publicado 09/11/2011
Pe. Carlos Javier Werner Benjumea, EP
A cada dia aumenta o volume de cartas, telefonemas e e-mails de pessoas que recorrem às orações dos Arautos do Evangelho por sentirem-se desoladas, abandonadas e, até mesmo, traídas por aqueles dos quais esperavam receber maior apoio e solidariedade. Às vezes, são pessoas unidas pelos fortes laços da natureza as que defraudam e ferem os corações de seus mais próximos.
Numa das últimas cartas, uma frase resume bem a situação de inúmeros outros remetentes: “Já não tenho em quem confiar”.
Uma realidade tão cruel atrai a compaixão… O principal remédio, sem dúvida, é a oração, mas não haverá algo mais a fazer para ajudar nossos irmãos e irmãs nessa situação dramática, tão difundida por toda parte? O ideal seria cada um deles ter um conselheiro fiel sempre à disposição, que, por pura amizade, os orientasse, consolasse, encorajasse. Um amigo de verdade, em quem pudessem depositar toda a sua confiança.
Eis uma utopia, um problema para o qual parece não haver solução, pelo menos em termos humanos. Com efeito, onde encontrar tantas pessoas assim?
Entretanto, muitos de nós, se olharmos para trás, para o tempo dourado de nossa infância, quando, ajudados por nossas mães, começávamos a rezar nossas primeiras orações, talvez nos lembremos de alguém que sabíamos estar sempre ao nosso lado, e a quem chamávamos de “zeloso guardador”. Um ser ao qual talvez tenhamos muito recorrido, e cuja figura ficou depois empoeirada nalgum canto de nossas recordações.
Tomo, pois, a liberdade de lhe recordar, leitor, a existência desse amigo invisível, mas presente constante e fielmente ao nosso lado, poderoso e amável, que vive sempre na contemplação de Deus e, ao mesmo tempo, nunca deixa de cuidar de nós: o Anjo da Guarda.
Desde o início de sua vida até o momento de passar para a eternidade, todo ser humano é cercado pela proteção e intercessão de um anjo designado por Deus para o guiar, proteger e orientar. Assim, cada um de nós tem um Anjo da Guarda.

Provavelmente, quase todos nós aprendemos em casa, ou nas aulas de catecismo, a clássica oração: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém”. Apesar disso, talvez tenha escapado alguma vez de nossos lábios uma pergunta, repassada mais de admiração do que de dúvida: “Então eu tenho mesmo um anjo incumbido por Deus de cuidar de mim?”
É realmente admirável o fato de cada um de nós possuir um anjo cuja missão específica é favorecer-nos em tudo quanto se relacione com nossa salvação eterna, mas é essa a realidade: Deus “os fez mensageiros de seu projeto de salvação”, afirma o Catecismo da Igreja Católica. E diz São Paulo: “Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, o qual lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?” (Hb 1,14).
“Grande é a dignidade das almas — exclama São Jerônimo —, quando cada uma delas, desde a hora de seu nascimento, tem um anjo destinado para sua custódia!”
É muito reconfortante saber que um ser superior à nossa natureza está continuamente a nosso lado; que ele, puro espírito, mantém-se na contemplação incessante de Deus e, ao mesmo tempo, vela por nós, quer-nos todo o bem, e seu objetivo é levar-nos para a felicidade perfeita e infindável do Céu.
Quando nos damos conta da presença desse incomparável guardião, estabelecemos com ele uma amizade firme e íntima, como descreve o grande escritor francês Paul Claudel: “Entre o anjo e nós existe algo permanente. Há uma mão que, ainda quando dormimos, não solta a nossa. Sobre a terra onde nos encontramos, compartilhamos o pulso e o latejar do coração desse irmão celeste que fala com o nosso Pai”.
Se tivéssemos maior confiança nesse celeste protetor, nesse bom amigo que nunca falha — ainda quando dele nos afastamos, por nossa má conduta —, seríamos capazes de recobrar a paz e o equilíbrio dos quais tanto precisamos!
