segunda-feira, 25 de setembro de 2017

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 26/09/2017

ANO A


Lc 8,19-21

Comentário do Evangelho

A “família” de Jesus é constituída por uma atitude que identifica o discípulo com Jesus.

Este texto está presente também nos outros dois sinóticos (Mt 12,46-50; Mc 3,31-35). Somente Marcos nos oferece o contexto pelo qual a família de Jesus vai procurá-lo: voltando para casa, em Cafarnaum, a multidão se aglomera na casa a ponto de nem ele nem os seus discípulos poderem se alimentar. A família de Jesus, incluída sua mãe, tomando conhecimento do que estava acontecendo, vai atrás de Jesus para “detê-lo porque diziam: enlouqueceu!” (Mc 3,20-21). No evangelho de João, são os adversários de Jesus que têm a mesma opinião: “Houve novamente discussões entre os judeus por causa dessas palavras. Alguns deles diziam: ‘Ele tem um demônio! Está louco! Por que o escutais?’” (Jo 10,19-20).
Seja como for, a chegada da família de Jesus é ocasião de ensinamento de Jesus aos discípulos: a “família” de Jesus não é constituída pela descendência do sangue, mas por uma atitude que identifica o discípulo com Jesus: a escuta da Palavra de Deus e a sua consequente prática.
Àquela mulher que do meio da multidão gritou: “Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!”, Jesus respondeu: “Felizes, antes, os que ouvem a Palavra de Deus e a observam” (Lc 11,27-28). A escuta da Palavra de Deus tem prioridade na vida do discípulo, pois na Palavra de Deus está contida a vontade de Deus para cada um e para todo o povo que o Cristo reúne.
Fonte: Paulinas em 24/09/2013

Comentário do Evangelho

No centro da vida cristã deve estar a Palavra de Deus.

A visita da família de Jesus é, para ele, ocasião de ensinar os seus discípulos acerca do específico da comunidade cristã (cf. Lc 6,46-49). É Marcos quem, no seu evangelho, informa a razão da visita da família de Jesus: pensavam que estivesse fora de si (Mc 3,21). No evangelho de João, são os adversários de Jesus que têm essa opinião a respeito dele (Jo 10,10-20). Aproveitando a ocasião e ignorando a intenção de sua parentela, Jesus ensina que a pertença ao povo que ele reúne não se dá pela descendência do sangue, mas por uma atitude que engaja o discípulo no dinamismo da escuta e da prática da Palavra de Deus (cf. Lc 6,46-47). Mais adiante no relato evangélico, àquela mulher que, admirada pelas palavras de Jesus, gritou: “Felizes as entranhas que geraram e os seios que te amamentaram”, Jesus respondeu: “Felizes são os que ouvem a Palavra de Deus e a praticam” (Lc 11,27-28). A mãe de Jesus passou, na tradição da Igreja, a ser modelo do discípulo porque ela é a mulher que escutou a Palavra de Deus e a praticou (Lc 1,38). No centro da vida cristã deve estar a Palavra de Deus. Em Jesus, Verbo de Deus, a Palavra de Deus adquire todo o seu sentido e é uma fonte de verdadeira vida.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que minha condição de membro da grande família do Reino se expresse no meu modo de proceder. Pela disposição a amar, quero dar provas de ser teu filho.
Fonte: Paulinas em 23/09/2014

Vivendo a Palavra

Ouvir e praticar a Palavra de Deus é a porta de acesso à intimidade da Família de Jesus. Entrada que está franqueada a todos nós que, de coração aberto, ouvimos e seguimos a Palavra que se fez carne e habitou entre nós – Jesus de Nazaré, o Filho Unigênito do Pai Misericordioso.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/09/2013

Vivendo a Palavra

Jesus mostra o caminho seguido por Maria para tornar-se sua Mãe e o deixa aberto para quem quiser segui-la, tornando-se seu irmão: basta ouvir a Palavra de Deus e a vivê-la nas relações existenciais. Que sejamos, como Ele, mansos e humildes de coração. O fardo será leve e o jugo, suave.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/09/2014

