domingo, 10 de junho de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 10/06/2018

ANO B


10º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano B - Verde

“Fazer a vontade de Deus.”

Mc 3,20-35

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Somos família de Deus. Nossa liturgia nos ilumina a respondermos quem é Jesus e nele encontrarmos o sentido da vida cristã. O próprio Jesus Cristo prepara em nós a vida da “nova família”, ou seja, aqueles que vivem segundo a vontade de Deus. A relação mais íntima com Jesus Cristo não se faz com o parentesco de sangue, mas em sintonia com a sua prática. É preciso aprender a comungar destes ideais. E assim respondemos a pergunta: “quem são meus parentes?” São aqueles que fazem a vontade do Pai.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Somos a família de Deus, sua Igreja, reunida para celebrar o dia do Senhor. Neste dia reservado para a glorificação de Deus e nossa salvação, agradeçamos a Cristo que nos associou a Ele quando disse que seus irmãos e irmãs são aqueles que fazem a vontade de Deus. Eis que aqui estamos nós, sedentos de sua Palavra e desejosos de realizá-la em nossas vidas. Bendito seja Deus!

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: As intervenções de Jesus na vida das pessoas são tão concretas e sua palavra é tão clara que ignorá-las constitui pecado contra o Espírito Santo. Por outro lado, quem se torna discípulo e missionário de Cristo se associa intimamente à família de Deus, da qual nunca se aparta, pois fazer a vontade de Deus é a perfeita comunhão com o mistério de Cristo. Celebramos na próxima sexta-feira a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, festa que recorda, por meio do símbolo universal do amor, a infinita misericórdia de Deus. Essa festa lembra também a realização da profecia de que a misericórdia de Deus abraça todas as criaturas.

Comentário do Evangelho

O fechamento à graça de Deus

A contar pelo contexto literário, os textos anteriores ao nosso nos permitem ter o pano de fundo a partir do qual é feita a acusação pelos escribas oriundos de Jerusalém, de que Jesus agia impulsionado por um espírito mal, Beelzebu. Efetivamente, o modo como Jesus interpretava e praticava a Lei de Moisés não só punha em crise como fazia desmoronar o sistema de pureza e a prática da Lei, pautada por um rigorismo tal que, mais adiante no relato de Marcos, Jesus dirá ser “tradição humana” (cf. Mc 7,8.13) que deixa de lado o “mandamento de Deus”. Os escribas e com eles os fariseus, entre outros, se sentiam ameaçados em seu modo de praticar a religião. A esclerocardia deles (cf. Mc 3,5) impedia-os de questionar o seu próprio modo de viver a religião. Julgando-se justos por essa prática da Lei, para eles todos os demais estavam equivocados. Daí a crítica intempestiva e contraditória a Jesus. O ouvinte e o leitor do evangelho que conhecem o relato do batismo de Jesus sabem que é revestido do Espírito Santo (Mc 1,9-11); é essa força interior que inspira as palavras e impulsiona a ação de Jesus. Por isso, não pode admitir, a não ser como absurda, a acusação dos escribas. Ninguém podia fazer o bem que Jesus fazia se Deus não estivesse com ele (cf. Jo 9,33). A blasfêmia contra o Espírito Santo é fechamento à graça de Deus. Ela fecha o caminho da salvação. Ela consiste em sustentar que em Jesus age um espírito impuro. É essa acusação que é portadora do mal. A vida de Jesus era desconcertante não somente para os opositores de Jesus, mas também para a sua família. O início do evangelho de hoje já nos informa acerca do juízo e da intenção da família de Jesus (cf. vv. 20-21). No entendimento da família de Jesus, ele estava “fora de si”. Essa é a razão pela qual a família de Jesus, chegando ao lugar onde ele se encontrava, manda chamá-lo, mas permanece do lado de fora da casa. Ora, para os que estão do lado de fora, parece loucura o que Jesus faz e ensina (cf. Mc 3,20.31). Mas, para os que estão ao redor de Jesus e dentro da casa, o que Jesus ensina e faz, o modo como vive, não somente faz sentido, mas dá sentido à vida e faz viver. O episódio é a ocasião para afirmar que tudo na vida de Jesus é expressão e engajamento para a realização da vontade de Deus. O que caracteriza o povo, a família, que se reúne em torno dele, é a disposição de fazer a vontade de Deus.
Pe. Carlos Alberto Contieri
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer a ação do Espírito em ti e a perceber a misericórdia do Pai atuando por teu intermédio.
Fonte: Paulinas em 07/06/2015

Vivendo a Palavra

Jesus abre as portas de sua Família para quem quiser entrar: a condição é fazer a vontade de Deus. E explica que a vontade de Deus é que nos amemos uns aos outros como Ele, Jesus, nos ama. Lembrando que amor não é sentimento, mas atitude, entremos para a Família de Jesus, procurando fazer o bem a todos os irmãos de caminhada.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/06/2015

VIVENDO A PALAVRA

O Evangelho nos adverte contra as divisões internas – ‘o reino dividido’. Sejamos unidos, como Jesus e o Pai são Um. Fomos criados diferentes uns dos outros e são exatamente as diferenças que nos fazem complementares. Sem alimentar competições, coloquemos a serviço dos irmãos os dons que recebemos do Pai Misericordioso e desenvolvemos para o bem de todos.

