ANO C

Mt 26,14-25
Comentário do
Evangelho
A traição
Os evangelhos não nos oferecem com clareza o
motivo pelo qual Judas Iscariotes teria entregado Jesus. O evangelho de João
(12,1-11) e o presente poderiam nos fazer entender que se tratasse de dinheiro.
Talvez não fosse a única razão. Jesus não era o Messias combatente que Judas
esperava.
No texto de hoje, e nós já o observamos
anteriormente (ver o dia 26/03), ante a assertiva de Jesus de que um dentre
eles o trairia (v. 21), os demais discípulos sentem-se implicados: “Acaso sou
eu, Senhor?” (v. 22). Todos revelam sua fragilidade e insegurança e apontam
para uma possibilidade que lhes é comum: a traição. Todos eles são portadores
de certo assombro diante da iminência da paixão e morte de Jesus. Na verdade,
cada um se sente capaz de trair. A Judas, Jesus responde como ao sumo
sacerdote (Mt 26,54), e a Pilatos (27,11): “Tu o dizes” (Mt 26,25).
A cada ser humano é deixada a possibilidade de
julgar-se na sua relação com Jesus Cristo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, reforça minha comunhão com teu Filho Jesus,
de forma que nenhuma atitude minha possa colocar em risco este relacionamento
profundo propiciado por ti.
Fonte: Paulinas em 27/03/2013
Vivendo a Palavra
Semana Maior da nossa fé – tempo bom para
pensarmos nas nossas traições. Não foi apenas Judas o traidor: também nós
traímos a Deus, quando traímos a nós mesmos, cultivando vícios; traímos ao
nosso próximo, vivendo o egoísmo; traímos à natureza, devastando nosso planeta.
Perdão, Senhor!
Fonte: Arquidiocese BH em 27/03/2013
Reflexão
O amor que Deus tem por todas as pessoas nunca
foi plenamente correspondido, pois sempre o pecado manifestou o desamor que o
homem tem por ele. O episódio da traição de Judas nos mostra de um modo muito
mais profundo esta verdade. O Filho, verdadeiro Deus, Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade, por amor a nós, renuncia à sua condição divina e se faz
homem, tornando-se um de nós. A resposta que ele encontra dos homens não é o
amor, mas a traição e a morte. Mas nem mesmo esta realidade diminui o amor que
Deus tem por nós, uma vez que, por amor, Jesus nos dá livremente a sua vida.
Fonte: CNBB em 27/03/2013
Reflexão
Por trinta moedas de prata, Jesus está sendo
negociado por um de seus discípulos. Na casa de um amigo, Jesus come a Páscoa
com os apóstolos. A refeição, que poderia transcorrer em clima descontraído e
cordial, torna-se ocasião de forte tensão entre todos. É que Jesus lhes revela
que um deles vai entregá-lo aos chefes do povo. A tristeza apodera-se deles, e
o traidor é apontado: Judas. Foi o nosso pecado que causou a morte de Jesus.
Convém lembrar que nosso pacto com o pecado é que provoca o sacrifício de Jesus.
É o mistério pascal (paixão, morte e ressurreição de Jesus) que vamos
contemplar e meditar nos próximos dias, à medida que estivermos celebrando as
últimas ações terrenas de Jesus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditando o evangelho
AI DO TRAIDOR!
O modo como Jesus referiu-se ao traidor pode dar a impressão de
ressentimento e ódio contra Judas -"Teria sido melhor, se tal homem não
tivesse nascido!" Como se explica esta possível expressão de revanchismo
do Mestre?
Judas não fazia a menor ideia da gravidade do que estava para fazer.
Trair Jesus significava insurgir-se contra o Pai, que o enviou. Rebelar-se
contra Deus é a atitude mais insensata que um ser humano pode tomar. É
insurgir-se contra o próprio Criador, a quem se deve prestar contas. Só mesmo
um tresloucado pode trair o Filho de Deus, sem pensar nas consequências de seu
gesto.
A observação de Jesus deveria ter levado Judas a raciocinar. As palavras
do Mestre não davam margem para equívoco: o traidor do Filho de Deus estaria
fadado à condenação divina. Portanto, seria preferível não ter sido dado à luz,
a merecer sorte tão terrível.
Esta foi a última tentativa de chamar o discípulo ao bom senso.
Tentativa inútil O traidor não fez caso da advertência de Jesus. Judas estava
obsesionado pela ideia de eliminá-lo, a qualquer custo.