A Bem-Aventurada Hosana Andreasi, de Mântua (Itália), ainda com seis anos de idade, tomara o gosto de passear pelas margens do Rio Pó, extasiada com a beleza do panorama. Um dia encontrava-se sozinha nesse lugar, quando de repente viu surgir diante de si um belo jovem, alto e forte. Nunca o havia visto antes… Surpresa, mas não amedrontada, ouviu o recém-chegado dizer com voz clara, ao mesmo tempo suave e firme: “A vida e a morte consistem em amar a Deus”. Sua surpresa aumentou quando o “jovem” a ergueu do chão e, olhando-a diretamente nos olhos, acrescentou: “Para entrar no Céu, você precisa amar muito a Deus. Ame‑O. Tudo foi criado por Ele, para que as pessoas O amem”. Foi este o primeiro de numerosos encontros que Hosana teve, até seu falecimento (em 1505), com seu Anjo da Guarda.
Casos como esse, de relacionamento intenso com os anjos, não são nada raros. Santa Gemma Galgani (1878-1903), por exemplo, teve a constante companhia de seu anjo protetor, com quem mantinha um trato familiar. Ele lhe prestava todo tipo de ajuda, até mesmo levando suas mensagens para seu confessor, em Roma.
Ainda mais próximos de nós, encontramos os episódios freqüentes ocorridos com São Pio de Pietrelcina (1887-1968), grande incentivador da devoção aos Anjos da Guarda. Em diversas ocasiões ele recebeu recados dos Anjos da Guarda de pessoas que, à distância, necessitavam de algum auxílio dele.

O Beato João XXIII, outro grande devoto dos anjos, dizia: “Nosso desejo é que aumente a devoção ao Anjo Custódio”.
Nossos anjos guardiães estão ao lado de cada um de nós, incansáveis, solícitos, bondosos, prontos para nos ajudar em tudo quanto precisarmos — inclusive em nossas necessidades materiais, mas especialmente para nos proporcionar os bens espirituais, auxiliando-nos a caminhar na via da virtude.
Se os demônios tanto nos perseguem, por que não recorrermos ao Anjo da Guarda, pedindo sua proteção? Certamente, crescer no relacionamento com ele significará estar mais defendido das ações dos espíritos malignos, e ser mais ajudado na luta contra as tentações.

Diz São João da Cruz: “Os anjos, além de levar a Deus notícias de nós, trazem os auxílios divinos para nossas almas e as apascentam como bons pastores (…) amparando-nos e defendendo-nos dos lobos, os demônios”.
Confiando-nos inteiramente aos nossos Anjos da Guarda, não precisamos temer os demônios. Afinal, estes últimos nada conseguem contra o poder daqueles.
Diz São João da Cruz: “Os anjos, além de levar a Deus notícias de nós, trazem os auxílios divinos para nossas almas e as apascentam como bons pastores (…) amparando-nos e defendendo-nos dos lobos, os demônios”.
Confiando-nos inteiramente aos nossos Anjos da Guarda, não precisamos temer os demônios. Afinal, estes últimos nada conseguem contra o poder daqueles.
Abundam os filmes e livros retratando seres extraordinários, poderosos, dotados de qualidades sobrenaturais, seres super-humanos ante os quais o comum dos mortais é impotente. Não será isso um sintoma de interesse pelo mundo angélico? Ao lado da fantasia e do mito, obras esotéricas de grande divulgação apresentam uma visão distorcida desses seres espirituais, e a ignorância religiosa só fez aumentar os equívocos nesta matéria.
Se quisermos saber a realidade sobre os anjos, onde achar a verdade no meio de tanta desinformação?
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, numerosas passagens nos mostram os anjos em ação, na tarefa de proteger e guiar os homens, e servindo de mensageiros de Deus. O versículo 11 do Salmo 90 menciona claramente os Anjos da Guarda: “Deus confiou a seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos”.
Se nalgumas ocasiões os anjos da mais alta hierarquia celeste são os encarregados de missões na terra — casos de São Gabriel e São Rafael — em muitas outras trata-se por certo de uma atuação do anjo guardião da pessoa concernida, mesmo se a Bíblia não o mencione especificamente. Tem-se essa impressão na leitura do profeta Daniel, salvo de ser devorado no cárcere por feras famintas, pois ele declara ao rei Dario: “Meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões, os quais não me fizeram mal algum” (Dn 6, 22). Do mesmo modo, nos Atos dos Apóstolos, quando vemos São Pedro ser libertado da prisão por um anjo (cf. At 12, 1-11).
Nosso Senhor faz uma referência muito clara aos Anjos da Guarda, quando diz: “Vede, não desprezeis um só desses pequeninos; pois vos declaro que os seus anjos nos Céus vêem incessantemente a face de meu Pai, que está nos Céus” (Mt 18,10).
