Ano C
Mt 16,24-28
Comentário do Evangelho
Deus é surpreendente.
Na perícope precedente (Mt
16,13-23), depois que Jesus anuncia sua paixão, morte e ressurreição, Pedro
tenta dissuadir Jesus de prosseguir o seu caminho: “Então Pedro o chamou de
lado e começou a censurá-lo: ‘Deus não permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca
te aconteça!’” (v. 22). Um Messias passar pela morte? Impensável! Mas Deus é
surpreendente. É preciso confiança para poder compreender seu caminho. Não é
que Pedro estivesse preocupado com o destino de Jesus. O anúncio da paixão é
frustrante para Pedro; o Messias que está diante dele não é o que ele esperava
ter encontrado. É que ele não pensa as coisas de Deus, mas as dos homens.
Há uma condição imposta pelo Senhor para ser seu
discípulo: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e
siga-me” (v. 24). Renunciar a si mesmo não é negar a própria história, mas
viver a sua existência nesse dinamismo de entrega a Deus e ao próximo.
Renunciar a si mesmo é optar por fazer o outro viver; é lutar contra o instinto
de preservação da própria vida. Renunciar a si mesmo é optar por viver a vida
de Deus, sem perder o que lhe é próprio; é viver o caminho de Jesus como algo
grandioso; é renunciar a todo tipo de egoísmo.
Carlos Alberto Contieri, sj
ORAÇÃO
Pai, dá-me a pobreza e a
coragem necessárias para ser seguidor de teu Filho Jesus e realizar obras que
merecerão a recompensa divina.
Vivendo a Palavra
O Mestre ensina que a condição para segui-lo é
vencer o egoísmo. Salvaremos nossa vida priorizando o cuidado com os irmãos de
caminhada, esquecendo-nos de nós mesmos e servindo sem discriminações a todos,
generosamente e não esperando nenhum tipo de retribuição, nem mesmo a gratidão.
Reflexão
Seguir a Jesus Cristo significa
renunciar a si mesmo e tomar a sua cruz. A vida toda de Jesus foi viver esta
palavra que está no Evangelho de hoje, Jesus sempre renunciou a si mesmo, ele
nunca viveu em função de si próprio, nunca buscava a sua realização ou a
satisfação de interesses humanos. Ele sempre procurou viver para os seus irmãos
e para suas irmãs, estava sempre pronto para servir e não veio para fazer a sua
vontade, mas a vontade daquele que o enviou, de modo que a sua vida foi a
constante busca da realização do Reino de Deus e o mistério da cruz foi a
coroação de toda uma vida vivida não para si, mas para os outros e para Deus.
Quem quer ser discípulo de Jesus deve viver segundo os seus ensinamentos e
seguir este seu grande exemplo.
Meditação
Jesus nos repete a
pergunta! O que adianta ganhar tudo neste mundo e se esquecer que há algo mais
além disso? - Como você carrega sua cruz? - Em que vida você aposta a sua?
