

Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!
Jesus censura três cidades das margens do lago de Genesaré, onde atuou intensamente com diversos milagres, mas não viu a conversão de seus habitantes. Corazim e Betsaida são comparadas a Tiro e Sidônia, cidades fenícias que foram atingidas pelo juízo de Deus, anunciadas pelo profeta Isaías (Is 23). Por não se converterem e por não fazerem penitência, vestindo-se de saco e cobrindo a cabeça com cinza, Corazim e Betsaida serão mais culpáveis que as cidades gentias, porque viram as obras salvíficas do Messias. Mais severa será a condenação de Cafarnaum, cidade onde Jesus se estabeleceu. Ela também não reconheceu as obras que atestavam os sinais visíveis da origem divina e da vinda do Cristo. Foi comparada a Sodoma, cidade marcada pelo pecado e pela falta de hospitalidade, e por isso protótipo de maldição (Mt 10,5). Inspirada em Isaías 14,13-15, que traz a condenação e a queda da Babilônia, Cafarnaum também será precipitada ao Hades, o reino dos mortos. Portanto, é preciso abrir-se aos sinais e às obras do Senhor em atitude sempre de conversão.
Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.
Fontes: https://www.facebook.com/ParoquiaSantaCruzCampinas e https://www.comeceodiafeliz.com.br/evangelho/15-07-2025
Reflexão
Para compreender o Evangelho de hoje, é preciso retomar o Antigo Testamento, recordando Sodoma, que foi destruída pelo fogo devido ao pecado contra a hospitalidade (Gn 19), além de Tiro e Sidônia, que representam o poder comercial dos fenícios (Is 23). Algumas cidades da Galileia onde Jesus pregou encarnaram a rejeição e o pecado de Sodoma. Corazin, Betsaida e Cafarnaum são as cidades que recusaram a oportunidade de se arrepender. As palavras de Jesus retomam a profecia de Ezequiel (16,46-48) que compara Judá com a Samaria e Sodoma. Judá supera-as em devassidão, consequentemente seu castigo será muito maior. Para Cafarnaum, o julgamento divino é apresentado por meio da citação de Is 14,12-15, como castigo pelo pecado da soberba. Quem tem o privilégio de conhecer a Cristo e seus milagres não pode ter outra atitude que não seja converter-se e anunciá-lo ao mundo.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
Reflexão
«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!»
Fr. Damien LIN Yuanheng
(Singapore, Singapura)
Hoje, Cristo repreende a duas cidades de Galileia, Corozain e Betsaida, por sua incredulidade: «Ai de ti, Corozaín! ¡Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e no Sidão, tivessem feito os milagres que se fizeram em vocês, (...) “teriam se convertido» (Mt 11,21). Jesus mesmo dá depoimento em favor das cidades fenícias, Tiro e Sidão: estas teriam feito penitência, com grande humildade, de ter experimentado as maravilhas do poder divino.
Ninguém é feliz recebendo uma boa repreensão. No entanto, deve ser especialmente doloroso ser repreendido por Cristo, Ele que nos ama com um coração infinitamente misericordioso. Simplesmente, não há desculpa, não há imunidade quando se é repreendido pela própria Verdade. Recebamos, então, com humildade e responsabilidade cada dia o chamado de Deus à conversão.
Também notamos que Cristo não anda com rodeios. Ele situou a sua audiência frente a frente diante da verdade. Devemos examinar-nos sobre como falamos de Cristo aos outros. Frequentemente, também nós temos que lutar contra nossos respeitos humanos para pôr os nossos amigos diante das verdades eternas, tais como a morte e o juízo. O Papa Francisco, conscientemente, descreveu são Paulo como um “escandaloso”: «O Senhor sempre quer que vamos mais longe... Que não nos refugiemos em uma vida tranquila nem nas estruturas caducas (…). E Paulo, incomodava predicando o Senhor. Mas ele ia adiante, porque tinha dentro de si aquela atitude cristã que é o cuidado apostólico. Não era um “homem de compromisso”». Não devemos evadir do nosso dever de caridade!
Talvez, como eu, encontrarás iluminadoras estas palavras de são Josémaria Escrivá: «(…) Trata-se de falar em sábio, em cristão, mas de modo acessível a todos». Não podemos dormir no ponto —acomodar-nos— para sermos entendidos por muitos, pois devemos pedir a graça de ser humildes instrumentos do Espírito Santo, com o fim de situar de cheio a cada homem e a cada mulher diante da Verdade divina.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
- «Não há nada tão agradável e amado por Deus como o facto de que os homens se convertam a Ele com sincero arrependimento» (São Máximo, o Confessor)
- «Jesus exprime o seu desgosto ao ver-se atacado pelo seu próprio povo: 'Se os milagres realizados entre vós tivessem sido feitos em Tiro e Sidom'... Nesta comparação severa, mas também amarga, está toda a história da salvação» (Francisco)
- «O coração do homem é pesado e endurecido. É necessário que Deus dê ao homem um coração novo (cf. Ez 36,26-27) (…)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1432)
Reflexão
«Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida!»
