ANO C
Mt 19,16-22
Comentário do Evangelho
Deus na origem de toda bondade
“... que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”. O homem relaciona vida eterna com fazer algo. É fazendo algo de bom que se alcança a vida eterna – é esta concepção que subjaz à pergunta daquele anônimo. Em primeiro lugar, a vida eterna é um dom de Deus. Jesus, por sua vez, vai ultrapassar a pergunta dele, afirmando que o essencial é buscar quem é o único bom.
Deus é a fonte de toda bondade, a fonte da vida. Se algo de bom pode ser feito, é porque Deus está na origem de todo bem. A vida eterna é dom e, como tal, precisa ser recebida. Não é merecimento pelo cumprimento irrepreensível da Lei, ainda que o cumprimento da Lei seja vida (ver: Dt 30,15-16). Só o cumprimento dos mandamentos não é suficiente; então, o que falta, ainda?
Para ser perfeito, isto é, para amar como se é amado por Deus, é preciso desapego, pois a vida eterna não se compra. O seguimento de Jesus é o caminho da vida eterna: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). “... jovem foi embora cheio de tristeza, pois possuía muitos bens” (v. 22).
A tristeza mostra que o jovem reconhece o seu apego. Mas será capaz de optar pela “perfeição”? Ele aceitou e fez o recomendado por Jesus? Nós não o sabemos! Mas cabe a nós respondermos, diante de Deus, estas mesmas questões, pois elas nos dizem respeito. A vida cristã autêntica depende da resposta a estas perguntas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 19/08/2013
Comentário do Evangelho
Deus é a fonte de toda bondade
A vida eterna não é prêmio nem fruto de esforço humano, ela é um dom de Deus (Jo 17,2-3) e, como tal, precisa ser recebida. O jovem anônimo que se aproxima de Jesus apresenta a ele uma questão eminentemente religiosa. Na concepção dele, é fazendo algo que se alcança a vida eterna. A pergunta pelo “algo” a ser feito recebe de Jesus uma resposta diferente da que o jovem esperava: Deus é Bom; Deus é a fonte de toda bondade. Se alguém pode fazer algo bom é porque Deus está na origem de todo verdadeiro bem. A vida eterna não é merecimento pelo cumprimento irrepreensível da Lei. A Lei é o caminho para a vida de liberdade (cf. Dt 30,15-16). Para garantir a alguém a vida eterna, é preciso desapego, pois a vida eterna não se compra nem é objeto de barganha. A tristeza que se abateu sobre o jovem é o reconhecimento de seu apego aos bens. O texto não nos diz se posteriormente ele foi capaz de optar pela “perfeição”. Esse silêncio do texto oferece ao leitor a oportunidade de ele mesmo se colocar no lugar do jovem e responder à exigência própria do seguimento de Jesus Cristo. A vida autenticamente cristã depende dessa resposta e dessa atitude de desapego.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Pai, quero estar sempre em comunhão contigo, pois só tu és Bom. Que eu possa, assim, conhecer a tua vontade e colocá-la em prática, pois este é o caminho da salvação.
Fonte: Paulinas em 17/08/2015
Vivendo a Palavra
Não basta a boa intenção. Nós precisamos levar a nossa vida seguindo o modelo das relações vividas por Jesus de Nazaré: relação com nós mesmos, com o próximo, com a natureza e com o Pai Misericordioso. Nisto se resume toda a Lei e os Profetas. Esta é a estrada da santidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2013
Vivendo a Palavra
Receita concisa de salvação, quatro verbos no imperativo: Vá, Venda, Dê e Siga – para serem seguidos nesta ordem. O discípulo de Jesus deve ser desprendido dos bens desta terra, generoso com os peregrinos que caminham ao seu lado e compassivo com os que sofrem. Só então, estará livre para seguir o Cristo Jesus.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/08/2015
VIVENDO A PALAVRA
Não basta a boa intenção. Nós precisamos levar a nossa vida seguindo o modelo das relações vividas por Jesus de Nazaré: relação com nós mesmos (de sobriedade), com o próximo (de compaixão), com a natureza (de cuidado) e com o Pai Misericordioso (de gratidão). Nisto se resume toda a Lei e os Profetas. Esta é a estrada da santidade.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2019
VIVENDO A PALAVRA
Um jovem, dono de muitos bens, consulta Jesus sobre o que fazer com vista a “entrar para a vida”, expressão equivalente a herdar a vida eterna, ser salvo, entrar no Reino dos céus. “Pratique os mandamentos” é a resposta de Jesus. Isso o moço já faz, mas acredita que deve fazer algo mais: “O que me falta ainda?”. Jesus o estimula a dar um passo de qualidade, propondo-lhe que vá, venda todos os seus bens e doe aos pobres; depois, venha para segui-lo. Radical mudança de mentalidade e de atitudes: estar totalmente disponível para o Reino dos céus. Esse passo o jovem não consegue dar. A riqueza domina seu coração, e ele não é capaz de se desfazer de seus bens, pois são sua segurança. Volta para sua condição social não saltitando de alegria, mas triste, “porque tinha muitos bens”.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/08/2021
Reflexão
Deus nos ama com amor eterno e, por isso, quer relacionar-se conosco. A partir disso, devemos perceber qual é o verdadeiro sentido da religião. O que caracteriza o verdadeiro cristão não é a mera observância dos mandamentos, mas a busca da perfeição que está no seguimento de Jesus, portanto no relacionamento com ele. Porém, existem valores deste mundo que se tornam obstáculo para este relacionamento, como é o caso dos bens materiais, que impediram o jovem de buscar livremente a vida eterna e a perfeição, através da caridade e do seguimento de Jesus, embora observasse todos os mandamentos.
