quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 16/02/2012

16 de Fevereiro de 2012 

Marcos 8,27-33

Comentário do Evangelho

Jesus é o Cristo

Com a decisão de ir para Jerusalém, Jesus, no caminho, pergunta aos discípulos: "Quem dizem as pessoas que eu sou?". Respondendo, os discípulos mencionam a opinião do povo: Jesus seria um profeta como João Batista, Elias, ou algum outro da tradição. Pedro, por sua vez, responde dando a sua interpretação: Jesus é o Cristo (ou messias). Porém, o messias do judaísmo seria um líder empenhado na conquista do poder. Jesus, percebendo que eles não o compreendem bem, pede-lhes silêncio sobre isto. Falando dos sofrimentos que poderia enfrentar em Jerusalém, onde ia fazer seu anúncio libertador aos peregrinos que para lá acorriam, Pedro se escandaliza, pois tal coisa não corresponde ao messias esperado. Jesus o repreende severamente. Pedro ainda tem em mente as coisas dos homens, e não as coisas de Deus. 

José Raimundo Oliva



Vivendo a Palavra

O Mestre ensina o caminho da humildade. Ele se coloca no nível dos discípulos e quer saber deles até que ponto eles estão compreendendo sua mensagem. Isto era importante para que pudessem não só aprendê-la, mas torná-la viva em suas relações existenciais. O comunicador deve se preocupar com o seu ouvinte.



Reflexão 
A resposta que damos à pergunta que Jesus faz aos discípulos e a cada um de nós no Evangelho de hoje mostra principalmente o significado que ele tem em nossas vidas e exige coerência no relacionamento que nós temos com ele. Para Pedro, Jesus é o Messias, o enviado de Deus, o Ungido, o Salvador, mas Pedro é incoerente no relacionamento, pois não quer submeter-se a ele e aceitar os caminhos da salvação. Assim também acontece conosco: dizemos que Jesus é amor, mas não amamos; que é Deus, mas não o servimos; que é o enviado do Pai, mas não o ouvimos; que é nosso irmão, mas não criamos fraternidade.



COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "O Entusiasmo de Pedro..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Retomamos a reflexão de ontem quando falamos sobre o périgo de uma Fé superficial, marcada pelo entusiasmo inicial, e que é apenas o início de um longo processo e que jamais nesta vida poderá ser compreendida como um final pois uma conversão pronta e acabada, não existe nesta vida.

No evangelho de hoje nos confrontamos com Pedro Apóstolo, com esse exato perfil: a Fé entusiasmante e arrebatadora, que acha que a experiência feita ocasionalmente com Jesus Cristo, já resolveu todos os seus problemas, estando tudo pronto e agora é só aguardar a hora do arrebatamento definitivo para o céu.

"Tu és o Cristo" o Messias prometido, nós somos os primeiros a acolhê-lo e a partir de agora tudo vai dar certo em nossas vidas. Pedro e os demais tinham razões de sobra para pensarem assim, os sinais que Jesus realizara, milagres e curas, ressurreição de mortos, com alguém ao nosso lado, com todo esse poder, não precisamos de mais nada nessa vida.

Pois essa "Fé" do "Tudo vai dar certo" é logo descartada por Jesus, que para desmontá-la na cabeça e no coração de Pedro e dos demais, começa a falar da sua paixão, morte e ressurreição. Mas Pedro, que não queria mudar sua mentalidade e postura em relação a Jesus, tem a ousadia de chamar o Mestre de Lado dando-se ao direito de repreendê-lo.

O homem da pós-modernidade têm essa mesma ousadia de Pedro, quando não aceita o evangelho em sua originalidade, quando quer adaptar o ensinamento de Jesus á vida moderna, inventando um cristianismo que pega mais "leve", sem tanto compromisso e fidelidade, principalmente na questão da ética e moral, pois quando se trata de aceitar Jesus Cristo, admitir que ele é Deus, todo mundo assina em baixo, mas quando essa Fé exige mudanças no meu modo de pensar e de agir, daí somos todos do time de Pedro, que naquele momento foi chamado de Satanás por Jesus, exatamente por não querer aceitar o jeito de agir de Deus.

