segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 13/12/2016

Ano A


Mt 21,28-32

Comentário do Evangelho

Duas atitudes diante do chamado de Deus.

Como está o nosso sim ou a nossa adesão a Deus? A teologia da retribuição faz parte de uma mentalidade que perpassa quase todo o Antigo Testamento. O trecho do livro do profeta Ezequiel nos põe às portas da primeira deportação dos judeus para a Babilônia, em 597 a.C. A deportação mais importante foi a do ano 587 a.C., e a terceira foi em 582 a.C. Ante a iminência do exílio, o povo de Deus blasfema pondo em Deus a culpa de seu fracasso. Mas Deus não se cala; nem sempre Deus silencia. É Ele quem revela as faltas do seu povo. O exílio é o fruto podre das alianças políticas equivocadas e consequência do abandono, por parte do povo, do Deus que os havia libertado da casa da servidão. A injustiça que eles cometeram foi abandonar os mandamentos do Senhor para seguir suas próprias inclinações más. É preciso compreender que Deus não nos trata segundo as nossas faltas, nem é Ele que está na origem de nossos males. Deus provoca a conversão e acolhe todo pecador que se converte. Nesse sentido, o texto de hoje do profeta Ezequiel é um apelo à conversão.
A parábola dos dois filhos representa duas atitudes diante do chamado de Deus. Essa parábola é a sequência do diálogo com os sumos sacerdotes e anciãos em que eles perguntam a Jesus, perplexos pela sua atitude de expulsar do Templo os cambistas e os comerciantes (Mt 21,12-16), quanto à origem de sua autoridade: “quem te concedeu essa autoridade?” (v. 23). A pergunta deles revela a resistência em reconhecer a origem divina de Jesus. Desejam desmascarar Jesus, mas diante de Jesus é a máscara deles que cai por terra. O filho que diz não ao seu pai e, depois, acaba indo trabalhar na vinha, vale mais do que aquele que diz sim, mas não obedece. Um homem de verdade é reconhecido por seus atos, não por suas intenções. Imaginemos um banquete em que os lugares eram distribuídos em função da dignidade das pessoas. O anúncio de Jesus significa que os publicanos e as prostitutas, cujas vidas, num primeiro momento, representavam um não a Deus, ocupam, no Reino dos Céus, o lugar reservado aos sumos sacerdotes e aos anciãos. Por quê? Por que eles ouviram a pregação de João Batista e se converteram. Os sumos sacerdotes e os anciãos, ao contrário, resistiram em crer em João, como resistem em crer em Jesus, apesar de terem visto as boas obras, e não se converteram.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, quero ser para ti um filho que escuta a tua Palavra e se esforça para cumpri-la com sinceridade. Que a minha resposta a teu apelo não seja pura formalidade.
Fonte: Paulinas em 28/09/2014

Vivendo a Palavra

Jesus anuncia o Amor eficaz, que podemos definir assim: ‘o Amor é o que o Amor faz e não o que o Amor diz’. Não são cristãos – seguidores do Cristo – aqueles que dizem ‘Senhor, Senhor!’, mas quem ouve e cumpre a vontade do Pai que está no céu. Tenhamos em nossos corações o desejo de servir ao irmão, para a glória do seu e do nosso Criador.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/09/2014

Vivendo a Palavra

Nosso Mestre esclarece que o amor é o que o amor faz e não aquilo que o amor diz. Coloquemo-nos nesta parábola: como nós vivemos o amor aos companheiros desta caminhada? Prometemos e não cumprimos, ou, às vezes até sem prometer, nós vivemos a solidariedade, a fraternidade e a compaixão?
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg05.php