Fonte: CNBB em 19/08/2013 e 17/08/2015
Reflexão
Um jovem, dono de muitos bens, consulta Jesus sobre o que fazer em vista de “entrar para a vida”, expressão equivalente a herdar a vida eterna, ser salvo, entrar no Reino dos Céus. “Pratique os mandamentos”: é a resposta de Jesus. Isso o moço já faz, mas acredita que deve fazer algo mais: “O que me falta ainda?” Jesus o estimula a dar um passo de qualidade, propondo-lhe que vá, venda todos os seus bens, e doe aos pobres; depois, venha para segui-lo. Radical mudança de mentalidade e de atitudes. Estar totalmente disponível para o Reino dos Céus. Esse passo, o jovem não consegue dar. A riqueza domina seu coração. Ele não é capaz de se desfazer delas; são sua segurança. Volta para sua condição social, não saltitando de alegria, mas triste, “porque tinha muitos bens”.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 19/08/2019
Reflexão
Um jovem, dono de muitos bens, consulta Jesus sobre o que fazer com vista a “entrar para a vida”, expressão equivalente a herdar a vida eterna, ser salvo, entrar no Reino dos céus. “Pratique os mandamentos” é a resposta de Jesus. Isso o moço já faz, mas acredita que deve fazer algo mais: “O que me falta ainda?”. Jesus o estimula a dar um passo de qualidade, propondo-lhe que vá, venda todos os seus bens e doe aos pobres; depois, venha para segui-lo. Radical mudança de mentalidade e de atitudes: estar totalmente disponível para o Reino dos céus. Esse passo o jovem não consegue dar. A riqueza domina seu coração, e ele não é capaz de se desfazer de seus bens, pois são sua segurança. Volta para sua condição social não saltitando de alegria, mas triste, “porque tinha muitos bens”.
Oração
Senhor Jesus, desafias o homem rico a dar um salto de qualidade, isto é, passar da mera observância dos mandamentos ao “caminho de perfeição” em vista do Reino de Deus. Livra-nos, Senhor, do apego aos bens terrenos, a fi m de buscarmos a Deus e solidarizarmo-nos com os pobres. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 16/08/2021
Reflexão
Um jovem, dono de muitos bens, consulta Jesus sobre o que fazer em vista de “entrar para a vida”, expressão equivalente a herdar a vida eterna, ser salvo, entrar no Reino dos céus. “Pratique os mandamentos”: é a resposta de Jesus. Isso o moço já faz, mas acredita que deve fazer algo mais: “O que me falta ainda?” Jesus o estimula a dar um passo de qualidade, propondo-lhe que vá, venda todos os seus bens, e doe aos pobres; depois, venha para segui-lo. Radical mudança de mentalidade e de atitudes. Estar totalmente disponível para o Reino dos céus. Esse passo, o jovem não consegue dar. A riqueza domina seu coração. Ele não é capaz de se desfazer dela, que é sua segurança. Volta para sua condição social, não saltitando de alegria, mas triste, “porque tinha muitos bens”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2023)
Fonte: Paulus em 21/08/2023
Reflexão
«Que tenho que fazer de bom para ter a vida eterna?»
Rev. D. Óscar MAIXÉ i Altés
(Roma, Italia)
Hoje a Liturgia da Palavra coloca para nossa consideração a famosa passagem do jovem rico, aquele jovem que não soube responder diante do olhar de amor com o qual Cristo olhou para ele (cf. Mc 10,21). São João Paulo II lembra-nos que naquele jovem podemos reconhecer a todo homem que se aproxima de Cristo e lhe pergunta sobre o sentido de sua própria vida: «Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?» (Mt 19,16). O Papa comenta que «o interlocutor de Jesus intui que há uma conexão entre o bem moral e o pleno cumprimento do próprio destino».
Hoje, há muitas pessoas que também fazem, no seu íntimo, esta pergunta! Se olharmos à nossa volta, talvez pensemos que são poucas as pessoas que veem algo a mais, ou que o homem do século XXI não precisa se fazer este tipo de pergunta, pois não encontrará respostas que lhe sirvam.
Jesus respondeu ao jovem: «Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos» (Mt 19,17). É legítimo perguntar-se sobre o sentido da vida, pois, hoje é necessário fazê-lo! O jovem lhe perguntou o que tem que fazer de bom para chegar à vida eterna, e Cristo respondeu-lhe que tem que ser bom.
Nos dias de hoje, para alguns ou para muitos? Tanto faz! Parece ser impossível? Ser bom?... Ou melhor, pode parecer até algo sem sentido: uma bobagem! Hoje, como há vinte séculos, Jesus Cristo segue nos lembrando que para entrar na vida eterna é necessário cumprir os mandamentos da Lei de Deus: não se trata do “ótimo”, mas de seguir o caminho necessário para que o homem se assemelhe a Deus e assim possa entrar na vida eterna de mãos dadas com seu Pai-Deus. Efetivamente, «Jesus mostra que os mandamentos não devem ser entendidos como um limite mínimo que não se deve ultrapassar, mas como uma vereda aberta para um caminho moral e espiritual de perfeição, cujo impulso interior é o amor» (São João Paulo II).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Se você não é senhor de si mesmo, mesmo que seja poderoso, sua senhoria me causa dor e riso» (São Josemaría)
- « Jesus apresenta que os mandamentos não devem ser entendidos como um limite mínimo que não há que sobrepassar, si não como uma senda aberta para um caminho moral e espiritual de perfeição, cujo impulso interior é o amor» (São João Paulo II)
- «” Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” Ao jovem que Lhe faz esta pergunta, Jesus responde, primeiro, invocando a necessidade de reconhecer a Deus como (...) o Bem por excelência (...). Depois, declara-lhe: “Se queres entrar na vida, observa os mandamentos” (...). Finalmente, Jesus resume estes mandamentos de modo positivo: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2052)
Fonte: Evangeli - Evangelho - Feria em 21/08/2023
Reflexão
O homem é a origem e o destino da atividade econômica
REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje, vendo a "paralisia" deste jovem rico —incapaz de responder ao chamado do amor— pensamos o sentido da atividade econômica e sua finalidade. Os bens materiais são "bens", mas não razão de fim, senão de meios: O autêntico desenvolvimento deve ser “integral”, deve promover a todos os homens e homem todo.