2. Jesus é o Cristo(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Vide acima

Oração

Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em tuas mãos. 
E dá-me a graça de, como ele, ser fiel a ti.

3. A IDENTIDADE REVELADA(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Ao longo do Evangelho, Jesus proíbe terminantemente que propaguem seus grandes feitos, mormente aqueles milagres que mais explicitavam sua condição de Messias. Com isto, tentava evitar ser enquadrado em esquemas incompatíveis com o seu projeto messiânico. A empolgação diante dos milagres poderia levar a identificações apressadas.

Num dado momento, Jesus revelou sua identidade messiânica e ofereceu aos discípulos uma chave de compreensão. Sem dúvida, ele era o Messias. Não, porém, um Messias glorioso, cheio de majestade e poder. Antes, devia sofrer muito, ser rejeitado e padecer a morte, para, então, ressuscitar.

Jesus identificou-se como Messias servidor, destinado a pagar o preço de sua opção. Sua glória consistia em colocar-se a serviço dos pobres e marginalizados. Seu poder manifestava-se nos gestos poderosos de cura de multidões abatidas por doenças e enfermidades ou vítimas da opressão dos espíritos impuros. Portanto, uma visão de Messias desprovida de mundanismo, antes toda voltada para o querer do Pai.

Os discípulos precisaram de tempo e paciência para assimilar a revelação de Jesus. Afinal, estavam contaminados pelas esperanças messiânicas do povo. Teriam preferido um Messias glorioso, a um Messias, servo sofredor.

Oração 

Espírito que leva a servir, ajuda-me a modelar minha vida pela do Messias Jesus, cuja existência foi toda um serviço incansável aos mais necessitados.



“E vós, quem dizeis que eu sou?”

Postado por: homilia

fevereiro 16th, 2012



Jesus encerra o Seu ministério entre os gentios e decide dirigir-se para o sul a caminho de Jerusalém, pela Judeia, em um ambiente exclusivamente judaico para ali anunciar o Evangelho. Depois de tudo o que falou e fez entre os gentios, agora quer colher a consciência popular, saber o que as pessoas dizem a Seu respeito. “Quem o povo diz que eu sou?”, Ele pergunta.
O Mestre sabia das diversas imagens a respeito de Sua personalidade, mas quis ouvir dos Seus, o que eles estavam escutado pelos ‘bastidores’. A pergunta lhes é dirigida na ocasião de uma viagem em direção às aldeias de Cesareia de Filipe. Como era do conhecimento de Jesus, as respostas eram divergentes, até mesmo absurdas: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; e outros que és um dos profetas” (Marcos 8,28).
Falar sobre o que os outros diziam sobre Jesus era tão fácil que todos  se levantaram e se pronunciaram. Mas o que Jesus queria mesmo era ouvir dos discípulos o que eles pensavam sobre o Mestre. Até porque Ele não estava interessado em saber o que o povo dizia, pois isso Ele já sabia.
Jesus queria saber se, no coração de Seus discípulos, já se delineara a certeza de Sua essência. Então, redireciona a pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?“. Diante desta terrível pergunta, Pedro, cheio do Espírito Santo, logo se apresenta para afirmar: “Tu és o Cristo“. Em Mateus aparece a profissão de fé mais contundente: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
A esta afirmação, Jesus adverte que ainda não era hora de tornar pública toda a verdade, por isso pediu que esperassem um pouco mais para começar a propagar que Deus se fizera carne e habitava entre nós. O Senhor percebeu que havia alcançado Seu objetivo entre os discípulos e que este conhecimento os fortaleceria para pregarem a Sua mensagem a todos os demais.
Eis o segredo de um ministério vitorioso: deixar bem claro, na mente e no coração de todos, a Verdade para que estes deem continuidade à pregação com zelo, certeza e firmeza. Jesus começa a mostrar a Seus discípulos o que O aguardava: “O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, três dias depois, ressuscitará”.
Esta parte era a mais dura de se ouvir, a ponto de constranger os discípulos, pois eles esperavam que seu líder fosse reconhecido e homenageado pelos príncipes e recebesse honrarias, mas não o contrário. Isso pareceu fora de propósito. Foi por isso que Pedro chamou Jesus à parte e começou a reprová-Lo. Jesus, então, conclui que até Pedro tinha dado ouvidos a satanás e, virando-lhe as costas, volta-se em direção aos discípulos e repreende com veemência o espírito que falava pela boca de Pedro naquela hora: “Saia da minha frente, Satanás! Você está pensando como um ser humano pensa, não como Deus pensa”.
Este episódio nos demonstra que os apóstolos não estavam suficientemente maduros, pois ainda permitiam que o inimigo se manifestasse no meio deles.
Esta, muitas vezes, é a minha e a sua situação quando não vivemos a constante vigilância e oração: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”. Distraídos, o diabo pode  nos pegar de surpresa e nos derrubar em questão de segundos.
Graças a Deus, o tempo do titubeio durou pouco. Logo, os discípulos ficaram prontos para o ministério da salvação. Assim como eles, também precisamos pedir a Deus a graça do amadurecimento gradual da fé em nós e a revelação da verdadeira identidade de Jesus, Servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue nas mãos do Pai.
“Pai, revela-me a verdadeira identidade de Jesus, Servo fiel, cuja vida esteve totalmente entregue em Suas mãos. Dê-me a graça de, como Ele, ser fiel ao Senhor.
Padre Bantu Mendonça


