ANO C

João
13,21-33.36-38
Comentário do
Evangelho
Incompreensão dos discípulos
Nosso texto é a sequência do episódio do
lava-pés, situado antes da festa de Páscoa dos judeus. A perturbação de Jesus é
o desconcerto em face da incompreensão dos discípulos. Diante da afirmação de
Jesus: “... um de vós me entregará”, todos os demais discípulos são suspeitos.
A traição é obra de Satanás.
Simão Pedro guarda no seu próprio nome a
ambiguidade da falta de confiança e da fé, do medo e da coragem de quem será,
um dia, capaz de entregar a própria vida pelo Senhor. “Eu darei minha vida por
ti!” (v. 37). Simão Pedro terá que passar pela dura prova da paixão e morte do
Senhor para depois, superada a reação primária, poder ver com clareza e,
como dom, atualizar na sua vida a entrega de Cristo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo
que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.
Fonte: Paulinas em 26/03/2013
Vivendo a Palavra
Vençamos nossa tendência de julgar o próximo.
Dentro de nós moram muitas dessas figuras que encontramos no Evangelho.
Gostamos de nos imaginar como Pedro, João ou Mateus. Mas é bom que aceitemos a
nossa porção Judas, que tantas vezes nos incomoda e até repudiamos...
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2013
VIVENDO A PALAVRA
O texto bíblico não é só para ser
lido e admirado: ele deve ser refletido em nosso comportamento. Vençamos nossa
tendência de julgar o próximo. Nos nossos corações moram muitas dessas figuras
que encontramos no Evangelho. Gostamos de nos imaginar como Pedro, João ou
Mateus. Mas é bom que aceitemos a nossa porção Judas, que tantas vezes nos
incomoda e até repudiamos...
Reflexão
Mesmo entre os discípulos de Jesus, a humanidade,
com a sua fraqueza, falou mais alto nos momentos mais difíceis. Todos estão à
mesa com ele, celebrando a Páscoa, mas ninguém está pronto para viver a Páscoa
de Jesus. Judas Iscariotes abandona a mesa celebrativa para procurar os sumos
sacerdotes e trair Jesus. Simão Pedro afirma que dará a vida por Jesus e, como
resposta, ouve a profecia de que o negará três vezes ainda naquela noite. Com
exceção de João, que esteve acompanhando Jesus até o alto do Calvário, todos os
demais se dispersaram.
Fonte: CNBB em 26/03/2013
Reflexão
Profundamente comovido, Jesus desabafa algo
que o sufoca: o traidor é um do grupo. Com gesto de carinho, entrega o pão
umedecido a Judas Iscariotes, que imediatamente se retira do convívio. “É
noite”: enquanto Judas entra nas trevas, Jesus é glorificado pelo Pai: passando
pelo vale do sofrimento e da morte, será resgatado pelo Pai que lhe devolverá a
glória que “tinha antes da criação do mundo” (Jo 17,5). Pedro, em rompante
entusiasmo, promete a Jesus fidelidade a toda prova, afirmando que dará a vida
por ele. Jesus, porém, revela que Pedro o negará três vezes, antes do cantar do
galo. O impacto causado pela traição de Judas e de Pedro é atenuado com a
presença do discípulo amado, que estará junto à cruz de Jesus, sustentado pela
força do amor.
(Dia
a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)
Meditando
o evangelho
UM DE VÓS ME TRAIRÁ
A dureza do coração de Judas impediu-o de reconhecer
quem, de fato, era o Messias Jesus. Sua decepção deveu-se ao fato de o Mestre
não corresponder às suas expectativas messiânicas. Sem dúvida, Judas
imaginava-o como um Messias glorioso, cheio de poder, líder de uma revolta
contra os romanos, objeto da admiração popular. Evidentemente, os discípulos
haveriam de tirar partido da situação, se as coisas fossem assim.
O projeto de Judas não encontrou guarida no coração
de Jesus. O Mestre não buscava a própria glória, mas a fidelidade à vontade do
Pai. Seu poder era usado para servir e libertar, e não para oprimir e dominar.
Não estava tanto preocupado com os romanos, quanto com seus próprio
compatriotas, que tinham transformado a religião em instrumento de opressão.
Jesus tornara-se objeto da admiração popular, mas também vítima da perseguição
sistemática por parte de seus adversários.
Nada do que Judas imaginava, acontecia com o Mestre. Daí a sua decepção. Sua
decisão de trai-lo resultou de uma paixão precipitada. Não foi capaz de abrir
mão de seu preconceito com relação a Jesus. Por isso, não vendo realizar-se o
que imaginava, Judas optou por vender o seu Mestre.
A atitude do discípulo traidor repete-se cada vez
que os seguidores de Jesus caem na tentação de medi-lo com os parâmetros que
têm na cabeça. É o erro fatal de quem o desconhece.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –
e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Espírito de despojamento, aproxima-me de Jesus
despojando-me de minhas idéias preconcebidas, a fim de que eu possa reconhecer
o sentido de sua presença no meio de nós.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. O TRAIDOR IDENTIFICADO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe.
Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O anúncio da traição foi desconcertante para o
grupo de discípulos. Independentemente de qualquer cultura, a traição é sempre
um ato abominável. De modo especial, entre pessoas cujas vidas foram postas em
comum, e nas quais se deposita toda confiança. Isto explica a surpresa dos
discípulos quando Jesus anunciou que um deles haveria de traí-lo. E essa surpresa
foi maior, quando o traidor foi identificado com Judas, filho de Simão
Iscariotes.
O evangelista João dirá várias vezes que se
tratava de um ladrão. Logo, alguém de caráter duvidoso, de quem se pode esperar
tudo. A traição seria apenas mais uma manifestação da personalidade malsã deste
discípulo. Os evangelhos, em geral, referem-se a Judas como alguém que vendeu
sua própria consciência ao aceitar entregar o Mestre por um punhado de
dinheiro.
Entretanto, é possível suspeitar de outras razões
desta atitude tresloucada. Será que Judas entendeu, de fato, o projeto de
Jesus? Terá sido capaz de abrir mão de seus esquemas messiânicos para aceitar
Jesus tal qual se apresentava? Estava disposto a seguir um Messias pobre,
manso, amigo dos excluídos e marginalizados, anunciador de um Reino
incompatível com a violência e a injustiça? Judas esperava tirar partido do
Reino a ser instaurado por Jesus. Vendo frustrado o seu intento, não teria tido
escrúpulo de traí-lo?
Uma coisa é certa: Judas estava longe de sintonizar
com Jesus. Algo parecido acontecia com Pedro, que haveria de negá-lo. Só que
este recuou e se converteu à misericórdia do Senhor.
Oração
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo
que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.
Fonte: NPD Brasil em 26/03/2013
COMENTÁRIOS
DO EVANGELHO
1. Amar
ou Negar e trair... Você decide.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim
– SP)
Neste evangelho, São João, bem
naquele jeito que nós já sabemos, faz uma linda reflexão com uma narrativa às
avessas! O leitor com certeza, ao tomar contato com este evangelho, se pergunta
"Mas em uma hora dramática e terrível dessa, quando já o prenúncio de que
dois que estão ali na mesa, irão trai-lo e negá-lo no dia seguinte, Jesus
começa a falar em Gloria, porque Nele o Pai foi Glorificado?" Se a gente
não comentou com alguém, pelo menos pensou, não é?
Fazendo uma releitura diferente
dos sinóticos, onde a paixão e morte de Jesus apresenta-se como um quadro
tenebroso ao espírito do leitor, João enxerga na paixão de Jesus a sua Vitória
definitiva, a sua definitiva Glorificação, dando-lhe inclusive uma postura de
Rei e Juiz, invertendo os papéis com Pilatos. Essa ideia de João não foi algo
que surgiu depois, mas desde o início de seus escritos, nas Bodas de Caná , por
exemplo, ele afirma a Mãe que "A sua Hora ainda não chegou", não a
hora da derrota, do fracasso e do fim do sonho, mas exatamente o contrário, o
que está nascendo, o que está surgindo, o Reino afirma suas raízes sobre o
madeiro da cruz, e é um Reino para sempre, que conduzirá os homens à sua
plenitude, é o início da nova criação, um novo horizonte se descortina para
toda humanidade.
É olhando nessa perspectiva
joanina que agora podemos focar Judas e Pedro. Um que o traiu, e outro que o
negou. Dois pecados da mesma gravidade. Judas agiu assim, porque já tinha
delineado dentro dele o modelo de Jesus que ele queria e ambicionava, para
sair-se vitorioso em suas ambições possivelmente revolucionárias, é difícil
fazer um juízo sobre a ação do traidor, talvez o tenha traído porque ele o
havia decepcionado, por não ser o modelo que ele havia delineado dentro de si,
ou talvez o traiu, por acreditar que na hora em que a cobra fosse
"fumar", Jesus manifestaria o seu Messianismo poderoso e daria a
volta por cima, "virando o jogo". Mas são apenas hipóteses...
Já Pedro o negou por medo de
comprometer-se, estava ali como um curioso, nem conhecia o tal
homem...Evidentemente que depois, quando seus olhos cruzaram com o de Jesus,
Pedro sentiu na alma a dor da sua negação e chorou amargamente, e acreditou na
Misericórdia Divina, maior que o seu pecado. Judas não! Possivelmente sentiu
que o seu pecado não teria perdão, não acreditava e nunca acreditou que Deus o
amaria, com a mesma intensidade, depois da sua traição, e preferiu a loucura da
morte, porque a ideia de olhar para os olhos de Jesus, o aterrorizava.