São Paulo, na Epístola aos Hebreus, ensina que todos os anjos são espíritos a serviço de Deus, o qual lhes confia missões em favor dos herdeiros da salvação eterna (cf. Hb 1,14).

No século II, Hermas, na obra “O Pastor”, diz que todo homem possui seu Anjo da Guarda, o qual o inspira e o aconselha a praticar a justiça e a fugir do mal. No século III, a crença nos Anjos da Guarda de tal maneira estava arraigada no espírito cristão, que Orígenes lhe dedica várias passagens. E sobre a mesma matéria encontramos belos textos de São Basílio, Santo Hilário de Poitiers, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa, São Cirilo de Alexandria, São Jerônimo, os quais nos ensinam: o Anjo da Guarda preside às orações dos fiéis, oferecendo-as a Deus por meio de Cristo; como nosso guia, ele solicita a Deus que nos guarde dos perigos e nos conduza à bem-aventurança; ele é como um escudo que nos envolve e protege; ele é um preceptor que nos ensina a cultuar e a adorar; nossa dignidade é maior por termos, desde o nascimento, um anjo protetor.
No século II, Hermas, na obra “O Pastor”, diz que todo homem possui seu Anjo da Guarda, o qual o inspira e o aconselha a praticar a justiça e a fugir do mal. No século III, a crença nos Anjos da Guarda de tal maneira estava arraigada no espírito cristão, que Orígenes lhe dedica várias passagens. E sobre a mesma matéria encontramos belos textos de São Basílio, Santo Hilário de Poitiers, São Gregório Nazianzeno, São Gregório de Nissa, São Cirilo de Alexandria, São Jerônimo, os quais nos ensinam: o Anjo da Guarda preside às orações dos fiéis, oferecendo-as a Deus por meio de Cristo; como nosso guia, ele solicita a Deus que nos guarde dos perigos e nos conduza à bem-aventurança; ele é como um escudo que nos envolve e protege; ele é um preceptor que nos ensina a cultuar e a adorar; nossa dignidade é maior por termos, desde o nascimento, um anjo protetor.
Em 1608, o Papa Paulo V instituiu a festa dos Santos Anjos da Guarda. Posteriormente, em 1670, coube ao Papa Clemente X fixar sua comemoração de modo definitivo no dia 2 de outubro, tornando-a obrigatória para toda a Igreja.
O Catecismo da Igreja Católica trata da missão do Anjo da Guarda em relação a nós, dizendo: “Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão” (nº 336). E o Papa João Paulo II, na Audiência Geral de 6 de agosto de 1986, acentua que “a Igreja confessa sua fé nos Anjos Custódios, venerando-os na Liturgia com uma festa especial, e recomendando o recurso à sua proteção com uma oração freqüente, como na invocação ao ‘Santo Anjo do Senhor’.”
Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém.
Existem muitas outras preces, inspiradoras de sentimentos de piedade para com essa criatura espiritual, tão íntima de nossa vida no dia-a-dia. Uma delas, de autoria de Santo Anselmo, Arcebispo de Cantuária, é especialmente bela:
Ó Espírito angélico, a cujos próvidos cuidados entregou‑me Deus Nosso Senhor, rogo‑vos que sempre queirais guardar‑me, proteger-me, assistir-me e defender-me de todo assalto do demônio, quer eu esteja acordado, quer dormindo. Sim, assisti‑me noite e dia, a toda hora e a todo momento! Permanecei sempre a meu lado, onde quer que eu me ache. Afastai para longe de mim todas as tentações de satanás.
E, do misericordiosíssimo Juiz e Senhor Nosso, que vos constituiu meu guarda e a vós me confiou, obtende‑me por vossa intercessão a graça, que de todo desmerecem os meus atos, de permanecer imune de toda culpa em minha vida. E se por infelicidade eu me encaminhar na estrada do vício, fazei tudo para reconduzir-me, pela senda da virtude, ao meu Divino Redentor. Quando me virdes oprimido pelo peso das angústias, fazei‑me experimentar a ajuda de Deus Onipotente.