Quiçá fosse esta uma forma de vingar-se de seu ideal fracassado. E Jesus
respeitou a opção insensata do discípulo, sem desmascará-lo diante dos demais.
Infelizmente, Judas estava assinando sua própria condenação.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de paciência, não permitas que eu abuse da condescendência
divina. Torna-me suficientemente sensato para perceber a voz do Pai
exortando-me a deixar o mau caminho.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A COMUNHÃO ROMPIDA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
no Portal Dom Total a cada mês).
O contexto do anúncio da traição de Judas aponta
para a ruptura da comunhão que a traição comportaria. Esta seria consumada por
alguém que partilhava a intimidade de Jesus, na condição de companheiro de
caminhada e missão. Sentar-se à mesma mesa simbolizava comunhão de vida. A
traição revelaria a hipocrisia de Judas no seu relacionamento com Jesus. Não
era quem dava a impressão de ser, e sim um traidor travestido de amigo.
Judas, no entanto, não detinha o poder sobre a
vida de Jesus. O evangelho sublinha que o gesto dele estava inserido num
contexto maior do desígnio divino a respeito do Messias. Nem por isso sua
responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram sobre ele não
deixam dúvida a este respeito: "Seria melhor que nunca tivesse
nascido!".
Toda a cena é comandada por Jesus. É ele quem dá
instruções precisas a respeito do lugar onde deve ser preparada a ceia pascal,
da pessoa que haveria de ceder-lhes o local, da mensagem que lhe seria transmitida
e dos detalhes da preparação. Os discípulos obedecem prontamente, fazendo tudo
conforme o Mestre determinara.
Só Judas age na contramão da vontade do Mestre,
mesmo que sua decisão, em última análise, já estivesse no contexto da vontade
de Deus. Nenhum discípulo deveria seguir um tal exemplo.
Oração
Pai, reforça minha comunhão com teu Filho Jesus,
de forma que nenhuma atitude minha possa colocar em risco este relacionamento
profundo propiciado por ti.
Fonte: NPD Brasil em 27/03/2013
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um de Vós vai me trair...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da
Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
É o mesmo relato de ontem, mas agora do jeito de MATEUS. No
evangelho de ontem, quando Jesus vai anunciar que será traído, o texto fala que
ele está angustiado e perturbado em seu espirito, lembram-se? Podem conferir o
texto de João.... Pois no evangelho de hoje, essa angústia e aflição muda de
lado, são os discípulos que ficam angustiados e aflitos, e começam a indagar
"Senhor, por acaso serei eu?". E Pedro, logo ele, dá uma cutucada a
João, que estava perto do Mestre, quer saber quem é o desavergonhado, quem
sabe, para tomar uma providência...
O Jesus de Mateus, que escreve para a comunidade Cristão
Judaica, é firme e não demonstra nenhuma perturbação quando anuncia a traição.
É que Mateus apresenta um Jesus fiel á missão, e que cumpre toda a
Vontade do Pai, com firmeza e determinação. Entretanto, há algo que o leitor
fica se perguntando, "Se ele cumpre a vontade do Pai, porque demonstrou
sua indignação ao dizer "Ai daquele que irá trair o Filho do Homem, melhor
seria que não tivesse nascido....".Ora, se era vontade do Pai, então Judas
estava fazendo o seu papel, e estava, por assim dizer "Colaborando"
para que tudo acontecesse, conforme o previsto....Jesus até poderia trata-lo
bem, era preciso que alguém o traísse para que ele fosse condenado á morte, e Judas
aceitou o papel de traidor...
Esta seria uma leitura ingênua desse evangelho, pois facilmente
podemos cair no fatalismo, "Deus quis assim... Foi feita sua
vontade". Coitado do nosso Deus, quantas desgraças e tragédias jogamos em
suas costas... Aliás, tem gente que se safa de situações apertadas jogando a
culpa em Deus ou no Diabo.
Com toda certeza, muitas vezes Jesus conversou com Judas, expos
sua missão, exortou-o a não entrar pelo caminho errado, disse-lhe do perigo que
corria, ao confundir o seu Messianismo com alguma ideologia política e
ali á mesa, deu-lhe a última dica...uma oportunidade para Judas pensar no
assunto, rever a sua atitude, quem sabe, usar o seu livre arbítrio e mudar de
vida, por fidelidade a Jesus, mesmo que não compreendesse bem o seu
messianismo, pois Pedro também não entendia, mas o aceitou como ele era.