Reflexão

Diante da prática de Jesus, salta aos olhos uma interrogação: Quem é ele? Fala com autoridade, suas palavras fascinam e amedrontam; as multidões o procuram, outros o rejeitam; expulsa demônios, faz curas. Muitos procuram desacreditá-lo, dizendo que está possuído de um poder diabólico. Até seus familiares o consideram louco. Por fim, sem desprezar ou negar os vínculos familiares, propõe novo modelo de família: pessoas que vivem a fraternidade e o amor, fortalecidas pela palavra de Deus. Cumprir a vontade do Pai está acima de qualquer coisa, até da própria família de sangue. Os laços familiares e os outros vínculos não são fundamentais; qualquer pessoa que adere a Jesus e compartilha seus ideais faz parte de sua família, formando uma fraternidade universal. Para ser irmão de Jesus, não há privilégios estabelecidos. A fidelidade a Jesus nos torna irmãos e irmãs dele. O projeto de Jesus deseja vida digna para todos, quem se coloca fora desse projeto, coloca-se fora da graça de Deus e do perdão.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO

Existe um tipo de pecado para o qual não haverá perdão. É o pecado contra o Espírito Santo. Em que consiste a gravidade deste pecado que o torna imperdoável? Jesus, desde o seu batismo, foi apresentado como o Filho de Deus, a quem se devia dar ouvido. Ele foi constituído mediador da salvação divina oferecida a toda humanidade. Suas palavras e ações, porém, tinham como princípio dinamizador o Espírito Santo, poder de Deus atuando nele, manifestado já por ocasião do batismo.
Portanto, a atitude de seus parentes, que o acusavam de louco ao verem as multidões acorrem a ele, e a interpretação dos mestres da Lei, para quem ele agia pelo poder de Belzebu, chocava-se com a realidade da ação divina em Jesus. Pois significava negar que o Espírito Santo agia através de Jesus e atribuir ao demônio o que pertencia ao Espírito de Deus. Eis uma autêntica blasfêmia!
As acusações contundentes levantadas contra Jesus manifestam um fechamento à ação do Espírito. Assim como Jesus agia pela força do Espírito, do mesmo modo só quem se deixasse iluminar pelo Espírito poderia percebê-la. Quem se fechava ao Espírito, tornava-se incapaz de discernir a manifestação da misericórdia de Deus, em Jesus. Fechar-se para Jesus, portanto, significa fechar-se para Deus e, por conseguinte, tornar-se indigno de perdão.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer a ação do Espírito em ti e a perceber a misericórdia do Pai atuando através de ti.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Acreditar na Graça de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando a gente está super ocupado , costuma-se dizer que não se tem tempo nem para comer, esse evangelho começa constatando exatamente isso, pois Jesus e seus discípulos chegaram na casa de alguém onde pretendiam tomar uma refeição, mas um grande número de pessoas foram ali á sua procura e Jesus teve que lhes dar atenção. Não ter mais tempo para si, vai ter para os seus parentes a conotação de loucura “Ele está fora de si”.
Amar as pessoas preocupar-se com elas, doar-se aos serviços da comunidade para servir a Deus e aos irmãos, nos tempos da pós-modernidade também soa como uma loucura, pois vivermos no mundo das relações mercantilizadas onde tempo é dinheiro e perder tempo com coisas que não dão nenhum retorno, é realmente coisa de louco.
Pior que esses parentes de Jesus que não entendiam á sua missão, eram os escribas que atribuíam suas ações libertadoras e curas prodigiosas á Belzebu, príncipe dos demônios, acusando Jesus de fazer o Bem , através da força do mal, o que era uma grande incoerência, pois Bem e Mal são duas coisas que jamais podem agir em conjunto, se as obras de Jesus eram boas em si mesmo, curava e libertava as pessoas, elas jamais poderiam provir do mal.
Em nossa sociedade também sofremos desse mal, porém no sentido contrário, querendo atribuir ao Bem algo que provém do mal, senão vejamos, para muitos, inclusive cristãos, a pena de morte, o aborto, o divórcio, a eutanásia, são coisas do Bem, e tem até traficante de Favela pousando de herói do povo, defensor dos pobres, dos velhos e das crianças. Quando isso acontece e essa mentalidade começa a dominar a todos, é porque se está cometendo o temível pecado contra o Espírito Santo, que Jesus afirma não ter perdão. E que pecado terrível será este?
Exatamente o mesmo que os Escribas e os parentes de Jesus cometiam: o de não acreditar e não aceitar a Graça que Jesus nos trouxe, em uma recusa contra a ação Divina, libertadora e Salvadora nele presente, e colocada a favor das pessoas. Quem comete esse pecado está apostando todas as suas fichas nas forças do Mal presente no mundo, por crer no fundo, que esta é mais poderosa que o Bem supremo que Jesus nos oferece.
O Mal já foi derrotado por Jesus, mas o homem ainda não se apercebeu disso, o Reino está presente na vida da humanidade, não de maneira ostensiva como a Força do mal, mas como semente em desenvolvimento e que requer cuidado e atenção para crescer e ser a maior de todas as árvores, mas o homem imediatista deste tempo prefere acreditar no Mal e deixa de investir e acreditar no Bem.
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail jotacruz3051@gmail.com

