domingo, 28 de setembro de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 28/09/2025

ANO C


26º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Ano C – Verde

“Não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos” Lc 16, 31b

Lc 16,19-31

Ambientação

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: O egoísmo é o anti-evangelho e a desumanização da sociedade. Sermos cristãos, nos coloca em posição de corresponsabilidade em relação a todo ser humano por amor de Cristo, que humaniza e “diviniza” nossos atos.
https://diocesedeapucarana.com.br/storage/105668/26-domingo-tempo-comum-ano-c-28-setembro-2025.pdf

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Irmãos e irmãs, nos reunimos para celebrar o Dia consagrado ao nosso Deus. Para nossa adesão ao Senhor, é preciso uma confiança plena, depositando nossa esperança apenas n'Ele e não na riqueza e no poder deste mundo. No desejo da vida eterna, o Senhor nos pede menos apego às coisas que passam e uma atenção para com os irmãos que vivem na pobreza, passam fome e são excluídos: é assim que manifestamos o Reino de Deus nesse mundo. Que esta Eucaristia nos transforme e que o louvor ao Pai, por Jesus, na força do Espírito Santo brote da sinceridade de nosso coração.
https://arquisp.org.br/wp-content/uploads/2025/06/Ano-49C-53-26o-DOMINGO-DO-TEMPO-COMUM.pdf

O CLAMOR DE LÁZARO E O SILÊNCIO DO RICO: UM ESPELHO PARA NOSSO TEMPO

A parábola de Jesus, no Evangelho de Lucas deste domingo, nos apresenta um contraste gritante: um homem rico, anônimo, vestido de púrpura e linho fino, que se banqueteia todos os dias; e, à sua porta, um pobre com nome - Lázaro - coberto de feridas e faminto, desejando as migalhas que caíam da mesa.
Lázaro não fala, não acusa, não protesta. Ele apenas está. Sua presença silenciosa é o apelo mudo de tantos que, ao longo da história, vivem à margem de um mundo que celebra excessos, enquanto muitos padecem necessidades. A cena nos provoca: quantas vezes, como o rico, nos acostumamos a conviver com a dor alheia sem permitir que ela nos toque?
Jesus não diz que o rico foi cruel ou injusto. Seu pecado foi a indiferença. Ele “via” Lázaro, mas escolheu não o enxergar. Seu coração se fechou numa bolha de bem-estar, impedindo-o de ver o outro como irmão. A morte, grande equalizadora, revela o abismo que já existia em vida: Lázaro é acolhido no seio de Abraão, o rico permanece isolado em sua solidão.
A teologia lucana aqui é clara: a salvação não é uma questão de privilégios ou méritos, mas de escuta da Palavra e prática da misericórdia. Abraão recorda ao rico que ele teve Moisés e os Profetas – ou seja, a revelação de Deus estava à sua disposição. Mas ele preferiu não escutar. O Evangelho termina com um alerta para todos nós: se não ouvimos a Palavra, nem mesmo um milagre nos converterá.
Neste domingo, somos chamados a romper o círculo da indiferença. O nome do pobre é Lázaro que significa “Deus ajuda”. Ele está às portas de nossas casas, comunidades e cidades. Sua presença nos desafia: acolhemos, de fato, a Palavra de Deus? Permitimos que ela gere frutos de compaixão em nós?
A parábola não é uma condenação, mas um convite à conversão. É Jesus batendo à porta do nosso coração, pedindo que abramos não apenas os olhos, mas também as mãos e o coração ao irmão que sofre. Só assim o abismo entre o céu e a terra será vencido pela ponte da caridade.
Dom Carlos Silva, OFMCap
Bispo Auxiliar de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Brasilândia
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Comentário do Evangelho

