sábado, 8 de março de 2025

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 07/03/2025

ANO C


Mt 9,14-15

Comentário do Evangelho

O sentido do jejum

O evangelho não nos informa de que jejum se trata. Dos fariseus, Lucas diz que jejuavam duas vezes por semana (Lc 18,12), mas dos discípulos de João nós não temos nenhuma informação. Quanto à prática do jejum, o texto parece associar os discípulos de João aos fariseus. O Levítico recomenda o jejum para o dia do perdão dos pecados (Lv 23,26-32). Havia, de fato, entre os fariseus a tendência de estender, como lei, para a vida cotidiana de todo o povo certa ascese individual ou de grupo. Jesus também, antes de iniciar o seu ministério público, jejuou durante quarenta dias (Mt 4,2; Lc 4,2). Os Profetas Isaías e Zacarias não abolem o jejum, mas o relativizam em face do amor e da misericórdia (Is 58,1-12; Zc 7). Jesus dá à prática do jejum um sentido cristológico: é em relação à ausência (morte) do "noivo" que ele deve ser praticado.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este momento.
Fonte: Paulinas em 15/02/2013

Comentário do Evangelho

O verdadeiro jejum

Nosso texto é uma controvérsia entre os discípulos de João e Jesus acerca do jejum não observado pelos discípulos do Nazareno. Certamente, embora o texto não nos informe, não se trata do jejum prescrito pela Lei de Moisés. Dos fariseus, o próprio Lucas nos informa que eles jejuavam duas vezes por semana (Lc 18,12), mas dos discípulos de João não temos nenhuma notícia quanto a essa prática em todo o Novo Testamento. O único dia de jejum prescrito pela Lei de Moisés é para o dia do perdão (cf. Lv 23,26-32). Os fariseus que consideram a si mesmos como justos queriam impor a todo o povo as suas práticas ascéticas. É bastante provável que é disso que se trate. Jesus, antes de iniciar o seu ministério público, jejuou durante quarenta dias (Mt 4,2; Lc 4,2). Há, no Antigo Testamento, passagens em que um jejum puramente exterior, incapaz de transformar a vida da pessoa, é duramente criticado. Isaías e Zacarias, por exemplo, relativizam o jejum em face do amor e da misericórdia, que são exigências primordiais da Lei (Is 58,1-12; Zc 7). Jesus centra a prática do jejum na cristologia, a saber, é em relação à ausência do “noivo”, uma referência à sua morte, que o jejum deve ser praticado. Seguindo essa linha de raciocínio, a Igreja prescreve para os cristãos católicos o jejum na Sexta-Feira Santa.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este momento.
Fonte: Paulinas em 07/03/2014

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Virão em que o noivo lhes será tirado


A Quaresma foi um tempo penitencial marcado pelo jejum. Hoje, as penitências foram deixadas à espontaneidade dos fiéis que, livremente, escolhem a mortificação que lhes convém neste tempo de conversão. O jejum prescrito se restringe à Quarta-feira de Cinzas e à Sexta-feira Santa.
Os judeus observavam os dias de jejum previstos na Lei de Moisés, e em um desses dias os discípulos de João Batista, que também jejuavam, questionaram Jesus quando viram que os discípulos dele não estavam jejuando. Jesus responde perguntando se os convidados de um casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles.
Ele não fala em jejum, fala em luto, porque naquele tempo o jejum acompanhava os dias de luto. O verdadeiro jejum, porém, é a ausência de Cristo. Quando ele não está, estamos jejuando. Quando estamos longe dele, estamos em jejum. Mas é bom jejuar. Jejuamos para ficar mais fortes.
O jejum nos deixa mais leves, mais espertos e mais despertos. Jejum de alimentos, jejum de coisas, jejum de apegos, para subirmos livremente à colina do Calvário e com Jesus entregar nossa vida ao Pai. Unidos a ele, sentimo-nos saciados e então podemos exercitar-nos com práticas de penitência para o fortalecimento da nossa vontade. O que não pode acontecer é que o jejum se torne “expressão de uma religiosidade afetada pela mortificação do corpo, mas não tem valor algum senão para satisfação da carne”, como se lê na Carta aos Colossenses.
Cônego Celso Pedro da Silva,
Fontes: Catequisar e Comece o Dia Feliz em 16/02/2024

Vivendo a Palavra

Jejum significa domínio sobre nós mesmos, ordenamento das prioridades pessoais: os apetites, as paixões e mesmo a busca de conhecimento devem estar subordinados ao espírito, conscientes de que já vivemos, ainda que não em sua plenitude, no Reino do Pai Misericordioso. O nosso jeito de existir refletirá esta disposição interior.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2013

VIVENDO A PALAVRA

Para Jesus, o jejum acontecia naturalmente. Decorria das prioridades que Ele elegia: o melhor do seu tempo era dedicado à oração, encontro pessoal com o Pai. Permanecia em silêncio, enlevado, até que fosse descoberto pela multidão que merecia dele atenção e cuidado. E não lhe restava tempo para cuidar das carências do próprio corpo. Isaías profetizou isto setecentos anos antes...
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2018

VIVENDO A PALAVRA

Jesus Cristo vive o jejum que Isaías já profetizara como aquele que agrada ao Senhor. Aparentemente Ele transgredia e a letra da Lei, mas, de fato, cumpria o seu Espírito. Foi uma opção que exigiu extrema e lhe custou a vida, mas o Pai a consagrou com a Ressurreição. Deve ser a nossa opção, se dizemos que somos discípulos do Mestre de Nazaré.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/03/2019

VIVENDO A PALAVRA

O jejum que se costumava pedir ao povo era um ato restrito aos sinais externos – rosto triste, roupa de sacos, cinza na cabeça… – e o vazio, a aridez nos corações. Não era a isso que Jesus visava. Ele queria de seu povo e deseja de sua Igreja: Justiça, fraternidade, compaixão e solidariedade; em resumo: Amor a Deus, que se manifesta no cuidado com os irmãos.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/02/2020

vIVENDO A PALAVRa

Jesus não ‘fazia’ jejum para cumprir uma norma. O jejum simplesmente acontecia: Ele Se esquecia de Si mesmo, naturalmente… Tudo decorria das prioridades que Ele elegia: a melhor parte do seu tempo era dedicada à oração, encontro pessoal com o Pai. Permanecia em silêncio, enlevado, até que fosse descoberto pela multidão que merecia dele atenção e cuidado. E não lhe restava tempo para cuidar das carências do próprio corpo. Isaías profetizou isso quinhentos anos antes…
Fonte: Arquidiocese BH em 19/02/2021

Reflexão

As práticas religiosas não podem ser simples ritualismos que cumprimos por costume ou tradição. Os fariseus e os discípulos de João faziam jejum, cumprindo os valores tradicionais da religiosidade de sua época, mas o cumprimento desses valores não lhes foi suficiente para que se tornassem capazes de reconhecer o tempo em que estavam vivendo e por quem foram visitados, de modo que não puderam viver a alegria de quem tem o próprio Deus presente em suas vidas e nem puderam usufruir de forma mais plena essa presença de graça. Somente quem viver uma verdadeira religiosidade que seja capaz de estabelecer um relacionamento profundo e maduro com Deus e perceber os seus apelos nos dos sinais dos tempos pode colher os frutos dessa religiosidade.
Fonte: CNBB em 15/02/2013 07/03/2014

Reflexão

Os discípulos de João Batista ainda não perceberam que é tempo de festa e não de jejum: o Messias, noivo da nova família de Deus está presente. “Dias virão em que o noivo será tirado deles”. A expressão pode se aplicar tanto à hora da paixão e morte de Jesus, quanto ao tempo após sua ressurreição. São os nossos dias. Tempo de disciplina espiritual e prontidão, enquanto “aguardamos a vinda do Cristo Salvador”. Indiretamente, Jesus resgata, a partir de Isaías, o significado do jejum que agrada a Deus: “Romper as amarras da injustiça, desfazer as correntes da canga, pôr em liberdade os oprimidos… repartir o pão com quem passa fome, hospedar em casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu e não se fechar diante daquele que é sua própria carne” (Is 58,6-7).
(Dia a dia com o Evangelho 2018 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 16/02/2018

