quarta-feira, 31 de julho de 2013

HOMÍLIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 01/08/2013

1 de Agosto de 2013

Ano C


Mt 13,47-53

Comentário do Evangelho

“Entendestes tudo isso?”

A parábola da rede é a última das parábolas do Reino do capítulo 13 do evangelho segundo Mateus.
A parábola da rede (vv. 47-48) é seguida imediatamente de sua explicação (vv. 49-50).
Própria a Mateus, tem partes em comum com a parábola do joio e do trigo (vv. 24-30): boa semente e o joio crescem juntos no campo; os peixes bons e os ruins são pegos na mesma rede. Nas duas parábolas é preciso separar um do outro, e ambas terminam mencionando o juízo final (vv. 30.49-50), o que nos remete, igualmente, a Mt 25,31-46.
Esta parábola não deixa margem à interpretação, pois ela mesma já o fez: “Assim acontecerá no fim do mundo…” (v. 49).
O longo discurso do capítulo 13 termina com uma pergunta de Jesus: “Entendestes tudo isso?” (v. 51a), isto é, tudo o que foi ensinado através das parábolas. E os discípulos responderam: “Sim” (v. 51b).
A resposta positiva engaja os discípulos a transmitirem o ensinamento sobre o Reino dos céus. Ao discípulo é exigida criatividade na transmissão deste mistério: “Se o inteligente ouve uma palavra sábia, aprecia-a e acrescenta-lhe algo de seu” (Eclo 21,15).
Carlos Alberto Contieri, sj

Vivendo a Palavra
Estejamos atentos para as coisas novas, inspiradas pelo Espírito que o Pai nos envia; mas não desprezemos as coisas antigas – a tradição da Igreja, que foi se construindo através dos tempos com a vida de homens e mulheres que nos precederam e transmitiram o a Boa Notícia do Reino até nossos dias.

Reflexão

A presença do Reino de Deus na nossa história não pode ser obscurecida pela presença do mal no mundo. As pessoas devem ser capazes de analisar toda a realidade a partir dos critérios do Reino para, à luz do Espírito Santo, ser capaz discernir o bem do mal e escolher o que contribui para que ela possa se aproximar cada vez mais de Deus. Mas esta distinção não dá ao cristão o direito de condenar os que erram, ao contrário, ele deve ser um instrumento nas mãos de Deus para que todos sejam capazes de fazer esta distinção e trilhar os caminhos do bem.

Meditação

Você tem consciência de que Jesus está insistindo na realidade do Reino onde os bons serão premiados e os maus receberão o que merecerem? - Você se considera ‘peixe’ bom para o Reino de Deus? - Não há muita gente que se omite diante das responsabilidades? - Você procura a ajuda de Deus para vencer as dificuldades? - Lembre-se: o futuro depende de cada um de nós!
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

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1. Somente o Reino é definitivo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Esta parábola fecha um conjunto que se inicia no versículo 1 com a Parábola do Semeador, o panorama muda mas o ensinamento é o mesmo: o Reino é uma iniciativa Divina. Ás vezes, na visão rigorosa de Mateus, tem-se a impressão de que o homem em nada participa mas esta é uma visão enganosa. O evangelista precisava usar esta linguagem radical pois os seus conterrâneos não abriam mão da tradição onde despontavam nomes sagrados como o Rei Davi, o libertador Moisés e mais na origem o Patriarca Abraão. Para eles, Jesus de Nazaré não poderia ser maior que esses, não aceitavam que ele era o próprio Filho de Deus, inaugurador do Reino definitivo, e muito menos que Deus se ocupasse de outros povos e nações que não Israel, raça eleita, Nação Santa.

Na rede jogada ao mar caem peixes de todas as espécies, grandes, pequenos, peixes de ótima qualidade mas também peixes que não serviam para ser aproveitados. Haverá no final uma seleção dos convocados, e Israel não tem lugar garantido só porque tem suas raízes na tradição, sendo povo da antiga aliança. Possivelmente, o que pensava um judeu tradicionalista era que Israel não passaria por nenhum julgamento pois já estavam assegurados.

