quarta-feira, 3 de abril de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 03/04/2019

ANO C


Jo 5,17-30

Comentário do Evangelho

Jesus e o Pai

Há, aqui, uma ampliação das consequências do episódio anterior. Os judeus procuravam matá-lo por duas razões, segundo o nosso texto: por violar o sábado e por dizer que Deus era seu Pai, fazendo-se igual a Deus. Diante da crítica de ter curado em dia de sábado, Jesus responderá: "Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho". A afirmação de Jesus encontra apoio em Dt 5,12-15, em que não se diz que Deus descansa, mas que o homem deve parar o seu trabalho no dia de sábado para fazer memória da saída do Egito. A comunhão com o Pai é que faz com que o Filho faça a obra de Deus.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, tu me deste teu Filho Jesus como caminho para encontrar-me contigo. Reforça minha fé, de modo que, conhecendo mais a Jesus, possa também conhecer-te mais.
Fonte: Paulinas em 13/03/2013

Vivendo a Palavra

Esta é a novidade é vivida e anunciada por Jesus: o Senhor Javé, muito mais do que o Deus dos Exércitos, é Pai! Seu Pai e nosso Pai! Ele se coloca, assim, na posição de Filho e não mais de simples criatura ou escravo. Esta intimidade assustava seus contemporâneos e continua assustando a muitos de nós...
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2013

VIVENDO A PALAVRA

Jesus realiza as profecias, como no exemplo de hoje, a visão de Isaías. É chegada a hora em que até os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus. Ele faz o que o Pai faz e tem o poder de julgar os vivos e os mortos. A leitura orante do Evangelho de João é caminho privilegiado para iluminar a nossa vivência do amor ao Pai, que se concretiza no cuidado com os irmãos.

Reflexão

Jesus começa aos poucos a manifestar a sua origem e a sua natureza divina. Ele de fato é o Filho de Deus, que veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e realizar a sua obra, que é a salvação de todas as pessoas, salvação que significa ressurreição e vida eterna, libertação do jugo do pecado e da morte. Mas esta obra é somente para quem crê que Jesus é o Filho de Deus, é para quem crê que ele veio ao mundo para fazer a vontade do Pai e vê na sua ação a ação divina em favor dos homens, de modo que a fé é essencial para a nossa salvação, para a nossa ressurreição e para que vivamos eternamente.
Fonte: CNBB em 13/03/2013

Reflexão

Entre Deus Pai e Jesus existe perfeita harmonia, comunhão total. O Filho tem acesso às obras do Pai e faz aquilo que o Pai faz. Ora, o Pai ressuscita os mortos e haverá de ressuscitar o Filho. Jesus se apresenta como Filho e ousa anunciar que, por sua voz, os mortos retornarão à vida. Ensina também que o Pai confia de tal modo no Filho, que lhe confere autoridade para julgar o mundo. Seu julgamento é justo, porque faz a vontade do Pai que o enviou. Os doutores da Lei não suportam que uma pessoa, semelhante a eles, se atreva a julgar-se tão próxima de Deus. Acreditam em Deus, mas não aceitam Jesus como Filho de Deus. O conflito entre esses doutores e Jesus se agrava. Desembocará na crucificação do Mestre.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