Reflexão

Novamente o Evangelho nos mostra a pessoa de João Batista e a sua missão de precursor do Messias. Acreditar nas palavras de João acarreta na vivência do compromisso da conversão, e não uma mera conversão de palavras, mas conversão que exige gestos concretos que a demonstre. Por isso que Jesus nos conta inicialmente a parábola. Ele nos mostra que de nada adianta a adesão a uma religião formal, ritualista, que não tenha nenhum vínculo com a vivência do amor, pois o que é necessário é o cumprimento da vontade de Deus, e não o que falamos a ele, pois a fé é para ser vivida e não simplesmente anunciada.
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2016&mes=12&dia=13

Recadinho

O que dizer da chamada “parábola do arrependimento?” - Não deve ser esta uma de nossas primeiras atitudes, o saber arrepender-se? - Adianta dizer que é de formação católica se não pratica? - Procuramos coerência entre nossas palavras e atos? - Pede as luzes do Espírito para conseguir trilhar o caminho do arrependimento?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuario Nacional em 28/09/2014

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Dizemos SIM, mas...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Vamos contar o “Sim” que damos a Deus através da Igreja, e como vamos abordar Sacramentos, é bom lembrar que o “Amém” vale por um Sim. Começando no dia do nosso Batismo. “Ah! Mas eu era um bebezinho!” pode retrucar alguém. Mas os pais e padrinhos disseram Sim em nosso favor. Depois veio os outros dois Sacramentos da Iniciação cristã, Crisma e Eucaristia, este último ecoa em toda nossa vida, em cada Eucaristia que celebramos e recebemos. Portanto, confirmados na Fé e enviados em Missão Sim. Eucaristizados para viver a comunhão com as pessoas no amor, respeito, ajuda, compreensão, misericórdia... Sim, Amém eu aceito teu corpo Senhor, amém eu assumo ser pão de amor.
Sacramento da Penitência ou Reconciliação, dizemos Amém diante do abraço cheio de perdão e misericórdias do Pai e fazemos propósito de não mais sairmos de sua casa. O grande e definitivo Sim que damos diante do altar, para o nosso cônjuge ao recebermos o Sacramento do Matrimônio. E no Sacramento da Ordem e na Vida Religiosa? Quanto Sim acabou virando Não.
E o Sim do Amém, cada vez que fazemos em nós o sinal da Cruz, prometendo manter em nosso coração e nossa alma esta comunhão com a Trindade Santa que é Pai, Filho e Espírito Santo Amém. Já deu claramente para perceber que neste evangelho estamos no lugar do Filho que disse Sim, diante do pedido feito pelo Pai!
E agora que já nos localizamos, podemos nos perguntar: quem são os que aparentemente disseram “Não”? São todas as pessoas não sacramentalizadas, as não cristãs, as de religiões diferentes do nosso Cristianismo. Gente de todas as raças e línguas, e até os ateus convictos!
Muita gente de Israel, por fazer parte do Povo Eleito da Antiga Aliança, achava que a prática religiosa, a obediência à Lei de Moisés, a participação nos ritos de purificação no templo, a compreensão dos ensinamentos da Torá nas Sinagogas, já os credenciava como prediletos de Deus, enquanto que, os impuros, os pecadores, as mulheres da Vida, os Publicanos, Leprosos, cegos, coxos, haviam dito Não, e pagavam por seus pecados ficando bem longe da possibilidade de Salvação. E de repente Jesus Cristo, o Messias, o grande Profeta, o maior de todos os Mestres, assim considerado entre eles, começa a aproximar-se dessa gente impura que havia dito Não e que não fazia parte dos “Salvos”.
Se nós cristãos vivêssemos todos os Améns e o Sim, que já demos e que vamos continuar dando a Deus, nos ritos sacramentais, o Reino da Plenitude já teria acontecido, porque nosso exemplo e testemunho seriam mais que suficiente para que a humanidade inteira acreditasse na Salvação que Jesus nos trouxe e nos oferece gratuitamente. Porém, com o nosso Cristianismo, ocorre o mesmo que no antigo Judaísmo, nosso SIM para trabalhar na Vinha do Senhor que é o seu Reino, fica restrito à liturgia e aos ritos sacramentais, belíssimos na sua forma, mas na Vivência, com atitudes, palavras e pensamentos, vamos dizendo nosso “Não”.
A advertência de Jesus é para todos nós Cristãos deste tempo: As pessoas não sacramentalizadas, e que nem professam a Fé em Jesus Salvador, poderão sim, alcançar o Reino primeiro que nós, se em seu proceder buscam a justiça, igualdade, e o resguardo da dignidade humana, respeitando a Vida do seu semelhante. Há uma massa imensa de Batizados, Casados na Igreja, Crismados e até Eucaristizados, contradizendo com a vida, o Sim que um dia deram a Deus na Vida Familiar, na política, no mundo do trabalho, nos meios empresariais, no comércio, na ética e na moral, nos bons costumes, e até na Pastoral e no Movimento...