Reflexão

Existem muitas pessoas que querem demonstrar-se religiosas, mostrar a todos que participam da vida da Igreja e têm amizade com o clero e até usam dos cargos e funções sociais para conseguir isso. Porém, essas pessoas querem apenas se promover, não querem nenhum compromisso com o Evangelho e com o Reino de Deus. A atitude de Jesus nos mostra quem é importante para ele: aquele que ouve a Palavra de Deus e a coloca em prática, aquele que é capaz de amar, perdoar, partilhar, acolher, socorrer, consolar, compreender, ensinar, comprometer-se, doar-se, reunir, celebrar, orar, ser feliz com os que são felizes, chorar com os que choram, são empáticos, solidários, vivem o amor de Deus.
Fonte: CNBB em 24/09/2013

Meditação

Você procura colocar em prática os ensinamentos de Jesus para assim fazer parte de sua família? - Lembra-se de que, como irmãos, temos os mesmos deveres, os mesmos direitos e os mesmos bens? - É fácil desejar ao próximo tudo aquilo que desejamos a nós mesmos? - Colocar os ensinamentos de Jesus em prática consiste em amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a nós mesmos. Comente isso.
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 24/09/2013

Meditando o evangelho

A FAMÍLIA DO REINO

A opção pelo Reino estabelece laços profundos de amizade entre os discípulos, gerando neles uma solidariedade exemplar. Este parentesco espiritual, em muitos casos, pode ser mais sólido que o próprio parentesco sanguíneo. E, o mais importante: gera um ambiente de igualdade onde Deus Pai nos faz todos irmãos e irmãs.
O relacionamento físico com Jesus de Nazaré já não tem importância. A família do Reino se constitui a partir da escuta e da vivência da Palavra de Deus e não da pertença à família histórica de Jesus. O tempo e o espaço também não contam. Seja qual for a época em que se vive ou se viveu, é possível sentir a proximidade familiar em relação aos outros cristãos, desde pautemos nossa vida pela mesma proposta do Reino. Além disso, onde quer que estejam e de onde quer que venham, quando dois cristãos se encontram, deveriam imediatamente sentir brotar no coração um forte afeto fraternal, por terem o mesmo projeto de vida, e estarem unidos pela mesma opção por Jesus e por seu Reino.
Desde os primórdios, a comunidade cristã compreendeu este dado de sua identidade. E, assim, estabeleceu uma nítida diferença em relação à tradição judaica, cujo apego às genealogias e à consangüinidade era bem conhecida.
A família do Reino, como é constituída, pode reunir gente de todas as raças, povos, famílias e nações.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Senhor Jesus, faze crescer em mim o afeto por meus irmãos e irmãs de fé, sabendo que somos membros de uma só família, a família do Reino.