2. Tudo será perdoado
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

É compreensível que Jesus sofra oposições. Quem faz alguma coisa, movimenta a vida e provoca reações. Quem não faz nada, não tem porque se defrontar com oposições. Jesus mexe com ideias arraigadas na mente das pessoas de seu tempo. Faz repensar estruturas centenárias. Toca em conceitos intocáveis como o sagrado, o impuro, o permitido e o proibido. No seu pedaço da Galileia, anda de um lado para outro, prega nas sinagogas, cura doentes, expulsa demônios, discute com as autoridades locais. Seus familiares pensam que ele está ficando louco. Os escribas dizem que ele está possuído pelo demônio e, se expulsa demônios, ele o faz pelo poder do chefe dos demônios.
Assim como ampliou a noção do sábado sagrado, agora ele amplia a noção de família. Seus familiares não o compreendem e, envolvendo sua mãe, procuram fazê-lo parar suas atividades. É então que Jesus pergunta: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”. Ele olha para todos os que estão sentados ao seu redor e diz: “Estes são minha mãe e meus irmãos”. Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Os familiares de Jesus serão todos aqueles e aquelas que fazem a vontade do Pai. Ele mesmo veio para fazer a vontade do Pai. Dentre aqueles que estavam sentados ao seu redor ou dentre seus familiares de sangue, serão membros de sua família os que fizerem a vontade do Pai. Dentre eles, a primeira entre todos é sua mãe. Foi a partir do seu “faça-se” que o Verbo se encarnou. Faça-se em mim segundo a tua palavra. Se alguém estava disposto a fazer a vontade do Pai, esse alguém era Maria, a mãe de Jesus.
Os escribas acusam Jesus de expulsar os demônios pelo poder do chefe dos demônios. Ora, se o demônio está contra si mesmo, o seu reino vai desaparecer. De fato, o reino do demônio deve desaparecer para dar lugar ao Reino de Deus. Os escribas e todos os que ouviam a discussão deveriam ficar contentes, se Jesus estivesse expulsando o demônio pelo poder do demônio, porque o demônio estaria perdendo seu espaço e o ser humano sairia ganhando. Para entendermos a cena, devemos pedir a ajuda de São Mateus e de São Lucas. Mateus conta que Jesus tinha curado um possesso cego e mudo, e Lucas, que tinha curado um mudo. Se o demônio expulsou o demônio e aquele homem recuperou a visão e a fala, a vitória é do ser humano e todos deveriam alegrar-se. Mesmo se for com o poder do demônio, o que se faz em favor do ser humano é obra de Deus. Obra do diabo é o que se faz contra o ser humano, a obra-prima de Deus.

Homilia

Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista

“No Senhor está toda graça e redenção”

O pecado tomou conta

O Evangelho do 10º Domingo do Tempo Comum coloca-nos diante do tema da incompreensão que foram vítimas Jesus e sua missão. Os primeiros que não O compreenderam foram seus familiares que, julgando-O fora de si, queriam agarrá-Lo, pois não tinha tempo nem para comer (Mc 2,20-21). Jesus, por experiência, dissera que “os inimigos serão os próprios familiares” (Mt 10,36). Em segundo lugar vem os mestres da lei que, vendo Jesus expulsar demônios, diziam que estava possuído por Belzebu (chefe dos demônios). Identificam Jesus com o demônio.
Jesus mostra o absurdo, dizendo que o diabo está lutando contra si mesmo. E completa a explicação afirmando que todo o pecado será perdoado, menos o pecado contra o Espírito Santo. Não tem perdão porque a pessoa se fecha, atribuindo a Cristo ações diabólicas. A Palavra de Deus indica a origem desse mal: o pecado dos primeiros pais, Adão e Eva, narrado no Gênesis. Não se trata tanto de narrar uma história em como foi, mas dizer que a raiz do mal está dentro de nós. Foi uma escolha da humanidade na pessoa dos primeiros pais.
O homem e a mulher na desobediência, recusaram Deus. E o mal entrou no mundo e cresce com nossos pecados. Deus condena a serpente: a descendência da mulher, Jesus, vai esmagar sua cabeça. O pecado tomou conta, mas a graça é maior que o pecado, como diz Paulo: “Onde abundou o pecado, mais abundante foi a graça” (Rm 5,20).
Deus quis mostrar através de Jesus sua misericórdia para que se vença o pecado e se viva a graça da comunhão com Deus. A aclamação ao evangelho diz: “O príncipe deste mundo agora será expulso” (Jo 12,32). Jesus, com sua morte e ressurreição, venceu o mal.

