
A
verdadeira alegria do carnaval
Não
existe conexão entre alegria e destruição
Sem dúvida, o carnaval
é uma das festas que mais traduzem a cultura e a identidade do povo brasileiro.
Em meio à vibração do desfile e dos enredos, nossas raízes se tornam evidentes,
revelando – em uma miscelânea de cores, contos e olhares – realidades que
expressam as particularidades de nossa construção cultural enquanto povo e
nação.
Nesse evento
percebe-se, como que em um mosaico, o rosto de índios, escravos, brancos e
caboclos em uma belíssima mistura que dá ao brasileiro o tom e alegria que o
faz “brilhar” no cenário dos povos. É a celebração ápice de nossa cultura –
mesmo não sendo genuinamente nossa –, é a festa que nos acrescenta visibilidade
diante de todo o mundo!
A história tem
revelado que um povo que não celebra sua cultura torna-se um povo sem
identidade. Contudo, em meio à beleza dos sons, confetes e serpentinas, que
fazem parte dessa celebração, todo indivíduo tem a sincera missão de resgatar
continuamente o real sentido e essência do que celebra.
Em uma sociedade que
procura a todo custo fabricar motivos para alcançar novos lucros, faz-se
necessário questionar quais são os verdadeiros elementos que são, de fato,
integrantes da história do que festejamos. É claro que tal raciocínio poderá
não agradar aos donos de cervejarias e aos distribuidores de “pedras mágicas” e
entorpecentes, mas poderá muito nos acrescentar em vida e saúde, educando-nos
para um sóbrio exercício de nossa alegria.
Nosso carnaval deveria ser expressão de
festividade e alegria. No entanto, as estatísticas revelam não só uma
celebração, mas também números exorbitantes de acidentes e tragédias, na
maioria das vezes, impulsionados pelo efeito do álcool e das drogas.
Não existe conexão
entre alegria e destruição. A melhor forma de “extravasar” diante das
intempéries da vida não é torná-la caótica. Nossas festividades precisam se
tornar um palco no qual a vida apresente belíssimos espetáculos de arte e
sensibilidade e não histórias de sofrimento, perpetuando as cenas no ofício de
construir estatísticas de irresponsabilidade e destruição.
Vivamos, pois, bem e
com uma Verdadeira alegria esse momento “tão nosso”. No trânsito, nos
relacionamentos e na avenida, pulemos manifestando nossa verdadeira identidade
e espontaneidade, mostrando que somos apaixonados pela vida e que sabemos
encarar a dureza dos dias – como em um “belo drible” – com a sinceridade e a
leveza de sermos eternos aprendizes.
Um bom e feliz
carnaval a todos!
Padre Adriano Zandoná
Adriano Zandoná é padre e missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia, é articulista e apresenta o programa “Em sintonia com meu Deus” de segunda a sábado – 6h15min – pela TV Canção Nova.
http://twitter.com/peadrianozcn
http://blog.cancaonova.com/padreadrianozandona
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