quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Reflexão sobre "Por que a Pobreza?"

Este dia 29 de novembro, proposto para uma reflexão sobre “Por que a Pobreza?” nos leva a um momento de oração com Deus, uma reflexão à luz de sua Palavra.

Tomemos como texto iluminativo uma reflexão de Pe. Pedro Arrupe, então Prepósito Geral da Companhia de Jesus, feita em 1976, no Congresso Eucarístico de Filadélfia. Disse Pe. Arrupe: “Se em alguma parte do mundo existe fome, nossa celebração eucarística está de alguma maneira incompleta. Na Eucaristia recebemos Cristo que tem fome no mundo. Ele vem ao nosso encontro junto com os pobres, os oprimidos, os famintos da terra, que através dele nos olham esperando ajuda, justiça, amor expresso em ações. Não podemos receber plenamente o pão da vida, se não damos ao mesmo tempo pão para a vida daqueles que se encontram em necessidade onde quer que estejam.”

Essa afirmação nos questiona sobre nossa fé, já que não seguimos Jesus Cristo em sua generosidade e convivemos de modo omisso com a pobreza e com todos os seus males como a fome, a doença, a falta de instrução, e outros tantos. Se vivêssemos a Eucaristia, a partilha da Vida, não aceitaríamos essa situação vergonhosa, consequência do descaso, da falta de fé daqueles que afirmam crer em Deus, em um Ser que criou todos os homens de um modo igual.

O Apóstolo São Tiago já nos alertava em sua carta, quando escreveu que se vermos um irmão passando necessidade e não o socorrermos, de nada adiantará nossa fé porque “a fé, se não tiver obras, está completamente morta”. Tg 2,14-17

A pobreza de nossos irmãos nos enche a todos de muita vergonha, principalmente a nós que somos batizados e possuímos bens em abundância. Como é possível que em nosso meio existam pessoas em estado de miséria? Se algumas delas praticam atos considerados crimes como roubar alimentos e até dinheiro para poderem dar de comer a seus filhos ou comprar medicamentos para eles, a culpa é nossa, de nossa omissão. Se elas sentirem ódio ao verem seus entes queridos passarem necessidades, enquanto outros esbanjam seus bens, tudo é consequência da injustiça em que vivem. Justiça, segundo o direito divino, é o ser humano ter tudo aquilo que precisa para viver dignamente.

Não podemos fazer vista grossa ao que vemos em países do chamado Terceiro Mundo e começamos a ver também na Europa, ou seja, pessoas remexerem latas de lixo em busca de comida.

Será que nossa fé está no Evangelho de Jesus, que prega partilha, fraternidade? Ele não estará na posse de bens? Isso colabora no aumento do número de ateus. Falamos que Deus é Pai, que é Amor, não somos capazes de tratar o próximo como irmão. Se nossa avidez sinaliza que nosso céu, nosso paraíso está neste mundo, com seus bens, quem irá acreditar em nosso anúncio de vida eterna?

O dia em que, de fato, vivermos em plenitude nossa fé, dificilmente haverá pobre entre nós, porque seremos levados a amar mais o irmão que nossos bens. Nossa fé será comprovada pelos nossos atos, ao mesmo tempo que nosso céu não será aqui, onde a traça e o ferrugem destroem tudo o que consolidamos, mas será a Casa do Pai e ouviremos: “Vem bendito de meu Pai pois você me socorreu quando atendia a um dos meus irmãos mais pequenos, por sua causa diminuiu o número de pobres no mundo. Vem!”

Fonte: Rádio Vaticano
Local:Cidade do Vaticano

http://www.catolicanet.com/?system=news&action=read&id=67003&eid=335

Nenhum comentário:

Postar um comentário