Adão estava nu

O paraíso terrestre simboliza a graça de Deus. A familiaridade de Adão com Deus é o paraíso. O fato de estar nu explica que o homem todo vive a riqueza da graça. O pecado rompeu a comunhão. Em Cristo foi recuperada a intimidade com Deus. Nada impede a aproximação de Deus. Somente o pecado destrói a comunhão. O pecado é uma opção. Temos muitas fragilidades, mas o mal está nas escolhas que fazemos.
A sociedade se deixa levar pela tentação: “Sereis iguais a Deus, sendo donos do bem e do mal”. Vemos que o pecado entrou na pessoa e em suas opções. Um mundo sem pecado é o paraíso terrestre. Podemos não vencer sempre, mas a capacidade de viver a graça transformará a realidade em que vivemos. Todos os males que sofremos na sociedade provêm das escolhas pervertidas. É certo que a natureza é frágil. Paulo nos explica: “Mesmo se o homem exterior vai se arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai se renovando, dia a dia” (2 Cor 4,16). “O visível é passageiro, o invisível é eterno” (18).

A serpente me enganou

A família de Adão escolheu recusar a vontade de Deus que era para seu bem. Fazer-se a Deus não é um bem para o ser humano. Jesus cria a nova família dos que creem. O caminho da redenção passa pelo Deus que não abandonou sua criatura amada e pelo homem que reconhece mal e clama a Deus do profundo de sua miséria, pois põe sua esperança em Deus no qual encontra o perdão (Sl 129).
A esperança nos dá a certeza de uma morada futura, quando a atual for destruída. A Ressurreição é a luz para uma existência sofrida. Por isso rezamos: “Fazei-nos pensar o que é certo e realizá-lo por vossa ajuda” (Oração). A serpente foi pisada por Cristo. Temos um tempo novo.

Leituras: Gênesis 3,9-15;Salmo 129; 2 Coríntios 4,13-18.5,1;Marcos 3,20-35

Ficha nº 1446 - Homilia do 10º Domingo Comum

Jesus não foi compreendido nem pelos seus nem pelos mestres da lei. Estes atribuem seus poderes ao demônio. Isto é um pecado contra o Espírito Santo que não terá perdão, porque se fecha à misericórdia. O pecado dos primeiros pais passa à toda humanidade e é aumentado pelos nossos pecados pessoais. O pecado foi a desobediência que recusou Deus. A graça, contudo, é maior que o pecado.
O paraíso terrestre simboliza a graça de Deus que se expressa na familiaridade de Adão com Deus. O pecado é uma opção na qual queremos ser donos do bem e do mal. A graça transformará a realidade em que vivemos. A nudez de Adão representa a totalidade da graça
A família de Adão escolheu recusar a vontade de Deus que era para seu bem. Jesus cria a nova família dos que creem. A esperança dá a certeza de uma morada futura. A Ressurreição é luz para uma existência sofrida.

A árvore que produz cobra

O fato do pecado dos primeiros pais, Adão e Eva, é contado na bela narrativa do Gênesis. Simboliza que o pecado é uma opção a partir do ato de ceder à tentação.
Vencendo a tentação, vivemos a Ressurreição. Voltando nossos olhares para as coisas invisíveis vamos nos renovando dia a dia.
Jesus sofreu a perseguição do mal do mundo, presente inclusive entre seus parentes que consideraram que Ele estava louco pelo excesso de gente que O assediava. Os mestres da lei O chamavam de príncipe dos demônios porque expulsava demônios. Negar sua ação é fechar-se a Deus que é blasfemar contra o Espírito Santo, atribuindo sua ação ao demônio.
Jesus era de todos, tanto que disse, quando chegaram seus familiares, que todos eram sua família, o que não impede de ter sua família, da qual muitos eram cumpridores da Palavra de Deus, como o era sua Mãe.
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 07/06/2015