Peço‑vos também que me reveleis, se isto for possível, o termo dos meus dias, e não permitais que a minha alma, quando se desprender do corpo, seja aterrorizada pelos espíritos malignos, ou venha a ser objeto de escárnio para eles, ou deles seja presa desesperada. Não, não me abandoneis jamais, até que me tenhais conduzido ao Céu, para gozar da vista do meu Criador e ser eternamente feliz em companhia de todos os Santos. Seja-me dado atingir essa felicidade, por meio de vossa assistência e pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
publicado 09/11/2011 in Artigos. Closed
publicado 19/05/2010

E deste jovem pintado por Velázquez, o que dizer? O que escreveram os formadores dele nas “primeiras páginas” de sua alma?
publicado 19/05/2010 in Artigos. 4 Comments
publicado 20/03/2010

Pe. Carlos Javier Werner Benjumea, EP
A cada dia aumenta o volume de cartas, telefonemas e e-mails de pessoas que recorrem às orações dos Arautos do Evangelho por sentirem-se desoladas, abandonadas e, até mesmo, traídas por aqueles dos quais esperavam receber maior apoio e solidariedade. Às vezes, são pessoas unidas pelos fortes laços da natureza as que defraudam e ferem os corações de seus mais próximos.
Ele nos quer todo o bem

Eles estão a nosso lado, incansáveis, solícitos, bondosos

Estimado leitor, queira Deus que esses pensamentos, tirados da Revelação e do tesouro da Santa Igreja, possam nos ajudar a nos tornarmos mais próximos desses fiéis amigos celestiais, consolando-nos e animando-nos. E aumentar nossa vontade de conhecê-los sem os sagrados véus da fé, quando nos encontrarmos lá no alto, no Reino dos Céus. ²
Os outros anjos…
Além dos Anjos da Guarda, outros espíritos angélicos vagam pela terra e têm um extremo interesse em nós… para nossa perdição: os demônios, anjos decaídos, que outrora faziam parte da corte celestial. Revoltando-se contra Deus, passaram a trabalhar com um objetivo diametralmente oposto àquele para o qual Ele os criou. Sua preocupação única e obsessiva é a de nos fazer perder a possibilidade de contemplarmos a Deus por toda a eternidade. A isso os movem o ódio a seu Criador, cujo plano para a humanidade desejam obstruir, e a inveja do gênero humano, pois somos capazes de alcançar aquela felicidade eterna que eles perderam para sempre.
Os anjos na doutrina da Igreja
Recorrer aos anjos está ficando cada vez mais na moda. Mas o que sabe a grande maioria das pessoas a respeito dessas criaturas espirituais e imortais?
Guy de Ridder
Após uma época de ceticismo e materialismo triunfante, durante a maior parte dos séculos XIX e XX, o Ocidente voltou a demonstrar uma definida apetência pelo mundo dos espíritos. Se até duas ou três décadas atrás, falar de anjos era considerado por muita gente como sinal de imaturidade ou de falta de cultura, hoje em dia tornou-se moda.
As Sagradas Escrituras
Muito antes das definições teológicas dos últimos séculos, o ensinamento sobre os anjos encontra-se fundamentado na autoridade das Sagradas Escrituras e dos Padres da Igreja.
Os Padres da Igreja
Na esteira das Sagradas Escrituras, a maioria dos Padres da Igreja trata dos anjos enquanto nossos guardiães. São Basílio Magno, na obra Adversus Eunomium, declara: “Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor, para o conduzir à vida”.
Desdobramentos posteriores
No século XII, Honório de Autun promoveu a doutrina de que cada alma, no momento em que é unida ao corpo, é confiada a um anjo cuja missão é induzi-la ao bem e dar conta de suas ações a Deus. Santo Alberto Magno e São Tomás de Aquino, no século XIII, ensinaram, com São Pedro Damião, que o Anjo da Guarda não abandona nem sequer a alma pecadora, mas procura levá-la ao arrependimento e reconciliação com Deus.
Orações ao Anjo da Guarda
A mais popular oração ao Anjo da Guarda foi composta pelo Papa Pio VI, em 1796:
Flávio Fugyama – 3º ano de Teologia
As crianças, na sua mistura peculiar de inocência e ignorância, são como livros onde se escrevem, ora linhas substanciosas, admiráveis e encantadoras, ora linhas medíocres, sem sentido e até mesmo ignóbeis. Constituem, ainda que em gérmen e em potência, o tão incerto porvir do mundo.
Por isso, é mister que as instituições da família e da pedagogia infantil tenham especial zelo, cuidado e dedicação em sua formação, nunca permitindo o ócio, mãe de todos os vícios, em suas principiantes e inexperientes existências.