Nesta ou na outra? - Você não corre o risco de trocar a vida eterna por coisas
perecíveis desta vida? - Você está ajuntando muitas obras boas para a vida
eterna?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
COMENTÁRIOS DO
EVANGELHO
1 - “para abraçar a Cruz”- Helena serpa - Postado por JOSÉ MARIA MELO
– Deuteronômio 4, 32-40 – “conselhos para ser feliz”
Moisés exorta o povo de Israel para que tenha consciência de todas as
maravilhas que o Senhor realizou com ele, desde o Egito até a sua travessia no
deserto. De como Deus se manifestou com mão forte e braço estendido a fim de
tirá-lo da escravidão. Mesmo sabendo que não entraria na terra prometida, na
sua humildade ele dá a eles as prescrições do Senhor para que sejam felizes e
vivam longos dias sobre a terra. Essa reflexão nós também devemos fazer a cada
dia quando relembramos os momentos difíceis em que nós fomos sustentados (as)
pela força do Amor de Deus. As barreiras e os obstáculos que precisamos
enfrentar na caminhada do deserto da nossa vida são oportunidades que o Senhor
nos dá para que reconheçamos o Seu poder Salvador e nos conscientizemos de que
sem Ele nada podemos fazer. Assim como fez com o povo no deserto o Senhor
também nos dá, por meio da Sua Palavra, ensinamentos, que, se forem seguidos
serão como um guia para alcançarmos a felicidade aqui na terra. O Senhor também
nos fala do céu, lá do mais profundo do nosso coração e nos revela os Seus
mistérios de amor que já estão gravados em nós desde sempre e são como o mapa
que norteia a nossa vida. Se estivéssemos atentos (as) às Suas recomendações,
talvez muitos de nós nem precisássemos de psicólogos, psiquiatras e outros
orientadores espirituais. Todavia, por causa da nossa humanidade fragilizada
nós também procuramos ajuda junto às pessoas que são instrumentos de Deus e por
meio delas o Senhor também se revela fazendo com que o que existe dentro de nós
venha à tona e nos ajude a redefinir a nossa vida,. Todavia, nunca podemos
esquecer de que a Lei e o Amor do Senhor já estão gravados dentro de nós e,
para sermos felizes basta segui-los.
– Você reconhece o poder de Deus na sua
vida?
– Como você expressa a sua gratidão por isso?
– Você tem a Palavra de
Deus como bússola para a sua caminhada aqui na terra?
– Você é feliz?
– Você
reconhece que as pessoas que o (a) ajudam são instrumentos de Deus?
Salmo 76 – “Penso em vossas maravilhas, ó Senhor!”
Nas mais diversas situações da nossa vida nós temos a oportunidade de provar da
intervenção de Deus e da Sua assistência e do Seu amparo. Por isso, nós também,
como o salmista recordamos os grandes feitos do Senhor e meditamos sobre as
obras grandiosas que Ele tem realizado em nosso favor. Quem espera em Deus e
anda em Seus caminhos experimenta o Seu poder e pode dar testemunho ao mundo
que há Alguém que olha por nós e que não desiste de nós apesar da nossa fraqueza.
Evangelho – Mateus 16, 24-28 – “para abraçar a Cruz”
Neste Evangelho Jesus nos convida a morrer para nós mesmos (as) e deixar
qualquer traço de auto-indulgência, medo, vaidade, orgulho, soberba, enfim,
tudo o que nos torna cativos. Essa morte para nós mesmos (as) é muito positiva
e construtiva para que possamos dizer sim ao chamado de Deus. Jesus nos propõe
a abraçar a nossa Cruz e deixar que o Seu Espírito Santo seja o nosso instrutor
nessa travessia. A renúncia de nós mesmos (as) se constitui na abdicação da
nossa vontade própria, da nossa maneira de pensar e julgar, assim como também
na nossa disposição em assumir a vontade de Deus confiando Nele para enfrentar
os desafios da nossa vida. Estas são as condições que Jesus nos apresenta para
que nós possamos segui-Lo. Quando morremos para nós mesmo e seguimos Jesus em
humildade e confiança no amor do Pai, nós nos tornamos co-participantes da
paixão de Cristo. Somente a nossa adesão ao projeto do Pai por meio da fé em
Jesus Cristo nos dará a salvação. Por isso mesmo, Jesus é muito claro no Seu
anúncio: não adianta nenhum de nós tentarmos “salvar” a nossa vida, pois todo o
nosso esforço será inútil! Jesus é a Salvação e, se quisermos segui-Lo teremos
que assumir a nossa parte nos encargos, nas responsabilidades, nas
dificuldades. Isto é abraçar a cruz. Às vezes queremos “escapar” das
dificuldades e procuramos o caminho mais fácil, que não exija de nós muito
esforço, mas mesmo assim queremos receber recompensas e ter privilégios. Quando
queremos ganhar o mundo inteiro nós terminamos por entrar pela porta larga da
perdição e da ruína da alma. A nossa vida é um dom precioso de Deus e não há
riqueza nem glória mundana que possam comprá-la. Precisamos ter consciência de
que o tempo em que nós passamos aqui na terra é breve e a oportunidade da vida
é uma só. Se começamos a querer cortar pedacinhos da nossa cruz, talvez quando
tivermos que atravessar o vale da sombra da morte, nos falte a ponte que nos
levará para a felicidade! Pense nisto!