HOMÍLIA

Por Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj

No Senhor está a misericórdia e copiosa redenção

INTRODUÇÃO GERAL

As leituras de hoje falam sobre pecado, condição que atinge todo ser humano, conforme afirma o apóstolo Paulo, quando diz que em Adão “todos pecaram” (Rm 5,12). Adão e Eva representam todos os seres humanos pecadores diante de Deus. Mas a ênfase das leituras não é o tema do pecado, e sim da misericórdia divina que perdoa o pecador. Afirma o Concílio Vaticano II que o próprio Deus “veio libertar o homem e dar-lhe força, renovando-o no íntimo e expulsando ‘o príncipe deste mundo’ (Jo 21,31), que o mantinha na escravidão do pecado” (GS 13).
Jesus verdadeiramente homem, Filho de Deus, realizou a vocação humana, destruiu definitivamente o mal e nos associou à sua vitória sobre o pecado e à morte. Essa intervenção de Jesus na história é algo tão concreto, que ignorá-la constitui pecado contra o Espírito Santo. Esse tipo de pecado não é algo que se pratique aqui e ali, é opção de vida somente conhecida por Deus, que sonda os corações. Trata-se de decisão consciente e livre de recusa ao perdão divino.
Afirma o Catecismo da Igreja Católica que a “misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus rejeita o perdão de seus pecados” e a ação santificadora do Espírito Santo (cf. n. 1.864). O perdão de nossos pecados é uma graça, mas essa graça somente nos alcança se quisermos: a salvação é obra de Deus em nós, mas não sem nós.
Por outro lado, quem se torna discípulo e missionário de Cristo se associa intimamente à família de Deus, da qual nunca se aparta, pois fazer a vontade de Deus é a perfeita comunhão com o mistério de Cristo. Somos família de Jesus.

II - COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

Evangelho (Mc 3,20-35): Tudo vos será perdoado

Cristo, com sua fidelidade ao Pai até a morte de cruz, realizou aquilo que foi o oposto da desobediência humana simbolizada pelo pecado de Adão e Eva. A intervenção de Cristo na história instaura a partir de então o Reino definitivo. Os exorcismos de Jesus são a prova de que o Reino de Deus chegou e de que o mal é obrigado a ceder espaço à verdadeira soberania deste mundo, o senhorio de Cristo.
Nos esportes de luta corporal, ficamos cientes de que o lutador mais forte, seja pela força física, seja pelas estratégias mais elaboradas, é quem vence o mais fraco. A luta de Jesus contra o mal é explicada com metáforas esportivas ou bélicas. Jesus é o mais forte, ele veio em socorro da nossa fraqueza no embate cotidiano contra todas as manifestações do mal. Cabe a nós aderir a esse nosso campeão e saborear essa vitória que também é nossa, pois Jesus nos representa.
É nesse tipo de simbolismo que podemos entender o pecado sem perdão, o qual nada mais é que atribuir ao mal aquilo que é ação redentora do Espírito Santo em Jesus. É sem perdão porque Deus respeita nosso livre-arbítrio e, portanto, não pode nos perdoar quando o nosso orgulho atribui ao mal a ação libertadora de Jesus. É sem perdão não por causa de Deus, que a todos perdoa, mas por causa de quem se exclui voluntariamente do perdão e da salvação.
Somente o Pai que conhece as profundezas dos corações sabe quem assim procede, não nos cabe julgar ninguém. Portanto, devemos focalizar nossa atenção na palavra de Jesus, segundo o qual o Pai está disposto a perdoar todo pecado. Lembremos que Jesus pediu perdão ao Pai por aqueles que o torturaram e o mataram. Se os algozes de Jesus se abriram ao perdão, foram perdoados, porque Deus tudo perdoa.
De outra parte, não esqueçamos que todos os que abraçam a vontade do Pai e a cumprem perfeitamente, seguindo o exemplo do Filho, estão unidos a Jesus com fortes vínculos, comparados aos mais estreitos laços afetivos familiares. Dessa união com Cristo, na única vontade do Pai, é que os cristãos tiram a força para vencer o mal.

I leitura (Gn 3,9-15): E, chamando-os, disse o Senhor: “Onde estás?”

Culpada por transgredir o mandamento divino, a humanidade é reencontrada por Deus, que toma a iniciativa de retomar os vínculos de amizade rompidos. O homem lança a culpa na companheira, e esta, na serpente. Mas Deus os conduz pedagogicamente a assumir a responsabilidade pelos próprios atos e as consequências de suas atitudes. A justiça de Deus é pedagógica; ele se compadece do ser humano, não o deixa à mercê do próprio egoísmo e promete-lhe a vitória sobre o mal, simbolizada no esmagamento da cabeça da serpente.
Uma luta deve ser travada entre o ser humano e o mal; dessa luta ele sairá machucado no calcanhar, mas será totalmente vitorioso e não terá ferimento mortal, suas feridas serão sinais de que lutou intensamente. Eis a sublime vocação humana.