Por isso Mateus dá ênfase ao julgamento e ainda as consequências trágicas que virão para quem não for selecionado. Quando refletimos este evangelho corremos o risco de pensar mal de Deus, uma vez que os coitados dos peixes que caem na rede, nem imaginam o destino que espera para os que não passarem no controle de qualidade dos anjos. Entretanto o versículo final, alinhado á primeira leitura do Profeta Jeremias desfaz esse equívoco.

O Doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus, têm á sua frente o Baú do Antigo Testamento de onde, ele poderá agora tirar coisas novas e velhas, como um pai de família que ao fazer uma bela faxina em casa, vai separar algumas coisas que são úteis e outras que já não servem mais. O Doutor da Lei que se tornou discípulo do Senhor, agora olha para o Antigo Testamento a partir de Jesus e consegue separar coisas novas e velhas, pois com Cristo as escrituras antigas revelam seu verdadeiro e real sentido.

Jesus Cristo, o Messias Salvador e Redentor, é a plena realização da profecia de Jeremias, pois Nele todo homem será remodelado, refeito, como um barro nas mãos do oleiro. Conclusão da parábola: basta que o homem se torne flexível e disponível para deixar-se modelar pela Graça Operante e Santificante da Graça de Deus, e ele será totalmente transformado... E daí, os peixes de menor qualidade que caíram na rede do Reino, poderão sim, serem transformados em bons.

Somente os egoístas, egocentristas, fechados a graça de Deus, e que recusam deliberadamente a Salvação, é que serão jogados fora do Reino, e quando se darem conta da grande bobagem que fizeram, ao recusar a Vida Nova que em Jesus Deus lhes ofereceu, irão se remoer por toda eternidade, em um choro e ranger de dentes, expressão que Mateus muito usava, como uma luz amarela de atenção, aos seus conterrâneos, e que hoje serve de alerta ao homem da pós modernidade, que parece não crer no poder da Graça transformadora de Deus, manifestada em Jesus.

2. "Entendestes tudo isso?"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)
VIDE ACIMA
ORAÇÃO
Pai, concede-me suficiente realismo para perceber que teu Reino se constrói em meio a perdas e ganhos, e que só tu podes garantir o sucesso final.

3. A SEPARAÇÃO FINAL
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Diante da pregação de Jesus, a comunidade dos discípulos pensou ser conveniente separar, o mais cedo possível, a humanidade em dois blocos. De um lado, estariam os bons, que se deixaram tocar pelo Reino e aderiram a ele com fidelidade. De outro, estariam os maus, os que foram insensíveis aos apelos do Reino e preferiram aderir à injustiça e toda sorte de maldade. Esta divisão nítida, no pensar deles, lhes daria segurança. Afinal, não haveria dúvida sobre o lugar onde se encontravam o bem e o mal. A mistura acarretaria sérios perigos para os bons.

Ao contar a parábola da rede, Jesus mostrou-se contrário a esta mentalidade. Como a rede recolhe peixes de toda espécie, o mesmo se passa com o Reino. Gente de toda categoria e com as mais variadas intenções se fazem discípulas dele. Por ora, não é conveniente estabelecer uma separação entre elas. A ninguém é dado este poder. Ele é da competência de Jesus: só a ele cabe julgar as pessoas e separá-las segundo seu comportamento. Mas isto será feito apenas no fim do mundo. Até lá, os que se consideram bons e são impacientes com os demais, devem provar que o são, de fato. 