HOMILIA

A PROVA DE SER FILHO DE DEUS Lc 8,19-21
“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a mensagem de Deus e a praticam”. Ao declarar que todo aquele que faz a vontade de Deus é a Sua família, Ele não estava renunciando à Sua família segundo a carne. Como filho mais velho, Ele continuou a cuidar do bem estar da Sua mãe. Isto foi comprovado quando, ao dar a Sua vida na cruz, Ele passou essa responsabilidade ao discípulo a quem ele amava. Simplesmente Jesus define claramente que o parentesco de ordem humana, seja a mãe, os irmãos ou irmãs que ele tinha, não tem qualquer significação no Reino de Deus.
O relacionamento mais chegado do Senhor Jesus é com o Seu Pai, que está nos céus, o próprio Deus Pai. O único “parentesco” permanente que Ele pode ter é de ordem espiritual - e é com aqueles que fazem a vontade de Deus. A estes, Ele chama de meus irmãos.
Deixando de lado os laços sangüíneos, representado pelo parentesco segundo a carne com sua mãe e seus irmãos, o Senhor Jesus passará agora a ampliar o Seu ministério a todos aqueles que O receberem, sem distinção entre judeus e gentios. Não se dará mais exclusividade a Israel, devido à sua incredulidade e rejeição.
O relacionamento segundo a carne passa a ser inteiramente superado por afinidades espirituais. A obediência a Deus é agora o fator predominante e definitivo para estabelecer tais afinidades, sem outra distinção qualquer.
O mesmo se aplica a todo aquele que recebe Cristo como o seu Senhor e Salvador. Ele disse: Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a mim, não pode ser meu discípulo. Nosso relacionamento espiritual com Cristo produz um vínculo maior do que nosso parentesco de sangue.
Um aspecto muito importante que deve ser esclarecido é sobre os irmãos de Jesus. Há dias uma das assíduas comentadoras da homilia diária perguntava sobre este aspecto. Os irmãos de Jesus, como fica claro pelo próprio texto bíblico, eram filhos de Alfeu e sua esposa, e não de José e Maria. A dúvida sobre se Maria teve outros filhos só revela a Em diversos lugares o Evangelho fala desses ‘irmãos’. Assim, S. Marcos e S. Lucas referem que ‘estando Jesus a falar, disse-lhe alguém: eis que estão lá fora tua mãe e teus irmãos que querem ver-te” (Mt 12, 46-47; Mc 3, 31-32; Lc 8, 19-20; e também em Jo 7, 1-10).
Toda a pessoa que pergunte sobre os irmãos de Jesus somente revela a sua ignorância da própria Bíblia. Até porque as línguas hebraica e aramaica não possuem palavras que traduzam o nosso ‘primo’ ou ‘prima’, e serve-se da palavra ‘irmão’ ou ‘irmã’.
No Antigo Testamento encontramos e sobretudo em Gn 37, 16; 42, 15; 43, 5; 12, 8-14; 39, 15), sobrinhos, primos irmãos (1 Par 23, 21), e primos segundos (Lv 10, 4) - e até ‘parentes’ em geral (Job 19, 13-14; 42, 11). Há muitos exemplos na Sagrada Escritura. Lê-se no Gêneses que ‘Taré era pai de Abraão e de Harão, e que Harão gerou a Lot (Gn 11, 27), que, por conseguinte, vinha a ser sobrinho de Abraão. Contudo, no mesmo Gênesis, mais adiante, chama a Lot ‘irmão de Abraão’ (Gn 13, 3). ‘Disse Abraão a Lot: nós somos irmãos” (Gn 14, 14). Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, era filho de Rebeca, irmã de Labão (Gn 29, 12-15).
No Novo Testamento, fica claríssimo que os ‘irmãos de Jesus’ não eram filhos de Nossa Senhora. Os supostos ‘irmãos de Jesus’ são indicados por S. Marcos: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão e não estão aqui conosco suas irmãs?” Tiago e Judas, conforme afirma S. Lucas, eram filhos de Alfeu e Cleófas: ‘Chamou Tiago, filho de Alfeu… e Judas, irmão de Tiago” (Lc 6, 15-16). E ainda: “Chamou Judas, irmão de Tiago” ( Lc 6, 16). Quanto a ‘José’, S. Mateus diz que é irmão de Tiago: “Entre os quais estava… Maria, mãe de Tiago e de José (Mt 27, 56). Em S. Mateus se lê: “Estavam ali (no calvário), a observar de longe…., Maria Mágdala, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu”. Essa Maria, mãe de Tiago e José, não é a esposa de S. José, mas de Cleofas, conforme S. João (19, 25). Era também a irmã de Nossa Senhora, como se lê em S. João (19, 25): “Estavam junto à Cruz de Jesus sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria (esposa) de Cleofas, e Maria de Mágadala”. Simão, irmão dos três outros, ‘Tiago, José e Judas’ são verdadeiramente irmãos entre si, filhos do mesmo pai e da mesma mãe. Alfeu ou Cleophas é o pai deles.
Da mesma forma, se Nossa Senhora tivesse outros filhos, ela não teria ficado aos cuidados de S. João Evangelista, que não era da família, mas com seu filho mais velho, segundo ordenava a Lei de Moisés. Eis um dilema sem saída para os protestantes, pois os ‘irmãos de Jesus’ são filhos de Maria Cléofas e Alfeu.
Também decorre uma pergunta: Por que nunca os evangelhos chamam os ‘irmãos de Jesus’ de ‘filhos de Maria’ ou de ‘José’, como fazem em relação à Nosso Senhor? E por que, durante toda a vida da Sagrada Família, apenas conta-se três membros: Jesus, Maria e José?
Portanto, a própria Sagrada Escritura demonstra que os supostos ‘irmãos’ de Jesus são seus primos e não seus irmãos carnais. Sua afirmação de que o trecho de S. Mateus tem duas passagens, uma referindo-se à filiação carnal e a segunda à filiação espiritual fica sem sentido, visto que não conferem com o texto bíblico. Até porque o parentesco de sangue não é sequer mencionado pelos seus irmãos nas cartas que escreveram e que se encontram no Novo Testamento, indicando que não davam valor a isso. Ao invés disso, eles se dizem servos de Jesus Cristo.
Pai que minha condição de membro da grande família do Reino se expresse no meu modo de proceder. Pela disposição a amar, quero dar provas de ser teu filho.
Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
Fonte: Liturgia da Palavra em 23/09/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Deixar-se guiar por Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Percebemos nas diversas sentenças do Livro dos Provérbios, que abre essa liturgia, uma afirmação muito séria logo de início: Até o Rei, que é soberano, deve deixar-se guiar por Deus e nenhum homem é juiz de si mesmo, mas a sua retidão é determinada por Deus, pois somente ele conhece e sonda o coração do ser humano. Quando o homem é arrogante e cheio de orgulho, só manifesta a escuridão e não deixa aparecer a luz de Deus. Todas as demais sentenças aplicam-se a esta Verdade: É Deus que nos aponta por onde ir pois os projetos do homem são muitas vezes enganosos e não levam a lugar algum.
Por isso que encontramos no Salmista essa súplica que deve ser constante em nossa vida “Guiai-me, Senhor, nos caminhos dos vossos preceitos”, pois Deus é a estrada, e ao mesmo tempo o destino a ser alcançado. Este caminho tornou-se mais nítido em Jesus Cristo, pelo qual o Pai se manifestou, se revelou e falou diretamente aos homens. Antes, os instrumentos dos quais Deus se serviu, eram homens que poderiam se enganar, como de fato muitos se enganaram, mas no templo da plenitude a Palavra de Deus tornou-se carne e tornou-se imprescindível escutá-la e pô-la em prática pois Jesus não apenas nos mostra o caminho, mas ele é o caminho.
Os que ouvem esta palavra e a coloca em prática tornam-se íntimos de Jesus, criando com ele um forte laço, mais poderoso do que qualquer parentesco como mostra o evangelho. Talvez possamos pensar que neste evangelho, a mãe de Jesus foi relegada a um segundo plano. Primeiramente é preciso saber que, o termo Mãe designava a Matriarca da Família, seria ela a Bisavó ou a Tataravó, aquela que tinha autoridade sobre a família, por esta razão ela está ali, para convencer Jesus a ir para casa e deixar de lado a missão. Maria de Nazaré agiria assim?
Digamos, entretanto, que seja realmente Maria, é mais fácil entendermos que os demais membros da família a convenceram a ir até lá. No demais, o próprio Jesus sempre elogiou Maria pela sua obediência e fidelidade á Palavra de Deus, por isso ela é a primeira cristã e primeira discípula.