II leitura (2Cor 4,13-5,1): O Senhor nos dará o perdão e a sustentação

Quaisquer que sejam as obrigações e os problemas, próprios das limitações da criatura e da história, os cristãos têm motivo suficiente para não sucumbir ou desanimar. Os cristãos possuem a fé, antídoto eficaz contra o desânimo em tempos de angústias e tribulações.
A fé permite discernir tudo corretamente. Ela nos dá como foco aquilo que é invisível aos que não têm fé. Ver além das aparências é acreditar no perdão para todos, acreditar na bondade de quem age de modo que nos parece errado, acreditar na fé de quem parece afastado da Igreja. Ver com o olhar de fé é ver o outro como Deus o vê; por isso, onde existe fé não há preconceito nem exclusão. Quem não tem fé se apega às aparências, ao que é transitório, temporário, superficial. Ao contrário do que comumente se pensa, as coisas invisíveis são muito mais reais e verdadeiras do que as coisas que nos parecem mais concretas.
A expectativa da felicidade após a morte é assegurada pela fé na misericórdia de Deus, que a todos perdoa. A Bíblia usa um símbolo muito forte para expressar isso. A nossa vida terrestre é comparada a uma tenda, que pode ser desarmada a qualquer momento, e a vida pós-morte é como uma “moradia”, um lugar de descanso, a casa do Pai. Quem deu morada a Deus na tenda terrestre terá lugar assegurado na cidade celeste.

III. PISTAS PARA REFLEXÃO

O evangelho de hoje traz questões aparentemente difíceis, como o pecado contra o Espírito Santo e “os irmãos de Jesus”. São difíceis quando se tira o foco da intenção do evangelista e se passa a concentrar a atenção no que é secundário.
Primeiramente, o principal é a misericórdia de Deus, que nos perdoa sempre. Se alguém não quer ser perdoado, isso é problema de Deus, não cabe a nós resolver, isso é da competência do Pai. A menção ao pecado contra o Espírito tem por objetivo apenas garantir o livre-arbítrio do ser humano e uma chamada de atenção para que não confundamos a ação de Deus com a ação do mal, totalmente distintas uma da outra.
Na nossa época não é diferente, muitas pessoas confundem o bem com o mal. Atualmente muitos consideram bom algo que é mau, como a pena de morte, a eutanásia, a intolerância, o enriquecimento ilícito por meio da desonestidade, da corrupção ou da injustiça etc., ou consideram más coisas que são boas, como a fraternidade, a justiça social, a tolerância. Quem assim procede, orientando toda a vida nesse sentido, está apostando na vitória do mal sobre o bem no mundo atual e dificilmente pode ter fé num mundo futuro, definitivo, sem a presença do mal.
Também tira o foco do que é essencial uma homilia que se dedique a explicar a expressão “irmãos de Jesus”. Sobre essa expressão, o presidente da celebração deve remeter os fiéis para que leiam na própria Bíblia as notas de rodapé que a explicam. Isso educa os católicos a usar a Bíblia ou a fazer um estudo bíblico introdutório. A homilia não deve perder tempo com isso, porque vai tirar o foco do que é essencial.
O evangelista está tentando mostrar que os parentes de Jesus, da mesma forma que os escribas, não entendiam a missão dele. Enquanto os escribas orgulhosos e invejosos atribuíam as ações de Jesus ao poder do mal, os parentes de Jesus pensavam que ele estava em perigo e tentavam protegê-lo, faziam o que é próprio da família. Amar as pessoas é preocupar-se com elas. Jesus sabe disso e, sem desfazer-se dos familiares, amplia a noção de família para além dos laços sanguíneos, remetendo aos vínculos de amor.
Não esqueçamos que a narrativa menciona que Jesus e seus discípulos chegaram à casa de alguém e pretendiam tomar uma refeição, mas um grande número de pessoas foi ali à procura dele e Jesus lhes deu atenção. Ele já não tinha tempo para si, e seus familiares se preocuparam, achando que estivesse ficando louco – literalmente, “fora de si”. Os familiares não entenderam aquelas atitudes e queriam levá-lo de volta para cuidar dele. Jesus pensa numa família mais ampla, nos que são filhos obedientes da vontade do Pai, quer doar-se a esses irmãos, servir a essa família universal.
Nos tempos atuais, também soa como loucura doar-se aos serviços da comunidade, no serviço a Deus e aos irmãos, pois vivemos num mundo de relações mercantilizadas, segundo as quais “tempo é dinheiro” e é considerado “coisa de louco” perder tempo com aquilo que não dá nenhum retorno financeiro.
Aíla Luzia Pinheiro Andrade, nj
Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje – BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).
E-mail: aylanj@gmail.com
Fonte: Vida Pastoral em 07/06/2015