Apresentar-lhes metas a serem galgadas e ideais a serem realizados, mantendo-as sempre ocupadas e alargando-lhes aos poucos os horizontes da alma, pode ser um inteligente meio de evitar tal desvio, pois, como diz Paul Claudel, “a juventude não foi feita para o prazer, mas sim para o heroísmo!”.
Analisando as fisionomias e atitudes dos meninos no clichê ao lado, vem-nos logo ao espírito uma indagação: quais são as primeiras linhas desses livros – suas almas – que, por hora, apenas começam a ser escritos, mas que, dentro em breve, sairão a lume? Linhas de heroísmo ou de prazer? Linhas de disciplina ou de libertinagem? Linhas de ocupação sadia ou de ócio? Linhas em que brilham o empenho e o afã de interessar-se e dedicar-se por algo sublime, ou linhas pardas e cinzentas, de uma história medíocre e vazia de significado?
Para nós, geração de fins do século XX e início do XXI, que vivemos envoltos em dramas e dificuldades, muitas vezes angustiados à busca de um pouco de paz, provavelmente a representação se nos afigura inocente, pitoresca, e mesmo um tanto distensiva: alguns meninos cantam; um outro parece declamar, absorto em algo meio irreal contemplado para além da janela; e, mais salientes na cena, dois infantes mutuamente arrancam-se os cabelos, sendo plácida e aprazivelmente observados por dois outros companheiros. No todo, o quadro chega até a despertar o riso.
Entretanto, deitando um olhar mais profundo, não podemos deixar de auferir que as primeiras páginas das almas desses pequenos não estão sendo objeto da devida atenção por parte de seus responsáveis, sejam eles pais – se a cena retrata uma reunião familiar – sejam eles educadores – se os meninos estão num qualquer centro de ensino. Claramente nota-se nos rostos a despreocupação, o laisser faire, laisser passer, e mesmo certo ar de bobeira – como se a vida não fosse séria, e não nos esperasse Deus no juízo final, com o prêmio ou o castigo…!

O olhar parece estar em desproporção com o tamanho: reflexivo, conseqüente e profundo; inspira tal seriedade que se diria um varão experimentado, não um menino.
O sombreiro, erguido dessimetricamente, e o esvoaçar da vestimenta parecem querer exprimir o arrojo irrefreável, o ideal coruscante, o horizonte sem fronteiras da alma daquele que os porta: está determinado a cumprir seu dever custe o que custar, doa o que doer, sofra o que sofrer.
Entretanto, de encontro ao possível equívoco de considerar como sinônimos heroísmoe agitação, o equilíbrio de sua alma é inteiro; a isenção de ânimo, completa; a distância psíquica, total. Esse notável auto-domínio transparece muito na curvatura calma e elegante dos braços conjugada às mãos, a um tempo firmes ao suster as rédeas e o bastão, sem perder certo ar de suavidade e leveza.
Eis um excelente fruto de uma boa formação familiar e pedagógica.
Vimos nos dois clichês como as primeiras linhas da história das almas, e em conseqüência o resto do livro, podem divergir de acordo com a formação recebida na infância. Agora é ao pai ou mãe de família, professor no colégio ou que simplesmente cuida de crianças, que neste momento se dirigem os Anjos da Guarda desses pequeninos, cobrando uma atitude em prol de seus protegidos. Só lhes resta escolher com que “literaturas” preencherão as primeiras páginas de suas vidas…
Felipe Rodrigues de Souza (3º Ano Teologia)
“As únicas jóias que embelezam a esposa de um Rei Crucificado são os espinhos e a Cruz”, disse a Santa Gema Galgani o seu Anjo da guarda. Desde muito jovem Gema via o seu Anjo, conversava com ele e até mesmo rezavam juntos. Eram companheiros inseparáveis.
A jovem possuía uma beleza privilegiada, sua mãe havia falecido, seu pai entrara em falência, a melhor solução para todos estes problemas seria encontrar um esposo rico para a moça. O que não seria difícil. Para isso, deram-lhe de presente duas belas jóias: um relógio de pulso e um crucifixo para portar ao pescoço. O presente agradou muito a pequena Gema, que foi logo ver no espelho como lhe caiam e que efeito produziria nos outros.