O desenvolvimento necessita ser antes que nada autêntico e integral: O primeiro capital que devemos resgatar e valorizar é o homem mesmo, a pessoa na sua integridade, pois o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida econômico social. As crises econômicas costumam ter uma raiz moral, o que nos obriga a rever nosso caminho: Nosso mundo necessita uma profunda renovação cultural e o redescobrimento de valores de fundo.
—O "subdesenvolvimento moral"—caraterizado por uma visão restringida e curta da pessoa e seu destino —entorpece o desenvolvimento autêntico: Os custos humanos são sempre também custos econômicos e, as disfunções econômicas comportam igualmente custos humanos.
Fonte: Evangeli - Evangelho Master - Feria em 21/08/2023
Meditação
Como você encara o dever para com seus irmãos de sangue? - Como você manifesta humildade? - Que lugar Nossa Senhora ocupa em sua vida? - Qual o ato de devoção a Nossa Senhora que mais lhe agrada? - Você se considera uma pessoa de bom coração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 19/08/2013
Meditação
Os mandamentos apontam o caminho do bem e da felicidade para todos. Para a plena realização e perfeição de cada um, porém, Deus reserva um caminho especial, a sua forma pessoal de mostrar amor e generosidade. Àquele jovem, por exemplo, Jesus o convidara para acompanhá-lo em sua missão. O importante é que cada um abrace generosamente o caminho para o qual é chamado. Não nos esqueçamos, porém, que toda vocação tem suas exigências, como a fidelidade.
Oração
Ó Deus, que, para defender a fé católica e restaurar todas as coisas em Cristo, cumulastes o papa São Pio X de sabedoria divina e coragem apostólica, fazei-nos alcançar o prêmio eterno, dóceis às suas instruções e seus exemplos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: a12 - Reze no Santuário - Deus Conosco em 21/08/2023
Comentário sobre o Evangelho
O jovem rico: A verdadeira riqueza não está nas possessões materiais, mas em seguir Jesus
Hoje o Evangelho nos apresenta o diálogo entre Jesus Cristo e o jovem rico. Em muitas ocasiões, este jovem somos nós mesmos. Por um lado, sentimos a ânsia de felicidade eterna. Pode ser “total” a felicidade se não tiver um horizonte de eternidade? Se minha felicidade vai se acabar dentro de uns anos, mesmo sejam bastantes anos, então… Por isso a aquele jovem se preocupa pela vida eterna.
—Por outro lado, é difícil “deixar ir”. Queremos ser eternos, mas amarrados aos bens terrenos. E, como se resolve esta “equação”? Vamos escutar o que diz Cristo!
Fonte: Family Evangeli - Feria em 21/08/2023
Meditando o Evangelho
FALTA-TE ALGO!
O apego exagerado aos bens materiais é um terrível empecilho para o seguimento de Jesus. A dinâmica deste seguimento vai exigindo rupturas sempre mais radicais. Quem não está livre para fazê-las, ficará na metade do caminho.
Na piedade judaica tradicional, a observância dos mandamentos da Lei mosaica era o primeiro passo a ser dado pelo fiel. Muitos se contentavam com este primeiro passo. Outros, como era o caso de uma tendência do farisaísmo, reduzia a observância do Decálogo a pura exterioridade. Os mestres da Lei, por sua vez, detinham-se em interpretações minuciosas dos mandamentos, complicando ainda mais a observância deles.
O mero cumprimento dos mandamentos não é suficiente para tornar alguém discípulo do Reino e herdeiro da vida eterna.
Jesus desafiou um jovem a desfazer-se de tudo quanto possuía, distribuindo seus bens entre os pobres, para fazer-se discípulo do Reino e tornar-se herdeiro da vida eterna. O rapaz, que havia sido fiel em guardar os mandamentos, não se sentiu preparado para fazer o que lhe faltava. O apego aos seus bens impediu-o de aceitar a sugestão de Jesus. E foi-se embora todo perturbado! Quem talvez esperasse um elogio acabou desiludido por ter sido incapaz de optar pela liberdade radical.
Oração
Senhor Jesus, que eu não me apegue aos bens deste mundo, para ser livre de acolher tua sugestão: dar um passo mais e seguir-te como discípulo.
Fonte: Dom Total em 17/08/2015
Meditando o evangelho
UM SÓ É BOM!
A pergunta apresentada a Jesus pelo jovem reflete uma tendência do farisaísmo, a de praticar a virtude visando apenas obter a salvação. Esses fariseus eram calculistas, sempre preocupados em acumular méritos diante de Deus.
Tendo feito tudo quanto estava a seu alcance, interessava ao jovem saber o que poderia ainda fazer de bom para alcançar a vida eterna. Na qualidade de Messias, talvez Jesus pudesse indicar-lhe obras que rendessem méritos de valor muito maior.
O Mestre, porém, tentou corrigir este modo de pensar. Não se alcança a vida eterna pela prática de coisas boas ("O que devo fazer de bom?"), submetendo-se a um código de regras precisas de comportamento, e sim, pela relação com uma pessoa ("Um só é Bom!"), entendendo-se, com isso, tanto Jesus quanto o Pai. O que é bom deve ser praticado por corresponder à vontade daquele que é Bom. Sem esta obediência, os atos de virtude ficam desprovidos de valor.
O jovem é confrontado com a proposta de passar da prática mecânica dos mandamentos para um tipo de relação capaz de transformar-lhe a vida: desfazer-se de tudo e dar aos pobres o valor correspondente para, em seguida, tornar-se seguidor de Jesus. Se o jovem não fosse tão apegado a seus bens, teria tido a chance de experimentar a alegria de conhecer, em profundidade, a vontade salvífica de Deus.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, quero estar sempre em comunhão contigo, pois só tu és Bom. Que eu possa, assim, conhecer a tua vontade e colocá-la em prática, pois este é o caminho da salvação.
Fonte: Dom Total em 21/08/2017, 19/08/2019 e 16/08/2021
Comentários do Evangelho
1 - Que devo fazer para ganhar a vida eterna?