– Será que você tem tentado salvar a sua
vida, deixando por menos algum encargo ou atribuição que só compete a você?
-
Você tem consciência de que está vivendo a sua vida de acordo com aquilo que
Deus espera de você?
- Você acredita que Deus pode realizar o que para você tem
sido impossível?
Helena
Serpa
2 - Que poderá alguém dar em troca de sua vida? - Padre
Queiroz
Que poderá alguém dar em troca de sua vida?
Neste Evangelho, Jesus é claro com aqueles e aquelas que
querem segui-lo: devem renunciar a si mesmos e aceitar a cruz. Pois perder a
vida por causa dele é ganhá-la, e a vida vale mais que o mundo inteiro. “Que
poderá alguém dar a você em troca de sua vida?” Resposta subentendida: nada!
Nenhum valor do mundo supera para nós o valor da vida. E, para salvar a vida
futura, é bom lembrar que Cristo “retribuirá a cada um de acordo com a sua
conduta”.
O certo é que Jesus nos pede
uma adesão incondicional a ele, até ao ponto de renunciar a própria vida
terrena, a fim de salvarmos a vida futura. É interessante o jogo de palavras
com os dois sentidos da palavra vida: quem renuncia a vida (corporal) ganha a
vida (eterna). Sacrificando a nossa vida terrena, nós nos incorporamos a
Cristo, em sua morte e ressurreição e participamos da glória com ele.
Há um claro contraste entre esta mensagem e a
mentalidade do mundo atual, que preconiza o gozo da vida ao máximo, sem
limitações à liberdade nem restrições ao capricho.
Entretanto, Jesus não diz que é preciso renunciar
ou desprezar esta vida para ganhar a outra. Ele não coloca a vida atual e a
futura como opostas. Apenas diz que esta vida está subordinada à outra. Colocar
este vida em primeiro lugar é deixar à margem o Evangelho e o amor a Deus e ao
próximo.
Devido ao pecado original, cujas raízes subsistem
em nós, precisamos de uma constante ascese, isto é, de um treino e domínio do
nosso corpo, inclinado ao prazer como fim último.
Deus não quis o sofrimento do seu Filho e
igualmente não se deleita com o nosso sofrer. Ele não quer a dor e a morte, e
sim a vida e a felicidade de seus filhos e filhas.
Jesus nunca sugeriu ou ordenou algo que ele não
cumprisse primeiro. Ele nos precedeu com o seu exemplo, praticando tudo o que
pede de nós. O que ele queria era instalar na terra o Reino de Deus, que é um
projeto de verdade, de justiça, santidade, amor e paz. E nessa implantação ele
só usou os meios que estão dentro dos valores acima.
Jesus adiantou-se na entrega da vida para
ganhá-la. Tudo o que ele nos pede, ele foi à frente, com o seu sim
incondicional à vontade do Pai. Assim, Cristo é o modelo do seguir, para todos
os que querem ser seus discípulos e discípulas..
Jesus adiantou-se na entrega da vida para
ganhá-la. Tudo o que ele nos pede, ele foi à frente, com o seu sim
incondicional à vontade do Pai. Assim, Cristo é o modelo do seguir, para todos
os que querem ser seus discípulos e discípulas.
Nenhum fundador de religião apresenta, logo de
início, as dificuldades que os discípulos encontrarão, como fez Jesus. E ele
foi mais longe: não quer pessoas que fiquem no meio do caminho. Para ele, é ou tudo
ou nada. Conclusão: para nós não há outro jeito senão enfrentar as cruzes que
aparecem em nosso caminho de cristãos. E Jesus promete a vida para quem o
seguir, e o faz com competência, pois Deus Pai colocou tudo em suas mãos.
Fica claro, portanto: seguir a Jesus é a coisa
melhor do mundo. Mas não é sopa. Os fracos e indecisos vão espirrando de lado,
apresentando para isso as mais diversas desculpas.