Apenas tendo consentido nesta pequena vaidade, viu atrás de si um jovem de rara beleza, radiante de luz, mas entristecido e quase zangado que lhe fitava com olhar severo. “As únicas jóias que embelezam a esposa de um Rei Crucificado são os espinhos e a Cruz”. A partir desse dia, nunca mais Santa Gema se adornaria com outras jóias que não fossem essas apresentadas por seu Anjo.[1]
Conversar com o próprio Anjo da Guarda, como quem fala com um amigo íntimo ou um irmão é um fato extraordinário, que raras vezes acontece. Mas, os Anjos comunicam-se conosco, por meio de uma linguagem que não é de palavras, e mais frequentemente do que se pensa. Basta ter espírito de fé e ter a atenção voltada para as realidades sobrenaturais.
A doutrina católica ensina que Deus designa um Anjo para guardar cada homem desde o instante de seu nascimento. Esse Anjo não terá outro a quem proteger durante toda a história da humanidade, mas somente aquele. São estes celestes guardiões que nos amparam permanentemente em nossa peregrinação terrena. [2][3] [4] [5] [6] [7] [8] [9]
Acontece que nem todas as pessoas têm esse relacionamento tão direto com o seu próprio Anjo da guarda, como o tinha Sta. Gema. Entretanto, de alguma maneira, sempre estamos nos relacionando com o nosso Anjo, e, sobretudo, ele conosco. Mas como se dá essa comunicação se não possui corpo material, e, portanto, não tem boca nem língua? Como conversam os Anjos?
O doutor angélico nos explica que os Anjos podem se comunicar de duas maneiras distintas, tanto com os homens quanto entre si: pela iluminação e pela simples locução.
A iluminação é o ato pelo qual se manifesta uma verdade. [10] Assim se diz que um Anjo ilumina outro quando lhe manifesta uma verdade que conhece e que lhe foi revelada por Deus e que o outro desconhece ou conhece em grau inferior. Esta iluminação é concedida por Deus a todos os Anjos, mas nem todos a recebem – ou aproveitam – de igual modo.[11] Isto, entretanto, não se deve a uma deficiência do modo pelo qual Deus os ilumina, mas porque a capacidade de apreender é maior para uns e menor para outros.
Para exemplificar a tese, o Pseudo-Dionísio nos oferece a imagem da difusão do raio de sol, que “atravessa sem dificuldade a primeira matéria, a mais translúcida de todas, e, através dela, faz brilhar mais luminosamente os próprios reluzimentos”, mas que, assim que ela choca com matérias mais opacas, “mais reduzida é sua manifestação difusiva, em razão da inaptidão das matérias iluminadas em possuir um hábitus transmissor do dom da luz”, que decresce pouco a pouco até que por fim a transmissão se torne mais ou menos impossível[12]. Portanto, a razão desta insuficiência no aproveitamento da iluminação por parte dos Anjos inferiores deve-se apenas à sua maneira menos perfeita de compreender as verdades que lhes são propostas. Por isso os Anjos superiores transmitem aos inferiores o que viram de Deus.
Segundo São Tomás a iluminação é feita da seguinte maneira: um fortalecimento, por parte do Anjo superior, da capacidade que o Anjo inferior tem de conhecer, o que se pode dar simplesmente com a sua presença ou pela solicitude deste para com o Anjo inferior, como se lhe estimulasse a fim de que pudesse conhecer verdades de ordem mais elevada.[13]
Como já vimos, o Anjo superior tem uma capacidade maior de apreender essas verdades sobrenaturais que o Anjo inferior, então para que este possa entender aquilo que o Anjo superior quer lhe transmitir é necessário da que o Anjo superior fragmenta seu conhecimento para que o Anjo inferior consiga entender. O exemplo que o próprio São Tomás dá para esta teoria é de um professor que tem um conhecimento muito amplo da matéria que leciona e que ao apresentá-la aos alunos divide-a em partes coerentes e ordenadas, de modo que os alunos possam entendê-la. Evidentemente, os alunos terão um conhecimento da matéria muito inferior e mais fracionado em relação ao do professor, portanto menos rico. Assim se passa com os Anjos.[14]
Esta forma de comunicação só se dá da parte dos Anjos superiores para com os Anjos inferiores, mas existe uma outra forma de comunicação, que é a simples locução, na qual também os Anjos inferiores “falam” aos superiores. São Tomás explica que a locução tem por finalidade manifestar algo desconhecido àquele com quem se fala ou pedir-lhe alguma coisa.[15]
A locução se distingue da iluminação, porque a iluminação se refere às verdades que procedem de Deus como verdade primeira. A locução tem por objeto a revelação daqueles conhecimentos que dependem da vontade do comunicante e que São Tomás denomina “segredos do coração”. Não são verdades essenciais; são dados da própria consciência pessoal, cuja manifestação está debaixo do selo da própria vontade. Daí a liberdade característica de tal comunicação da intimidade[16].