PROCURAVAM MATÁ-LO

O ódio crescente contra Jesus e a decisão de matá-lo tinha uma razão bem clara: sua pretensão de fazer-se igual a Deus. Isto se deduzia da liberdade com que trabalhava em dia de sábado. Segundo a teologia da época, só Deus trabalha em dia de sábado para garantir a subsistência da criação e da vida sobre a face da Terra. Os sinais realizados por Jesus, em dia de sábado, tinham características semelhantes, pois estavam estreitamente relacionados com a recuperação da vida.
Nos seus ensinamentos, Jesus jamais chamou-se de "Deus". De fato, sempre falou do Pai, a cuja vontade estava submetido, do qual viera e para o qual voltaria, que o enviou com a missão de restaurar a existência humana corrompida pelo pecado. Sua palavra era perpassada pela consciência de ser Filho. Nunca pretendeu usurpar o lugar do Pai; antes, soube colocar-se no seu devido lugar até o último momento, quando exclamou: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!".
Jesus, porém, tinha consciência de ser o caminho de encontro com o Pai. Quem acolhesse suas palavras, estaria acolhendo as palavras do Pai. Crer nele comportava crer no Pai. Honrá-lo corresponderia a honrar o Pai. Pelo contrário, rejeitá-lo significava rejeitar o Pai.
A teologia rígida dos adversários de Jesus não podia suportar tamanha ousadia. A decisão de matá-lo foi o expediente extremo para eliminar uma pessoa incômoda.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Oração
Pai, tu me deste teu Filho Jesus como caminho para encontrar-me contigo. Reforça minha fé, de modo que, conhecendo mais a Jesus, possa também conhecer-te mais.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Tal Pai, tal Filho...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Longe de esconder sua filiação Divina diante dos Judeus que sempre o ameaçavam quando esse assunto vinha a baila em suas discussões, Jesus afirma categoricamente ser o Filho de Deus e revela que todas as suas ações estão em perfeita sintonia com a vontade do Pai, os dois agem juntos.
Com Jesus falando as claras com eles, ficaria muito fácil perceber que o Pai a quem Ele se refere é o Deus da Aliança, que transmitiu suas Santas Leis a Moisés. Bastaria que quisessem saber mais, e deixassem que seus corações se inquietassem com as palavras de Jesus e rapidamente descobririam a Verdade.
Entretanto os Judeus, que estão distantes da Verdade e o coração fechado para a Boa Nova, se enfurecem ainda mais e querem matá-lo de qualquer jeito, pois violou a Lei do Sábado e ainda por cima chama a Deus de Pai e se faz igual a Ele. Um absurdo... um sacrilégio... uma blasfêmia que justificava a sua condenação.
Ao falar de si, da sua imagem e semelhança com o Pai, do seu agir em conjunto com Ele, da relação extremamente amorosa que há entre os dois, Jesus está falando da relação Deus - Humanidade, Jesus está mostrando com extrema clareza quem é o homem e qual é o seu destino junto de Deus. Jesus está se apresentando como aquele que irá Salvar, redimir e resgatar a imagem e semelhança de Deus, que o homem havia perdido com o pecado e diante desse fato inédito para a humanidade toda, as Leis de Moisés não representavam mais nenhuma novidade.
E essa rejeição por esta Divindade que se Humaniza e reflete quem Ele é nas ações humanas, continua hoje, talvez por outras razões, mas com muito mais intensidade.
O homem da pós-modernidade anda em busca de algo grandioso mas a sua cegueira espiritual não deixa ver que essa grandiosidade está na própria natureza humana, porque Deus regravou sua imagem em cada um de nós, quando Jesus se encarnou. Nosso Deus não está lá em cima em algum lugar do espaço cósmico, escondido de todos para nos fazer uma surpresa no final da História, Ele está oculto nas entranhas do Ser humano, morando em sua alma e em seu coração, Feliz do Homem que o encontra bem dentro de si, tão perto e tão longe ao mesmo tempo, porque o Homem ainda não se descobriu e não se reconhece como Filho amado de Deus...

2. O Pai ama o Filho
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

O Dia do Senhor é o melhor dia para levantar o ser humano de sua prostração, porque “a glória de Deus é o ser humano vivo”. Jesus veio para que todos tenham vida. Como o Pai, o Filho trabalha sempre, também no sábado, mantendo viva a criação. “O que o Pai faz, o Filho o faz igualmente”, e dá a vida a quem ele quer.