Uma maneira de prová-lo é ser paciente com quem é fraco na fé e ajudá-lo a descobrir o caminho da fidelidade a Jesus e ao Reino. A intransigência já é uma forma de maldade e poderá resultar em dano para o discípulo, quando se defrontar com o Senhor.
Oração
Senhor Jesus, livra-me da tentação de arvorar-me em juiz do meu próximo e faze-me ajudar os fracos na fé a descobrirem o caminho do Reino.
 Deus restaura aquilo que o pecado estragou em nossa vida
Permitamos que aquilo que está estragado em nós seja restaurado, recuperado por Deus. E, ao mesmo tempo, acreditemos que a Palavra de Deus pode transformar a vida de muitos.
Jesus, hoje, compara o Reino dos Céus com a rede lançada ao mar que apanha todo tipo de peixe.
Você sabe que o pescador, quando joga sua rede ao mar, pesca muita coisa: peixe bom, peixe de qualidade, peixe de toda espécie. Ao mesmo tempo, pode vir um peixe estragado, podem vir bagulhos e tantas outras coisas que estão ali no fundo do mar. O pescador pega aqueles peixes e fica com aquilo que é bom.
O tempo agora é de jogar as redes. É tempo de pegar os peixes, mas é no fim dos tempos, quando Jesus vier em Sua glória, que Ele irá separar os peixes bons dos ruins.
Uma vez que um peixe está estragado, ele não serve para mais nada. Mas no Reino de Deus, há uma coisa importante que não acontece entre os peixes. Para Deus, podemos até estar estragados, porque a vida, o mundo, a corrupção do mal e do pecado acabam fazendo isso conosco. Quantos dos nossos foram prejudicados pelas drogas, pelo álcool, pelos vícios e pelos pecados que acabam não só a saúde, mas com a própria essência da pessoa.
Nós precisamos ter fé e ousadia. Primeiro, permitindo que aquilo que está podre em nós seja restaurado, recuperado por Deus. Ao mesmo tempo, acreditando que a Palavra do Senhor pode transformar a vida de muitas pessoas.
Não deixemos que o desânimo tome conta do nosso coração. Não deixemos que a incerteza e a incredulidade nos levem a pensar que as pessoas não têm mais jeito. Tudo tem jeito, porque a Palavra de Deus tudo pode realizar.
É obvio que nós precisamos querer essa mudança– e aquele que está estragado também precisa querer isso. Mas, no momento em que a Palavra de Deus entra com força em nosso coração, aquilo que está estragado é transformado.
Que a Palavra de Deus chegue em muitos corações, curando e restaurando aquilo que está danificado em nós e no mundo.
Deus abençoe você!

Padre Roger Araújo

Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.Facebook Twitter
LEITURA ORANTE

Mt 13,47-53 - O Reino dos céus é como a rede



Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos os internautas:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia,  o texto Mt 13,47-53, e observo as recomendações de Jesus.
O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isso? – “Sim”, responderam eles. Então ele acrescentou: “Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.
Jesus diz que o Reino é como uma rede lançada ao mar. Deve pescar tudo que for possível. Não importa a qualidade. Não compete aos pescadores julgar. Jesus fala que no final virão anjos para separar justos dos maus. E, no final, Jesus compara os escribas aos pescadores ou, ao pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. O pai de família "tira" todas as coisas. Não as descarta.

2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Não é permitido julgar pelas aparências. Os líderes sabem distinguir isso. Porém, há chefes que podem confundir e descartar , jogar fora "peixes bons". A ideia da rede lembra a globalização, lembra solidariedade.
O texto me faz recordar o que disseram os bispos em Aparecida: "Uma globalização sem solidariedade afeta negativamente os setores mais pobres. Já não se trata simplesmente do fenômeno da exploração e opressão, mas de algo novo: a exclusão social. Com ela a pertença à sociedade na qual se vive fica afetada na raiz, pois já não está abaixo, na periferia ou sem poder, mas está fora. Os excluídos não são somente "explorados", mas "supérfluos" e "descartáveis". (DAp 65).

3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com a oração que inclui, que reza Deus como Pai de todos:
Pai nosso...

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é de inclusão de todos, considerando a globalização com a condição ética de por tudo a serviço a pessoa humana, imagem e semelhança de Deus.

Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Irmã Patrícia Silva, fsp
 Oração Final
Pai Santo, abre o nosso coração para receber o teu Espírito. Dá-nos discernimento para compreendermos os sinais dos tempos que vivemos, iluminados pela história dos irmãos que nos precederam no Caminho do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.

 

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