ANO C

Mt 13,47-53
Comentário do
Evangelho
“Entendestes tudo isso?”
A parábola da rede é a
última das parábolas do Reino do capítulo 13 do evangelho segundo Mateus.
A parábola da rede (vv.
47-48) é seguida imediatamente de sua explicação (vv. 49-50).
Própria a Mateus, tem
partes em comum com a parábola do joio e do trigo (vv. 24-30): boa semente e o
joio crescem juntos no campo; os peixes bons e os ruins são pegos na mesma
rede. Nas duas parábolas é preciso separar um do outro, e ambas terminam
mencionando o juízo final (vv. 30.49-50), o que nos remete, igualmente, a Mt 25,31-46.
Esta parábola não deixa
margem à interpretação, pois ela mesma já o fez: “Assim acontecerá no fim do
mundo…” (v. 49).
O longo discurso do
capítulo 13 termina com uma pergunta de Jesus: “Entendestes tudo isso?”
(v. 51a), isto é, tudo o que foi ensinado através das parábolas. E os
discípulos responderam: “Sim” (v. 51b).
A resposta positiva
engaja os discípulos a transmitirem o ensinamento sobre o Reino dos céus. Ao
discípulo é exigida criatividade na transmissão deste mistério: “Se o
inteligente ouve uma palavra sábia, aprecia-a e acrescenta-lhe algo de seu”
(Eclo 21,15).
Carlos Alberto Contieri,
sj
Oração
Pai, concede-me suficiente realismo para perceber
que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes
garantir o sucesso final.
Fonte: Paulinas em 01/08/2013
Vivendo a Palavra
Estejamos atentos para
as coisas novas, inspiradas pelo Espírito que o Pai nos envia; mas não
desprezemos as coisas antigas – a tradição da Igreja, que foi se construindo
através dos tempos com a vida de homens e mulheres que nos precederam e
transmitiram o a Boa Notícia do Reino até nossos dias.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/08/2013
VIVENDO A PALAVRA
Estejamos atentos aos sinais dos tempos e às
coisas novas, inspiradas pelo Espírito que o Pai nos envia; mas não desprezemos
as coisas antigas – a tradição da Igreja, que foi se construindo e consolidando
através dos tempos com a vida de homens e mulheres que nos precederam e
transmitiram a Boa Notícia do Reino até nossos dias.
Reflexão
A presença do Reino de
Deus na nossa história não pode ser obscurecida pela presença do mal no mundo.
As pessoas devem ser capazes de analisar toda a realidade a partir dos
critérios do Reino para, à luz do Espírito Santo, ser capaz discernir o bem do
mal e escolher o que contribui para que ela possa se aproximar cada vez mais de
Deus. Mas esta distinção não dá ao cristão o direito de condenar os que erram,
ao contrário, ele deve ser um instrumento nas mãos de Deus para que todos sejam
capazes de fazer esta distinção e trilhar os caminhos do bem.
Fonte: CNBB em 01/08/2013
Reflexão
A
parábola da rede que apanha todo tipo de peixes é uma advertência séria: Deus é
paciente, cabe a cada um decidir ser discípulo fiel de Jesus e comprometido com
o Reino dos Céus. É prudente fazer da própria vida uma constante doação a
serviço do próximo. Aos discípulos, instruídos sobre o “Reino dos Céus”, Jesus
convida a serem sábios: não desprezar o passado, o Antigo Testamento, mas em
cima do passado construir o presente, a nova comunidade de Cristo, a Igreja. Um
lembrete para os cristãos de hoje: não podemos ignorar dois mil anos de
história do cristianismo. Afinal, a Igreja atual se consolida e se fortalece
sobre as bases assentadas ao longo dos séculos e em toda parte, à custa da
multidão de testemunhas fiéis a Jesus Cristo, dentre elas uma fileira incontável
de mártires.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Você tem consciência de
que Jesus está insistindo na realidade do Reino onde os bons serão premiados e
os maus receberão o que merecerem? - Você se considera ‘peixe’ bom para o Reino
de Deus? - Não há muita gente que se omite diante das responsabilidades? - Você
procura a ajuda de Deus para vencer as dificuldades? - Lembre-se: o futuro
depende de cada um de nós!
Padre Geraldo Rodrigues,
C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário em 01/08/2013
Meditando o evangelho
O ESCRIBA INSTRUÍDO SOBRE O REINO
Quando Jesus perguntou aos seus discípulos, se tinham entendido o que
lhes tinha ensinado por meio das parábolas, eles responderam "sim".
Portanto, consideravam-se instruídos nos mistérios do Reino, conhecedores de
sua dinâmica e aptos para se tornarem seus anunciadores. Sua sabedoria
consistia em terem participado da revelação feita pelo Pai e conhecido a
novidade do Reino instaurado por Jesus.
