fez pecado por nós, para que nele, fossemos feitos justiça para Deus” (2Cor 5,21). Inocente, Jesus abraçou livremente a paixão, entregando-se à morte e morte de cruz para a salvação do mundo. Desde seu nascimento Ele esteve entre os últimos da terra, assumindo nossas dores e a pena pelos nossos pecados. Por seu sacrifício somos resgatados para Deus. Por isso, diz São Paulo, e nós cremos: “Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima todo nome”.
Nós exaltamos a sagrada Cruz, adoramos e bendizemos, porque dela pendeu a salvação do mundo. Não qualquer cruz, que vazia e sem vestígios do sangue de nosso Senhor poderia significar as muitas formas de sofrimento e morte a que estamos sujeitos, mas sem o influxo da ressurreição. Veneramos a cruz de Jesus Cristo e preservamos os sinais de seu sacrifício por nós.
Nas palavras do saudoso Papa Francisco: “O crucifixo não é um ornamento, uma obra de arte, como se vê por aí. O crucifixo é o mistério do aniquilamento de Deus, por amor. Não feito por magia, não. Foi feito com o sofrimento do Filho do Homem, torturado, um Deus esvaziado de sua divindade, sujo pelo pecado que, ao se aniquilar, destrói para sempre o poder do mal, elevando a humanidade até o céu”.
Pe. Jorge Bernardes
Vigário Episcopal e Geral
para a Região Ipiranga

Comentário do Evangelho

Exaltação da Santa Cruz: A Vitória de Cristo na Cruz


A festa da Exaltação da Santa Cruz foi estabelecida após a dedicação das basílicas do Gólgota e do Santo Sepulcro, no período do império de Constantino. A cruz, antes vista como símbolo de maldição (Dt 21,22), tornou-se sinal de salvação através da morte de Cristo. Este símbolo sagrado é venerado especialmente na Sexta-Feira da Paixão e tem um grande significado no catolicismo e em algumas outras tradições cristãs. A cruz é o emblema da vitória sobre o pecado e o mal que afligem a humanidade.
Na primeira leitura, a serpente de bronze erguida no deserto prefigura a cruz. Assim como o povo de Israel foi curado ao olhar para a serpente, os fiéis, ao contemplarem a cruz, recebem a cura espiritual e a salvação. A glória de Cristo, ao contrário da glória do mundo, se revela em seu ato de humildade. Sua morte na cruz, aparentemente uma derrota, é na verdade a expressão do amor absoluto de Deus pela humanidade (segunda leitura).
A festa da Exaltação da Santa Cruz foi estabelecida após a dedicação das basílicas do Gólgota e do Santo Sepulcro, no período do império de Constantino. A cruz, antes vista como símbolo de maldição (Dt 21,22), tornou-se sinal de salvação através da morte de Cristo. Este símbolo sagrado é venerado especialmente na Sexta-Feira da Paixão e tem um grande significado no catolicismo e em algumas outras tradições cristãs. A cruz é o emblema da vitória sobre o pecado e o mal que afligem a humanidade.
Na primeira leitura, a serpente de bronze erguida no deserto prefigura a cruz. Assim como o povo de Israel foi curado ao olhar para a serpente, os fiéis, ao contemplarem a cruz, recebem a cura espiritual e a salvação. A glória de Cristo, ao contrário da glória do mundo, se revela em seu ato de humildade. Sua morte na cruz, aparentemente uma derrota, é na verdade a expressão do amor absoluto de Deus pela humanidade (segunda leitura).

Reflexão

Desde as primeiras comunidades cristãs, o símbolo da cruz foi muito significativo para recordar o mistério pascal e a vida nova trazida por Jesus Cristo. Ao mesmo tempo que recorda o projeto de Deus concretizado em Jesus, convoca-nos a uma vida santa e ao compromisso com a justiça e a verdade. A festa da Exaltação da Santa Cruz se difundiu muito no Oriente, mas sua provável origem está em Roma. O imperador Constantino (306-337) mandou construir, no lugar onde anteriormente estava um palácio, residência da sua mãe, Santa Helena, uma igreja chamada “Jerusalém”, posteriormente denominada “Santa Cruz de Jerusalém”. Mas a festa do dia 14 de setembro só começaria a ser celebrada na liturgia latina a partir do século VII.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)