Certa vez, dois homens estavam viajando de trem,
numa cabine para duas pessoas. Um era forte e o outro era franzino. Eles não se
conheciam. Como a viagem era longa, começaram a conversar. A certa altura, o
mais franzino começou a falar mal da Igreja. Criticava os padres, as irmãs, os
leigos com participação mais ativa, tudo. Lá pelas tantas, o outro, que era um
líder de Comunidade, disse a ele:
“Olhe, meu amigo, pare de falar mal da minha
Igreja, porque, se não fosse a minha fé, eu podia agarrar você agora, tomar
toda essa fortuna que você tem aí, depois amordaçá-lo, amarrá-lo aqui e descer
tranquilo na próxima estação, que ninguém descobriria.”
O franzino falou: “Eu não tenho dinheiro”. “Tem
sim”, disse o outro, “eu vi quando você foi ao banco e sacou o dinheiro. Só não
faço isso por causa da minha fé. Por isso quero que você a respeite”. O outro
não teve outra saída a não ser pedir desculpas e mudar de assunto.
Ser discípulo de Jesus inclui não praticar
crimes, como o roubo, e respeitar a vida do próximo, pois a vida futura é mais
importante que esta. O Profeta Simeão disse para Maria Santíssima: “Uma espada
de dor transpassará o teu coração”. Ela não procurou essa espada, mas também
não fugiu dela. Subiu o Calvário para apoiar o Filho que morria injustamente.
Que ela nos ajude a assumir com amor as cruzes que nos aparecerem, em
decorrência do nosso seguimento de Cristo.
Que poderá alguém dar em troca de sua vida?
3 - Pedro, Chefe dos Apóstolos e d Igreja-Diac. José da Cruz
Este evangelho é
sequência de Mateus 16,13 – 23, refletido ontem, onde o Apóstolo Pedro deu
aquela resposta linda e maravilhosa e que mereceu de Jesus um belo elogio,
Pedro é um homem iluminado por Deus e por isso deu aquela resposta tão
verdadeira e reveladora que culminou com a sua nomeação para ser o Chefe dos
Apóstolos e da sua Igreja, ponto de ligação entre o Céu e a Terra.
Estaria tudo lindo e
maravilhoso para os discípulos se a história parasse por aí, porém, Jesus
retoma as lições para a prova final dos seus discípulos. A pedagogia de Jesus é
perfeita, parece que o Grupo, representado por Pedro, entendeu uma parte da
lição, sobre a sua identidade Messiânica, e agora é preciso avançar com as
lições, subir para outro nível aproveitando o momento.
Eles já sabem quem é
Jesus, ele é o Cristo, o Filho de Deus vivo...portanto, o Messias esperado.
Haviam sido aprovados na primeira avaliação. Agora Jesus começa a lição mais
difícil: revelar a eles como é que ele iria realizar a sua obra de Salvação. Eu
imagino a cara dos discípulos durante essa “aula” com o maior de todos os
Mestres...
O Discipulado implica em
renúncia a si mesmo, e aceitação da cruz. Mais do que isso, o discipulado
implica em um “Perder”. Eis aí três palavras proibidas nos dias de hoje:
Renúncia a si mesmo, aceitar a cruz, e perder...Diante da expectativa de um
Messias arrasador, vitorioso e implacável com os seus inimigos, essa lição nova
foi um balde de água fria em cima dos discípulos. O mesmo acontece para quem
sonha com num Cristianismo sem sacrifícios e renúncias, sem calvário e sem
cruz, parece que o homem dos nossos tempos tornou-se especialista em arrancar
Jesus da cruz, só se quer a glória e o poder Divino, mas calvário e cruz, todo
mundo quer BEM...longe.