Reflexão

Jesus se apresenta como o noivo que desposa a comunidade e convida todos a viverem esta festa sublime. E a festa é justamente a presença dele, de suas obras em favor dos menos favorecidos. A festa da renovação de mentalidade. Momento de reconhecer que não é o acúmulo de obras que apressa a vinda do Messias. Jesus já está presente como expressão viva do infinito amor de Deus. É preciso entrar em comunhão com ele. Portanto, nem jejum nem luto, mas festa jubilosa porque Deus está conosco. A resposta de Jesus não desvaloriza nem anula a prática do jejum. Mas é preciso não se deter em ações que desviam o foco do que é mais importante: no centro estão Jesus e seus ensinamentos. Nessa nova realidade, mais importante do que o jejum é acolher Jesus, presente também na vida do outro.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Fonte: Paulus em 08/03/2019

Reflexão

Os discípulos de João Batista ainda não perceberam que é tempo de festa, e não de jejum: o Messias, noivo da nova família de Deus, está presente. “Dias virão em que o noivo será tirado deles”. A expressão pode se aplicar tanto à hora da Paixão e morte de Jesus, como ao tempo após sua ressurreição. São os nossos dias. Tempo de disciplina espiritual e prontidão, enquanto “aguardamos a vinda do Cristo Salvador”. Indiretamente, Jesus resgata, a partir de Isaías, o significado do jejum que agrada a Deus: “Romper as amarras da injustiça, desfazer as correntes da canga, pôr em liberdade os oprimidos… repartir o pão com quem passa fome, hospedar em casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu e não se fechar diante daquele que é sua própria carne” (Is 58,6-7).
Oração
Ó Jesus, nosso Mestre e Senhor, ensina-nos o verdadeiro valor do jejum. Para teus discípulos, outrora, jejuar indicava experimentar tua ausência nos dias de tua Paixão e morte. Para nosso conforto, pela tua ressurreição, decidiste permanecer para sempre conosco. Tempo de alegria. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 28/02/2020

Reflexão

O pequeno texto de hoje trata da questão do jejum. Os discípulos de João Batista estão preocupados e questionam Jesus por que eles jejuam enquanto os discípulos do Mestre não jejuam. Jesus responde que ele é o “noivo da comunidade”, e enquanto ele está presente não há motivo para jejuar. No dia em que ele for tirado da comunidade, talvez haja motivos para jejuar. O tempo da sua presença na vida terrena é uma festa de bodas, e não convém o jejum. O jejum já foi muito mais vivido e valorizado na Igreja; hoje em dia, é exigido apenas na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa. O jejum faz sentido se leva aquele que o faz a solidarizar-se com os que jejuam frequentemente por não possuírem comida. Além do jejum de alimento, há muitos outros que podemos assumir, principalmente nestes tempos de consumismo exacerbado.
ORAÇÃO
Ó Jesus, nosso Mestre e Senhor, ensina-nos o verdadeiro valor do jejum. Para teus discípulos, outrora, jejuar indicava experimentar tua ausência nos dias de tua paixão e morte. Para nosso conforto, pela tua ressurreição, decidiste permanecer para sempre conosco. Tempo de alegria. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2021 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp e Pe. Nilo Luza, ssp)
Fonte: Paulus em 19/02/2021

Reflexão

Jesus é muito prático em seus ensinamentos e tem plena consciência de quem ele é e do que está realizando. Jesus é o noivo, e seus discípulos precisam aproveitar sua presença ao máximo. Assim, vão aprender dele como devem agir para que o Reino aconteça entre as pessoas; porém, chegará o momento em que Jesus não estará mais presente e, mesmo assim, a missão deve seguir adiante. Nesse momento, os discípulos vão jejuar porque a realidade exigirá isso deles. Noutras palavras, não deveríamos fazer as coisas simplesmente por fazer ou por tradição ou por ouvir dizer; deveríamos aprofundar o sentido do nosso fazer e compreender as motivações que nos fazem tomar esse ou aquele caminho. É preciso dar atenção ao aqui e agora, para que nossa resposta de fé seja coerente e condizente com o momento vivido.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 04/03/2022

Reflexão

Os discípulos de João Batista ainda não perceberam que é tempo de festa, e não de jejum: o Messias, noivo da nova família de Deus, está presente. “Dias virão em que o noivo será tirado deles.” A expressão pode se aplicar tanto à hora da paixão e morte de Jesus, como ao tempo após sua ressurreição. São os nossos dias. Tempo de disciplina espiritual e prontidão, enquanto “aguardamos a vinda do Cristo salvador”. Indiretamente, Jesus resgata, a partir de Isaías, o significado do jejum que agrada a Deus: “Romper as amarras da injustiça, desfazer as correntes da canga, pôr em liberdade os oprimidos […] repartir o pão com quem passa fome, hospedar em casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu e não se fechar diante daquele que é sua própria carne” (Is 58,6-7).
(Dia a dia com o Evangelho 2024)
Fonte: Paulus em 16/02/2024

Reflexão

«Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão»

Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer
(Barcelona, Espanha)

Hoje, primeira sexta-feira da Quaresma, tendo feito jejum e a abstinência da quarta-feira de Cinza, procuramos oferecer o jejum e o Santo Rosário pela paz, que é tão urgente no nosso mundo. Nós estamos dispostos a ter cuidado com este exercício quaresmal que a Igreja, Mãe e Mestra, nos pede que observemos e, ao recordar o que o mesmo Senhor disse: «Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles? Mas chegarão dias em que o noivo será tirado do meio deles. Aí então eles vão jejuar» (Mt 9,15). Temos o desejo de vivê-lo não só como o cumprimento de um critério ao que estamos obrigados, e —sobretudo— procurando chegar a encontrar o espírito que nos conduz a viver esta prática quaresmal e que nos ajudará em nosso progresso espiritual.
Em busca deste sentido profundo, podemos perguntar: qual é o verdadeiro jejum? Já o profeta Isaías, na primeira leitura de hoje, comenta qual é o jejum que Deus aprecia: «Comparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos convida-os a tua casa; quando vires ao desnudo, cobre-lo; não fujas deles, que são teus irmãos. Então tua luz sairá como a manhã, e tua saúde mais rápido nascerá, e tua justiça irá à frente de tua cara, e te acompanhará o Senhor» (Is 58,7-8). Deus gosta e espera de nós tudo aquilo que nos leva ao amor autêntico com nossos irmãos.
Cada ano, o Santo Padre João Paulo II nos escrevia uma mensagem de Quaresma. Em uma dessas mensagens, sob o lema «Faz mais feliz dar que receber» (Hch 20,35), suas palavras nos ajudaram a descobrir esta mesma dimensão caritativa do jejum, que nos dispõe —desde o profundo do nosso coração— a prepararmos para a Páscoa com um esforço para identificarmos, cada vez mais, com o amor de Cristo que o levou até a dar a vida na Cruz. Definitivamente, «o que todo cristão deve fazer em qualquer tempo, agora deve fazê-lo com mais atenção e com mais devoção» (São Leão Magno, Papa).

Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Três são as molas que fazem a fé manter-se firme: a oração, o jejum e a misericórdia. Quem possui só um destes três, não possui nenhum» (São Pedro Crisólogo)

- «As Sagradas Escrituras e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é uma grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que induze a ele. O verdadeiro jejum, repete o divino Mestre, consiste mais bem e cumprir com a vontade do Pai celestial» (Bento XVI)

- «Como já acontecia com os profetas, o apelo de Jesus à conversão e à penitência não visa primariamente as obras exteriores “o saco e a cinza”, os jejuns e as mortificações, mas a conversão do coração, a penitência interior: Sem ela, as obras de penitência são estéreis e enganadoras(…)» (Catecismo de la Igreja Católica, nº 1.430)
Fonte: Evangeli - Evangelho - Feria em 16/02/2024

Reflexão

A tradição do jejum

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje começamos a Quaresma, lembrando-nos dos quarenta dias de jejum que o Senhor viveu no deserto antes de dar inicio à sua missão pública. Igual que Moisés antes de receber as Tabuas da Lei, ou igual que Elias antes de encontrar o senhor no monte Horeb, Jesus orando e jejuando preparou a sua missão, cujo inicio foi um duro enfrentamento com o tentador.
As Sagradas Escrituras (desde o mesmo “Gênesis”) e toda a tradição cristã ensinam que o jejum é uma grande ajuda para evitar o pecado e tudo o que induz a ele. Por isso, na historia da salvação encontramos em varias ocasiões o convite a jejuar. No Novo Testamento, Jesus indica a razão profunda: o jejum da vontade própria permite cumprir a vontade do Pai celestial.
—Se Adão desobedeceu a ordem do Senhor de “não comer da arvore da ciência do bem e do mal”, com o jejum eu desejo submeter-me humildemente a Deus, confiando na sua bondade e misericórdia.
Fonte: Evangeli - Evangelho Master - Feria em 16/02/2024