HOMÍLIA

A NOVA FAMÍLIA DE JESUS

“Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,35). Aderir à vontade de Deus é aderir a Deus, abraçar seu querer é abraçar o mesmo Deus. Quem está unido a Deus? Certamente quem faz sua vontade. Eis a condição para pertencer à família de Jesus.
Jesus é o incansável servo de Deus, sempre a serviço do reino, comunicando a Palavra da vida e curando os doentes da alma e do corpo. No evangelho de hoje, são Marcos nos apresenta Jesus junto a seus discípulos, pregando a boa notícia da salvação; diante de tanta gente reunida ao seu redor, ele não podia nem sequer comer. A disponibilidade total para os outros, atitude que Jesus e seus discípulos assumem como característica própria, é motivo de escândalo. De repente, o Senhor recebe o anúncio de que seus parentes – sua mãe e seus irmãos – estão lá fora, à sua procura. A reação dele pode até parecer a alguns uma rejeição ou negação de sua família. Porém, não é. Com sua atitude, ele quer, na verdade, ampliar seus laços de família, estendendo-os a todos aqueles que assumem o seu projeto de vida e dando a entender que não é o parentesco sanguíneo que distinguirá os seus familiares. Quem quiser ser familiar de Jesus e entrar assim na intimidade ou convívio de Deus precisa passar a fazer a vontade divina. Jesus põe a vontade de Deus acima das próprias necessidades. Assim também o farão os seus verdadeiros familiares.
E o que significa fazer a vontade de Deus? É estar junto com Jesus, compactuar com seus ensinamentos e comungar com ele, comprometendo-se com o projeto do reino, projeto do Pai. Viver no abandono total a Deus. Oferecer-lhe tudo e esperar tudo dele.
A vontade de Deus é que tenhamos a vida em plenitude e vivamos na paz e na justiça; que haja fraternidade e solidariedade entre nós. E como filhos e filhas de Deus, somos chamados a colaborar para que esse projeto se concretize na comunidade e na sociedade. Dessa forma, seremos familiares de Jesus.
“Ó Senhor, autor de toda libertação e de todo resgate, esperança de quem se acha sob vossa mão poderosa! Abolistes o pecado, por meio de vosso Filho único destruístes as obras do inimigo, seus artifícios frustrastes e os que ele tinha encadeado, libertastes. Ensinai-nos a fazer vossa vontade” (Orações dos primeiros cristãos).
Pe. Gilbert Mika Alemick, ssp
Fonte: Paulus em 07/06/2015

Reflexão

Mateus concentra aqui alguns episódios que mostram parte das tribulações de Jesus: as multidões o ocupam tanto que não lhe sobra tempo para comer; seus parentes querem agarrá-lo porque acham que ficou louco; uma comitiva de doutores da Lei chega de Jerusalém acusando-o de estar possuído pelo chefe dos demônios. É muita carga para um ombro só! No final da cena, a presença da mãe e de seus familiares próximos parece trazer um pouco de alívio. Com solicitude, Jesus atende a todos. Primeiro ponto a destacar: Jesus expulsa demônios (poder do mal) pelo poder de Deus. Negar essa verdade é opor-se de modo consciente contra Jesus. É pecar contra o Espírito Santo que o conduz. Segundo: a nova família de Jesus supera os laços de sangue. É constituída por aqueles que fazem a “vontade de Deus”.
(Dia a dia com o Evangelho 2015, Pe. Luiz Miguel Duarte)
Fonte: Paulus em 07/06/2015

HOMILIA

O fechamento à graça de Deus

O evangelho nos fala hoje dos inícios da pregação de Jesus, passado já algum tempo. Jesus surpreende, encanta com as suas palavras, e deixa todo o mundo admirado com seus milagres.
A coisa vai em aumento e faz prever um movimento importante. Diante disso o evangelista São Marcos nos apresenta várias reações.
Primeira, a reação do povo, que simplesmente gosta e se entusiasma. Mas há também outras duas reações: os parentes se preocupam, acham que ele exagera, se expõe demais, “está fora de si”, e a coisa pode ficar fora de controle.
Eles saem à sua procura com o propósito de convencê-lo para voltar a casa. Vão junto com a mãe dele.
Isto não é dito aqui, mas Maria está no fim, entre aqueles que chegam e pedem para falar com Jesus. Maria certamente não pensava que o seu filho estivesse fora de si, mas possivelmente queria lhe dar algum conselho de prudência, como tantas vezes fizera anteriormente.
No fim do evangelho de hoje Jesus toma posição: agora é a hora da Palavra de Deus. Quem a escuta e acredita entra a fazer parte da “minha” família, da nova família de Deus. Estes são agora meu irmão, minha irmã, minha mãe. Maria entende, e sabemos que fica com Jesus até o fim.
Mas há também outra reação: a dos escribas e fariseus. Eles também se preocupam. Não gostam que Jesus seja um mestre independente, não gostam que o povo vá atrás dele, e procuram desmoralizá-lo: se ele expulsa os demônios é porque está de acordo com o mesmo demônio.
Os dois estão combinados para enganar a gente, e o que fazem é uma pantomima. Jesus responde: se o demônio expulsa a si mesmo, está condenado ao fracasso.
Mas Jesus vai mais longe: qualquer pecado pode ser perdoado, menos o pecado e a blasfêmia contra o Espírito Santo. Este é um pecado eterno.
Essas palavras são inquietantes. Que pecado é esse, “contra o Espírito Santo”?
Jesus fala aos escribas e fariseus, que distorcem o sentido dos milagres que Jesus faz. Não querendo ver neles a mão de Deus, preferem dizer, por interesse próprio, que Jesus está possuído pelo demônio e age pelo poder do maligno.
Neste caso, quantos mais milagres e expulsões Jesus realizasse, mais eles iriam se convencer que Jesus era “do mal”. Deste modo eles próprios fechavam para si o caminho da conversão.
Deus perdoa todo aquele que se arrepende, mas aquele que persiste em fechar os olhos para não ver a luz, ele mesmo se condena a ficar nas trevas.
Contudo as palavras de Jesus não são ditas apenas para os fariseus: nós também deveríamos nos perguntar se muitas vezes não preferimos a mentira ou a meia verdade que nos interessa e agrada, à plena luz da verdade que nos incomoda.
Pecar contra o Espírito Santo é pecar contra a verdade de Deus. Amar a verdade mais que a nós mesmos é a condição para encontrar a verdade plena, para encontrar o Deus verdadeiro.
(Pe Jaime Sánchez Bosch)
Fonte: Liturgia da Palavra em 07/06/2015