Aquele jovem que já seguia os mandamentos, pergunta a Jesus, o que mais ele tinha de fazer para alcançar vida eterna. Vai, vende todos os teus bens e dá o dinheiro para os pobres, e terás um tesouro no céu. Disse-lhe Jesus. O jovem ficou muito triste porque era muito rico.
Aquele jovem, como muita gente no mundo, havia acumulado, ou herdado um tesouro. Hoje também existem muitas pessoas que investem no Banco Do Brasil, na Caixa Federal, e em outros bancos. Compram gado, terras ou imóveis porque a propaganda diz que este é o melhor negócio, o melhor investimento. Tais pessoas ao fazer todos os tipos de investimento, constroem um tesouro na Terra.
Outras pessoas preferem construir tesouros no céu. Optam pelo melhor investimento, embora muitos não concordam com isso, ou não sabem. Essas pessoas ajudam os pobres. Dando esmolas, ou contribuindo para que eles saiam da situação de miséria a que se encontram. Isto, porque às vezes, em vez de dar o peixe, é melhor a gente dar o anzol para o sujeito ir pescar.
Acabamos de comparar dois tesouros. Um que é deste mundo, que nos dá muito prazer, segurança, conforto, vida tranquila, nos faz importantes e muito respeitados. Porém, é um tesouro que apesar das precauções, como o seguro, por exemplo, é muito vulnerável. Uma crise financeira, um grande desfalque, um roubo, um incêndio, são as traças que corroem o tesouro terreno. Além disso, este tesouro fica para os outros quando morremos. Não levamos nada para a outra vida, a qual, não se sabe ao certo para onde se vai, mesmo porque o tesouro material não nos garante a vida eterna. Pelo contrário, pode mesmo nos fazer perdê-la.
Já o outro tesouro acumulado no céu, apesar de não nos proporcionar grandes prazeres nesta vida, nos garante estar um dia desfrutando a vida eterna. É o tesouro que os ladrões não levam, é o tesouro que as crises financeiras e os incêndios não destroem.
Poderíamos idealizar um terceiro tesouro. Seria uma riqueza moderada, que dessem muitos empregos, e cujos empreendimentos seriam diretamente direcionados para promover os menos favorecidos ou os excluídos da sociedade. Uma maravilha de tesouro! Mas a grande pergunta, é: Quem toparia se aventurar neste tipo de investimento? Que tal você?
José Salviano (Sal)
2 - Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e terás um tesouro no céu
Primeira leitura: Juízes 2,11-19 - O Senhor mandou-lhes juízes; eles, porém, nem aos seus juízes quiseram ouvir.
Salmo responsorial: Salmo 105, 34-37.39-40.43ab e 44 (R. 4a) - Lembrai-vos de nós ó Senhor, segundo o amor para com vosso povo.
Evangelho: Mateus 19, 16-22 - Se tu queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, e terás um tesouro no céu.
Jesus quer instruir seus discípulos e o evangelista quer instruir a sua comunidade, sobre a atitude que devemos ter diante da pobreza e da riqueza. O diálogo inicial sobre o que devemos fazer para alcançar a salvação se move na lógica do que todos já sabem. Cumprir os mandamentos, algo que o jovem rico fez bastante bem.
Contudo, a pergunta chave é a que se encontra na metade do relato: Que posso fazer ainda? Jesus propõe o paradigma da perfeição, que acrescenta o cumprimento, os verbos “partilhar e seguir”. Podemos ser boas pessoas, cumprindo as normas básicas da religião ou da sociedade, porém, somente é verdadeiro cristão quem partilha com os pobres sua riqueza e com Jesus sua vida.
Pobreza e seguimento entram em conflito com a riqueza do jovem. Para tristeza de todos, triunfa a riqueza. O jovem não compreendeu que em Jesus e nos pobres estava seu grande tesouro e que por estes valem a pena deixar tudo. – São muitos os cristãos que nunca se perguntam “que nos falta fazer ainda?”, erroneamente convencidos de que o batismo e o cumprimento ritual são suficientes. – A propósito, o que nos resta por fazer ainda?
Claretianos
3 - “passaporte para a casa do Pai.”
Os mandamentos nos são dados para que tenhamos aqui uma vida feliz, entregues à providência de Deus. Ele nos deu a Sua Lei para que a cumpramos e possamos viver, desde já, o reino dos céus, a vida eterna. Por isso, Jesus é afirmativo e nos avisa: não chegaremos ao céu pelo que fizermos de bom, porque só Deus é Bom. Mas nos orienta: “Se tu queres entrar na vida, observa os mandamentos”. Portanto, os mandamentos são o caminho que nos levam a possuir a eternidade. A vida eterna começa aqui e, atingir a perfeição do céu, implica em desapegarmo-nos de tudo o quanto nos prende aqui na terra, projetos pessoais, vontade própria, ideias humanas, bens materiais e colocá-los à disposição de Deus em favor de alguém. Todas as nossas ações devem ter um motivo, uma razão de ser e um objetivo dentro do que Deus nos propõe. O jovem da parábola, cheio de tristeza, afastou-se de Jesus, porque era muito rico. Ele não percebeu que o apego à sua riqueza estava tirando dele o direito de perseguir a perfeição seguindo a Jesus. Que Jesus é o único que pode nos salvar, e com Ele, nós não precisaremos das riquezas aqui da terra, pois o nosso tesouro está guardado no céu, para onde caminhamos. Com efeito, crer em Jesus e seguir a Sua Lei é o passaporte que nos levará a uma vida plena na casa do Pai. – Você é uma pessoa apegada ao que você possui? – Você também fica triste com esta palavra de Jesus? – O que mais prende você aqui na terra? – Para você o que significa a vida eterna?
Helena Serpa
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 19/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. No que consiste a Perfeição Cristã
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O Cristianismo não pode ser confundido com as virtudes morais ou código de ética, sem dúvida que há uma moral e uma ética cristã, enquanto consequência de algo maior que é a opção radical por Jesus Cristo em uma experiência amorosa que o coloca como Absoluto em nossa vida, sem isso, até a moral e a ética cristã tornam-se vazias e sem sentido.