Recadinho

No jejum, deixamos de lado algo que nos agrada, oferecendo este gesto em sacrifício e isto se transformará em bênçãos para nossa vida. Tenho consciência disso? - Ou faço parte do grupo daqueles que jejuam... tão somente porque preciso emagrecer? - Sei me alegrar com Jesus Ressuscitado mas também acompanhá-lo no caminho do calvário? - Apesar de às vezes a vida ser difícil, procuro espelhar-me em Cristo? - Purifico meu coração através da oração?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 07/03/2014

Meditação

“Por que nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” A pergunta veio logo depois da boa refeição em casa de Mateus. Sempre houve quem olhasse as coisas materiais, bebida, comida, outros prazeres, como opostos à vida nova de união com Deus. Jesus preferia ensinar a moderação no uso desses bens. O jejum e a abstinência devem ajudar na moderação e, principalmente, a crescer na prática do amor e no esforço para a implantação da justiça.
Oração
NÓS VOS PEDIMOS, SENHOR, acompanhai com vossa bondade a penitência que iniciamos, para que possamos realizar com sinceridade de coração o que corporalmente praticamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Fonte: a12 - Reze no Santuário - Deus Conosco em 16/02/2024

Comentário sobre o Evangelho

Jejum dos Discípulos


Hoje falamos do “jejum”. O que é? Comer ou beber menos do que eu gostaria. Por que? Para oferecer a Deus uma pequena renúncia, um pequeno sacrifício. Deste modo, subimos um pouquinho à Cruz de Jesus. Também, não esqueça: “barriga satisfeita, alma adormecida”.
—O melhor jejum é o “jejum de minha vontade”: ou seja, deixar de pretensões, obedecer a o que me peçam, escutar aos outros, renunciar a algum dos meus planos para adaptar-me às preferências de outros…
Fonte: Family Evangeli - Feria em 16/02/2024

Meditando o evangelho

O ESPOSO ESTÁ PARA PARTIR

Os discípulos de João, atrelados aos dos fariseus, ficavam incomodados com o comportamento dos discípulos de Jesus, no tocante à prática do jejum. Ao supervalorizar este ato de piedade, imaginavam estar dando mostras de santidade e de seriedade de vida. Não acontecendo o mesmo com o grupo de Jesus, concluíam faltar-lhes profundidade. Quiçá os considerassem levianos e desregrados.
Estas considerações não chegaram a influenciar a pedagogia de Jesus, no trato com os discípulos. Servindo-se da metáfora da festa de casamento, estabeleceu uma clara distinção entre o tempo de alegrar-se e o tempo de jejuar. O primeiro corresponderia ao tempo de sua presença, qual um noivo, junto dos que escolhera para estar consigo. Seria o tempo de festejar, comemorar, desfrutar de uma presença tão querida. O segundo diz respeito ao tempo de sua ausência, a ser consumada por meio da morte de cruz. Figurativamente, seria o tempo da ausência do noivo, no qual todos se preparam para sua chegada, e se privam de alimentos, em vista do banquete que será oferecido.
Portanto, os discípulos não jejuavam simplesmente pelo fato de terem ainda Jesus junto de si. O tempo em que o esposo lhes seria tirado estava se aproximando. Aí, sim, o jejum seria uma exigência, em vista de preparar-se para acolher a segunda vinda do Senhor.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, desejo preparar-me bem para celebrar a Páscoa, tempo de reencontro com o Ressuscitado. Que o jejum me predisponha, do melhor modo possível, para este momento.
Fonte: Dom Total em 16/02/201808/03/2019, 28/02/2020 19/02/2021

Meditando o evangelho

É HORA DE ALEGRAR-SE!

Jesus não admitia intromissões na sua maneira de formar os discípulos. Por isso, muitas vezes foi obrigado a enfrentar os fariseus e outros grupos que queriam comparar-se com os discípulos de Jesus, apresentando-se como modelo. A questão da prática do jejum era um dos muitos pontos de conflito. Porque jejuavam, essas pessoas não podiam admitir que os discípulos de Jesus não fizessem o mesmo. Em última análise, não podiam aceitar que o Mestre os orientasse para um evidente desrespeito à prática já consagrada.
A resposta de Jesus deixa entrever que os seus adversários viviam num tempo de tristeza e de incerteza, preparando-se ainda para a chegada do Messias. Os discípulos estavam dispensados disto. Afinal, tinham junto de si o Messias esperado. Não era necessário que se entregassem a jejuns prolongados, pois viviam num tempo de alegria. Consequentemente, para eles não tinha valor o ultrapassado esquema farisaico.
O jejum cristão é outra coisa. Seu contexto é a espera da volta de Jesus. Num clima de preparação para acolhê-lo, é que os cristão jejuarão.
Só quem passou por uma radical renovação interior será capaz de compreender este ensinamento do Mestre.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Prece
Espírito que renova interiormente, torna-me apto para assimilar o ensinamento de Jesus, sem querer enquadrá-lo em esquemas humanos inconvenientes.
Fonte: Dom Total em 04/03/2022

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. A questão do Jejum
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês)

Está em foco, nesta narrativa, a questão da observância religiosa do jejum, conforme os preceitos da Lei dos fariseus e sacerdotes do templo.
O jejum, no Primeiro Testamento, tinha vários sentidos: sinal de luto e pesar, penitência de arrependimento, reforço da oração para mover a Deus. Os fariseus, com muita piedade, jejuavam duas vezes por semana, apresentando-se assim como intercessores pelo povo junto a Javé. Era uma forma de ostentar ares de piedade e conquistar louvores e submissão dos humildes. São aparências que encobrem a hipocrisia, descartada por Jesus.
Jesus vem trazer alegria e felicidade, e não castigo e punição. A conversão que ele pede, diferentemente de fazer jejum e cobrir a cabeça com cinzas, é o desapego da riqueza, assumindo a prática da justiça, da fraternidade e da solidariedade, partilhando a vida e os bens com os famintos e excluídos, em uma comunhão de vida que alegra o coração.
A convivência de Jesus é como uma festa de núpcias, na qual o noivo está presente, e não falta ao banquete. Os convidados são os discípulos, entre publicanos e pecadores. A imagem do noivo presente entre nós indica a realidade da encarnação do Filho de Deus. A alusão final ao jejum, quando "o noivo lhes será tirado", parece ser um acréscimo tardio justificando a retomada do jejum após a morte de Jesus.
Fonte: NPD Brasil em 15/02/2013

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Por que jejuamos e os fariseus não?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

A Quaresma foi um tempo penitencial marcado pelo jejum. Hoje, as penitências foram deixadas à espontaneidade dos fiéis que, livremente, escolhem a mortificação que lhes convém neste tempo de conversão. O jejum prescrito se restringe à Quarta-feira de Cinzas e à Sexta-feira Santa. Os judeus observavam os dias de jejum previstos na Lei de Moisés, e num desses dias os discípulos de João Batista, que também jejuavam, questionaram Jesus quando viram que os discípulos dele não estavam jejuando. Jesus responde perguntando se os convidados de um casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com eles. Ele não fala em jejum, fala em luto, porque naquele tempo o jejum acompanhava os dias de luto. O verdadeiro jejum, porém, é a ausência de Cristo. Quando ele não está, estamos jejuando. Quando estamos longe dele, estamos em jejum. Mas é bom jejuar. Jejuamos para ficar mais fortes. O jejum nos deixa mais leves, mais espertos e mais despertos. Jejum de alimentos, jejum de coisas, jejum de apegos, para subirmos livremente à colina do Calvário e com Jesus entregar nossa vida ao Pai. Unidos a ele sentimo-nos saciados e então podemos exercitar-nos com práticas de penitência para o fortalecimento da nossa vontade. O que não pode acontecer é que o jejum se torne “expressão de uma religiosidade afetada pela mortificação do corpo, mas não tem valor algum senão para satisfação da carne”, como se lê na carta aos Colossenses.
Fonte: NPD Brasil em 16/02/2018