2. Um homem e seus dois filhos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2016’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Jesus dirige-se aos sacerdotes do Templo e aos fariseus e os censura por não terem acreditado em João Batista, um homem que caminhava na justiça. Publicanos e prostitutas foram até João, procuraram ouvi-lo e se converteram. Esse fato podia ter mexido com o coração dos sacerdotes e dos fariseus, mas não, permaneceram insensíveis. Ficam presos em palavras e teorias e não descem à vida prática, realizando o que Deus quer. Publicanos e prostitutas aparentemente diziam um não a Deus enquanto os sacerdotes e os fariseus diziam sim. Na prática, os pecadores se converteram, mudaram de vida, fizeram o que Deus esperava deles, enquanto os religiosos disseram sim com palavras e não com as ações. Os sinais não são vistos por quem não quer vê-los. Não apenas não vejo o que é evidente, mas sou capaz de negar o que é objetivo. Jesus faz maravilhas, mas é pela força de Beelzebu. Com que autoridade João faz o que faz se não é ninguém, nem o profeta semelhante a Moisés, nem Elias, nem o Messias. Condiciono a verdade a quem a apresenta e assim me desculpo por não aceitá-la.

3. OS DOIS FILHOS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total - http://www.domtotal.com/religiao/eucaristia/liturgia_diaria.php).

A parábola evangélica ilustra duas maneiras possíveis de se posicionar diante do projeto de Deus, explicitado pelo Messias Jesus.
O primeiro filho corresponde às pessoas que respondem afirmativamente ao apelo de Deus, só da boca para fora, sem interioridade. Seu "sim" permanece na teoria, sem converter-se em ações concretas de amor e justiça. Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo são um exemplo desta atitude. Apesar de ocuparem um lugar elevado na hierarquia religiosa, seu modo de viver não correspondia à vontade do Pai. Sua fé era pura aparência.
O segundo filho é símbolo de quem responde com uma negação verbal ao apelo divino, mas repensando sua resposta, submete-se à vontade do Pai. O Evangelho identifica este filho com os cobradores de impostos, odiados por explorarem o povo e estarem a serviço dos opressores romanos, e com as prostitutas, cuja vida desregrada era objeto de condenação. Pois bem, gente deste tipo poderia, em determinado momento, empenhar-se em fazer a vontade de Deus. Isto lhes valeria a salvação.
Por conseguinte, é compreensível que os cobradores de impostos e as meretrizes possam preceder os sumos sacerdotes e os anciãos do povo, no Reino dos Céus.
Oração
Espírito de honestidade para com o Senhor, faze com que o meu "sim", dado em resposta aos apelos do Reino, converta-se em gestos concretos de amor.

http://www.npdbrasil.com.br/religiao/evangelho_do_dia_semana.htm#d3

Oração Final
Pai Santo, ensina-nos o Amor eficaz – aquele que, independente de promessas, nos coloca a serviço dos companheiros que colocaste ao nosso lado nesta jornada de volta ao Lar Paterno, a tua Morada Santa. Queremos seguir o Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
http://www.arquidiocesebh.org.br/mdo/pg06.php

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