O evangelho traz-nos essa profunda reflexão de alguém que se aproximou de Jesus em busca de uma virtude humana aprimorada, de uma moral que superasse tudo o que já se conhecia enquanto norma de Vida de Fé, por aqueles tempos. Na verdade, cabe a nós buscarmos incansavelmente uma perfeição que nesta terra jamais alcançaremos, e que compreende a Salvação e a Graça de Deus que nos é oferecida em Jesus Cristo, não enquanto recompensa ou resposta á essa nossa busca incansável, mas enquanto puro dom e graça, dada gratuitamente sem qualquer merecimento de nossa parte.
Se o Cristianismo fosse apenas um conjunto de regras morais, ou um elenco de virtudes a ser seguido, estaríamos dando continuidade ao Judaísmo, em cujo seio surgiu o Cristianismo. Em um primeiro momento Jesus cita esse código de leis, estabelecido para o Povo da Antiga Aliança, e que têm na expressão “Não Matarás” o centro maior do decálogo, os demais são consequência dele. Jesus Cristo não queima nenhuma etapa, não despreza o que diz a Lei de Moisés, mas cita-a como uma referência até então.
Porém, em seguida, percebendo sinceridade em seu interlocutor, lança o desafio e o convida para ir além da Lei, da questão ética e das virtudes morais. O Ser humano é o centro da Lei, porque têm um caráter sagrado e a razão primeira de todo Ser Humano é Deus, quer o homem creia ou não, essa Verdade é Imutável. Não Matar o irmão, significa afirmar que o Dom da Vida que é Deus está em cada Ser humano que é intocável em sua Dignidade e por isso é chamado pelo próprio Deus a viver, sentir e experimentar essa nova realidade que transcende a sua própria natureza humana.
O texto afirma que o homem foi embora triste diante do convite feito por Jesus, pois era muito rico. Não quer este evangelho debater a questão social, ou a posse dos bens materiais enquanto causa de perdição para o homem. O que encontramos aqui é a capacidade de cada homem e mulher, em perceber que a existência humana não se limita a peregrinação nesta terra, mas vai muito além. A riqueza que muitas vezes nos prende, impedindo-nos de responder positivamente a esse chamado de Jesus para vivermos o Transcendente, conseguindo em uma visão de Fé contemplarmos um Horizonte além desta Vida...
2. Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu - Mt 19,16-22
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)
Ouvimos no Sermão da Montanha: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. E agora ouvimos Jesus dizer a alguém que perguntou o que devia fazer de bom para ter a vida eterna: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. O que significa “perfeição” para o ser humano limitado por natureza? Nesta conversa, na qual Jesus diz: “Vem e segue-me”, é bastante claro que “perfeição” significa, não estar preso aos bens deste mundo, estar livre para seguir Jesus Cristo, desimpedido para poder ir com ele a qualquer lugar. E, além disso, com a garantia de um dote guardado no céu, o dinheiro dado aos pobres. Tanto é assim que o jovem não seguiu Jesus por estar preso aos bens deste mundo, que eram muitos. A pobreza, que é desgraça para muitos, pode ser virtude para alguns. Luxo e exuberância não convêm ao seguidor de Jesus. O Mestre não tinha uma pedra para reclinar a cabeça. Livrar-se de bens para seguir Jesus, e não seguir Jesus para adquirir bens.
Fonte: NPD Brasil em 16/08/2021
Liturgia comentada
Se queres ser perfeito... (Mt 19, 16-22)
Nos últimos tempos, mesmo em certos ambientes de nossa Igreja, quando se fala em “perfeição”, brotam sorrisos céticos, como se a simples ideia de perfeição fosse utopia fora de nosso alcance. Ou sintoma de orgulho espiritual. Como se fôssemos batráquios, incapazes de chegar às estrelas... Ora, se os filhos de Deus (fomos adotados no Batismo!) não fossem capazes de tender à perfeição, não viria do próprio Deus uma ordem como a que se lê na manhã do Antigo Testamento: “Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo”. (Lv 19, 2.) Nem ouviríamos de Jesus, já na luz plena do Novo Testamento: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celestial é perfeito”. (Mt 5, 48.)
Além do mais, a “perfeição” não resulta de práticas de ascetismo ou de algum atletismo espiritual. Santos não são heróis nem super-homens, mas pecadores que se deixaram transfigurar pelo amor de Deus. O amor nos aperfeiçoa. A mocinha mimada se casa: nascem os filhos e, no dia-a-dia, ela aprende a amar e a servir, colocando-se em último lugar tão somente porque ama os filhos. O amor aos filhos santifica as mães. O garotão narcisista se forma em medicina e vai trabalhar no asilo das velhinhas. Ali, leva um choque ao descobrir a velhice com suas cruzes terríveis. Seu coração se comove e o doutorzinho passa a dedicar-se àquelas vovozinhas de alma e coração. Pouco a pouco, sem o perceber, será santificado pelo carinhoso amor que foi brotando nele. O amor aos pacientes santifica os médicos.
Neste Evangelho, encontramos um jovem que cumpria os mandamentos. Todos os dez! E isto já era admirável. Ao manifestar desejo de seguir a Jesus, o Mestre leu seu coração e percebeu que, mesmo sem infringir a Lei, era apegado aos bens que possuía. Ora, sem liberdade não se pode amar. O apego à matéria constrange o coração do homem, sufoca-o de cuidados, cerca-o de temores, rouba-lhe a paz. E o Mestre a quem pretendia seguir nem mesmo um travesseiro possuía, onde pudesse descansar a cabeça. Livre como os pardais, palmilhava as estradas da Palestina a semear uma estranha sementeira de amor.
Daí a observação penetrante, que cortou o peito do jovem como lâmina afiada: “Uma coisa te falta...” Ele poderia ter pensado: “Uma coisa me falta? Mas tenho tudo. Nada me falta!” Faltava, porém... Faltava a liberdade que vem do desapego. A liberdade que torna possível um salto no escuro, um voo cego no amor divino.