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Então jejuarão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Quaresma é tempo de conversão, tempo de penitência, tempo de jejum, esmola e oração. Atualmente jejuamos apenas duas vezes, na abertura da Quaresma e na Sexta-feira Santa, dia da morte de Jesus na cruz. Antigamente, o jejum se prolongava ao longo de toda a Quaresma, com exceção dos domingos. O jejum verdadeiro para o cristão é estar sem Jesus. Estamos sem Jesus quando nos afastamos dele voluntariamente, quando nos voltamos para o demônio e aceitamos as suas sugestões malignas. Se estamos com Jesus, não sentimos falta do alimento que é ele mesmo e que sustenta toda a nossa existência. Fazemos o jejum de alimentos para fortificar a nossa vontade, para partilhar com os outros o que não comemos e o que não gastamos. Fazemos o jejum de alimentos para não cedermos às tentações. Na Quaresma, caminhamos para Jerusalém, onde celebraremos a Páscoa do Senhor. A viagem deve ser alegre e leve, sem sobrecargas que cansam, pesam e tornam o caminho difícil. Com o jejum, nos desfazemos de muitas coisas que pesam sobre nossos ombros e atrasam os nossos passos. Descubra, neste tempo sagrado, de quantas coisas você não precisa. Partilhe o que tem com quem não tem. Torne leve o seu caminhar e dê a mão a quem se arrasta. O noivo espera por nós. Num momento o vemos ensanguentado. Num outro, ele está transfigurado. Caminhemos com os que deixarão nas águas do batismo a velha criatura. A nova ressurgirá para o encontro com o noivo.
Fonte: NPD Brasil em 08/03/2019

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A essência verdadeira
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Os Discípulos de João e os Fariseus representam aqui os cristãos que na comunidade são metódicos e fazem tudo bem “certinho”, porque o Padre mandou, e se julgam no direito de questionar os outros que não o fazem. O Jejum por aquele tempo fazia parte da prática penitencial e também como sinal da espera Daquele que haveria de vir. E assim, vendo que, enquanto eles se privavam de alimentos, enquanto que o grupo dos seguidores de Jesus se esbaldava em banquetes ou Ceias aonde o Mestre era convidado, certamente sentiram uma “Pontinha” de ciúmes e inveja, e decidiram questionar essa atitude.
A verdade é que, os discípulos de Jesus já estavam comendo e se arregalando em uma festança danada de boa, com a presença entre eles, do próprio Senhor, o Messias esperado por todos enquanto que os de João e os Fariseus ainda estavam á espera, fazendo jejum á espera do noivo e assim perdendo o melhor da festa... Enquanto estes vinham com o milho, os de Jesus já retornavam com o Fubá...
Por que isso acontecia? Não é porque os discípulos de Jesus eram mais espertos ou mais inteligentes, mas sim porque abriram o coração para acolher com alegria o Mestre Jesus que trazia algo de novo e inédito, que a velha religião não tinha para oferecer. Crer em Jesus de Nazaré e tornar-se discípulo exigia um desprendimento de todo pensamento antigo, da tradição religiosa do passado.
E daí, os que se julgavam muito entendidos em religião, os Fariseus, não queriam abrir mão de suas convicções religiosas, era melhor ficar com o legalismo e o religiosamente correto do que correr o risco de perder a salvação.
Hoje o recado é muito válido a todos nós cristãos do segundo, a essência da verdadeira relação com Deus é o amor, a busca da justiça e da igualdade, o respeito e a valorização da vida humana, se não nos abrirmos e nos adequarmos para o método novo de evangelização e de anuncio do Reino na pós-modernidade, ficando fechados em nossas velharias religiosas, com a mente e o coração trancados para os que pensam de forma diferente, estamos pregando retalho de pano novo em roupa velha, o tecido não irá resistir.
A essência do Cristianismo é sempre a mesma, anunciamos Jesus Cristo, o mesmo de Ontem, de hoje e de sempre, mas precisamos usar os novos métodos nessa missão, senão vamos todos "mofar" em nossas igrejas, pastorais e movimentos, com nossas práticas espirituais que não levam a lugar nenhum repetindo assim o comportamento farisaico...

2. Dias virão em que o noivo lhes será tirado, então jejuarão - Mt 9,14-15
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

Jesus nos deixou um só mandamento, o do amor fraterno: “Isto é o que vos ordeno, que vos ameis uns aos outros”. Tudo mais será feito, ou não, na medida em que nos ajude a praticar o amor. Jejuaremos ou não se o jejum nos ajudar a viver melhor o amor. O verdadeiro jejum do cristão é estar sem Jesus. Quem tem Jesus tem tudo, quem não o tem, não tem nada. “Sem mim, nada podeis fazer”, disse ele. “Tudo posso naquele que me dá força”, escreveu São Paulo. Por que então jejuar? Diz Santo Tomás de Aquino que jejuamos para reprimir os desejos da carne; para que o espírito possa subir mais livremente à contemplação das coisas mais altas e em reparação dos pecados. É bom jejuar. Faz bem para a saúde. Jejuam os maiores de idade até 60 anos. A abstinência de carne se faz depois dos 14 anos. Na prática, coma bem menos do que costuma, sinta fome e não consuma carne no dia de jejum. Ou não faça nenhuma refeição em 24 horas, ou faça uma só refeição completa, ou coma a metade do que costuma comer em cada refeição. Os católicos jejuam na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, e sempre que acharem necessário para melhorar a prática da caridade fraterna. Jejue com a consciência de que você é fraco e pecador. Não jejue, jamais, achando que você é melhor do que os outros, que você é observante e que os outros não o são. Não se glorie de suas boas ações religiosas. Você acabará achando que Deus é seu empregado, porque você é muito bom!
Fonte: NPD Brasil em 28/02/2020

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Jejuar ou fazer Banquete?
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Vamos projetar o evangelho lá no seu tempo real em que foi escrito, cerca de 80 a 90 anos após a morte e ressurreição de Jesus, não nos esqueçamos de que são escritos pós-pascais...
Provavelmente havia alguma comunidade exagerando no Jejum sem saber o seu real significado. Jejum não significa tristeza (a pessoa pode até ficar com cara de triste, se na casa dela, justo no dia em que ele decidiu jejuar a esposa prepara uma bela de uma feijoada bem suculenta). O próprio Jesus exortou que quando se jejuasse, lavasse o rosto e usasse perfume, para não ficar com cara de quem está morrendo de fome.
Jejuar é preparar-se para algo grandioso que vem. Quando jejuamos, nos abstemos de alimento porque cremos que o nosso alimento essencial é a Graça de Deus dada através de Jesus. A Igreja orienta jejum em dois dias do ano: na quarta Feira de cinzas e na sexta Feira da paixão. Mas quem quiser jejuar todo dia, desde que saiba como fazê-lo e qual o seu sentido real, poderá fazê-lo pois é um ótimo exercício espiritual. Só lembrando, principalmente para quem trabalha e estuda, que o nosso organismo precisa de alimento com frequência e o exagero no jejum poderá ter consequências funestas na saúde e essa não é a vontade de Deus.
Mas voltemos ao evangelho, uma comunidade jejuava a outra não. Os discípulos de João e os Fariseus faziam Jejum mas os discípulos de Jesus não faziam. E agora, quem estava certo? Em nossos dias há pessoas que se habituaram a jejuar em um ou dois dias da semana. Depende de cada organismo e de cada espiritualidade. O evangelho não é uma manifestação contra o jejum, mas quer colocá-lo em seu devido lugar para que se possa compreender o seu sentido.
Os discípulos de João e o grupo dos Fariseus não tinham ainda percebido que o Messias esperado, o tempo novo prometido pelas profecias já havia chegado com Jesus. Não sei se os discípulos de Jesus chegaram a jejuar algum dia, mas o fato é que naquele momento, eles não estavam nem aí com as normas religiosas do Judaísmo e a observância da Lei, não porque fossem insensíveis e não respeitassem a tradição de Israel, mas é que em Jesus descobriram algo novo e inédito, que superava toda e qualquer prescrição. O que sentiam era uma imensa alegria por estarem com ele em suas andanças e pregações. Queriam era mais fazer banquetes para beber, comer e extravasarem sua alegria que tinha em Jesus a razão de ser.
A humanidade só ficou sem a presença de Deus encarnado em seu meio, nas horas em que Jesus estava no sepulcro (por esta razão que na igreja não se celebra eucaristia na sexta Feira Santa) Era esse Jejum que Jesus se referia, ao dizer que quando o noivo fosse tirado do meio deles, eles iriam jejuar, isso é, ter que esperar mais uma vez (mais um pouco de tempo e não me vereis, mais um pouco de tempo e tornareis a me ver...)
Nós todos que cremos e professamos nossa Fé em Jesus, vivemos esse "Já, mas não agora" do Reino de Deus, a nossa esperança escatológica nos anima a caminhar pela longa estrada, Jesus caminha conosco em nossa Igreja, sem dúvida nenhuma, entretanto, por causa de nossas fraquezas e limitações às vezes podemos nos desanimar e mudar o foco da nossa atenção. Para que isso não ocorra a Igreja tem o seu tempo forte na liturgia, principalmente na quaresma onde o Jejum, a esmola e a oração, são os elementos essenciais nesta vida, que nos ajuda a preparar melhor para este definitivo encontro com o Senhor, quando acontecer a Páscoa da nossa Vida…