2. Quem são meus irmãos e minha mãe?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Ao ouvir esta passagem de Maria e dos chamados irmãos de Jesus que o procuram, imediatamente afirmamos: “Maria é aquela que ouve a Palavra de Deus e a põe em prática”, o que é verdade. Mas é verdade também que Jesus está de tal forma entregue à sua missão que a família passou para o segundo plano. Minha família, minha mãe e meus irmãos são estes que estão ouvindo agora a Palavra de Deus e querem pô-la em prática. De fato, a família de Jesus se amplia como se amplia a família de todos aqueles e aquelas que se dedicam aos outros. As pessoas adquirem um rosto e os relacionamentos se multiplicam. Mais ainda aqueles que seguem Jesus e fazem sua a missão do Mestre, como fizeram os Doze neste exercício de vida pastoral e ministerial. Algumas pessoas decidem assumir pessoalmente e fazer sua o que é vocação de todos. Toda a Igreja é contemplativa, toda a Igreja é missionária, e eu me faço missionário, e eu me integro na vida contemplativa. O que é de todos se concretiza na vida de pessoas que dão resposta a chamados específicos. Por nossa limitação de tempo e espaço, revelamos aspectos da multiforme graça de Deus presente em sua Igreja. A grande família dos irmãos e irmãs de Jesus tem Maria, a Mãe, à frente, de coração e ouvidos abertos para ouvir a Palavra de Deus e pô-la em prática. A Palavra é ouvida de diversas maneiras, assim como sua prática acontece de forma diversificada. Tudo, porém, se concentra na caridade fraterna. Deus está onde está o amor prático.