Somos livres para seguir a Jesus?
Orai sem cessar: “Fora de vós, Senhor, não há felicidade para mim!” (Sl 16 [15], 2)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 19/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
O que devemos fazer para possuir o Reino do Céus?
O que nós devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas precisamos observar.
A liturgia de hoje nos apresenta um jovem muito rico, que se confronta com Jesus e Lhe pergunta o que precisaria fazer para possuir a vida eterna. Jesus, hoje, aponta-nos o caminho que devemos percorrer para possuirmos a vida.
Esse caminho apontado para o jovem é direcionado também a mim e a você. O que nós devemos fazer para possuir o Reino do Céus? Três coisas precisamos observar. A primeira delas é “guardar os mandamentos da lei de Deus, observar os mandamentos da lei divina”.
Nós nem podemos pensar nos outros passos se não vivermos o primeiro. Você se recorda dos dez mandamentos? Amar a Deus sobre todas as coisas, não tomar seu santo nome em vão, não matar, não roubar, não pecar contra a castidade… Enfim, aqueles mandamentos que aprendemos desde criança, mas que deixamos de observar um ou outro.
A segunda coisa é “saber repartir”. “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu” (Mt 19,21).
Às vezes, não precisa ser muito rico, pois todo mundo tem o que partilhar. Muitas vezes, são os mais pobres que partilham o pouco que têm; outros, retêm as coisas para si.
Discípulo de Jesus Cristo não pode ser acumulador de bens, discípulos de Jesus Cristo tem o dom e a graça da partilha. Nós entraremos no Reino dos Céus se soubermos observar os mandamentos de do Senhor, partilhar os bens que temos, sejam eles poucos ou muitos. Sobretudo, temos de cuidar dos pobres, dar atenção aos necessitados e não fazermos de nada um tesouro na Terra, porque nosso único tesouro está no Céu, e é ele que devemos guardar para sempre.
Não podemos nos apegar a nada que é da Terra, porque um tesouro maior, uma graça maior é reservada para nós no Céu.
Que hoje saibamos percorrer esses passos que nos conduzem para a eternidade feliz junto do Pai.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/08/2013
HOMILIA DIÁRIA
O desprendimento nos garante a vida eterna
O desprendimento nos garante a vida eterna. Podemos até possuir bens, mas não sejamos apegados a nada nem a ninguém porque isso pode prender o nosso coração.
“Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.” (Mateus 19, 17)
Nesta passagem bíblica, um jovem se aproxima de Jesus e questiona o Mestre sobre o que ele precisa fazer para entrar na vida eterna. O princípio básico para entrar na vida eterna é este, diz Jesus: observar e guardar os mandamentos de Deus.
Não é à toa que nós começamos a ensinar as nossas crianças, na catequese, os mandamentos da Lei de Deus, porque esses mandamentos nos garantem a vida, nos trazem a vida e nos introduzem na vida em Deus. Não dá para viver a vida em Deus ou construir o Reino de Deus entre nós se não observarmos os mandamentos d’Ele.
Permita-me dizer a você: pedagogicamente falando, os mandamentos são o primeiro passo a ser dado, o esforço inicial, o ponto de partida [para construir o Reino de Deus]. Se não os observarmos, nenhum progresso faremos, por isso, se quisermos rever como está a nossa vida, precisaremos nos perguntar: “Como estou vivendo os mandamentos da Lei de Deus?”.
Jesus nos diz: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14, 15). Essa não é uma declaração de amor fútil, vazia e da boca para fora, pois nós nem precisamos declarar a Jesus que O amamos. A melhor forma de dizer ao Senhor que O amamos é ao guardarmos os Seus mandamentos. Por isso é preciso fazer um bom exame de consciência diária e rever nossas práticas.
Os mandamentos da Lei de Deus devem ser observados, vividos e meditados na sua essência, porque [quando os vivemos] eles constroem uma sociedade digna e justa de acordo com a vontade de Deus. No entanto, para isso, é preciso progredir na vida espiritual, não podemos ficar só nas primícias, precisamos avançar para a plenitude. Por isso, quando esse jovem diz que já observa os mandamentos, para atingir à perfeição falta-lhe uma coisa: o desprendimento, não ser apegado a nada. Podemos até possuir bens, mas não sejamos apegados a nada nem a ninguém porque isso pode prender o nosso coração.
O jovem do Evangelho ficou muito triste e foi embora porque sabemos que nos desprender de alguma coisa é difícil. Podemos até viver uma vida justa, honesta e correta (Que bom! Isso significa estamos no caminho!), contudo, precisamos avançar. “Padre, por que a minha vida espiritual não progride?“. Falta-lhe desprendimento! Ninguém, quando é apegado a alguma coisa, consegue fazer de Deus o absoluto da sua vida. Quando não fazemos isso com a vida e não temos uma vida desprendida, a morte nos desprende, por isso que, para alguns, ela [morte] é tão dolorosa e vem com tanta força devido ao apego a muitas coisas.
Que Deus hoje nos dê a graça de progredir observando os Seus mandamentos e sabendo viver cada vez mais com o coração simples, pobre, desprendido e cuidando dos mais pobres!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 17/08/2015
HOMILIA DIÁRIA
Busquemos o Reino de Deus em primeiro lugar
Viver o Reino de Deus é morrer a cada dia, é ser livre para cuidar, amar e servir
“Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.” (Mateus 19,17)
Nesse Evangelho de hoje, temos a graça de escutar e meditar sobre um jovem que se aproximou de Jesus e perguntou: “Bom Mestre, o que devo fazer para possuir a vida eterna?”.
É uma pergunta interessante, porque, quando escutamos esse Evangelho em outras situações, achamos que esse jovem, por ter ido embora triste, foi excluído do Reino dos Céus, porque ele era muito rico.
