terça-feira, 3 de abril de 2018

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/04/2018

ANO B



Jo 20,11-18

Comentário do Evangelho

Mulher, por que choras?

Há uma tristeza que imobiliza e impede de dar o salto da fé. As lágrimas da desolação distorcem o olhar. Por isso, os mensageiros de Deus dizem a Maria Madalena uma palavra que é extensiva a toda a Igreja: “Mulher, por que choras?” Ela tinha razão, Jesus não está onde ela procurava, e alguém o havia levado. A presença do Ressuscitado não é evidente; é preciso outro olhar e ouvidos bem atentos. A tristeza distorce a realidade, mesmo a da fé, e confunde a visão. A irrupção do Ressuscitado na vida de Maria de Magdala, e na nossa vida, nos interpela: “Mulher, por que choras? Quem procuras?” É o encontro com o Senhor da vida que enxuga nossas lágrimas; ele é quem nos faz sair da realidade da morte. Por sua presença, que é dom, nosso olhar e nossos ouvidos são transformados para poder dizer a palavra do reconhecimento: “Rabûni” (v. 16). Maria compreende agora que o corpo de Jesus não foi roubado, mas transfigurado. Por isso, ela poderá dizer, por mandato do Senhor aos demais discípulos: “Eu vi o Senhor” (v. 18).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, ensina-me a ter um relacionamento conveniente com o Ressuscitado, reconhecendo que ele quer fazer de mim uma testemunha da ressurreição.
Fonte: Paulinas em 02/04/2013

Vivendo a Palavra

Como Maria Madalena, também nós temos dificuldade de reconhecer o Mestre que se coloca em nosso caminho. Ele se mostra nos sinais dos tempos, nos irmãos que encontramos, nos Sacramentos da Igreja, nas Palavras Sagradas da Bíblia e no mais profundo do nosso coração.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/04/2013

Reflexão

Maria Madalena queria somente estar com Jesus, ainda que ele estivesse morto. Queria estar com ele, mesmo que tivesse que ir buscá-lo, onde quer que o tivessem colocado. Chorava porque não havia encontrado Jesus. Estaria disposta a qualquer sacrifício para realizar o seu intento. Porém, se as pessoas correspondem ao amor de Deus, tanto mais Deus corresponde ao amor dos homens. Maria Madalena recebeu a grande recompensa pelo seu amor: fez a grande experiência do encontro pessoal com o ressuscitado, e anunciou a todos esta experiência.
Fonte: CNBB em 02/04/2013

Reflexão

Jesus ressuscitado reservou para Maria Madalena um encontro pessoal. Ela representa a comunidade que está à procura do Mestre. Chora por não encontrar o corpo de Jesus no sepulcro; chora naturalmente pela perda do amigo. Continua debruçada sobre a morte, ao passo que, livre das amarras e da corrupção do túmulo, Jesus está vivo. Quando Maria dá as costas ao passado e olha para aquele que a chama pelo nome, descobre que está diante do Senhor ressuscitado. Levada pela emoção e alegria, tenta segurá-lo. Jesus a corrige: “Não me retenha”. Doravante seu relacionamento com Jesus assume um modo novo. A missão da comunidade não é segurar Jesus, mas anunciá-lo aos irmãos. É o que faz Maria Madalena, tornando-se, desse modo, a primeira evangelista da ressurreição de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

NÃO ME RETENHAS!