HOMILIA DIÁRIA


Postado por: homilia
março 13th, 2013

Muitas vezes vivemos tantas experiências ruins – até mesmo com o próprio pai – que alguém pode dizer, por exemplo: “Meu pai é mau!” ou “Meu pai é um monstro!” ou ainda “Eu tenho medo (ou vergonha) do meu pai”.
Mas, independente do jeito que é – ou foi – o seu pai da terra, o seu Pai do Céu não é mau. Ele não é um monstro. Você não precisa ter medo e nem vergonha d’Ele. O seu Pai do Céu é Amor. E você é filho deste Amor.
Como é importante em nossos dias relembramos isso: somos filhos de Deus. Você é filho de Deus. Somos da mesma família. Temos uma dignidade muito grande: a dignidade de filhos do Céu. Mesmo que você, às vezes, se esqueça disso saiba: você é filho do Pai.
Muitas pessoas em nosso tempo, infelizmente, começaram a viver como filhos de “qualquer outra coisa”, menos como filhos de Deus.
É tão importante olharmos para este Evangelho de hoje e percebermos que a resposta de Jesus, diante daqueles que O criticavam, é uma resposta contundente: “Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer” (Jo 5,19). O Filho não faz nada por si mesmo. Ele faz somente aquilo que aprendeu do Pai.
Tudo aquilo que vemos na vida de Jesus: o seu jeito, o seu sorriso, a sua misericórdia, os seus ensinamentos, enfim, tudo aquilo que Ele é… É a imagem do Pai!
Como me assusta ver pais que não se empenham em ser exemplo de vida para seus próprios filhos… Pais que vivem ausentes da vida de seus filhos e depois ficam assustados, sem saber a razão pela qual seus filhos se desviaram no vício das drogas, perdidos, longe de Deus, e fazendo coisas que lhe causam tanta vergonha.
Muitos pais que não foram exemplo de fé e de amor para seus filhos, poderão ter de ouvir um dia, da boca deles, aquilo mesmo que Jesus acabou de nos dizer: “Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer”.
O nosso mundo e os nossos filhos, nos dias de hoje, se encontram cada vez mais perdidos, porque os pais estão cada vez mais perdidos! Certa vez, indo a uma delegacia visitar um rapaz, o escrivão que ali trabalhava me disse: “Padre, se um dia o senhor escrever um livro, escreva um livro assim: ‘Pais complicados, filhos idem’”. Porque é ali, com o pai e a mãe, que o filho e a filha vão aprender muitas coisas.
Meu pai faleceu antes de eu nascer. Tive a oportunidade de ouvir muitas histórias a seu respeito. Como eu tenho o mesmo nome que meu pai, Sóstenes, quando eu ia visitar meus familiares em minha terra natal, as pessoas – que conheciam meu pai como “Sostinho” – me perguntavam: “Você é o filho do Sostinho?” Daí eu respondia: “Sim”. Então aquelas pessoas teciam muitos elogios sobre meu pai.
No entanto, as pessoas sempre repetiam que meu pai era um “garanhão”, que “pegava” muitas mulheres… Eu cresci ouvindo isso! Aquilo passou a ser a minha referência. Você acha que eu queria ser padre quando crescesse? Não! “Ser padre” veio muito tempo depois. Eu queria era ser como meu pai, pois havia construído essa imagem dele em meu interior.
Mas, então, eu encontrei a Deus. E este Pai do Céu passou a ser uma referência nova em minha vida. Passou a me ensinar coisas diferentes. E eu tenho certeza de que meu pai da terra, Sóstenes, não queria que eu o tivesse como uma referência de coisas ruins. Tenho certeza que ele queria que eu fosse mais parecido com o Pai do Céu do que com o pai da terra. Porque os nossos pais, aqui da terra, não são perfeitos. Não é?
Hoje é o dia de você reassumir em sua vida este Pai do Céu e a realidade de que você é filho d’Ele. Diante deste Evangelho questione-se se tudo o que você tem feito em sua vida é reflexo, imagem do Pai. Ou melhor: perguntar às pessoas que fazem parte da sua vida, se elas veem o Pai em você.
Essas pessoas serão um “espelho” que revelarão se eu tenho sido – ou não – a imagem fiel do Pai, como um filho fiel, ou se eu sou apenas um “borrão”. Mais ainda: se sou tão somente uma “caricatura” do Pai, ou seja, aquilo que realça o que não é bom. Assim é a caricatura, enquanto a obra de arte mostra a beleza.
Você é chamado a ser como Jesus, Filho que é obra de arte do Pai. Sua imagem fiel.
Padre Sóstenes – Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 13/03/2013

Oração Final
Pai Santo, dá-nos a ousadia de penetrar profundamente no sentido desta invocação que fazemos: PAI NOSSO. Que ela traga para a nossa vida as consequências naturais: somos irmãos da humanidade. Cada homem e mulher merece o teu carinho paterno-maternal e, portanto, o nosso amor fraterno. Por Jesus Cristo, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 13/03/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, dá-nos olhos para enxergar e coração manso para acolher o teu Reino de Amor que nos foi trazido por Jesus de Nazaré. Ele, o Cristo, teu Filho Unigênito que se fez humano como nós, ao voltar ressuscitado para os teus braços nos mostrou o caminho da liberdade de Filhos teus, muito amados que somos. Pelo mesmo Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo.

 

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