Parábola do rico e Lázaro


O uso do dinheiro e dos bens materiais tem sido um tema recorrente nas discussões dos últimos tempos. A liturgia de hoje nos alerta sobre os perigos da riqueza, que pode aprisionar e levar à exploração sem remorso. Esse é um risco que pode afastar o ser humano de Deus, tornando-o insensível à pobreza e à realidade dos mais necessitados. Amós, um dos profetas do Antigo Testamento, denuncia com firmeza a desigualdade entre ricos e pobres. Em sua mensagem de advertência, ele critica a ostentação dos abastados, como nas imagens das camas de marfim, dos perfumes caros e dos banquetes luxuosos, que os tornam insensíveis ao sofrimento do povo, representado pela “ruína de José” (primeira leitura). Diante deste pecado, Deus trará a justiça, e os ricos serão os primeiros a sofrer as consequências, incluindo a deportação e o exílio. A opressão aos pobres e a indiferença para com os necessitados são atitudes condenáveis, que qualquer bom líder deve evitar.
Paulo, em sua carta a Timóteo, orienta-o a seguir o caminho de Cristo, que é caracterizado pela justiça sem privilégios, pela piedade voltada para o próximo, pela fé nas promessas divinas, pelo amor mútuo, que tem sua origem em Deus, pela perseverança diante das adversidades e pela mansidão nas dificuldades. Seguindo esse exemplo, o discípulo estará aguardando a vinda gloriosa do Senhor.
Lucas, mais do que qualquer outro evangelista, destaca o contraste entre ricos e pobres. Na parábola do rico e Lázaro, ele não descreve o além, mas sublinha a inversão de papéis entre os personagens, um tema que também aparece no Magnificat (Lc 1,52-53) e nas Bem-aventuranças (Lc 6,20-21). A narrativa começa com o contraste entre um rico, que vive em luxo e festas opulentas, e um pobre, Lázaro, que está à sua porta, cheio de feridas e faminto. O nome Lázaro, que significa “meu Deus ajuda” em hebraico, simboliza sua total dependência do Senhor, pois seus desejos nunca são atendidos na terra. Com a morte, as posições se invertem: Lázaro é levado pelos anjos para junto de Abraão, símbolo do reino de Deus, enquanto o rico é lançado em tormento e clama por alívio, mas sua súplica é rejeitada. Ele é informado de que, enquanto viveu, desfrutou de bens e prazeres, mas não atendeu às necessidades do pobre. Mesmo após sua morte, ele implora para que seus familiares sejam alertados, mas a resposta é clara: se não ouvirem as Escrituras, não acreditarão nem mesmo se alguém ressuscitar dos mortos.
O rico não é punido pela riqueza em si, mas pela negligência em partilhar o que possuía. A verdadeira essência da fé cristã está em viver a Boa-Nova de Jesus de maneira prática, sem se deixar escravizar pelos bens materiais.
https://catequisar.com.br/liturgia/parabola-do-rico-e-lazaro/

Reflexão

Jesus conta a parábola para os fariseus. A narrativa gira em torno do conflito social entre ricos e pobres, tema caro a Lucas. O rico se veste de luxo e tem comida farta, mas não tem nome. O pobre se alimenta das migalhas do rico, mas tem nome. Os dois morrem: o rico foi enterrado, e o pobre, levado ao seio de Abraão. O diálogo entre o rico e Abraão revela o caminho da superação do abismo entre ricos e pobres: a Palavra de Deus. A parábola não está enfatizando a existência do céu ou do inferno. Ela questiona o abismo que há entre riqueza e pobreza. A desgraça da riqueza é quando ela se torna “mamona”, isto é, adorada como um deus, e se torna obstáculo ao acesso ao Reino de Deus. O amor à riqueza torna cega a pessoa e a desfigura socialmente. A função social da riqueza é favorecer o bem-estar de todo cidadão. Não é humano fechar-se na “sociedade do bem-estar”, ignorando a “sociedade do mal-estar”. Não podemos ficar indiferentes diante de “tanta riqueza” em contraste com “tanta miséria”.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)
https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/28-domingo-8/

Reflexão

«Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males»

Rev. D. Valentí ALONSO i Roig
(Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus confronta-nos com a injustiça social que nasce das desigualdades entre ricos e pobre. Como se se tratasse de uma das imagens angustiantes que estamos habituados a ver na televisão, o relato de Lázaro comove-nos, consegue o efeito sensacionalista de remover os sentimentos: «Até os cães vinham lamber suas feridas» (Lc 16,21). A diferença é clara: o rico vestia-se de púrpura; o pobre tinha como vestido as chagas.
A situação de igualdade chega seguidamente: morreram os dois. Porém, ao mesmo tempo, acentua-se a diferença: um chegou ao seio de Abraão; ao outro se limitaram a sepultá-lo. Se nunca tivéssemos ouvido esta história e lhe aplicássemos os valores da nossa sociedade, podíamos concluir que quem ganhou o prêmio devia ser o rico, e o que foi abandonado no sepulcro, era o pobre. Está claro, logicamente.
A sentença chega-nos pela boca de Abraão, o pai na fé, e esclarece-nos quanto ao desenlace: «Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males» (Lc 16,25). A justiça de Deus inverte a situação. Deus não permite que o pobre permaneça para sempre no sofrimento, na fome e na miséria.
Este relato sensibilizou milhões de corações de ricos ao longo da história e levou multidões à conversão; porém, que mensagem será necessária neste nosso mundo desenvolvido, hiper-comunicado, globalizado, para nos fazer tomar consciência das injustiças sociais de que somos autores ou, pelo menos, cúmplices? Todos os que escutavam a mensagem de Jesus tinham o desejo de descansar no seio de Abraão, mas, no nosso mundo quantas pessoas se contentam com ser sepultados quando morrerem, sem querer receber o consolo do Pai do céu? A autêntica riqueza consiste em chegar a ver Deus, e o que faz falta é o que afirmava Sto. Agostinho: «Caminha pelo homem e chegarás a Deus». Que os Lázaros de cada dia nos ajudem a encontrar Deus.