Reflexão

«A fim de que todo o que nele crer tenha vida eterna»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho é uma profecia, isto é, uma olhada no espelho da realidade que nos introduz em sua verdade, mais além do que nos dizem nossos sentidos: a Cruz, a Santa Cruz de Jesus Cristo, é o Trono do Salvador. Por isso, Jesus afirma que «deve que ser levantado o Filho do homem» (Jo 3,14).
Bem sabemos que a cruz era o suplício mais atroz e vergonhoso de seu tempo. Exaltar a Santa Cruz não deixaria de ser um cinismo se não fosse porque ai está o Crucificado. A cruz, sem o Redentor, é simples cinismo; com o Filho do Homem é a nova árvore da sabedoria. Jesus Cristo, «oferecendo-se livremente à paixão» da Cruz abriu o sentido e o destino de nosso viver: subir com Ele à Santa Cruz para abrir os braços e o coração ao Dom de Deus, num intercâmbio admirável. Também aqui nos convém escutar a voz do Pai desde o céu: «Este é meu Filho (...), em quem me comprazo» (Mc 1,11). Encontrarmos crucificados com Jesus e ressuscitar com Ele: Eis aqui o porquê de tudo! Há esperança, há sentido, há eternidade, há vida! Nós os cristãos não estamos loucos quando na Vigília Pascal, de maneira solene, quer dizer, no Pregão Pascal, cantamos, louvando o pecado original: «Oh!, Culpa tão feliz, que tem merecido a graça de tão grande Redentor», que com sua dor tem impresso sentido à mesma dor.
«Olhai a árvore da cruz, foi sacrificado o Salvador do mundo: vem e adoremos» (Liturgia da sexta-feira Santa). Se conseguirmos superar o escândalo e a loucura de Cristo crucificado, não há nada mais que adorá-lo e agradecer-lhe seu Dom. E procurar decididamente a Santa Cruz em nossa vida, para termos a certeza de que, «por Ele, com Ele e Nele», nossa doação será transformada, nas mãos do Pai, pelo Espírito Santo, em vida eterna: «Derramada por vós e por muitos para o perdão dos pecados».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Onde quer que um cristão gaste a sua vida honradamente, aí deve colocar, com o seu amor, a Cruz de Cristo, que atrai a Si todas as coisas» (S. Josemaria)

- «O cristianismo não existe sem a Cruz e não existe Cruz sem Jesus Cristo. Assim um cristão que não se sabe glorificar em Cristo crucificado não percebeu o que significa ser cristão» (Francisco)

- «A oração da Igreja venera e honra o Coração de Jesus, tal como invoca o seu santíssimo Nome. Adora o Verbo encarnado e o seu Coração que, por amor dos homens, Se deixou trespassar pelos nossos pecados. A oração cristã gosta de percorrer o caminho da cruz (Via-Sacra) no seguimento do Salvador. As estações, do Pretório ao Gólgota e ao túmulo, assinalam o caminho de Jesus que, pela sua santa cruz, remiu o mundo.» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.669)

Reflexão

A exaltação da Santa Cruz: o novo culto anelado tinha se tornado realidade na Cruz de Jesus

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, Nicodemos, o mesmo que “des-cravaria” Cristo, recebe antecipadamente uma revelação: O Filho do Homem seria “ex-altado” (posto no alto desde a terra) e atrairia a todos para si. A Igreja nascente, sob a guia do Espírito Santo, foi aprofundando lentamente nesta verdade. Uma coisa estava clara desde o início: Com a Cruz de Cristo, os antigos sacrifícios do templo ficaram superados definitivamente. Tinha acontecido algo novo!
Deus não queria ser glorificado através dos sacrifícios de touros e machos caprinos, cujo sangue não pode purificar o homem nem expiar por ele. O novo culto anelado, mas até então ainda sem definir, tinha se tornado realidade. Na Cruz de Jesus tinha-se verificado o que em vão tinha tentado com os sacrifícios de animais: Cristo ocupou seu lugar. O templo continua sendo um lugar venerável de oração e anúncio. Seus sacrifícios, porém, já não eram válidos para os cristãos.
—Te adoramos, oh Cristo!, e te abençoamos, porque pela tua Santa Cruz redimiste ao mundo.