REFLEXÕES DE HOJE


10 de JUNHO-DOMINGO

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HOMILIA DIÁRIA

Deus nos perdoa e nos liberta do poder do maligno

Deus nos perdoa e nos liberta do poder do maligno, mas é necessário arrependimento, vida nova e reconhecer o que é do Senhor e o que não é d’Ele!
“Ele está possuído por Beelzebu: é pelo príncipe dos demônios ele expele os demônios” (Marcos 3, 22).
Amados irmãos e irmãs, a Palavra de Deus, que vem ao nosso encontro neste domingo, nos mostra a ação libertadora de Jesus, Aquele que vence, que expulsa, que repele e que manda para longe de nós o tentador, aquele que sabota os planos de Deus, aquele que engana e ilude a nossa mente, o nosso coração e a nossa vontade a fim de nos tirar da visão do essencial e da presença de Deus.
Nós não podemos ignorar a ação do maligno em nosso meio. Ele não é mais do que Deus, não pode mais do que o Senhor nem pode destruir o que é d’Ele, a não ser que nós demos a ele essa autoridade e poder de atuação que não tem. O demônio age onde há humanidade, onde, nós, homens, o deixamos agir. Ele [o demônio] é a personificação de todas as tentações que nós vivemos, pelas quais passamos e sofremos durante a nossa vida terrestre.
Não é que o demônio apareça a alguém, não é que ele esteja como uma pessoa que todos veem, mas ele nos influencia, tem suas artimanhas e, muitas vezes, aproveita-se de nossas más inclinações para semear no mundo a discórdia, a mentira e suas obras. E muitas vezes, contribuímos com ele não só ao sermos seduzidos por suas artimanhas, como também quando seduzimos os outros e espalhamos o joio e o que não é do Reino de Deus, aquilo que vem do mal. Muitas vezes, nós somos instrumentalizados pelo poder do maligno.
A ação de Jesus quer nos libertar da força do mal! A ação de Jesus não nos quer presos e cativos à ação do maligno! Por isso as Sagradas Escrituras nos mostram esse poder da ação de Jesus; poder não só de expulsar os demônios, como também de repelir as obras e as tentações dele e perdoar os nossos pecados. Contudo, muitas vezes, Jesus é confundido pelos Seus, da Sua época, e a Sua obra não é compreendida.
Hoje o Senhor nos diz que todo pecado será perdoado aos homens, a não ser o pecado contra o Espírito de Deus. Aqui é importante compreender que todo pecado, de fato, tem perdão, a não ser aquele pecado em que a pessoa não quer ser perdoada ou que não o reconhece e não pede por ele perdão e misericórdia.
Por outro lado, o pecado que não se pode perdoar é aquele no qual a pessoa se fecha nele e não se abre para a libertação. Não é que Deus não queira nos perdoar, Ele é sempre perdão, mas é necessário arrependimento, é necessário reconhecer o que é do Senhor e o que não é d’Ele, e não atribuir ao mal aquilo que é de Deus!
Que o bom Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 07/06/2015

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a vencer a sedução das coisas visíveis, que logo passam, para procurar as coisas que duram para sempre no teu Reino Misericordioso. E nos faz generosos, Pai amado, para partilhá-las com os peregrinos desta marcha da humanidade de volta para o Lar Paterno – o teu Abraço de Amor. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 07/06/2015

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, ensina-nos a valorizar as nossas diferenças e dá à tua Igreja o dom da unidade. Mantém-nos atentos aos desejos dos irmãos, faze-nos cuidadosos no trato de suas carências e generosos na partilha dos nossos bens, especialmente com os mais pobres. Por Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo. Amém.

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