Liturgia comentada

Subir à casa do Senhor... (Sl 122 [121])
Desde o sonho de Jacó (Gn 28,10-12), o homem se dispôs a subir os degraus da escada, enquanto o próprio Deus ia descendo ao seu encontro. O Salmo 122 é um dos “salmos graduais” ou “cânticos das subidas” – uma série de quinze orações cantadas pelos peregrinos que se aproximavam de Jerusalém e de seu Templo. Mesmo à distância, ao ver os reflexos do sol na cúpula dourada, os israelitas já exultavam de alegria e começavam a cantar.
Tal era a importância da Cidade da Paz, que o povo de Israel se dividia em dois grupos: aquele que subia para lá – o olah – e os que desciam no regresso – os yordim. Israel se vê, pois, como um povo “em movimento”.
Subir é libertar-se. Na Bíblia, o verbo “subir” sugere variados sentidos. Chama-se “subida” a libertação da escravidão no Êxodo: “Foi o Senhor que nos fez subir, nós e nossos pais, do país do Egito, da casa da servidão”. (Jos 24,17) Livres, podem subir à montanha e prestar culto a Yahweh.
E aqui está outro sentido dessa subida: é a ascensão de uma montanha no sentido espiritual. Assim como as nações pagãs adoravam seus ídolos nos “lugares altos”, também Israel deve galgar as encostas do Monte Sião, até o Templo de Jerusalém, para entrar na presença do Senhor e adorá-lo. A peregrinação montanha acima já é um gesto de adoração. Na cadeia rochosa que é a espinha dorsal da Palestina, Jerusalém situa-se em um dos pontos mais altos, a 800m de altitude. O itinerário espiritual de Israel é uma jornada para o alto, em busca do Altíssimo. “Subir” é alçar-se acima do mundo material, das ocupações comuns e, claro, dos pecados de cada dia.
Já em tempos cristãos, tornou-se costume erigir os templos em lugares elevados, de modo que os olhares pudessem convergir para a “casa de Deus”. Numerosos santuários surgiram no topo de elevações, como na Serra da Piedade (Caeté, MG) e na Penha (Rio de Janeiro). No antigo Ordo da missa, o sacerdote rezava aos pés do altar os versículos do salmista: “Envia tua luz e tua verdade: elas me guiarão, levando-me ao teu monte santo, às tuas moradas”. (Sl 43,3)
Na apresentação do Salmo 122, Dom Marcos Barbosa, OSB, escrevia: “Este salmo, usado na consagração das igrejas, é também aplicado à Virgem Maria, que é Templo de Deus, Porta do Céu, Torre de Davi, Rainha da Paz, miniatura e plenitude da Igreja”. (Bíblia Mensagem de Deus, LEB-Loyola)
O homem não foi criado para rastejar na planície, mas para subir a montanha...
Orai sem cessar: “Só uma coisa eu procuro: habitar na casa do Senhor!” (Sl 27,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
Fonte: NS Rainha em 24/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

Precisamos escutar o Senhor

Precisamos ser ouvintes de Sua palavra; precisamos prestar atenção àquilo que Jesus fala a nós, precisamos escutar o Senhor.
E Jesus respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática” (Lc 8,21).
Jesus estava no meio daquele povo e os Seus se aproximaram e anunciaram-nO: “Sua mãe e seus irmãos estão aí”. E Jesus não os desprezou. Vamos entender essa palavra “irmãos” na profundidade, no sentido daqueles que faziam parte da mesma tribo, que tinham um parentesco mais próximo a Cristo. Muitos desses não aceitaram Jesus, não aceitaram a pregação que Ele trouxe e O trataram como mais um apenas.
O Senhor quer nos dizer que tem um grau maior de parentesco com Ele aquele que ouve a Sua Palavra, não aquele que pertence ou está ligado a Ele por uma condição sanguínea. O verdadeiro parentesco com Jesus tem aquele que ouve a Sua Palavra.
A primeira coisa: precisamos ser ouvintes da Palavra de Deus, precisamos prestar atenção àquilo que Jesus nos fala e escutá-lO.
A Palavra de Deus precisa fazer parte da nossa vida, precisamos ter um tempo de ouro para ela. Uma vez que ouvimos essa Palavra, precisamos praticá-la, e a meditação tem de nos levar a revermos o nosso comportamento, a nossa maneira de agir, aquilo que nós estamos fazendo.
Quando fazemos isso, meus irmãos, tornamo-nos íntimos do Senhor, próximos d’Ele; nós, realmente, fazemos parte da família de Jesus.
Nós exaltamos Maria, a mãe de Jesus, porque ela não só foi mãe e porque gerou Jesus, mas porque ela foi a mãe que ouviu atentamente seu Filho, ouviu Suas palavras e ainda disse: “Prestai atenção ao que Ele diz e fazei tudo o que ele dizer”. Ela, acima de tudo, viveu intensamente a Palavra do Senhor.
Nós queremos nos unir à mãe de Jesus e aos irmãos d’Ele que levaram a sério Sua Palavra e a colocaram em prática.
Pedimos: “Senhor, ajude-nos a não sermos apenas ouvintes de Sua Palavra, mas ensina-nos a sermos praticantes ávidos daquilo que o Senhor diz a nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 24/09/2013