Evidentemente, a comunicação dos Anjos uns com os outros não se expressa com sons, palavras ou outro elemento material, pois sua natureza é puramente espiritual. A sua comunicação corresponde a um ato de vontade de que outros Anjos conheçam ou compreendam conceitos que possuem e que conservam ocultos, e podem inclusive dar a conhecer a uns e não a outros, conforme sua vontade.[17] Assim, os Anjos falam também a Deus, perguntando-Lhe coisas, pedindo esclarecimentos, louvando-O e glorificando-O.[18]
Isso que no Anjo é co-natural, no homem pode se dar pela graça. Um Anjo superior pelo simples fato de voltar-se para o inferior já lhe amplia a capacidade cognoscitiva.[19] Nós poderíamos sentar ao lado de São Tomás de Aquino durante uma semana que provavelmente não ficaríamos mais inteligentes, mas por uma graça de Deus poderíamos ficar. O exemplo prototípico disso é o cumprimento de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Maria provavelmente não deu uma aula filosófica à sua prima, mas o simples fato de Ela ser quem é e estar ali próxima e de fazer ouvir sua voz, foi o suficiente para que Santa Isabel percebesse estar ali a Mãe do Messias e para santificar São João batista no claustro materno.
É sem dúvida essa “iluminação” que nos move a querermos estar próximos das pessoas de quem gostamos, pois sentimos que alguma coisa nos eleva e nos atrai.
E sobre o que conversam os anjos? Evidentemente, o principal objeto da conversa angélica é Deus, pois toda criatura tende naturalmente a voltar-se para o Criador, sobretudo em se tratando de criaturas tão perfeitas como são os Anjos, a além do mais estando eles na Visão Beatífica, sempre vendo aspectos novos de Deus durante toda a eternidade, pois sendo Deus infinito, por mais que eles vejam a Deus no seu todo, não O vêem totalmente, posto que isso é impossível a qualquer criatura.
Mas, podemos concluir disso que um dos temas sobre os quais os Anjos conversam é a intervenção de Deus na Obra da Criação, ora o elemento mais importante da criação é o homem. Em última análise os anjos conversam sobre a ação de Deus na história da humanidade.[20] A respeito da criação os Anjos superiores comunicam aos inferiores tudo o que vêem em Deus, pois como vimos, os superiores vêem de maneira mais rica todas as coisas e iluminam os inferiores sobre aquilo que viram.
Poderíamos imaginar inclusive uma conversa angélica na qual os nossos Anjos da Guarda perguntam a algum Anjo mais elevado como compreender melhor aquele do qual é guardião e querendo saber por que fez aquilo, por que deixou de fazer isto, etc., e o Anjo superior explica que isso aconteceu por que sua natureza é constituída de tal maneira e que seria conveniente agir com ele de tal ou qual modo, que Deus tem este ou aquele plano para ele, etc. Enfim, cada um pode imaginar – ou dar-se conta de que já aconteceu – mil circunstâncias em que nossos Anjos da Guarda recorreram a Deus, através dos Anjos superiores, para nos auxiliar.
Portanto, nossos Anjos da Guarda estão muitas vezes conversando sobre nós com os Anjos que lhes são superiores, de maneira que nós fazemos parte de uma “cascata” de Anjos que estão preocupados com cada um de nós para nos proteger, auxiliar e interceder por nós junto a Deus.