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Aprendei a ser ricos e pobres, tanto os que têm algo neste mundo como os que não têm nada. Pois também vós encontrareis o mendigo que se enaltece e o abastado que se humilha. Deus observa o interior!» (Santo Agostinho)

- «Face a uma cultura de indiferença, que muitas vezes acaba por ser impiedosa, o nosso modo de vida deve estar cheio de piedade, empatia, compaixão, misericórdia, que tiramos diariamente do poço da oração» (Francisco)

- «(...) O drama da fome no mundo chama os cristãos que oram com sinceridade a assumir uma responsabilidade efetiva em relação aos seus irmãos, tanto nos seus comportamentos pessoais como na solidariedade para com a família humana (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.831)
https://evangeli.net/evangelho/feria/2025-09-28

Reflexão

Solidariedade: despertar o “coração acostumado”

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos do Papa Francisco)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, há algumas paisagens às que nós terminamos nos acostumando de tanto vê-las ou ouvi-las. O grande risco de nós acostumarmos é a indiferença: já nada nos causa assombro, nem nos estremece, nem nos questiona... Algo assim pode acontecer com a triste paisagem que vemos cada vez com mais força em nossas ruas (gente de toda idade pedindo ou procurando no lixo, dormindo nas esquinas…) e em nosso mundo (terrorismo, guerras…).
Assim, vem a indiferença: não nos interessam suas vidas, suas historias, suas necessidades, nem seu futuro. No entanto, é a paisagem que nos rodeia e nós, queiramos ver ou não, formamos parte dela.
—Este coração acostumado é despertado e resgatado do mal da indiferença o convite da Igreja ao jejum: um jejum que deve partir do amor e levar-nos a um amor maior. O jejum que Deus quer é “não dar as costas ao irmão”. Jejuar desde a solidariedade! Hoje só se pode jejuar trabalhando para que outros não “jejuem”.
https://evangeli.net/evangelho-master/feria/2025-09-28

Comentário do Evangelho

Havia um homem rico, que (...) dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico».


Hoje escutamos uma parábola de Jesus. É uma boa advertência! Andamos distraídos com muitas coisas que nos impedem de olhar ao coração de nossos irmãos. Muita festa e pouca caridade! Somos todos irmãos, somos todos filhos de Deus e um bom cristão deve aprender a compartilhar.
—Não é rum ir à festa, mas evita que seus dias sejam uma “festa”. Esse caminho não leva a nenhum lugar: o que se planta nesta vida é o que se leva à outra Vida.
https://family.evangeli.net/pt/feria/2025-09-28

HOMILIA

A PALAVRA: DOS OUVIDOS AO CORAÇÃO!

Deus é o Criador de todas as coisas e não despreza nada do que fez. Também é quem nos dá inteligência. E já ao nos criar, ordena-nos que cresçamos, dominemos toda a criação. Pela inteligência, criamos maravilhas a partir dos bens que Ele criou. Assim, dormir em camas de marfim, deitar em almofadas, comer cordeiros ou novilhos do rebanho, cantar ao som das harpas, beber vinhos em taças, perfumar-se com os mais finos unguentos, tudo isso, em si, é bom.
Mas, o que Ele mesmo, por meio de Amós, condena é que alguns têm esse bem-estar, mas “vivem despreocupadamente em Sião”, “não se preocupam com a ruína de José”. Nadam em suas riquezas, enquanto ao seu lado ou os rodeando de todos os lados, está o povo em grande penúria. Fazem-se um “bando de gozadores” da vida, convivendo com irmãos seus em sofrida miséria.
É a mesma realidade a que Jesus alertava os fariseus, e hoje a cada um de nós: “Um homem rico” vestia-se com roupas finas e elegantes, fazia festas esplêndidas todos os dias. Por si, tudo poderia ser avaliado como muito normal, até como bênção de Deus. Não é a abundância de bens um sinal profético dos tempos messiânicos?
Mas, o que Jesus condena é que “um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão, à porta do rico. Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico”, o que não lhe chegava à boca e ao estômago. Era de novo a despreocupação daquele rico, sua insensibilidade ante as extremas necessidades de irmãos seus “no chão”, a sua porta.
Morrem o rico e Lázaro. Aquele “foi enterrado”, e o pobre foi levado pelos anjos “para junto de Abraão”. E o rico pede, por meio de Abraão, que Lázaro molhe a ponta do dedo para lhe refrescar a língua. Abraão lhe mostra ser impossível, pois “há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós”, abismo que o próprio rico criou aqui na terra ao se distanciar insensivelmente, em sua riqueza, das necessidades de “Lázaro”.
Nosso futuro eterno, nós o criamos hoje, com os bens, poucos ou muitos, que temos em mãos: ou uma ponte ou um abismo entre nós e os irmãos necessitados que convivem conosco. A ponte aqui é o acesso aos céus. Como pessoas de Deus, fujamos das coisas perversas, conquistemos a vida eterna, para a qual estamos sendo sempre chamados.
Pe. Domingos Sávio, C.Ss.R.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=28%2F09%2F2025&leitura=homilia

Oração
— OREMOS: Ó DEUS, que mostrais vosso poder, sobretudo, no perdão e na misericórdia, derramai em nós a vossa graça, para que, correndo ao encontro das vossas promessas, mereçamos participar dos bens celestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.
https://www.a12.com/reze-no-santuario/deus-conosco?data=28%2F09%2F2025&leitura=meditacao

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