2. Dias virão em que o noivo lhes será tirado - Mt 9,14-15
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

“Por que teus discípulos não jejuam?”. “Jejuarão, diz Jesus, quando o noivo lhes for tirado”. Ficar sem o noivo será o verdadeiro jejum. Para o cristão, estar sem Cristo é jejuar. Na realidade, o noivo não foi tirado. Não desceu da cruz. Fixou-se nela e nela permaneceu. Não se desfez no sepulcro. Ressuscitou antes do quarto dia, que na tradição judaica era o dia da morte definitiva. Subiu ao céu na ascensão e disse: “Estarei com vocês todos os dias até o fim dos tempos”. Por conseguinte, continuamos sem jejuar. Se o fizermos, não será por preceito, será por amor. Segundo o mandamento de Jesus, por amor ao próximo. Oração, esmola e jejum são práticas salutares da Quaresma que perdem o seu valor se nos contrapõem aos outros. O fariseu que pagava o dízimo e jejuava duas vezes por semana jogou fora a sua oração quando se comparou com o pecador que nada disso fazia. Jejue para diminuir o peso do fardo que carrega, lembrado da orientação de Paulo aos gálatas: “Cada um examine sua própria conduta, e então terá de que se gloriar por si só e não por referência ao outro. Porque cada qual carregará o seu próprio fardo”. As práticas externas, cinzas, jejum, necessitam de um correspondente interno, que se chama intenção. A prática externa acontece por alguma razão, e esta razão, oculta dentro de nós, é conhecida pelo Pai. É bom abster-se de alimentos e de outros prazeres para o bem-estar do corpo e do espírito.
Fonte: NPD Brasil em 19/02/2021

HOMILIA DIÁRIA

O essencial que permanece e sustenta o nosso ser e agir

Postado por: homilia
fevereiro 15th, 2013

Estamos na Quaresma, tempo especial para treinarmos aquilo que precisa compor o dia a dia do cristão, como é próprio de cada tempo litúrgico: «A penitência se exprime de formas muito variadas, em particular com o jejum, a oração, a esmola. Essas e muitas outras formas de penitência podem ser praticadas na vida cotidiana do cristão, em particular no tempo da Quaresma e no dia penitencial da sexta-feira» (Compêndio CIC nº 301).
Um treinamento no essencial, que é recordado no Evangelho de Mt 9, 14-15, no qual, perante o questionamento dos discípulos do penitente João Batista, Jesus Cristo indica a presença do Esposo, como Aquele que dá sentido novo a todas as pessoas e práticas. Sinceramente, os judeus e os discípulos do Batista eram “profissionais” das penitências, mas, ao tratar de um sentido radical que pode tudo renovar, aí o Cristianismo tem algo fundamental a acrescentar: «Acaso os convidados do casamento podem estar de luto enquanto o noivo está com ele?» (Mt 9, 15).
Jesus é realmente o Emanuel esperado, a manifestação do Deus conosco (cf. Mt 1, 23), mas, ao mesmo tempo, é o Deus-esposo de Israel, numa linguagem esponsal e reveladora, bem conhecida pelo Antigo Testamento (cf. Is 54, 4-8; Jr 2,2; Os 1-3). Isto porque, no Mistério de Cristo, convergiram as promessas de um Deus fiel e próximo. O mais próximo e presente do que nunca: «Não mais terás o nome de abandonada, nem tua terra será chamada de Lugar Ermo. Ao contrário, serás chamada de Meu Bem e tua terra será chamada de senhora, pois o Senhor se apaixonou por ti, a tua terra estará casada» (Is 62, 4).
Voltemos, no entanto, a atenção para a expressão do Cristo que enfatiza a palavra «convidados» primeiramente, ou seja, não tiranizados nem laçados na rua. O amor próximo de Deus, revelado em Cristo Jesus, atrai e quer conquistar, converter, mas não se impor. Outra característica que precisa marcar todo e qualquer esforço quaresmal está implícito na expressão «o noivo está com ele». Pode-se fazer paralelo à definição de amor, ensinada por João, à Comunidade: «Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como oferenda de expiação pelos nossos pecados» (1Jo 4, 10).
O Pai das Misericórdias é quem quis, primeiramente, esta proximidade do Filho com cada um de nós. Equivale dizer: É da Vontade de Deus que o Esposo, Emanuel e Salvador, esteja conosco no tempo e seja a razão profunda do nosso ser e agir. Por isso, a razão da nossa penitência será sempre – precisa ser – uma resposta de amor que nos aproxima, converte-nos Àquele que, antes de tudo e todos, quis livremente aproximar-se de nós para nos amar e salvar. Nisto somos diferentes dos judeus e de todos os outros religiosos do mundo que fazem penitência, porque tudo para nós é por causa de Jesus! Por causa d’Ele vamos jejuar, dar esmolas e nos empenhar numa vida de oração durante a Quaresma e não só! Por amor tudo submetemos ao Senhorio de Cristo!
E a recompensa para tudo isto? Deus recompensará no oculto e na plenitude. Ele é a motivação mais profunda e o prêmio mais desejado: «E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos» (1Cor 15, 28). Por fim, na perícope que nos propomos meditar também lemos: «Dias virão em que o noivo lhes será tirado. Então jejuarão» (Mt 9, 15).
Como conjugar essa verdade com a garantia do Ressuscitado? «Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos» (Mt 28,20). Primeiramente, não esquecendo que a era apostólica, os responsáveis por acolher e testemunhar a Revelação fundante do Verbo Encarnado e Pascal foi única em sua experiência pessoal e comunitária com o Emanuel. Eles tiveram que realmente jejuar, não somente pela falta de apetite, causado da prisão, julgamento e morte física de Jesus na Cruz, causa de grande angústia e solidão, mas jejuaram naqueles dias do verdadeiro Pão e Alimento dado pelo Pai à humanidade (cf. Jo 6, 30-35). Por ocasião da Ressurreição, aí sim, os últimos versículos do Evangelho de Mateus fundamentam que Jesus Cristo pode ser sempre o mesmo (cf. Hb 13, 8), em múltiplas formas de presença.
Sobre isso o Papa Bento XVI, em sua inesquecível primeira encíclica, quis também recordar: «Na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente; incessantemente, vem ao nosso encontro por meio de pessoas nas quais Ele se revela; por meio da Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Na liturgia da Igreja, na oração desta, na comunidade viva dos crentes, experimentamos o amor de Deus, sentimos a sua presença e também, deste modo, aprendemos a reconhecê-la na nossa vida cotidiana» (BENTO XVI, Deus caritas est nº 17). Por isto eles jejuaram e nós também podemos jejuar, dar esmolas, intensificarmos a nossa vida de oração e vivermos a Quaresma e toda a nossa vida.
Procuremos, com o auxílio do Espírito Santo, responder com amor o Amor que nos visitou, desposou-nos e quis ficar conosco para sempre no tempo e na eternidade.
Padre Fernando Santamaria
Fonte: Canção Nova em 15/02/2013

HOMILIA DIÁRIA

Jejum e oração só têm sentido com a prática da caridade

O jejum e a oração precisam fazer de nós pessoas mais caridosas, afetuosas e ternas umas para com as outras.