Reflexão

A exaltação da Santa Cruz

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho é uma profecia além do que nos dizem os nossos sentidos: a Cruz, a Santa Cruz de Jesus Cristo, é o Trono do Salvador. Por isto, Jesus afirma que “tem que ser elevado o Filho do homem”.
A cruz era o suplício mais atroz e vergonhoso de seu tempo. Exaltar a Santa Cruz não deixaria de ser um cinismo se não fosse porque aí está suspenso o Crucificado: como Filho do Homem é a árvore nova da Sabedoria. Jesus Cristo oferecendo-se livremente à paixão tem iluminado o sentido do nosso viver: subir com Ele à Santa Cruz para abrir os braços e o coração ao Dom de Deus, em um intercâmbio admirável. Encontrarmos crucificados com Jesus e ressuscitar com Ele: temos aqui o porquê de tudo!
—Jesus, nós os cristãos na Vigília Pascal, de maneira solene, cantamos louvor do pecado original: “Oh! feliz culpa que mereceu tão grande Redentor” porque com a sua dor tem imprimido “sentido” à dor.

Comentário do Evangelho

O instrumento de nossa salvação e a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte


Hoje, vemos novamente Nicodemos a falar com Jesus. Conversa de “alto nível”. E de que se fala a um nível tão elevado? Pois, de que Jesus desceu do céu para subir à Cruz. Incrível, inimaginável!
- Talvez penses que, afinal, não era caso para tanto… Pois, pelo contrário: é caso para muito! Trata-se da tua vida eterna, nada mais nem nada menos.

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

Tendo arrancado seu Povo da escravidão do Egito, Deus o conduzia pelo deserto até a terra prometida da liberdade, da vida abundante. Mas o Povo, não querendo pagar o preço da liberdade, revolta-se contra Deus e prefere voltar à escravidão: “Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”. Surgem serpentes venenosas que os picam, muitos morrem. Arrependidos, pedem que Moisés interceda por eles junto de Deus, que ordena a Moisés que faça uma serpente de bronze e coloque-a numa haste: quem, picado, olhasse para a serpente, viveria.
Quanto amor! Do próprio pecado, Deus faz emergir a cura, a vida! Sim, “como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado (na cruz) para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna”.
Serpente na haste, fonte de cura, de vida; Jesus na cruz, fonte, não só de vida, mas da vida eterna! E ainda, com esta grande diferença: se a serpente era para ser olhada, Jesus na cruz precisa ser objeto de fé. Na cruz, Ele é fonte da vida eterna para quem crê nele, a quem o assimila na vida, então, a quem, como Ele, também se faz fonte de vida aos outros. Sim, tem a vida eterna quem se faz filho, como Ele, que “Deus não enviou ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele”.
A cruz é a mais inesperada revelação de Deus. Adão e Eva, apenas humanos, pretenderam ser como Deus, usurpar para si a divindade. Jesus é de condição divina, assim ser e mostrar-se igual a Deus, revelar a divindade ou vivê-la entre nós, não era usurpação. E como a vive e revela? Esvaziando-se a si mesmo, renunciando a si mesmo, assumindo a condição de escravo, fazendo-se igual a nós homens, assumindo condição de criatura, humilhando-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz, por amor. Revela e vive Deus, vive o Amor, que não impõe limites nem condições para amar, tão somente ama.
E o Pai, nesse total rebaixamento do Filho, reconhece a perfeição com que Ele viveu e foi amor na terra, e “por isso o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome”, reconhece-o plenamente Deus em forma ou condição humana. A vida eterna ao nosso alcance: com Jesus na cruz, sermos fonte de vida ao próximo!
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.

Oração
— OREMOS: Ó DEUS, quisestes que vosso Filho Unigênito sofresse o suplício da cruz para salvar o gênero humano; concedei que, tendo conhecido na terra este mistério, mereçamos alcançar no céu o prêmio da redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.

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