A cena comovente do encontro de Maria de Mágdala com Jesus evidencia a mudança de relacionamento entre o discípulo e o Mestre, operada a partir da ressurreição. A nova condição de Jesus exigia um novo tipo de relacionamento.
Maria expressou o carinho que nutria por Jesus nos vários detalhes de seu comportamento. A notícia do desaparecimento do corpo do Senhor deixou-a perplexa. Com isso, perdia um sinal seguro da presença do amigo querido, mesmo reduzido a um cadáver. Sem ele, não teria um lugar preciso ao qual se dirigir quando quisesse prantear a perda irreparável do amigo. Por isso, mesmo que todos tivessem se afastado, ela permaneceu sozinha, à entrada do túmulo, chorando.
Seu diálogo com os anjos ocorreu de maneira espontânea, sem ela se dar conta de estar falando com seres celestes. Só lhe importava saber onde puseram "o meu Senhor". Da mesma forma aconteceu o diálogo com o Ressuscitado. Num primeiro momento, Maria pensou tratar-se de um jardineiro. Demonstrando uma admirável fortaleza de ânimo mostrou-se disposta a ir, sozinha, buscar o cadáver do Mestre para recolocá-lo no sepulcro. Tão logo reconheceu a voz do Mestre, tentou agarrar-se a ele. Ele, porém, exortou-a a mudar de comportamento. Doravante, o sinal de amizade que o Senhor queria dela era que se tornasse missionária da ressurreição. Já se fora o tempo em que podia tocá-lo fisicamente.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, ensina-me a ter um relacionamento conveniente com o Ressuscitado, reconhecendo que ele quer fazer de mim uma testemunha da ressurreição.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Maria Madalena
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nesta Terça Feira da Oitava da Páscoa nos encontramos com Maria Madalena, uma mulher apaixonada por Jesus, uma paixão até hoje incompreendida e mal falada por alguns "iluminados", que não conseguem vislumbrar algo além da carne. Jesus é o Grande Amor, não só de Madalena, mas de todos os que Nele crêem, e que só podem experimentá-lo a partir do amor que fascina e deslumbra.
Parece que João,Evangelista, neste evangelho apresenta-nos um resumo da Vida de Madalena, tendo como enredo a sua experiência com Jesus. Em Jesus tivera início a Nova Criação, era o primeiro dia da Semana, Madalena VIU a pedra removida do sepulcro, ainda estava escuro, era o início da sua Vida de Fé, ainda não consegue experimentar aquilo que transcende e prevalece a Lógica humana "Tiraram o corpo do meu Senhor", vai dizer aos apóstolos.
Inclinar-se para olhar dentro do sepulcro é atitude de quem está a procura de algo mais, VE dois anjos, "Levaram o meu Senhor!" com a Fé um pouco mais amadurecida ela consegue ver além, entretanto ainda pensa dentro da lógica humana. Depois disso ela se volta e vê Jesus, mas não o reconheceu, de fato, Jesus se deu a conhecer enquanto Palavra a ponto do próprio João chamá-lo de Verbo Encarnado, é a Palavra Poderosa de Deus que irá criar o mundo "FAÇA-SE", quando Jesus a chama pelo nome "Maria", então ela o reconhece, é precisamente a Palavra que nos comunica o dom da Fé, é a Palavra que cria e nos recria, nos renova e restaura.
"Mestre" vai exclamar Madalena. Quem o reconheceu quer experimentá-lo, tocar o outro, achegar-se mais ao outro, abraçar, pegar na mão. Madalena pensa ser esse o modo de experimentar Jesus em sua vida agora iluminada pela Fé.
As comunidades Joaninas dos anos 70 – 80 estavam desejosas de saber melhor quem era Jesus, e desejavam, como Madalena, tocá-lo, vê-lo, enxergá-lo. Retê-lo como um Bem particular, porém, não é mais esse o modo de se fazer a experiência de Jesus em nossa vida e em nossas comunidades.
Em seu estado glorioso, há uma presença real do Senhor, porém mística, que não se alcança com nossos sentidos, como cantamos no "Tão Sublime Sacramento". Madalena representa toda uma comunidade que por aquele tempo, quando tudo parecia ainda obscuro, soube vislumbrar essa nova presença de Jesus junto aos seus. Continuou uma eterna enamorada de Jesus, até o dia em que, na visão Beatífica, pode contemplá-lo plenificando o amor que alimentou nessa vida.
Inspirados por Santa Maria Madalena, que possamos também fazer essa bela experiência, reconhecendo o Senhor a partir da sua Santa Palavra, percebendo-o na vida dos irmãos e irmãs, que conosco caminham na comunidade.