Os novos mestres sabiam combinar o novo e o velho, reconhecendo a
continuidade entre o Antigo Testamento e a novidade cristã. Diferentemente dos
antigos escribas, aferrados ao texto da Lei e preocupados em interpretar-lhe o
sentido, o escriba instruído sobre o Reino dos Céus sabia descobrir a unidade
da História, desde os seus primórdios até a chegada do Messias Jesus. Era sempre
o mesmo Deus quem agia. O mesmo Israel era o destinatário privilegiado do
anúncio do Reino, chamado a se tornar o verdadeiro Israel, não mais escravo da
letra da Lei, mas sim livre para viver segundo o seu espírito. A nova Lei do
Reino consistiu na radicalização da antiga, reinterpretada por Jesus, ao
redescobrir seu sentido original, correspondente ao querer do Pai.
Novo e velho estariam presentes no ensinamento dos discípulos do Reino. O velho
oferecendo o solo onde o novo pode desenvolver-se. O novo tomando o velho como
referencial de sua articulação, sem tradicionalismos nem saudosismos.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
no Portal Dom Total).
Oração
Espírito que instrui, faze-me conhecer profundamente os mistérios do
Reino revelados por Jesus, e disponha-me para proclamá-los como convém.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. A
SEPARAÇÃO FINAL
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir
Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Diante da pregação de
Jesus, a comunidade dos discípulos pensou ser conveniente separar, o mais cedo
possível, a humanidade em dois blocos. De um lado, estariam os bons, que se deixaram
tocar pelo Reino e aderiram a ele com fidelidade. De outro, estariam os maus,
os que foram insensíveis aos apelos do Reino e preferiram aderir à injustiça e
toda sorte de maldade. Esta divisão nítida, no pensar deles, lhes daria
segurança. Afinal, não haveria dúvida sobre o lugar onde se encontravam o bem e
o mal. A mistura acarretaria sérios perigos para os bons.
Ao contar a parábola da
rede, Jesus mostrou-se contrário a esta mentalidade. Como a rede recolhe peixes
de toda espécie, o mesmo se passa com o Reino. Gente de toda categoria e com as
mais variadas intenções se fazem discípulas dele. Por ora, não é conveniente
estabelecer uma separação entre elas. A ninguém é dado este poder. Ele é da
competência de Jesus: só a ele cabe julgar as pessoas e separá-las segundo seu
comportamento. Mas isto será feito apenas no fim do mundo. Até lá, os que se
consideram bons e são impacientes com os demais, devem provar que o são, de
fato.
Uma maneira de prová-lo
é ser paciente com quem é fraco na fé e ajudá-lo a descobrir o caminho da
fidelidade a Jesus e ao Reino. A intransigência já é uma forma de maldade e
poderá resultar em dano para o discípulo, quando se defrontar com o Senhor.
Oração
Senhor Jesus, livra-me
da tentação de arvorar-me em juiz do meu próximo e faze-me ajudar os fracos na
fé a descobrirem o caminho do Reino.
Fonte: NPD Brasil em 01/08/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Somente o Reino é definitivo
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora
Consolata – Votorantim – SP)
Esta parábola fecha um conjunto que se inicia no versículo 1 com
a Parábola do Semeador, o panorama muda, mas o ensinamento é o mesmo: o Reino é
uma iniciativa Divina. Ás vezes, na visão rigorosa de Mateus, tem-se a
impressão de que o homem em nada participa, mas esta é uma visão enganosa. O
evangelista precisava usar esta linguagem radical pois os seus conterrâneos não
abriam mão da tradição onde despontavam nomes sagrados como o Rei Davi, o
libertador Moisés e mais na origem o Patriarca Abraão. Para eles, Jesus de
Nazaré não poderia ser maior que esses, não aceitavam que ele era o próprio
Filho de Deus, inaugurador do Reino definitivo, e muito menos que Deus se
ocupasse de outros povos e nações que não Israel, raça eleita, Nação Santa.
Na rede jogada ao mar caem peixes de todas as espécies, grandes,
pequenos, peixes de ótima qualidade, mas também peixes que não serviam para ser
aproveitados. Haverá no final uma seleção dos convocados, e Israel não tem
lugar garantido só porque tem suas raízes na tradição, sendo povo da antiga
aliança. Possivelmente, o que pensava um judeu tradicionalista era que Israel
não passaria por nenhum julgamento pois já estavam assegurados.
Por isso Mateus dá ênfase ao julgamento e ainda as consequências
trágicas que virão para quem não for selecionado. Quando refletimos este
evangelho corremos o risco de pensar mal de Deus, uma vez que os coitados dos peixes
que caem na rede, nem imaginam o destino que espera para os que não passarem no
controle de qualidade dos anjos. Entretanto o versículo final, alinhado á
primeira leitura do Profeta Jeremias desfaz esse equívoco.
O Doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus, têm á sua
frente o Baú do Antigo Testamento de onde, ele poderá agora tirar coisas novas
e velhas, como um pai de família que ao fazer uma bela faxina em casa, vai
separar algumas coisas que são úteis e outras que já não servem mais. O Doutor
da Lei que se tornou discípulo do Senhor, agora olha para o Antigo Testamento a
partir de Jesus e consegue separar coisas novas e velhas, pois com Cristo as
escrituras antigas revelam seu verdadeiro e real sentido.