Portanto, não se trata do anuncio de uma fatalidade, mas um jogo
de palavras, mostrando que a questão estava em aberto e Judas ainda poderia dar
outro rumo á sua vida. Assim que Judas saiu de cena, rompendo portanto
com a comunidade, Pedro, querendo amenizar o mal entendido, e melhorar o clima
do jantar, já no Horto das Oliveiras, quando Jesus anuncia que ele será motivo
de queda para todos eles, vai apresentar-se como diferente, o melhor e o
mais fiel de todos, "Para mim jamais serás motivo de queda, Senhor".
Com essas palavras Pedro estava dizendo que Jesus podia contar com ele
sempre... Pobre Pedro, que ducha de água fria levou na cabeça, quando Jesus diz
que ele irá negá-lo por três vezes, antes que o galo cantasse...
Nossas mãos não tocam no mesmo prato, o pão com Jesus, mas tocam
em Jesus que é o Pão da Eucaristia, somos tão íntimos dele como Judas o era, e
todos os discípulos. Seria um erro pensarmos que o nosso pecado é bem menor que
o de Judas e de Pedro, na própria comunidade caímos em contradição, quem dirá
quando estamos fora dela. E por que agirmos dessa maneira, ao estilo de Pedro
ou de Judas? Por que diferente de Jesus de Mateus, buscamos a nossa vontade,
que coincide com a vontade de Pedro e de Judas: vencer pelo caminho mais fácil,
chegar á glória da ressurreição, sem ter de passar pelo triste trajeto do
calvário, que nos assusta e amedronta...
2. O meu tempo está próximo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro
da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal
Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Judas se deixou levar pela cobiça? Queria dinheiro, por isso
decidiu vender o seu Mestre? Como se comportava dentro do grupo? Era o ecônomo
da pequena comunidade? Quando Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume caro,
Judas reagiu e apelou: “Podíamos vender esse perfume e dar o dinheiro aos
pobres”. Não ficou feliz com o que Maria fez para Jesus. O relacionamento de
Judas com Jesus já não andava bem. Acrescente-se o interesse pessoal pelo
dinheiro e chegaremos ao cume da traição. Era um dos Doze. Que o Senhor não nos
deixe cair em tentação!
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
março 27th, 2013
São Mateus nos revela, hoje, o modo como Jesus
foi traído por um dos Seus homens de confiança. Com um simples beijo, Judas
planeja vender o seu Mestre. Por trinta moedas traça-se o poder financeiro,
material e finito pela vida, dom de Deus.
Uma verdadeira contradição! O Dono de tudo é
trocado pelo dinheiro. Ontem como hoje, a opção pelo dinheiro e a rejeição
da vida humana tem falado mais alto.
Será que Judas era, na verdade, um amigo? Eu
diria que ‘não’, porque, com a traição, ele revela sua hipocrisia no
relacionamento com Jesus. Não era quem dava a impressão de ser, mas um traidor
travestido de amigo. Judas, no entanto, não detinha o poder sobre a vida de
Jesus.
O Evangelho destaca que o gesto de Judas estava
inserido num contexto maior do desígnio divino sobre o destino do Messias. Mas
nem por isso sua responsabilidade foi menor. As palavras terríveis que recaíram
sobre ele não deixam dúvida a este respeito: “Seria melhor que nunca tivesse
nascido!” Só Judas age na contramão da vontade do Mestre, mesmo que sua decisão
já estivesse no contexto da vontade de Deus.
A atitude cristã que devemos ter é a de
corresponder com a graça divina, e não desprezá-la, traindo o amor de Cristo,
como fez Judas.
Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé firme e
permanente a ponto de fazermos a diferença neste mundo cheio de ganância e numa
busca constante de privilégios. Sobretudo, onde o grito de Maquiavel: “O fim
justifica os meios” ainda continua ditando normas. Tira-se a vida em troca de
poder, prazer e posse.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 27/03/2013
Oração Final
Pai Santo, eu creio, mas aumenta a minha fé!
Ajuda-me a ser fiel na relação comigo mesmo, com o próximo, com este mundo
encantado que me emprestaste para cuidar e, mais do que tudo, fiel ao inefável
Amor com que nos cumulaste, oferecendo-nos o Cristo Jesus, teu Filho e nosso
Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 27/03/2013

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