“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.” (Mt 9,15)

Uma das práticas que nós somos chamados a viver durante este tempo da Quaresma, e em toda a nossa vida, é a prática do jejum e da penitência. Mas o jejum e a penitência, juntamente com a oração, só assumem sentido em nossa vida quando se voltam para a caridade, para o cuidado com o nosso próximo. Porque, muitas vezes, o nosso jejum é meio hipócrita, nós deixamos de comer, fazemos longas orações, mas não sabemos perdoar a quem está ao nosso lado, nós colocamos um jugo muito pesado em nosso próximo; nós somos duros, injustos com as pessoas.
Jejum e oração servem para moderar esse nosso impulso, que nos leva, muitas vezes, a machucarmos o outro, a oprimir e reprimir as pessoas ao nosso lado. O jejum e a oração precisam fazer de nós pessoas mais caridosas, afetuosas e ternas umas para com as outras!
O jejum, que Jesus nos propõe, é o jejum da espera, é a configuração do jejum de Jesus ensinado pela Igreja, como o jejum do noivo que espera sua noiva chegar. Enquanto o noivo espera a sua noiva chegar, ele está ali na expectativa, ainda não pode plenamente tomar posse da sua noiva, mas ele se prepara para esperá-la e, assim, quando ela chegar, aí sim a alegria será plena.
Nós estamos no tempo da espera, na expectativa do Reino de Deus definitivo. Já sabemos que o Senhor está entre nós, e estamos a caminho deste Reino; o jejum é um grande remédio que nos ajuda a viver a expectativa deste Reino. No meio de nós, celebramos isso de forma mais intensa por intermédio da Páscoa de Jesus, que é a Sua manifestação gloriosa.
Nós jejuamos durante este tempo quaresmal, porque, depois, liturgicamente, quando o Senhor estiver entre nós, no tempo pleno da Páscoa, então não jejuaremos mais, porque nós estaremos com o Noivo vivo e ressuscitado no meio de nós.
A Igreja nos convida a viver de forma profunda a espiritualidade deste tempo da Quaresma. Façamos o jejum de forma discreta, humilde, mas eficaz, porque o Senhor nos ajuda a sermos melhores e a termos autocontrole sobre as nossas atitudes.
Deus nos abençoe!

HOMILIA DIÁRIA

O jejum precisa fazer parte da nossa vida

O jejum é uma proposta da renovação da força espiritual

“Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no céu. Acaso é esse jejum que aprecio, o dia que uma pessoa se mortifica? Trata-se talvez de curvar a cabeça como junco, e de deitar-se em saco e sobre a cinza? Acaso chamas a isso jejum, dia grato ao Senhor?” (Is 58, 1-9a)

O jejum faz parte das nossas práticas religiosas e nem digo das práticas quaresmais, e ele precisa fazer parte da nossa vida. O jejum nos disciplina e liberta da escravidão que temos dos alimentos, das coisas materiais e de tantas outras coisas. O jejum tem uma função disciplinadora em nossa vida, mas muitas pessoas podem jejuar e nem serem religiosas, por isso, o nosso jejum não pode ser simplesmente uma abstinência de alimentos, deixar de comer isso e aquilo. Ele tem um sentido espiritual profundo e nos coloca em comunhão com o Senhor, pois é a opção que fazemos.
Nem só de pão vive o homem, mas nós vivemos da Palavra do Senhor, da comunhão com Deus e da intimidade e da relação com Deus.
Eu me abstenho de comer para me relacionar com o Senhor. E, aquilo que o profeta Isaías está falando para nós, é algo muito importante para entendermos o espírito do jejum, porque não basta simplesmente jejuar e colocar-se em oração, é preciso que o jejum quebre em nós o junco da escravidão, do pecado e do mal.
É preciso quebrar em nós, aquelas coisas que nós, humanamente falando, não conseguimos resolver . O ressentimento que temos, a mágoa que cultivamos e as relações que nós não conseguimos resolver. O jejum, por excelência, tem um poder espiritual no combate desta vida. Ele nos coloca em comunhão com Deus, conosco e uns com os outros.
Não “abramos mão” da força do jejum! E, o mais importante aqui, não é quantidade de alimentos que deixamos de comer, e sim, que se faça jejum espiritual, em oração, e de renovação espiritual.
Precisamos ter um propósito, uma disposição, uma vontade de saber partilhar e compartilhar o que tenho com os outros.
Quando eu me proponho a fazer um jejum, proponho também tirar tudo o que eu tenho, das posses que tenho para olhar para quem não costumo olhar, que são os mais pobres, sofridos e os necessitados.
Há pessoas que fazem jejum quase a vida inteira, porque não tem o que comer. Nos excessos que temos, que possamos cuidar daqueles que não têm.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo

HOMILIA DIÁRIA

Façamos jejum nos dedicando à graça da oração e da caridade

O jejum tem um significado purificador e renovador

“É porque, ao mesmo tempo que jejuais, fazeis litígios e brigas e agressões impiedosas. Não façais jejum com esse espírito, se quereis que vosso pedido seja ouvido no Céu. Acaso é esse jejum que aprecio, o dia em que uma pessoa se mortifica?” (Isaías 58, 4-5)

Faz parte das práticas penitenciais do tempo da Quaresma e da vida de um cristão: a prática do jejum. Ele é uma excelente mortificação para a alma, para o corpo e para o Espírito. Ele é uma resposta que damos à escravidão dos prazeres que, muitas vezes, vivemos na sociedade; inclusive, o prazer de comer, dos sentidos e assim por diante.
Jejuar é colocar um freio nos nossos apetites que, por vezes, se tornam imoderados; é mesmo uma forma de moderação interior.
Agora, se levarmos o jejum apenas como sacrifício para a fé, ele não terá nenhum valor. O sacrifício pelo sacrifício é apenas um sacrifício. Pessoas que jejuam porque querem emagrecer e estarem bem de saúde é outra coisa. Já, aqui, falamos do jejum em sua dimensão espiritual, como forma de oração e de relação com Deus.
É a dádiva que oferecemos a Deus. Assim como oferecemos a Deus a nossa vida, agora oferecemos a Ele o nosso coração, as nossas inclinações; oferecemos o nosso “apetite” de vida para Deus. Por isso, o jejum deve ser feito não apenas deixando de fazer um refeição, e sim nos oferecendo a Deus.
Jejuar tem um significado purificador e renovador. Veja bem, na Primeira Leitura que ouvimos hoje, Isaías nos diz: “Esse é o jejum que me agrada? Passar um dia se mortificando? Sendo que, neste dia, vocês promovem brigas, litígios, desentendimentos e conflitos”.
O jejum é para nos purificar dos conflitos não resolvidos dentro de nós, e não são poucos. Muitas vezes, não brigamos externamente com o outro, mas dentro de nós temos muitas coisas mal resolvidas uns com os outros. Jejuar é o remédio para nos purificar do nosso orgulho e da nossa soberba. É o remédio para nos colocar na via da humildade; nos ajudar a reconhecer onde precisamos melhorar, rever, onde, de fato, precisamos dialogar e, sobretudo, ouvir.
O jejum é para “frear” o nosso orgulho e nossas imoderações interiores. Então, espiritualmente, tem um valor muito sagrado. Façamos jejum hoje e nos dias da Quaresma (que nos são possíveis) com este espírito, graça: nos dedicarmos à oração para nos purificarmos daquilo que tanto precisamos.
Por outro lado, o jejum é sempre ligado à caridade. Ora, aquilo que deixamos de comer, simplesmente não deixamos por si só, pois precisamos nos lembrar, nos recordar e tomar consciência daqueles que não têm o que comer. Existem pessoas que jejuam todos os dias da vida, mas são incapazes de ajudarem a um pobre, a um faminto. A carne que deixamos de comer hoje, é a carne com qual podemos alimentar quem não a tem quase nenhum dia da vida.
O jejum é para acender, em nós, a lâmpada da caridade que, muitas vezes, está apagada, porque estamos preocupados apenas com as nossas coisas.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 08/03/2019

HOMILIA DIÁRIA

Qual é o jejum que agrada a Deus?

“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.” (Mateus 9,15)

Primeira sexta-feira da Quaresma e o jejum é o tema central da nossa meditação e da Liturgia que nos acompanham no dia de hoje. O jejum é uma atividade, e mais do que isso, ele é um elemento essencial da nossa espiritualidade; assim como a caridade e oração fazem parte dela, o jejum também faz. E não é simplesmente o jejum de não comer,  é também, acima de tudo, a capacidade de vencer a si mesmo, de não ser escravo das nossas necessidades, sejam elas das vaidades, da alimentação… O jejum é a capacidade de não colocar as necessidades acima da vontade de superação. O jejum fortalece a alma, o espírito e a vontade.
Existem aqueles que jejuam por outros motivos, pois temos o jejum intermitente, o de três dias, mas esses não são o caso, porque falamos aqui do jejum enquanto elemento de espiritualidade. Por esse motivo, ele nunca pode estar desassociado da conversão interior, ou seja, não é simplesmente deixar de comer, é vencer o ego, o orgulho; é vencer a soberba.
Quando fazemos jejum existem duas coisas que não podem faltar: a primeira é a oração, isto significa que, vamos deixar de comer isso e/ou aquilo, vamos “abrir mão” da refeição para nos colocar na presença do Noivo, de Jesus para orar, adorar; para dizer que não só de pão a nossa natureza vive, mas de toda Palavra que vem da boca de Deus”, então, jejuamos para nos alimentarmos do Senhor.
Depois, o jejum é para alargar o coração; é para abrir as comportas dele, porque nós estamos nos tornando muito egoístas, individualistas, pensamos só em nós, inclusive na hora de comer, pois cada um pensa no seu prato, na sua fome, na sua cobiça; cada um cuida de si e, assim, estamos nos tornando cada vez mas mais egoístas.

O jejum tem de gerar caridade, o jejum tem de quebrar o julgo que há dentro de nós

Então, o jejum tem de quebrar o nosso egoísmo para nos voltarmos para os outros. É, por isso, que o profeta pergunta: “Qual é o jejum que agrada?”, é o jejum que arrebenta as correntes do coração para quebrar essa maneira vaidosa e orgulhosa de ser.
Àqueles que jejuam e querem exibir o corpo perfeito, os quilos que perderam; àqueles que jejuam de acordo com a mentalidade do mundo para viverem as aparências, o jejum é para quebrar essa vaidade ou essas vaidades que os cercam. Pois, o jejum é para nos ajudar a servir a quem nós não servimos, é para lembrar que o outro existe e que  não podemos viver em função de nós mesmos.
Por isso, nada é mais verdadeiro no jejum do que deixar de comer para dar de comer a quem não tem, a quem passa  a vida sem saber o que vai comer naquele dia. O jejum tem de gerar caridade, tem de quebrar o julgo que há dentro de nós e que nos leva a ficarmos sempre brigando, discutindo, nos impondo sobre os outros. O jejum é maravilhoso para quebrar aquela vontade que temos de nos impor sobre os outros, de sobressair entre eles.
O jejum que agrada a Deus é o que quebra as amarras da alma que alimentam o orgulho e a soberba, e não aquele que deixa a pessoa um dia sem comer e com a “cara amarrada, fechada, amarga e azeda” para os outros, pois esse não agrada a Deus; porém, o jejum que O agrada é aquele que nos faz mais fraternos, irmãos, amigos e nos aproxima d’Ele.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 28/02/2020

HOMILIA DIÁRIA

O jejum é a busca da disciplina interior

“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.” (Mateus 9,15)

Uma das temáticas importantes, neste tempo quaresmal, é a prática do jejum. É importante lembrar de que, aqui, se trata de um jejum como prática religiosa, e não o jejum com outras finalidades, como o cuidado da saúde; e assim por diante. Ainda que o jejum religioso e espiritual nos dê também saúde espiritual, física, emocional e tudo mais, não podemos esquecer qual é a finalidade do jejum que fazemos.
Há muitos jejuns na sociedade, muitas práticas, até modas; tem o jejum intermitente, jejum de água, enfim, não é o caso falar sobre essas práticas, e sim o que é o jejum cristão. O jejum cristão é, acima de tudo, aquele que é conectado com a oração e a caridade.
O jejum cristão não é simplesmente deixarmos de comer, o jejum cristão é, acima de tudo, nos retirarmos para orar, o exemplo nos é dado pelo próprio Jesus que, durante quarenta dias, se retirou para o deserto para se dedicar à oração e por isso durante quarenta dias Ele jejuou.

O jejum é o meio de alcançarmos espiritualmente a purificação interior

Nesta Quaresma, muitos de nós nos propusemos a fazer alguma prática penitencial, mas não basta deixar refrigerante de lado, doce ali, ou sei lá qual foi o jejum que você escolheu para fazer, se não aplicamos isso na dimensão da fé, se não intensificamos, sobretudo, aquilo que deixamos de lado para nos dedicar à oração.
O jejum tem o poder de correção, o jejum tem poder de nos disciplinar. Então, deixei para me corrigir de quê? Sobretudo, para corrigir aquilo que dentro do meu interior precisa ser mudado, a minha têmpera que, muitas vezes, está descontrolada, as minhas emoções que precisam de direção, aquela minha forma agressiva ou aquela forma displicente que muitas vezes tenho de ignorar as pessoas, a minha língua que precisa de autocontrole, o meu uso da internet, dos meios virtuais que muitas vezes é excessivo, enfim, cada um olha para si.
O jejum não é a finalidade, o jejum é o meio de alcançarmos espiritualmente a purificação interior. Então, o jejum cristão é feito com a abstinência de alimentos, deixamos de comer isso pelo menos uma vez na semana ou às sextas-feiras, todas as sextas-feiras da Quaresma é importante (alguém pode fazer mais dias), mas o mais importante é que seja um jejum que nos corrija.
A outra dimensão do jejum é a caridade, tanto que a Palavra de Deus nos diz: do que adianta os vossos jejuns, passar um dia inteiro sem comer, se não corrigimos a opressão em relação ao próximo, se não nos voltamos para corrigir nossas maldades, se não nos revestimos da caridade para ver o outro que está sofrendo e oprimido? (cf. Isaías 58)
O jejum não é uma maratona para ver quanto tempo ficamos sem comer, o jejum é a busca da disciplina interior e da correção daquilo que tanto precisamos mudar dentro de nós.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/02/2021

HOMILIA DIÁRIA

A prática do jejum fortalece o relacionamento com Jesus

“Naquele tempo, os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: ‘Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?’ Disse-lhes Jesus: ‘Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão’.” (Mt 9,14-15)

Hoje é sexta-feira, sexta-feira de Quaresma, dia de jejum, e parece que o Evangelho fala de burlar esse preceito, fala de infringir essa regra que era muito bem vivida pelos fariseus. A prática do jejum era muito bem seguida.
Quem se aproxima de Jesus? São os discípulos de João Batista, mas esses discípulos de João Batista eram muito rigorosos na vida espiritual, um grupo muito seleto e muito rígido na vivência das práticas espirituais, sobretudo da penitência, do jejum e da oração. É uma grande tentação seguir um santo e achar que é santo, porque, certamente, João Batista não compartilhava desse espírito. João Batista era muito firme na vivência do jejum, tanto é que ele estava no deserto, alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre, vestia roupas de pano, de saco, mas João Batista não tinha esse espírito de rigidez.
Uma coisa é você viver com radicalidade, viver com coerência a sua vida espiritual, a sua vida moral; outra coisa é a rigidez, outra coisa é aquela pessoa que acha que as práticas exteriores bastam, mas tem que estar conectadas com o coração. Então, muito perigo! Seguir um santo e achar que é santo, é um perigo! Não basta ser discípulo de João, é preciso colher o Espírito de Cristo que João também colheu.