Veja bem, duas coisas importantes na riqueza da meditação desse Evangelho de Deus: Ele nos mostra que há graus de vida interior, graus na nossa relação com Deus. Primeiro, nós precisamos entrar no Reino de Deus, e para entrar nele precisamos ser bons. Mas não somos bons, e para nos tornarmos bons, Jesus nos dá a graça. “Se queres entrar na vida”, ou seja, na vida que nos qualifica para sermos bons, temos que observar os mandamentos.
Hoje, é mais do que necessário educar, ensinar, mostrar e formar, para viver os mandamentos da Lei de Deus, os quais estão sendo desprezados por pessoas que têm o coração até bom, mas não têm a bondade do Reino, porque a malícia do mundo lhes tirou da graça dos mandamentos da Lei Divina.
A graça para sermos bons e entrarmos na dinâmica do Reino de Deus é observar os mandamentos. Este é o primeiro grau, o mínimo e necessário. Se não estamos observando os mandamentos, não podemos querer subir degraus maiores. Ainda estamos no grau inicial, e é óbvio que, se já entramos no Reino de Deus, porque observamos os Seus mandamentos, podemos galgar graus maiores na vida. O ideal é que busquemos a perfeição.
No Evangelho de hoje, Jesus nos mostra o desprendimento no grau máximo e total, assim como Ele viveu, não foi apegado a nada, aos bens. E mais do que isso, não basta dizer: “Eu sou uma pessoa despojada”. É preciso cuidar dos pobres, dos sofridos e necessitados. O que temos não é para nós, é para cuidarmos dos outros.
Aqui, todos nós somos chamados a viver, porque o Céu é dos perfeitos. “É só entra no Céu quem busca a perfeição de vida.
Você pode dizer: “Eu não consigo me despojar da vida, não consigo me despojar dos bens deste mundo. Eu tenho muitas coisas como o jovem do Evangelho”. Quando nós temos muitas coisas, ficamos tristes, porque temos que cuidar dessas coisas todas. O que não conseguimos com a vida, a morte nos tira, porque dessa vida nada levamos.
Viver o Reino de Deus é morrer a cada dia, é ser livre para cuidar, amar e servir. Não há problema nenhum em ter uma vida digna e ir melhorando. Mas não se apegue ao que você tem, pelo contrário, quanto mais você é chamado a ter, mais despojado você precisa ser, mais desapego você precisa ter, porque, senão, seu coração não consegue buscar o Reino de Deus em primeiro lugar.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 21/08/2017
HOMILIA DIÁRIA
Busquemos a vida eterna todos os dias
“Alguém se aproximou de Jesus e disse: ‘Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna?’.” (Mateus 19,16)
É a vida eterna que Deus nos trouxe, é a vida eterna que devemos buscar e lutar a cada dia de nossa vida. É importante dizer que vida eterna não é a vida após a morte. A vida eterna é a vida de Deus em nós.
Entramos na eternidade quando permitimos que a graça de Deus entre em nós e nós entramos na lógica e na dinâmica do Reino de Deus. O que devemos fazer para entrar nesta vida? O que devemos fazer para que a vida eterna esteja em nós e estejamos caminhando para ela?
Ora, a primeira, a essencial e a mais importante de todas as coisas é observar os mandamentos. “Se queres entrar na vida em Deus observa os mandamentos”. Muitos de nós não estamos tendo vida em Deus, porque estamos negligenciando os mandamentos divinos ou estamos tratando os mandamentos como coisa simplória, coisa de criança, de catequese.
Olhemos o mundo pagão em que nós estamos, olhemos a humanidade que diviniza a si mesma e deixa Deus de escanteio. No nosso coração, precisamos amar a Deus sobre todas as coisas. Amar a Deus mais do que o nosso celular, mais do que o nosso trabalho, amar a Deus sobre tudo aquilo que realizamos, sem nenhum fanatismo, vivendo cada coisa no seu lugar, mas sempre colocando Deus em primeiro lugar, honrando-O com o trabalho, com aquilo que fazemos e onde estamos.
Viver os mandamentos é a grande graça, pois eles precisam ser espelho para a nossa vida. Precisamos examinar a nossa consciência, os nossos atos, as nossas atitudes a partir da graça de Deus em nós e dos mandamentos que Ele nos deu.
Quando vivemos os mandamentos da Lei de Deus com toda a intensidade do nosso coração, vamos nos tornando desapegados, despojados e caminhamos em busca da perfeição, porque não basta ser bom, é preciso buscar ser muito bom, é preciso buscar a perfeição.
Acostuma-nos com a mediocridade. “Como está a vida? Mais ou menos. Como está a graça? Sempre mais ou menos”. Deus não nos quer mais ou menos. É preciso um trabalho interior para progredir na graça e na fé. Se estamos parados nos mandamentos, vamos progredir nos mandamentos. O passo definitivo para que a graça de Deus esteja em nós é o despojamento.
Veja: os mandamentos são o primeiro passo, mas o despojamento é o segundo. E despojar quer dizer ser livre das coisas e dos bens. Jesus está dando um conselho: “Para ser perfeito, vai e vende”. Aquilo que não nos desfizermos na vida, a vida vai desfazer de nós, nem que seja com a morte, porque dessa vida não levamos nada.
Só entra na eternidade quem não se apegou a nada nessa vida. Podemos até possuir os bens, mas não levamos nem uma agulha que guardamos em nossa gaveta. Ser de Deus é ser livre para amá-Lo acima de tudo e de todos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/08/2019
HOMILIA DIÁRIA
Os mandamentos de Deus são a essência da nossa vida
“Se queres entrar na vida, observa os mandamentos.” (Mateus 19,17)
Um homem se aproxima de Jesus e pergunta ao Mestre o que ele deve fazer de bom para ganhar a vida eterna. Veja, o caminho ordinário para entrar na vida eterna, na vida em Deus, é observar os mandamentos. E todos nós precisamos, de fato, observar os mandamentos do Senhor, aqueles mandamentos que aprendemos lá na nossa catequese.
É preciso chamar atenção para esse ponto, porque, na sociedade em que vivemos, o que mais se negligencia são os mandamentos da Lei de Deus. Todos os mandamentos são para serem observados, não são para serem relativizados, é o contrário, eles são para serem vividos e observados porque o caminho da vida são os mandamentos.