Em nossos tempos, longe do fato
histórico que marcou as últimas horas de vida de Jesus, junto aos seus
discípulos, é urgente percebermos contritos que, Trair ou Negar a Jesus, é uma
questão de ocasião e de oportunidade. Podemos trai-lo sim, quando percebemos
que o Jesus que criamos, ou que alguém criou em nossa fantasia, não bate com o
Jesus real dos evangelhos, podemos trai-lo quando percebemos que teremos que
mudar nosso jeito de ser cristão, mas falta-nos coragem para dizer a verdade e
assumi-la em nossas comunidades, talvez medo de perder o cargo, a fama e o
prestígio...
Podemos também negá-lo, como
Pedro, nos confrontos com a pós-modernidade, que nos impõe anti-valores, por
medo de perder algo, o prestígio, o status diante dos amigos e da sociedade.
Não é fácil dar testemunho cristão nos dias de hoje, e muitas vezes nos
iludimos achando que o nosso testemunho cristão é dado na comunidade, na
pastoral, no movimento, se fosse isso, jamais haveriam cruzes, seria fácil
demais. No trabalho, na escola, na família, no partido político, como
trabalhador, como funcionário público, como profissional autônomo, é exatamente
aí nesses ambientes "extra Eclésia", fora das fronteiras da comunidade,
é aí que negamos e traímos a nossa Fé, e o evangelho de Cristo. Pelo menos que
sejamos sinceros como São Pedro e acreditando na misericórdia Divina, choremos,
por nosso amor para com Deus, o próximo e a Igreja, ser tão pequeno...
2. Eu
darei minha vida por ti!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn.
Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no
Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
Chegou a hora da glorificação de
Jesus, marcada pelo realismo da decepção humana. Entusiasmo e boa vontade se
confrontam com o que em nós é má inclinação e força de morte. Pedro quer dar a
vida por Jesus, mas o negará três vezes. Judas vende o Mestre por algumas
moedas. Foi ambição ou perdeu o rumo?
HOMILIA DIÁRIA
Postado por: homilia
março 26th, 2013
Antes das celebrações da Ceia e da Paixão, a
Igreja coloca para todos os cristãos a personalidade de Judas, o traidor
de Jesus, entregando-o aos Seus algozes para, depois, ser preso e morto.
No Evangelho de hoje, Jesus levanta a voz e,
dirigindo-se ao seu homem de confiança, diz: “Faça logo o que você tem de
fazer”. Essas palavras devem ter soado nos ouvidos e no coração de Judas quase
como uma obrigação, e ele saiu correndo, como se tivesse medo e vergonha da
própria sombra, porque teve consciência, naquele momento, de que o Mestre sabia
de seus planos e de sua traição. No entanto, não voltou atrás. Que pena!
Muita gente quis ver, nesse fato, uma espécie de
“predeterminação”, como se Judas tivesse sido escolhido por Deus para ser o
protagonista de um ato infame, mas necessário.
Necessário por ser a hora da manifestação plena
do amor de Jesus, até o fim, sem recuar diante das ameaças que pairavam sobre
Ele. É a plena manifestação de Sua divindade e eternidade.
Voltando ao caso Judas, diríamos que, na realidade,
não era necessária sua atitude, pois Jesus podia ter sido descoberto e preso de
outro modo. Se Judas, apesar de ser discípulo de Jesus e de ouvir, todos os
dias, Seus ensinamentos, chegou a esse ato de traição, é porque tinha
tendências e personalidade de traidor, tendências que nascem da ambição, da
inveja, do egoísmo, da falsidade e falta de amor. O mais triste é que se
tratava de uma pessoa íntima, porque, como disse o evangelista, ele “comia no
mesmo prato do Mestre”. O nosso modo de comer difere do modo de comer dos
judeus.
Era costume deles colocar, no centro da mesa,
bandejas com comida, das quais cada um ia se servindo; em geral, com os dedos,
com a mão. Costume que vigora ainda entre muitos povos. Judas pertencia aos
amigos íntimos de Jesus. E isso é o que causa mais estranheza e tristeza.
Que essas considerações sirvam de alerta para
nós, que pensamos estar livres de uma traição só pelo fato de sermos pessoas da
Igreja e de comunhão frequente. Onde não existe amor verdadeiro tudo é
possível.
Padre Bantu Mendonça
Fonte: Canção Nova em 26/03/2013
Oração Final
Pai Santo, permite que sejamos capazes do exame
de consciência sincero, para reconhecer as nossas virtudes, que são dons da tua
Graça, mas também o nosso pecado, face escura da caminhada, para iluminá-la com
a luz do Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do
Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 26/03/2013
ORAÇÃO FINAL
Pai Santo,
permite que sejamos capazes do exame de consciência sincero, para reconhecer as
nossas pequenas virtudes, que são todas elas dons da tua Graça, mas também o
nosso pecado, face escura da caminhada, para iluminá-la com a luz do Cristo
Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.

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