Rev. D. Pedro-José YNARAJA i Díaz
(El Montanyà, Barcelona, Espanha)
Hoje, o Evangelho nos fala do juízo histórico de Deus sob Corazim, Cafarnaum e outras cidades: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Se em Tiro e Sidônia se tivessem realizado os milagres feitos no meio de vós, há muito tempo teriam demonstrado arrependimento (...)» (Mt 11,21).Tenho meditado essa passagem entre suas escuras ruínas, que é tudo o que fica delas. Minha reflexão não me deixou alegre pelo fracasso que sofreram. Pensava: nas nossas populações, em nossos bairros, nas nossas casas, por elas também passou o Senhor e... O levamos em conta? Eu o levei em conta?
Com uma pedra na mão, tenho falado comigo mesmo: algo assim ficará de minha existência histórica, se não vivo responsavelmente a visita do Senhor. Lembrei ao poeta: «Alma, assoma-te agora à janela: verás com quanto amor chamar porfia» e, envergonhado reconheço que eu também tenho dito: «Amanhã lhe abriremos... Para o mesmo responder amanhã» (Lope de Vega).
Quando atravesso as inumanas ruas de nossas cidades dormitório, penso: o que pode-se fazer entre esses habitantes com quem me sinto incapaz de estabelecer um diálogo, com quem não posso compartilhar minhas ilusões, a quem me é impossível transmitir o amor de Deus? Lembro, então, o lema que escolheu São Francisco de Sales ao ser nomeado bispo da Genebra o máximo expoente da Reforma protestante naquele tempo: «Precisamos aprender a florescer, onde Deus nos plantou». E, se com uma pedra na mão meditava o juízo severo de Deus que, pode recair sob mim, em outros momentos com uma florzinha silvestre, nascida entre as ervas e o excremento da alta montanha, acho que não devo perder a Esperança. Devo corresponder à bondade que Deus tem me oferecido e, assim a minha pequena generosidade depositada no coração daquele que cumprimento, o olhar interessado e atento daquele que me pede uma informação, o sorriso dirigido ao que me cedeu o passo, florescerá no futuro. E, nosso entorno não perderá a Fé.
Reflexão
A conversão
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, impressiona-nos o lamento de Jesus. Quase não podemos nos imaginar a Jesus Cristo —Infinita Misericórdia— censurando essas cidades. Mas não é enfado, é um grito de dor divina, porque os corações humanos repelem o amor de Deus.
A conversão é imprescindível em nossa vida, porque somos débeis: somos "tocados" pelo pecado original! Devemos reconhecer que é difícil para nós entender e fazer o bem, e cometemos ofensas. O razoável, portanto, é retificar, converter-se e pedir perdão aos nossos irmãos e ao nosso Senhor. Se não fizermos isso, então, deixaremos de perceber o amor de Deus que nunca deixa de nos amar.
—Senhor, eu sei que Tu nunca me abandonas, nem sequer quando eu te ofendo. Concedei-me um nobre coração para não me enganar escondendo as minhas culpas. Dá-me a "coragem" de me deixar perdoar por ti. Não permitas que me afaste de ti por causa da falta de penitência. Quero repousar em tua misericórdia.
Comentário sobre o Evangelho
A fé não depende de milagres, mas de oração
Hoje, assusta-nos o tom usado por Jesus. O assunto é assim tão grave? Jesus queixa-se da falta de fé dos habitantes dessas povoações. E isso apesar de Jesus aí ter feito grandes milagres! Falta de confiança em Deus: este é o único erro que nunca devíamos cometer.
- A fé não depende dos milagres, mas da oração e da amizade com Deus. Milagres, milagres… também se produzem nos nossos dias. E só os veem os amigos de Deus!
Meditação
A Palavra: dos ouvidos ao coração!
Nossa fé é exigente e nos prova muitas vezes. Sem dúvidas, é mais fácil praticar a fé quando está tudo bem, quando estamos estabilizados e realizados. Difícil mesmo é praticá-la quando passamos por desafios, inseguranças e medo! Quando tudo vai bem dizemos: “Obrigado Deus!” Quando vai mal, perguntamos: “Onde está Deus?” Nossas atitudes humanas, muitas vezes, revelam nosso egocentrismo, pois nos esquecemos de praticar a fé, para além dos momentos felizes e de realizações. Dessa maneira, será que somos justos com um Deus que está sempre ao nosso lado?
A Palavra de Deus hoje nos faz confrontar essas realidades. Por isso, o apelo de Jesus é para que reconheçamos o quanto Deus dispensa a nós sua benevolência e misericórdia. Mesmo que não mereçamos tamanha confiança da parte de Deus, Ele continua a nos tratar com carinho e atenção. Resta a nós o reconhecimento dos feitos de Deus e a disponibilidade em sermos gratos e missionários.
Oração
DEUS TODO-PODEROSO, concedei que, na celebração da memória do bispo São Boaventura, aproveitemos a riqueza dos seus ensinamentos e imitemos sempre sua ardente caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário