domingo, 22 de março de 2020

LEITURA ORANTE DO DIA - 22/03/2020



LEITURA ORANTE

Jo 9,1-41 - Jesus é luz

Passo a passo, a caminho com Jesus,
Estamos no domingo da 4ª semana da quaresma
quando, hoje, Domingo Laetare, contemplamos uma clara verdade: JESUS É LUZ

Vamos fazer esta descoberta passo a passo com Jesus,
em Jo 9,1-41
Vamos nos preparando, nos reunindo em uma grande ciranda  de fé.
Estão chegando para rezar conosco: o Sebastião, a Elga, de Águas Claras; a Maria Eleusa de Vicente Pires,  a Clara do Lago Sul, a Luiza do P Sul, a Renata e a Rosineide da Asa Norte, e você que pode me enviar seu nome e entrará em nossa ciranda:
whatsApp (61)9311-8826)

E vamos rezando juntos:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho, tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua palavra, à tua oração,
à tua ação em mim para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai. Amém.

Pedimos a graça de nossa vida ser iluminada e que ilumine outras pessoas

Agora, respirando suavemente, olhamos
através da imaginação,para dentro do nosso coração.
E vamos repetindo a oração:
“Senhor Jesus, tem piedade de nós".

E  Ele, o Senhor da nossa vida, nos diz

MÚSICA 1 - Põe teu coração no meu - Pe. Zezinho,scj

Lemos, atentamente, o texto: Jo 9,1-41, e observamos
pessoas, palavras, relações, lugares.
Jesus ia passando, quando viu um cego de nascença. Os seus discípulos lhe perguntaram: "Rabi, quem pecou para que ele nascesse cego, ele ou seus pais?" Jesus respondeu: "Nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para que se manifestem nele as obras de Deus. É preciso que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia. Vem a noite, quando ninguém poderá trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo". Dito isso, cuspiu no chão, fez lama com a saliva e aplicou-a nos olhos do cego. Disse-lhe então: "Vai lavrar-te na piscina de Siloé"... O cego foi, lavou-se e voltou enxergando... Então levaram aos fariseus aquele que tinha sido cego. Ora, foi num dia de sábado que Jesus tinha feito lodo, e abrira os olhos do cego... Alguns dos fariseus disseram então: "Este homem não vem de Deus, pois não observa o sábado"; outros, no entanto, diziam: "Como pode um pecador fazer tais sinais?"... Os judeus não acreditaram que ele tivesse sido cego e que tivesse começado a ver, até que chamassem os pais dele. Perguntaram-lhes: "Este é o vosso filho que dizeis ter nascido cego? Como é que ele está enxergando agora? 0s seus pais responderam: "...Perguntai a ele; é maior de idade e pode falar sobre si mesmo". Seus pais disseram isso porque tinham medo dos judeus, pois estes já tinham combinado expulsar da sinagoga quem confessasse que Jesus era o Cristo... Os judeus, outra vez, chamaram o que tinha sido cego e disseram-lhe: "Dá glória a Deus. Nós sabemos que esse homem é um pecador". E1e respondeu: "Se é pecador, não sei. Só sei que eu era cego e agora vejo... Se esse homem não fosse de Deus, não conseguiria fazer nada". Eles responderam-lhe: "Tu nasceste todo no pecado e nos queres dar lição?". E o expulsaram. Jesus ficou sabendo que o tinham expulsado. Quando o encontrou, perguntou-lhe: Tu crês no Filho do homem?". Ele respondeu: "Quem é, Senhor, para que eu creia nele?". Jesus disse: "Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo". Ele exclamou: "Eu creio, Senhor!"... Então, Jesus disse: "Eu vim a este mundo para um julgamento, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se, tornem cegos". Alguns fariseus que estavam com ele ouviram isso e lhe disseram: "Porventura também nós somos cegos?" Jesus respondeu-lhes: "Se fôsseis cegos não teríeis  culpa; mas como dizeis: 'Nós vemos', o vosso pecado permanece".
Refletindo
Jesus esclarece aos discípulos que doença não é sinônimo de pecado. E diz que isto aconteceu - a cegueira - para que se manifestassem nele as obras de Deus. Jesus curou o cego com o barro que fez com saliva e terra. O cego que agora passa a ver passa por inúmeros confrontos nos quais vai dando testemunho. Primeiro ele diz que Jesus é um homem, depois diz que é um profeta, depois, Senhor! O cego sabe como averiguar de onde vem Jesus. No diálogo pergunta "quem é o Senhor?" E Jesus responde de forma que o cego que agora vê, faz um profundo ato de fé: "Eu creio, Senhor!"

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Ainda hoje, há muitas pessoas que rejeitam a luz oferecida por Jesus Cristo. Apegam-se a tantas cegueiras  por orgulho e ou auto-suficiência, não aceitam a proposta libertadora de Jesus.
Meditando com a Igreja
Os bispos, em Aparecida, disseram:
"Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe e cada um de seus habitantes." (DAp 18) 

3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, e com o Salmo 26

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO. (BIS)

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO;
DE QUEM EU TEREI MEDO?
O SENHOR É A PROTEÇÃO DA MINHA VIDA;
PERANTE QUEM EU TREMEREI?

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO.

Ó SENHOR, OUVI A VOZ DO MEU APELO,
ATENDEI POR COMPAIXÃO!
MEU CORAÇÃO FALA CONVOSCO CONFIANTE,
É VOSSA FACE QUE EU PROCURO.

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO.

NÃO AFASTEIS EM VOSSA IRA O VOSSO SERVO,
SOIS VÓS O MEU AUXÍLIO!
NÃO ME ESQUEÇAIS NEM ME DEIXEIS ABANDONADO,
MEU DEUS E SALVADOR!

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO.

SEI QUE A BONDADE DO SENHOR EU HEI DE VER
NA TERRA DOS VIVENTES.
ESPERA NO SENHOR E TEM CORAGEM,
ESPERA NO SENHOR!

O SENHOR É MINHA LUZ E SALVAÇÃO. (BIS)

Música - Jesus é luz - Pe. Zezinho, scj

4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é iluminado pela Luz que é Jesus. E eu quero também ser luz para outras Para recebermos esta graça, acolhamos a

BÊNÇÃO DO CARDEAL SÉRGIO DA ROCHA (com BG):
Senhor, nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação por meio da oração, da penitencia e da caridade. Dai-nos a graça de aprender convosco a  ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso, valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo. Amém.

Música 4: Hino ao amor - Pe. Zezinho, scj

Continue na companhia do cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília,  que reza conosco a saudação do Anjo,  o Angelus

https://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

Leitura Orante
4º Domingo da QUARESMA, 22 de Março 2020



“DESCER” ÀS ÁGUAS DE SILOÉ

“Vai, lava-te na piscina de Siloé” (Jo 9,6)

Texto Bíblico: João 9,1-38

1 – O que diz o texto?

Tem-se dito, e com razão, que a espiritualidade cristã é uma “espiritualidade de olhos abertos”.
Na realidade, isso vale para toda espiritualidade genuína, ou, em outras palavras, não seria verdadeira aquela espiritualidade que nos alienasse ou nos isolasse da realidade, em particular da realidade mais dolorida e sofredora. Há motivos para suspeitar de uma espiritualidade que não desemboca na compaixão, entendida esta como a capacidade de entrar em sintonia com o outro que sofre, e que se traduz numa ação eficaz a seu favor.
A CF deste ano nos apresenta o samaritano como personagem inspirador na nossa vivência da espiritualidade cristã: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.
Todos nós, de uma maneira ou de outra, somos cegos de nascimento, porque nascemos e crescemos em meio a sistemas sociais e religiosos que domesticaram nosso olhar, nos educaram a ter um olhar avesso e atrofiado. A cura do cego de nascimento, apresentado pelo evangelista João, é o sinal que nos fala daquilo que o Senhor nos oferece: caminhar na claridade do dia.
Este homem está cego, já que nasceu no mundo fechado e ao longo de toda a sua vida aprendeu a ver com o olho cego da sinagoga. Jesus vai curá-lo através de um gesto de íntima proximidade; não realiza um espetáculo para provocar espanto, nem diz palavras ininteligíveis. Simplesmente agachou-se, cuspiu no chão e com sua própria saliva fez um pouco de barro; com a gema de seus dedos tocou com ternura os olhos do cego e o enviou a lavar-se na piscina de Siloé. É uma cena de reconstrução de uma pessoa quebrada e que nos recorda o primeiro barro com que Deus oleiro criou o primeiro ser humano.
No cego curado se revela a ação permanente de Deus: despertar a luz escondida em nosso interior, ativar a vida para dar-lhe amplitude maior.

2 – O que o texto diz para mim?

Com o relato do cego de nascença, o evangelista João está propondo um processo catecumenal que conduz o ser humano das trevas à luz, da opressão à liberdade, da identidade ferida à identidade reconstruída, da exclusão à participação. Mas, para isso, é preciso deslocar-se, fazer a travessia e descer em direção a Siloé, lugar das águas recriadoras. Este texto remete à experiência fundante da vida.
O caminho de “descida” é o caminho da vida. Siloé está situada na parte baixa da cidade, afastada daqueles que, na parte alta, controlam e manipulam religião e as pessoas, através da centralidade da lei, do culto, da tradição... Ali não há possibilidade da vida se expandir e se expressar em todas as suas potencialidades.
O reservatório de Siloé estava situado fora das muralhas, na parte baixa de Jerusalém e recolhia a água da fonte de Guijón e que chegava até ele conduzida por um canal-túnel (daí o nome aramaico de “siloah”= emissão-envio, água emitida-enviada). Era uma maravilha de engenharia, mandado construir pelo rei Ezequias no ano 700 ac, para fazer a água chegar à cidade.
No final daquele túnel o cego se faz presente, lava-se, assume sua vida, torna-se independente: um novo nascimento. Agora ele começa a acreditar em si mesmo, em seu valor como ser humano, em sua capacidade de ver e de dar direção à sua vida; assume sua condição humana e deixa de se sentir escravo dos outros, controlado por pais e mestres, como um mendigo inútil; na sua liberdade, ele agora pode assumir sua vida, decidir, dizer, afirmar-se...