HOMILIA DIÁRIA

É preciso ouvir a Palavra e colocá-la em prática

Muita gente ficou no meio do caminho, porque até ouviu muito a Palavra de Deus, mas não teve disposição o suficiente para colocá-la em prática.
“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática”(Lucas 8, 21).
A maravilha da Palavra de Deus hoje nos ensina o caminho, o segredo, para nos tornar também parentes do Senhor; irmãos, mãe, aqui não importa o grau de parentesco. Talvez você pense que Maria é a Mãe de Jesus só porque ela O gerou, mas a ligação aqui não é simplesmente sanguínea, é uma ligação tão e mais profunda do que esta, é espiritual! Maria não é somente Mãe de Jesus – essa já é uma graça grande demais, mas ela também é discípula do Seu Filho.
Qual é a condição para ser discípulo e discípula de Jesus? Primeira coisa: ouvir a Palavra de Deus, ouvir aquilo que vem do coração de Jesus, deixar os nossos ouvidos atentos para sermos alimentados, formados e conduzidos por essa Palavra. Quem ouve o Senhor tem a mentalidade d’Ele!
Se você escuta só as pessoas do mundo e o que os outros dizem, você vai adquirindo a mentalidade daqueles a quem você escuta. Ao passo que, quem ouve o Senhor, pensa como Ele, começa a ter dentro de si a mentalidade de Deus. Por isso, ouvir não é uma atitude qualquer, é a atitude da pessoa que está vigilante.
Pode ser que você esteja ouvindo o que estou falando, mas não esteja absorvendo o que está sendo dito. Ouvir é, antes de tudo, abrir-se para acolher, para que entre dentro de você aquilo que está sendo semeado. A atitude do discípulo, a cada dia, é ouvir as palavras, é ouvir aquilo que vem do coração do Seu Mestre, que orienta, conduz e direciona a nossa vida. Contudo, não basta só as ouvir!
A segunda disposição para ser um discípulo do Senhor é colocar em prática aquilo que ouviu, aquilo que aprendeu, que escutou, que foi ensinado aos nossos corações. Para se colocar em prática é preciso ter atitude para ouvir e para colocar em prática o que se ouviu: são necessários atos, disposições, abnegações, renúncias; deixar talvez muitas coisas, que até gostamos, para abraçar a vida que estamos recebendo da Palavra de Deus.
Muita gente ficou no meio do caminho, porque até escutou muito a Palavra de Deus, mas não teve disposição o suficiente para colocá-la em prática. Louvamos o nosso Deus, porque nos deu Sua Mãe como modelo de mulher, de discípula, de mãe, como aquela que escuta e põe em prática a Palavra de Deus. Pedimos que o Senhor nos conceda também a mesma disposição, que nos ajude a escutar a cada dia Sua Palavra e nos dê as inclinações necessárias para que coloquemos em prática aquilo que escutamos do coração de Deus.
Que o bom Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 23/09/2014

Oração Final
Pai Santo, dá-nos ouvidos atentos para escutar a Tua Palavra Viva; coração agradecido para acolhê-la com alegria e carinho; e coragem e perseverança para vivê-la nesta terra encantada, junto aos nossos companheiros de jornada. Por Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 24/09/2013

Oração Final
Pai Santo, faze-nos ouvintes atentos e encantados pela tua Palavra Criadora, feita carne em Jesus de Nazaré e nos dá coragem e força para torná-la viva em nossas relações com os irmãos peregrinos que colocaste junto a nós na caminhada. Pelo Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 23/09/2014

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