Leitura Orante
 
Preparo-me para a Leitura Orante, 
com todos os internautas, rezando, com 
Santa Catarina de Sena: 

Senhor, 
Tu me olhas e me conheces! 
Entendi isso na tua luz. 

1. Leitura (Verdade) 

- O que a Palavra diz?

Leio na Bíblia o texto do dia em 
Mc 8,27-33. 

No Evangelho de ontem (Mc 8,22-26) o cego não enxergou totalmente, de início. Só numa segunda tentativa, o homem enxergou perfeitamente. O mesmo acontece com Pedro e os outros discípulos. Dizendo que Jesus era o Messias, Pedro era como o cego curado pela metade. Reconhecia o Messias, mas sem a cruz! Jesus completa a cura da visão dele falando que era preciso que o Filho do Homem sofresse, carregasse a cruz, morresse e ressuscitasse ao terceiro dia. É sincero! Esta palavra, na sua etimologia - "sin cero" - significa "sem cera" ou "sem máscara", transparente. 

2. Meditação(Caminho) 

- O que a Palavra diz para mim? 

Posso me perguntar: 

Quem é Jesus Cristo para mim? 
Aceito as verdades da fé na sua totalidade?
 Ou uso meias medidas, máscaras? 
Aceito Jesus Cristo como realmente é, ou o faço conforme me convém?
 Acolho a Palavra como é, ou a interpreto segundo meu modo de ver, para justificar minhas atitudes?
 Em Aparecida, os bispos afirmaram:

"Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e, ao mesmo tempo, o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos "a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus" (Mc 1,1). Como filhos obedientes á voz do Pai queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n'Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação." 
(DAp 103). 

3.Oração (Vida) 

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 

Rezo a Jesus Mestre
 
Jesus Mestre, santificai minha mente e aumentai minha fé. 
Jesus, Mestre vivo na Igreja, atraí todos à vossa escola. 
Jesus Mestre, libertai-me do erro, 
dos pensamentos inúteis e das trevas eternas. 
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós, 
tudo vos ofereço e de vós tudo espero. 
Jesus, caminho da santidade, 
tornai-me vosso fiel seguidor. 
Jesus caminho, 
tornai-me perfeito como o Pai que está nos céus. 
Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós. 
Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós. 

Jesus Vida, 
fazei-me viver eternamente na alegria do vosso amor. 
Jesus verdade, que eu seja luz para o mundo. 
Jesus caminho, que eu seja vossa testemunha autêntica 
diante das pessoas. 
Jesus vida, fazei que minha presença contagie a todos 
com o vosso amor e a vossa alegria. 
( bem-aventurado Alberione) 

4.Contemplação/Missão (Vida) 

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 

Viverei hoje com um novo olhar:
 a certeza de que Jesus Cristo em quem acredito é o Filho de Deus vivo. 

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. 
Amém. 

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. 
Amém. 

-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. 
Amém. 

I. Patrícia Silva, fsp 

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