Que a graça do Senhor nos reensine a verdadeira prática do jejum

Por que razão fazer jejum num tempo onde todos querem a boa forma? O jejum também pode servir para perder peso, para sair bem na foto, não é!? Um ‘jejum detox’, ‘jejum intermitente’, jejum, jejum… Hoje é muito disseminada a prática do jejum. Mas cuidado! Qual é o espírito do jejum? Qual o espírito cristão do jejum?
E aí Jesus apresenta a novidade, porque Ele coloca o jejum como uma relação. Por isso aparece a figura do esposo. Ele é o esposo, Jesus é o esposo, Ele é o motivo para que eu faça o meu jejum. Eu tiro algo para recordar o lugar do esposo na minha vida, eu tiro algo para recordar o lugar de Jesus na minha vida, eu esvazio não só o estômago, mas a mente e o coração para que eu me preencha totalmente de Jesus e encontre, de novo, o lugar de Cristo na minha vida. E a partir do jejum, os meus olhos se abrem, eu consigo ver o outro que sofre, consigo ser caridoso, consigo ser prestativo, consigo pensar mais no outro do que em mim mesmo. O jejum é um relacionamento com Jesus, o jejum não pode ser nunca meramente uma prática espiritual vazia, mas precisa me levar a uma relação cada vez mais profunda com Cristo e com os meus irmãos.
Que a graça do Senhor, neste tempo quaresmal, nos ensine e reensine a verdadeira prática do jejum, o verdadeiro espírito do jejum cristão que nós precisamos fazer.
Sobre todos vós, a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!

HOMILIA DIÁRIA

Viva a prática do jejum com simplicidade

“Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.” (Mateus 9,15)

Novamente, voltamos ao tema da prática do jejum, essa forma de penitência que era comum na tradição judaica. Contudo, o profeta Isaías nos adverte de que nada adianta o jejum ser vivido como uma simples prática externa sem piedade, sem o sincero desejo de orientar a nossa vida para Deus. Não adianta fazer o jejum somente como uma prática externa!
E Deus nos fala, pela boca do profeta, que o jejum que Ele deseja deve nos conduzir ao fim das injustiças e a praticarmos a caridade, repartindo o pão com os necessitados.
O verdadeiro jejum é o que nos leva a amar mais o próximo e a Deus, saindo de nós mesmos. É a oração dos sentidos; rezamos não somente com as palavras, mas rezamos também com os nossos sentidos e com o nosso corpo. E aí, São Pedro Crisólogo vai dizer que o jejum só dá fruto se for regado pela misericórdia, pois a aridez da misericórdia faz secar o jejum. Ou seja, o que é a chuva para a terra, é a misericórdia para o jejum.

Não adianta fazer o jejum somente como uma prática externa

Jejum e misericórdia; o jejum praticado com simplicidade e sinceridade nos ajuda a compreender o dom de Deus, nos ajuda a compreender que nós somos criaturas e que somos necessitados da Sua presença. Fomos criados por Deus e nada neste mundo pode satisfazer o nosso coração plenamente, nada neste mundo pode preencher o nosso interior plenamente, a não ser a presença do Noivo, a presença de Deus.
Experimentar a fome com o jejum nos recorda que só Deus é o verdadeiro alimento e que d’Ele provém todos os bens. A prática do jejum nos recorda que só a presença de Deus irá nos satisfazer plenamente. Por isso que os amigos do Noivo, enquanto estão com Ele, não têm necessidade de jejuar; ao passo que quando o Noivo for retirado, aí sim deveremos jejuar para recordar que a pior de todas as ausências não é a ausência do alimento, mas sim a ausência de Deus.
Que, agindo com misericórdia, possamos tornar fecundo a prática do jejum, nos recordando sempre que só Deus sacia o nosso interior plenamente!
Desça sobre você a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antônio
Padre Bruno Antonio de Oliveira é Brasileiro, nasceu no dia 18/10/1987, em Lavras, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2012 no modo de compromisso do Núcleo.
Fonte: Canção Nova em 24/02/2023

HOMILIA DIÁRIA

Experimente praticar o jejum com simplicidade e sinceridade

“Os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: ‘Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?’ Disse-lhes Jesus: ‘Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão’.” (Mateus 9,14-15)

A Liturgia de hoje tem como enfoque a prática do jejum. Essa forma de penitência era uma prática comum na tradição judaica, contudo, o profeta Isaías também, na Liturgia de hoje, adverte-nos de que nada adianta o jejum ser vivido como uma simples prática externa, sem piedade e sem um sincero desejo de orientar a nossa vida para Deus.
Deus nos fala, pela boca do profeta, que o jejum que Ele deseja deve nos conduzir ao fim das injustiças e à caridade, repartindo o pão com os mais necessitados. O verdadeiro jejum é aquele que nos leva a amar mais a Deus e ao nosso próximo, saindo de nós próprios, saindo do nosso egoísmo, do nosso olhar só para nós mesmos.

A prática do jejum tem esse objetivo de nos recordar que sem Deus, sem a presença d’Ele, não somos nada

É a oração dos sentidos. Quando jejuamos, estamos rezando também com o nosso sentido. O jejum só dá fruto se for regado pela misericórdia, pois a aridez da misericórdia faz secar também a ação do jejum. Vai nos dizer São Pedro Crisólogo: “O que a chuva é para a terra, é a misericórdia para o jejum”.
O jejum praticado com simplicidade e sinceridade nos ajuda a compreender o dom de Deus, que somos criaturas e somos necessitados da Sua presença. Fomos criados por Deus e nada neste mundo pode satisfazer plenamente o nosso interior a não ser a presença do Noivo, a presença de Deus. É Ele quem nos satisfaz, e quando jejuamos, fazemos essa prática dos sentidos, de sentir essa falta, essa ausência da presença de Deus.
Experimentar a fome com o jejum nos recorda que só Deus é o verdadeiro alimento, que só Ele verdadeiramente vai nos saciar. A prática do jejum tem esse objetivo de nos recordar que sem Deus, sem a presença d’Ele, não somos nada, somos fracos e pequenos. É por isso que os amigos do Noivo, enquanto estão com Ele, não têm necessidade de jejuar; ao passo que, quando o Noivo for retirado, aí sim deveremos jejuar, para recordar que a pior de todas as ausências não é a ausência do alimento, mas sim a ausência de Deus.
Esse é o pior de tudo, é o distanciamento de Deus, a ausência d’Ele. Então, agindo com misericórdia, com simplicidade e piedade, façamos da prática do jejum esse rezar com os sentidos, rezar com tudo aquilo que somos, com o nosso corpo e com todo o nosso sentido.
Sobre você, desça a bênção do Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Bruno Antonio
Padre Bruno Antonio de Oliveira é Brasileiro, nasceu no dia 18/10/1987, em Lavras, MG. É Membro da Associação Internacional Privada de Fieis – Comunidade Canção Nova, desde 2012 no modo de compromisso do Núcleo.
Fonte: Canção Nova em 16/02/2024

Oração Final
Pai Santo, nós te pedimos que o amor seja a nossa regra de vida. Amor sobretudo a Ti, Pai querido, que manifestaremos no cuidado com os irmãos; amor a esta terra encantada que devemos preservar; e na simplicidade de uma vida sóbria e generosa. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/02/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, liberta-nos da escravidão dos ritos e introduze-nos no verdadeiro jejum – aquele que acontece quando nos esquecemos de nós mesmos, nos momentos de encontro contigo – a Oração –, ou para acudir às necessidades dos companheiros da caminhada. Por Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Fonte: Arquidiocese BH em 16/02/2018

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos coragem e força para nos tornarmos violentos na luta contra os nossos desejos de possuir cada vez mais riquezas, de assumir um poder cada vez mais abrangente e de gozar prazeres que custem dores aos irmãos de caminhada. Faze-nos capazes do verdadeiro jejum, caminho necessário para seguir o Cristo, teu Filho Unigênito que se fez nosso Irmão em Jesus de Nazaré, e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 08/03/2019

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, que nesta quaresma meu jejum signifique luta contra as minhas paixões e o esforço para melhorar minha relação comigo mesmo. Que eu reconheça os talentos que Tu, amado Pai, me ofereces; que eu os acolha com gratidão e os desenvolva, para oferecê-los, maduros, no serviço aos irmãos. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 28/02/2020

oRAÇÃO FINAl
Pai amado, a quem devemos honras e louvores, nós cantaremos para Ti um Canto Novo! Liberta-nos da escravidão dos ritos estabelecidos e nos introduz no verdadeiro jejum – aquele que ‘acontece em nós’ quando nos esquecemos de nós mesmos: ou nos momentos de encontro contigo – a nossa Oração – ou para acudir às necessidades dos companheiros da caminhada. Por Jesus, o Cristo, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/02/2021

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