2. POR QUE CHORAS?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O pranto de Maria Madalena revela que seu relacionamento com Jesus era pouco consistente. A morte do Mestre significou para ela a perda de uma pessoa querida. Ele soube valorizá-la, ajudando-a a recompor sua existência esfacelada por experiências negativas. Isto bastou para ela nutrir por Jesus um amor cheio de gratidão.
Uma sensação de vazio tomou conta do coração de Maria Madalena, quando veio a faltar-lhe este apoio humano. Diante do amigo morto, só lhe restava debulhar-se em lágrimas.
Maria Madalena, contente com o que Jesus representava para ela, só deu um passo adiante na sua compreensão, quando defrontou-se com o Ressuscitado. A humanidade do amigo querido era apenas um aspecto de sua verdade. Ele era também o Filho enviado pelo Pai, cuja missão, na Terra, havia sido concluída. Agora, estava de volta para junto de quem o enviara. Ele era o Senhor. Discípulo algum tinha o poder de retê-lo para si, ou de apossar-se dele. O Mestre estaria junto dos seus discípulos, mas sem a limitação de tempo e espaço.
Por conseguinte, Maria Madalena não tinha por que chorar. Ela teria para sempre consigo o Senhor ressuscitado. A ressurreição devolveu-lhe, novamente, a alegria. O Ressuscitado preencheu o vazio que a morte tinha deixado no coração dessa mulher. E o sentimento de perda foi superado por uma forma nova de presença do Mestre, mais interior e consistente.
Oração
Espírito de júbilo, que a alegria proveniente da ressurreição do Cristo me ajude a superar todo pranto causado pela frustração e pelo vazio da vida.
Fonte: NPD Brasil em 02/04/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jesus presente de um modo novo...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nós cremos e pregamos que Jesus Ressuscitado vai á frente das nossas comunidades, muitos talvez pensem: “Mas então porque tem vez que as coisas na comunidade não dão certo”. Se Jesus nos conduz e está realmente presente nas comunidades, não pode haver problemas e dificuldades a serem enfrentadas. E por último, se ele está presente, nada mais há para ser feito, ele está com as comunidades, vitorioso, deu tudo certo afinal e agora é só curtir a sua presença entre nós...
Nossas comunidades, igualzinho as daquele tempo, têm dificuldades para entender e perceber a presença de Jesus em seu meio, não é a presença do Jesus Histórico, que pode ser visto, tocado, apalpado, mas agora em seu estado glorioso marca a sua presença exatamente nas ações da comunidade, que quanto mais evangelizadora e libertadora, terá uma autenticidade incontestável. Entretanto nesta nova forma de se fazer presente, os sentidos são substituídos pela Fé e por isso, aqueles primeiros momentos da experiência de Maria Madalena mostra-nos na verdade os primeiros tempos da comunidade primitiva e as primeiras profissões de Fé, um pouco tímidas é verdade, na pessoa do Ressuscitado e a sua ação na comunidade.
Primeiro aquela impressão de que Jesus não está na comunidade "levaram o corpo do meu Senhor e não sei onde o puseram..." Jesus morto está em lugar incerto e não sabido. Deve estar no céu nos esperando, está por aí mas parece não dar atenção aos nossos desafios e lutas na comunidade, parece alguém indiferente, continua morto e ausente.
Um dia percebemos que Jesus está presente, o vimos nos símbolos litúrgicos, nas orações e leituras, nos gestos, mas ainda parece um mito distante, porque não se comunica conosco. Até que um dia, fazemos com ele uma profunda experiência e descobrimos que Jesus tem conosco uma relação pessoal, nos conhece profundamente, nos chama pelo nome, se revela claramente em nossas vidas, então na oração dialogamos com Ele como Maria, que o chamou de Mestre como fazia antes de sua morte, para Maria tudo voltou a ser como antes, tudo se retoma e se inicia, agora de um jeito novo... Essa experiência com Cristo é um processo dinâmico e vital para nós, pois é a Fé nesse Deus Vivo e Caminheiro, que dá sentido a tudo que somos e fazemos, sem passar por esse processo jamais encontraremos respostas que buscamos para o sentido do nosso Viver...
E nesse jeito novo de se perceber a presença de Jesus á luz da nossa Fé, como Madalena somos também enviados, pois o discipulado culmina na missão, e o centro do anúncio é Jesus Cristo: "Aquele que nos deu a filiação Divina, subo para meu Pai e Vosso Pai, Meu Deus e Vosso Deus". Eis a grande novidade, renovados em Cristo, remidos por ele, salvos pela sua paixão e morte, nos tornamos novas criaturas.