É bom compreendermos que
Jesus não está incentivando uma religião alienadora, vivida de maneira
angelical, e que despreza as coisas desses mundo. Nem é um incentivo para que o
homem busque o sofrimento, pois Deus não é masoquista. O sofrimento é
consequência do Amor. Quem ama verdadeiramente as pessoas, sofre com elas e por
elas. Por acaso não sofre uma Mãe que vê o seu Filho envolvido nas drogas ou na
delinquência? Esposa traída, mas que ama o seu marido e quer ficar ao seu
lado? O Filho que tem um Pai alcoólatra...Em todos esses casos, quem ama de
verdade não arreda pé, não abandona o barco, não deixa a pessoa entregue a
própria sorte, mas luta, sofre, chora com o outro. Assim Jesus age para
nos dar a Salvação. Não desistiu mesmo quando percebeu que acabaria sozinho, traído
e negado pelos amigos, pela comunidade, que deveria ser a primeira a
reconhecê-lo e apoiá-lo, pela família que o achava um Louco. Mas o seu Amor
pela humanidade e a Fidelidade ao Pai, o levou a superar tudo isso.
O Nosso discipulado traz
essas marcas da paixão do Senhor em nossa vida, são marcas que comprovam que a
Fé é autêntica. A Cruz sempre será a nossa marca registrada, sinal de um Amor
grandioso, belo, gratuito e incondicional. Esse é o caminho de Jesus por onde
todos também caminhamos, ou deveríamos caminhar....
Os discípulos entendiam bem o que significavam as palavras de Jesus de carregar a cruz e segui-lo. A crucifixão era um método romano comum de execução e os criminosos condenados carregavam a cruz pelas ruas até o local onde se cumpria a sentença. Seguir Jesus implicava na doação de si mesmo, além do risco da cruz e da morte.
A vida que se entrega pela causa do Reino não se perde, mas se multiplica em vida aos irmãos. Conseguir isso, só é possível quando temos Deus e o próximo como prioridades. Do contrário, caímos na tentação de completar nossa vida com consumo, luxo, poder e riqueza que satisfazem nosso ego, mas nunca o profundo do nosso coração.
De que vale ganhar o mundo todo se perdemos o essencial da vida? É importante voltar a definir quais são as prioridades em nossa vida, e a maneira como podemos construir o futuro de nossas famílias e nossos povos sobre a rocha e não sobre a fragilidade da areia. Ganhamos o mundo praticando a Palavra de Deus.
http://liturgiadiariacomentada2.blogspot.com.br/2013/08/o-que-podera-alguem-dar-em-troca-de-sua.html
5 - Renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me- José Salviano
"Se alguém quiser
vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me"
O que
significa renuncie-se a si mesmo? Significa
não ser egoísta priorizando a sua vontade, mais sim a vontade do Pai. Significa
dizer não para o seu corpo para poder receber o corpo e o sangue de Cristo
menos indignamente. É entregar a sua vida para seguir e mostrar aos demais, o
verdadeiro caminho verdade e vida. É a vida do sacerdote. Ele renuncia a
si mesmo, doando-se pela causa do reino de Deus, e grande será sua recompensa
no céu.
E o que significa tomar
uma cruz e seguir Jesus? Nossa vida é rodeada de cruzes, as
quais nem sempre as tomamos, nem sempre as assumimos, nem sempre aceitamos. É
um paraplégico ou deficiente visual na nossa família, é o barulho e outros
incômodos dos nossos vizinhos, é um filho ou filha que aprontou alguma, ou
alguma pessoa no trabalho ou da família que nos maltrata, etc. São várias
cruzes que temos de carregar, para poder seguir Jesus. Até mesmo carregamos
tais cruzes, mais reclamando, xingando blasfemando. Sim.
É blasfêmia maldizer as nossas cruzes, por que elas fazem parte do
nosso viver. São permitidas por Deus por que precisamos delas, pode ser para
nos purificar, para nos completar, ou para baixar a nossa crista de arrogância,
ou mesmo porque as merecemos, pelo mau uso que fizemos da nossa liberdade. Em
vez de xingar ou amaldiçoar as suas cruzes, reze com força e peça a
Deus o perdão dos seus pecados, para que você possa merecer a redução do peso
delas. Ah! Não se esqueça de oferecer todo dia o sofrimento
decorrente das suas cruzes, em perdão dos seus pecados. Não existe um viver sem
cruzes. Todos as temos. E só Jesus pode nos ajudar a atenuar o peso delas. Sabe
como? Procurando fixar a nossa mente mais nas coisas agradáveis da nossa vida
para esquecer um pouco as nossas cruzes. Se ficarmos só pensando no sofrimento
das nossas cruzes ficarmos por demais infelizes. Lembre-se do
que Jesus disse: "Meu fardo é leve..." Já reparou
que ao contrário de um velório, em uma festa a gente foge quase que totalmente
das nossas cruzes? Divertimos, sorrimos, dançamos, e nem pensamos nas cruzes.