Muitas vezes, seguimos as tendências dos tempos, seguimos as inclinações do coração e relaxamos, deixamos de observar, não vemos como importante. “Eu observo os outros oito, os outros nove…”. Todos os mandamentos de Deus são caminho para a vida, aliás, não é que são, é o caminho para a vida, porque não há outro caminho para estarmos na comunhão com Deus, na vida com Deus, do que observar os Seus mandamentos.
Todos os mandamentos são para serem observados, não são para serem relativizados
Como posso querer subir degraus mais adiante para estar próximo de Jesus, se os degraus razoáveis, os degraus primários da vida, estou negligenciando. Ninguém chega no alto grau, e não estou dizendo que os mandamentos são menores, estou dizendo que os mandamentos são primários, fundamentais e essenciais, eles são de verdade o caminho para a minha vida.
Ninguém vai entrar na vida eterna, se não passar pelos mandamentos, pela prova dos mandamentos. Talvez, algumas pessoas possam até serem radicais na vivência da vida, mas a radicalidade da vida não tem fundamento, se não vivemos a essência da vida. E a essência da vida é a vivência dos mandamentos da Lei de Deus.
A esse homem foi proposto, uma vez que ele já tinha a vivência fundamental da Lei de Deus, um grau maior de perfeição, um grau maior de intimidade com Deus; e o grau maior de intimidade é a renúncia e a capacidade do despojamento, a capacidade de não sermos apegados aos bens deste mundo. Porque, para a vida eterna nós não levamos nada, a não ser o nosso desapego e o bem que fizermos ao outro, sobretudo aos mais pobres, aos mais necessitados, aos mais sofridos.
Ainda que entreguemos o nosso corpo para ser oferecido em oblação para cuidar do outro, se nós negligenciamos os mandamentos, a salvação (como frisa Jesus) passa pela vivência dos mandamentos.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 16/08/2021
HOMILIA DIÁRIA
Deixe os apegos deste mundo para adquirir o Reino dos Céus
“O jovem disse a Jesus: ‘Tenho observado todas essas coisas. Que ainda me falta?’ Jesus respondeu: ‘Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me’.” (Mateus 19,20-21)
Jesus sempre deixou muito claro que para trilharmos o caminho rumo à vida eterna será necessário desfazer-se de muitas coisas. O apego exagerado aos bens materiais, ao dinheiro, ou seja, às riquezas deste mundo, às riquezas que este mundo nos oferece, sempre serão um grande empecilho para o verdadeiro discipulado, para o verdadeiro seguimento de Nosso Senhor.
E quem não está aberto para vivenciar renúncias, dificilmente trilhará um caminho de santidade, mesmo que seja um exímio cumpridor dos mandamentos. Quem não está aberto para perder e para renunciar, não conseguirá seguir a Jesus!
Esse jovem, pela resposta, era um excelente observador dos mandamentos, assim como todo piedoso judeu da sua época. Porém, o mero cumprimento dos mandamentos não é suficiente para tornar alguém discípulo do Reino, herdeiro da vida eterna. É preciso ir muito além da observância.
Valerá muito a pena deixar as coisas deste mundo para adquirir o Reino dos Céus
E Jesus desafiou esse jovem a se desfazer de tudo que ele possuía. Jesus desafiou-o a distribuir os seus bens aos pobres, para se fazer discípulo do Reino e tornar-se, assim, herdeiro da vida eterna. “Desfazer-se” e “abrir mão dos apegos materiais”, daquelas coisas que são valiosas aqui neste mundo, das vaidades, de uma observância, até mesmo unicamente em vista de uma aprovação. Podemos ver que esse jovem dizia-se já observante da Lei de Deus, porém, Jesus exorta que somente um é bom.
Existem muitos apegos na nossa vida. Às vezes, somos apegados até mesmo à postura de “bom”, de alguém que é observante da Lei. O jovem, que havia sido fiel em guardar os mandamentos, não se sentiu preparado para se desfazer das coisas, dos apegos e das riquezas, até mesmo da sua aparência; ele não quis se desfazer da sua aparência. Por isso, os apegos o impediram de aceitar o chamado de Jesus.
A Palavra diz que ele foi embora triste, talvez, estivesse esperando ali um elogio, porém, descobriu que a perfeição não está no reconhecimento de ser bom, e sim na entrega radical ao chamado que o Senhor nos faz.
Por isso, quando ouvirmos o chamado de Jesus em nossa vida, que possamos ter a coragem de deixar as riquezas deste mundo, de deixar os apegos. Valerá muito a pena deixar as coisas deste mundo para adquirir o Reino dos Céus!
Desça sobre vós a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 21/08/2023
Oração Final
Pai Santo, que o nosso amor aos irmãos se manifeste em ajuda eficaz em suas dificuldades. Que sejamos cuidadosos com o próximo, generosos na partilha dos bens e talentos com que nos cumulaste, e agradecidos a Ti, Pai amado, sobretudo pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez um de nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2013
Oração
Final Pai Santo, que nos emprestaste tantos bens e talentos, ajuda-nos a colocá-los a serviço dos irmãos e da comunidade. Faze-nos generosos e atentos à carência do companheiro que colocaste ao nosso lado nesta caminhada de volta ao nosso Lar Paterno. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 17/08/2015
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o nosso amor aos irmãos deve se manifestar na forma de ajuda eficaz em suas dificuldades. Que sejamos cuidadosos com o próximo, generosos na partilha dos bens e talentos com que nos cumulaste, e agradecidos a Ti, amado Pai, sobretudo pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez um de nós e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2019
ORAÇÃO FINAL
Senhor Jesus, desafias o homem rico a dar um salto de qualidade, isto é, passar da mera observância dos mandamentos ao “caminho de perfeição” em vista do Reino de Deus. Livra-nos, Senhor, do apego aos bens terrenos, a fim de buscarmos a Deus e solidarizarmo-nos com os pobres. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/08/2021
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