2. Maria Madalena foi anunciar: Eu vi o Senhor!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

No sepulcro, Maria Madalena se parece com a sulamita do Cântico dos Cânticos, que dá voltas pelo jardim à procura de seu amado. Maria Madalena está segura do que quer. Ela procura o corpo morto de Jesus, mas não o encontra porque ele está vivo. Ela chora, por isso não o vê quando ele mesmo fala com ela. Ela vê um jardineiro e insiste que o corpo de Jesus foi tirado por alguém. Quando, porém, Jesus a chama pelo nome: “Maria!”, caem as resistências, ela perde a segurança e se joga nos braços do Senhor. Jesus pede-lhe que não o segure, pois ele ainda está lá. Ela deve ir anunciar aos irmãos que ele vai subir “ao Pai e vosso Pai, ao meu Deus e vosso Deus”. Maria vai e diz aos discípulos: “Eu vi o Senhor”.

HOMÍLIA DIÁRIA

O amor não se contenta com um único olhar

Postado por: homilia
abril 2nd, 2013

Maria, em lágrimas, inclina-se e olha para dentro do túmulo. Ela já tinha, todavia, constatado que o túmulo estava vazio e tinha anunciado o desaparecimento do Senhor. Por que se inclina, então, ainda? Por que quer ver de novo? Porque o amor não se contenta com um único olhar. O amor é uma conquista sempre mais ardente. Ela já O procurou, mas em vão. Obstina-se e acaba por descobrir.
No Cântico dos Cânticos, a Igreja dizia do mesmo Esposo: «No meu leito, de noite, procurei aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade; pelas ruas e pelas praças, vistes aquele que o meu coração ama?» (Ct 3, 1-2). Duas vezes ela exprime a sua decepção: «Procurei-o, mas não o encontrei!» Mas o sucesso vem, por fim, coroar o esforço: «Os guardas encontraram-me, aqueles que fazem ronda pela cidade. Vistes aquele que o meu coração ama? Mal os ultrapassei, encontrei aquele que o meu coração ama. » (Ct 3,3-4)
E nós, quando, nos nossos leitos, procuraremos o Amado? Durante os breves repousos desta vida, quando suspiramos na ausência do nosso Redentor. Nós O procuramos na noite, pois, apesar do nosso espírito já estar desperto para Ele, os nossos olhos só veem a Sua sombra. Mas como não encontramos nela o Amado, levantemo-nos! Percorramos a cidade, ou seja, a assembleia dos eleitos. Procuremos de todo o coração. Procuremos nas ruas e nas praças, ou seja, nas passagens escarpadas da vida ou nos caminhos espaçosos. Abramos os olhos, procuremos aí os passos do nosso Amado.
Esse desejo fez Davi dizer: «A minha alma tem sede do Deus da vida. Quando irei ver a face de Deus? Sem descanso, procurai a Sua face» (Sl 42,3).
Lembro a você que “ver o Senhor é ver nosso próprio destino”. Nós fomos criados para a eternidade, na vida em comunhão com Deus. Chore! Grite! Apresente a Jesus sua tristeza e necessidade. Pois Ele lhe responderá chamando o seu nome, como chamou a Maria. E dirá: “Por que choras? Eu estava morto, mas agora vivo para sempre e tenho as chaves de tudo nas mãos. Posso abrir e fechar. Peça o que quiser e Eu lhe darei o que pedir”.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 02/04/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos discernimento para perceber e amar a tua Presença no Universo, obra de tua criação, e nos irmãos que nos deste como companheiros de jornada nesta terra. E ensina-nos a gratidão, especialmente pelo Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 02/04/2013

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