3 – O que a Palavra me leva a experimentar?

Inspirada no evangelista João eu poderia dizer: a doença é a manifestação da perda do contato do ser humano com sua fonte divina. As duas narrativas de cura mais importantes no 4º evangelho, ocorrem no tanque de Betesda e no reservatório de Siloé. Quando o ser humano é separado de sua fonte divina, ele adoece, e a cura acontece, quando esse contato com a fonte interior é reestabelecido.
Para que isso aconteça, Jesus não precisa levar o doente até a piscina de Siloé; bastam o encontro com Ele e a força de Sua palavra para reconectar o enfermo com sua fonte profunda, da qual estivera separado.
Jesus reconstrói o cego quebrado em sua dignidade, mas motiva-o a assumir sua responsabilidade, deslocando-se ao reservatório de água de Siloé e rompendo sua dependência para com os fariseus e sacerdotes que o oprimiam, mantendo-o preso à sua situação de cegueira existencial.
O apelo de Jesus é para que o cego seja ele mesmo, em liberdade; com seus gestos e com a força de sua palavra, Jesus despertou no cego a mobilidade e independência.
Nesse sentido, caminhar em direção a Siloé é descer em direção à própria humanidade, ao mais profundo de si mesmo, para lavar-se no manancial das águas puras.
O cego seguiu as instruções, recuperou a vista e atingiu a integridade humana: passou da morte à vida, da opressão à liberdade.
Sei que o ser humano é dotado de recursos internos inesgotáveis. Cada um possui dentro de si uma fonte de forças reconstrutoras, renováveis, resilientes. Mas, muitas vezes, é preciso de um estímulo externo para reconectar com essa fonte.
Sei e sinto, no mais profundo, o que é mais saudável e vital para mim, porém preciso do encorajamento externo para voltar a confiar em minhas próprias potencialidades.
O evangelho deste domingo me ensina o caminho através do qual desço a uma dimensão mais profunda e assim chego à corrente subterrânea; aqui experimento a unidade de meu ser; aqui é o lugar da transcendência, onde minha transformação realmente acontece.
Tal experiência significa abertura, dilatação do coração, expansão da consciência ao ver que tudo parte de Deus (Fonte do rio da vida) e tudo volta para Deus (rio que mergulha no Mar).

4 – O que a Palavra me leva a falar com Deus?

Senhor, a experiência de oração, junto à Piscina de Siloé, me conduzirá à outra fonte, aquela que brota do coração, e que estava ressequida, impedindo-me de reconhecer o murmúrio da água viva.
Sentada à beira da fonte silenciosa, poderei, também eu, atingir experiências imprevistas e surpreendentes, ou reconhecer, através do murmúrio das águas, “vozes novas” que me incitam a peregrinar para as regiões desconhecidas do meu próprio interior. Só assim, poderei vislumbrar o outro lado e tocar as raízes mais profundas que dão sentido e consistência ao meu viver.
O manancial de meu ser essencial constitui minha autêntica vida. Descobri-lo, abrir-me a ele, fazer-me transparente a ele e vivê-lo cada dia..., constituem a plenitude de minha realização.
A “descida” até o mais profundo de mim mesma requer que eu deixe para trás um contexto de competição, de rivalidade e vazio, de fechamento e rigidez, de superficialidade e isolamento...
O encontro com a “água viva”  abre futuro novo, me motivando à tomada de decisões, a assumir um estilo de vida coerente com aquilo que encontro no fundo do meu próprio coração.

5 – O que a Palavra me leva a viver?

Sentar junto à minha Siloé interior.
Mergulhar na “fonte” que corre.
Descer às “águas” do amor do Pai.
Deixar molhar pelas Palavras do Filho e receber a força e a luz do Espírito.
Na minha vida, o que está bloqueando, impedindo a manifestação das melhores forças,  inspirações, criatividade?

Fonte:
Bíblia Novo Testamento – Paulinas: João 9,1-38
Pe. Adroaldo Palaoro, sj

Sugestão:
Música: Cura-me Senhor e serei curado
Autor: Frei Luiz Turra
Intérprete: Maria Diniz
Coro: Idalina Miraci, Terezinha Reghellin, Maria do Carmo Diniz, Frei Luiz Turra, Luciano Baldasso e Fabio Cadorin
CD: Cura-me Senhor e serei curado
Gravadora: Paulinas Comep
Duração: 03:34

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