Nos dias de Natal e Ano Novo também. Comemos, bebemos, nos abraçamos, e não
pensamos em coisas ruins. Depois voltamos a "vaca fria" do
nosso dia a dia para nos atormentar com o nosso pensamento dominante
estacionado no peso das nossas cruzes. Prezados irmãos: Vamos
pedir a Deus paciência e forças para carregar as nossas cruzes. Releia
esta meditação quando as suas cruzes parecerem pesadas demais.
6 - A paz de Deus, excede toda a inteligência -Alexandre Soledade
Bom dia!
Era uma vez… Amo quando
Deus me inspira essas histórias…
Um homem muito
inteligente resolveu sair a busca do conhecimento e de uma verdadeira razão
para acreditar no ser humano. Procurou a explicação em vários livros, diversas
religiões, no entanto ficava cada vez mais cético. Sua relação com Deus
esfriava a cada dia.
Seguindo uma pista foi
parar na África, seguindo outra amanheceu na China. Desbravou de norte a sul de
leste a oeste, mas nada conseguia lhe convencer.
Certo dia, enquanto
banhava seus pés numa praia no Oceano Pacífico, foi surpreendido com uma
garrafa de vidro que flutuava no mar. Surpreso ficou ao ver que havia um
bilhete dentro da garrafa e lá dizia: “no alto do Tibet, na montanha mais alta,
lá encontrará a resposta da sua longa jornada pelo conhecimento”.
Não tendo nada a perder
partiu…
Escalou cada encosta,
conversou com cada monge e a resposta era sempre a mesma: “Sua busca termina se
não desistir”.
Aquilo o irritava, mas
conseguiu ultrapassar cada obstáculo que lhe fora apresentado até chegar numa
ponte de madeira quebrada. Um precipício o separava do conhecimento.
Horas e horas se passaram
e ele não conseguia encontrar uma solução que o levasse para o outro lado.
Lembrou então do conselho que haviam lhe dado: “Sua busca termina se não desistir”.
Resolveu descer a
montanha e buscar meios para consertar a ponte, mas um empecilho não programado
aconteceu: Como conseguir tábuas, cordas, pregos, ferramentas se não tinha
dinheiro e tão pouco sabia a língua local? A jornada parecia impossível de ser
realizada e pior que isso como voltar e dizer aos amigos que não conseguiu
chegar ao fim?
Precisou então engolir o
orgulho e desistir. Ao descer o monte viu um homem que sofria em virtude do
frio. Agoniando e clamando por socorro, ele lhe empresta uma das suas jaquetas,
faz uma fogueira, um abrigo e tenta o possível para aquecê-lo.
No dia seguinte após uma
longa e fria noite no Tibet, prepara um café da manhã para que o homem ganhe
forças, mas nota que ele havia sumido. Que homem ingrato! Nem sequer agradeceu
o meu tempo perdido! – pensou
Não querendo desistir por
completo voltou ao precipício e lá encontrou o homem que salvou na note
passada, consertando a ponte. Ao terminar o agradeceu pelo gesto heróico e
partiu. Não pensou duas vezes atravessou a ponte e lá do outro lado encontrou
um homem.
Perguntou: Fale-me sábio
senhor, pelo que vale lutar nessa vida, pois busco essa resposta há muito
tempo?