Jesus Cristo, o Messias Salvador e Redentor, é a plena
realização da profecia de Jeremias, pois Nele todo homem será remodelado,
refeito, como um barro nas mãos do oleiro. Conclusão da parábola: basta que o
homem se torne flexível e disponível para deixar-se modelar pela Graça Operante
e Santificante da Graça de Deus, e ele será totalmente transformado... e daí os
peixes de menor qualidade que caíram na rede do Reino, poderão sim, serem
transformados em bons. Somente os egoístas, egocentristas, fechados a graça de
Deus, e que recusam deliberadamente a Salvação, é que serão jogados fora do
Reino, e quando se darem conta da grande bobagem que fizeram, ao recusar a Vida
Nova que em Jesus Deus lhes ofereceu, irão se remoer por toda eternidade, em um
choro e ranger de dentes, expressão que Mateus muito usava, como uma luz
amarela de atenção, aos seus conterrâneos, e que hoje serve de alerta ao homem
da pós modernidade, que parece não crer no poder da Graça transformadora de
Deus, manifestada em Jesus.
2. Entendestes tudo isso?
(O
comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia
dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
São Mateus conclui o Sermão das Parábolas com a parábola da
rede. O Reino dos Céus é como uma rede de pesca cheia de peixes que vão ser
selecionados. Os peixes bons, que se aproveitam, são postos num cesto, os que
não se aproveitam são jogados fora. Assim também no fim dos tempos, os justos
serão separados dos maus. Naquele dia se revelará a verdadeira comunidade dos
filhos de Deus, a comunidade dos justos. Os que não foram justos serão jogados
na fornalha de fogo. Que Deus conceda tempo de conversão para os injustos e
ninguém seja lançado na fornalha de fogo. A noção do inferno contém uma forte
advertência. Quem não busca a justiça por amor, livre-se da injustiça ao menos
por temor da condenação eterna. Mas quem é o justo, que floresce como a
palmeira e cresce como o cedro do Líbano? São os amigos dos necessitados que se
encontram em qualquer necessidade. Justo é também o escriba, como Mateus, que
se tornou discípulo do Reino de Deus e soube juntar as duas Alianças, a
primeira e a nova, fazendo delas uma só fonte de tesouros, velhos e novos.
HOMILIA
DIÁRIA
Deus restaura aquilo que o pecado
estragou em nossa vida
Permitamos que
aquilo que está estragado em nós seja restaurado, recuperado por Deus. E, ao
mesmo tempo, acreditemos que a Palavra de Deus pode transformar a vida de
muitos.
Jesus, hoje, compara o
Reino dos Céus com a rede lançada ao mar que apanha todo tipo de peixe.
Você sabe que o
pescador, quando joga sua rede ao mar, pesca muita coisa: peixe bom, peixe de
qualidade, peixe de toda espécie. Ao mesmo tempo, pode vir um peixe estragado,
podem vir bagulhos e tantas outras coisas que estão ali no fundo do mar. O
pescador pega aqueles peixes e fica com aquilo que é bom.
O tempo agora é de jogar
as redes. É tempo de pegar os peixes, mas é no fim dos tempos, quando Jesus
vier em Sua glória, que Ele irá separar os peixes bons dos ruins.
Uma vez que um peixe
está estragado, ele não serve para mais nada. Mas no Reino de Deus, há uma
coisa importante que não acontece entre os peixes. Para Deus, podemos até
estar estragados, porque a vida, o mundo, a corrupção do mal e do pecado acabam
fazendo isso conosco. Quantos dos nossos foram prejudicados pelas drogas, pelo
álcool, pelos vícios e pelos pecados que acabam não só a saúde, mas com a
própria essência da pessoa.
Nós precisamos ter fé e
ousadia. Primeiro, permitindo que aquilo que está podre em nós seja restaurado,
recuperado por Deus. Ao mesmo tempo, acreditando que a Palavra do Senhor pode
transformar a vida de muitas pessoas.
Não deixemos que o
desânimo tome conta do nosso coração. Não deixemos que a incerteza e a
incredulidade nos levem a pensar que as pessoas não têm mais jeito. Tudo tem
jeito, porque a Palavra de Deus tudo pode realizar.
É obvio que nós
precisamos querer essa mudança– e aquele que está estragado também precisa
querer isso. Mas, no momento em que a Palavra de Deus entra com força em nosso
coração, aquilo que está estragado é transformado.
Que a Palavra de Deus
chegue em muitos corações, curando e restaurando aquilo que está danificado em
nós e no mundo.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista
e colaborador do Portal Canção Nova.
Oração
Final
Pai Santo, abre o nosso coração para receber o
teu Espírito. Dá-nos discernimento para compreendermos os sinais dos tempos que
vivemos, iluminados pela história dos irmãos que nos precederam no Caminho do
Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do
Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 01/08/2013
ORAÇÃO FINAl
Pai Santo, abre nosso coração para o teu
Espírito. Dá-nos discernimento para compreender os sinais dos tempos que
vivemos, iluminados e guiados pela história dos irmãos que nos precederam no
Caminho do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na
unidade do Espírito Santo.

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