O homem então lhe disse:
- Todos os dias, vem
alguém aqui e me faz essa pergunta e eu lhe proponho que volte, destrua a ponte
e fique esperando, pois misteriosamente Deus lhe enviará um anjo quando mais
precisar. Um anjo que precisará engolir o orgulho para descer ou desistir de
algo fútil, para então salvar sua vida. Esse anjo, para te salvar, terá que se
importar com seu sofrimento, cuidar dos seus ferimentos e em troca você
construirá uma nova ponte para que ele chegue até aqui!
Entendem o sentido?
“(…) E a paz de Deus, que
excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos
pensamentos, em Cristo Jesus. Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo
o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo
o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar
vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e observastes em
mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco”. (Filipenses 4, 7-9)
Voltamos então a refletir
que o ultimo degrau até o cume é descer do monte. Descer para subir? Sim, como
o próprio evangelho de hoje nos orienta a renegar a si mesmo (nossos
interesses, nossas ambições, nosso querer) sempre em prol de algo maior que
seria a vontade de Deus e o bem estar daquele que esta ao meu lado. O que
adianta almejar conquistar a santidade sem lutar para que outros a conseguissem?
“(…) O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida
verdadeira”?
A santidade não advém de
um ato egoísta e sim do altruísmo. A conversão é individual, mas a santidade
vem do relacionamento com os irmãos e dentre eles meus familiares, amigos,
trabalho, escola, (…). Ser santo na igreja é fácil, mas o que me credencia ao
cume são os gestos que tenho e o desejo de ver isso realmente acontecer.
Todos temos em nossos
pensamentos pessoas que desejávamos que estivesse aqui neste estágio da subida.
Sabemos também que algumas já estão em pontos mais altos e não mais
estranharemos ao vê-las descendo para nos levantar.
A conversão ou mudança
daqueles que gostamos inicia nele quando ouvem o chamado do pastor. Às vezes
somente nas lágrimas que conseguimos fazer o silencio necessário para ouvi-Lo.
Mesmo assim, fadigados pelo peso da nossa cruz, devemos descer para vê-lo subir.
Mas cuidado! Descer não significa voltar a pecar, pois algumas pessoas, no
desejo de apressar o tempo, acabam voltando a uma vida que já tinham abandonado
na base da montanha (Romanos 6 ).
Bom fim de semana e um
abençoado DOMINGO
Um imenso abraço fraterno.
Não fuja da sua cruz, abrace-a
É quando a cruz pesa que o Senhor está conosco, está nos dando
forças para carregá-la. Não fuja da sua cruz, abrace-a.
E
Jesus disse aos apóstolos: “Se alguém quer me seguir,
renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua
vida vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. (Mt 16,24-25)
Nós
já ouvimos isso tantas vezes do coração de Jesus, mas cada vez que escutamos
isso, precisa ser novo para nós, porque, muitas vezes, desanimamos com a nossa
cruz e dizemos: “Senhor, a cruz é muito pesada e eu não vou dar conta”.
Até
creio que, se for sozinho, você não dará conta. Creio que sozinho, muitas
vezes, a cruz de cada um se torna pesada e insuportável, por isso temos vontade
de abandoná-la, renunciá-la, correr dela, desprezá-la, mas é ela que nos salva.
Mas
que cruz é essa? Ela não representa simplesmente as coisas ruins; ao contrário,
a cruz é sinal de salvação, não de maldição; é sinal de bênção e significa
abraçar as condições de vida que temos com todo amor do nosso coração.
Muitas
vezes, para a mãe, para a família, para o marido, para os filhos ela se torna
um peso – são as dificuldades de criar os filhos, a dificuldade de vê-los
doentes, de ver um filho que nasceu com essa ou com aquela deficiência. Muitas
vezes, são dolorosas as condições de vida que passamos, as dificuldades que
enfrentamos, as aflições que nos visitam em cada situação. Quando vemos a cruz
pesar, pensamos que Deus se esqueceu de nós, mas é quando a cruz pesa que o
Senhor está conosco, está nos dando forças para carregá-la. Não fuja da sua
cruz, abrace-a.
Quero
orar com você, pedir que o Senhor lhe dê forças: “Dai forças a cada um de nós,
meu Pai. Senhor nosso Deus, olhai para nossas fraquezas, olhai para as
dificuldades que nós temos de suportar nas situações da vida. Sim, meu Pai,
tenha misericórdia de nós, misericórdia de todas as vezes que ficamos
impacientes, que perdemos as estribeiras, das vezes que perdemos até a nossa
fé, porque não conseguimos ser firmes diante das situações contrárias que
acontecem em nossa vida. Ajude-nos, Senhor, a não desanimar, a carregar, com mais
firmeza e determinação, a nossa cruz de cada dia. Nós queremos segui-Lo,
queremos renunciar o nosso ego, a nossa vontade própria para nos tornarmos,
cada dia mais, Seus discípulos”.
Deus
abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
LEITURA ORANTE
Mt 16,24-28 - Seguir Jesus

Preparo-me para a Leitura Orante,
Recordando o que disseram os bispos em Aparecida:
Jesus faz dos discípulos seus familiares, porque compartilha com eles a mesma vida que procede do Pai e lhes pede, como discípulos, uma união íntima com Ele, obediência à Palavra do Pai, para produzir frutos de amor em abundância. (DAp 133)
Com esta consciência fazemos agora a Leitura Orante:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
1. Leitura (Verdade)
que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto Mt 16,24-28, e observo as palavras de Jesus sobre o seguimento.
Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira? Pois não há nada que poderá pagar para ter de volta essa vida. Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: estão aqui algumas pessoas que não morrerão antes de verem o Filho do Homem vir como Rei.
Entre muitos aspectos que podem ser considerados neste texto, tomemos o primeiro versículo que oferece as características do discípulo: “Se alguém quer ser meu seguidor, esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhe.”
”Esqueça os seus próprios interesses” ou em outras traduções, “renuncie a si mesmo” é a primeira condição. Esta supõe deixar para traz as próprias comodidades, sacrificar as próprias inclinações, em vista de um bem infinitamente maior: a vontade de Deus, seu Projeto. É impossível seguir Jesus buscando em tudo a si mesmo.
Segundo: “esteja pronto para morrer como eu vou morrer”, diz Jesus, o que em outras traduções é “tome a sua cruz”.O discípulo de Jesus tem o mesmo destino de seu Mestre. A terceira condição é seguir Jesus: “e me acompanhe” Seguir significa , antes de mais nada viver como Jesus Cristo viveu. E também, anunciar como ele anunciou.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Sou discípulo/a de Jesus Cristo?
Estou decidi
do/a, no ritmo de vida que levo a:
1º Renunciar a mim mesmo;
2º Tomar a minha cruz ou
3º Seguir Jesus?
Seguir Jesus é aceitar o sacrifício. tomar sua cruz e estar pronto a sofrer e morrer como Jesus. Isto é conversão, assim definida pelos Bispos da América Latina: “A Conversão: É a resposta inicial de quem escutou o Senhor com admiração, crê nele pela ação do Espírito, decide-se ser seu amigo e ir após Ele, mudando sua forma de pensar e de viver, aceitando a cruz de Cristo, consciente de que morrer para o pecado é alcançar a vida. No Batismo e no sacramento da reconciliação se atualiza para nós a redenção de Cristo” (DAp 178,b)
3. Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo:
Mestre:
a tua vida me traça o caminho;
a tua doutrina
confirma e ilumina os meus passos;
a tua graça me sustenta e me acompanha
no caminho do céu.
Tu és perfeito Mestre:
dás exemplo, me ensinas
e me animas no teu seguimento.
4. Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é atento aos ensinamentos de Jesus e para vivê-los no dia-a-dia seguindo Jesus.
Bênção
Que o Senhor nos abençoe nos livre de todo o mal e nos conduza em seus caminhos.
Amém.
Ir. Patrícia Silva, fsp
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a amar.
Queremos viver fazendo o bem a todos, ocupados com o serviço aos irmãos e
esquecidos de nossos problemas pessoais. Tira dos corações o interesse por
lucros e vantagens, e coloca neles a vontade de ajudar. Dá-nos força para seguirmos
o Caminho do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na
unidade do Espírito Santo.

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