Mas eles não conversam apenas entre si ou com Deus. Também com os homens eles se comunicam. Por uma sublime disposição da Providência Divina, os seres superiores se tornam intermediários entre Deus e os que lhes são inferiores. Assim os Anjos são intermediários entre o Criador e os homens.[21]
Como diz São Tomás, citando São Dionízio, o homem não é capaz de captar um conceito puramente abstrato se não houver em sua mente algo à maneira de um invólucro que sirva de imagem para poder entender. Por isso os Anjos apresentam as verdades que querem transmitir aos homens sob uma aparência sensível a seus sentidos.[22]
Os Anjos, tanto os bons quanto os maus, têm poder sobre a imaginação humana[23], podendo nos inclinar à prática da virtude, dando-nos boas inspirações, sugerindo-nos bons propósitos, podem nos ajudar em nossas tarefas proporcionando-nos boas idéias, enfim, em toda sorte de ações podemos ser profundamente influenciado pelos espíritos angélicos. Os demônios, pelo contrário, estão sempre à espreita de uma oportunidade para nos fazer ofender a Deus, prejudicarmos nosso próximo, consentirmos em algum movimento de inveja, de raiva, sobretudo de desespero ou desânimo.
Para sabermos quem é que está agindo em nós existe um termômetro muito eficaz. Onde entra agitação ou perturbação, sempre a causa são os demônios. Quando sentimos alegria, paz de consciência e boas disposições de alma para ajudarmos os outros, nos sacrificarmos por alguém, podemos estar certos de ser isso fruto da ação dos espíritos angélicos.
Além desse tipo de auxílio que recebemos sempre de nosso Anjo da Guarda, a algumas almas Deus concede auxílios especiais. Por exemplo, Santa Faustina foi designada em determinado momento para ser porteira de seu convento. Entretanto, temia ela profundamente que o convento fosse algum dia invadido por bandidos. Pediu a Deus que a amparasse nessa difícil tarefa. Assim narra a santa o que aconteceu: “‘Minha filha, assim que fostes designada para este serviço, pus um querubim para te guardar. Portanto, não te inquietes.’ Depois de minha conversa com o Senhor, vi uma leve nuvem branca e, dentro na nuvem, um querubim, de mãos postas, cujo olhar era semelhante ao relâmpago.” [24]
Isso pode não nos acontecer todos os dias, ou talvez nunca na vida. Tanto melhor, pois Deus está querendo nos cumular de méritos pedindo que acreditemos sem ver. O que é absolutamente certo é que, vendo ou não, temos constantemente ao menos um Anjo que está ao nosso lado para toda e qualquer necessidade. Muitas vezes ele mesmo toma a iniciativa de nos ajudar, mas deixá-lo-iamos muito contente se nós também pedíssemos sua intercessão.
Ter um Anjo da Guarda é um dom do qual Deus é tão cioso que inclusive os não batizados o possuem. Antes do batismo não se pode receber a Eucaristia, não se tem a inabitação da Santíssima Trindade, não se tem a Deus como Pai e Amigo dentro da própria alma, entretanto Deus quer dar a todos um protetor e um amigo de todos os momentos a todos os homens.[25]
Se nós sentimos tantas vezes as insídias diabólicas a combater contra nós, com quanto mais razão não estará nosso Anjo da Guarda a combater por nós? Se ele nos permite alguma tribulação, provação ou sofrimento, é apenas para nosso bem, embora possamos não entender naquele momento.[26] Mas quanto mais nos sentimos abandonado, mais estamos sendo aparados insensivelmente por nosso Santo Anjo.
Quantas vezes a mãe não dá à criança um brinquedo, e, notando nesta um certo desprezo pelo brinquedo finge que vai tirá-lo de suas mãos? Então a criança se reanima na consideração do brinquedo. Assim também faz conosco o nosso Anjo da Guarda. Quando ele percebe que estamos entorpecidos na vida espiritual ele parece se afastar de nós, mas na realidade ele nos está aproximando dele. A melhor maneira de encaminhar alguém para o bom caminho é atraí-lo para esse caminho e não obrigá-lo a entrar por ele.
Peçamos, pois, a Deus e a sua Mãe Santíssima uma devoção entranhada aos Anjos, esses gloriosos intercessores celestes, de que muitas vezes esquecemos.
[1] Basilio, p. 25 e 26.
[2] Cf. Catéchisme du Concile de Trente, Parte 4, Cap. 39, n. 1.
[3] Cf. JOÃO XXIII, Discurso do 2 de outubro de 1960.
[4] Cf. VALBUENA, Jesús, Introdução à questão 113, p. 932. Suma Teológica, BAC, Madrid, 1950
[5] Cf. BASÍLIO, São, Contra Eunômio, Livro 3, n. 1.
[6] Cf. ORÍGENES, Comentários ao Evangelho de São Mateus, 5.
[7] Cf. JERÔNIMO, São, Commentaire sur Saint Matthieu, Tomo 2, Livro 3, Cap. 18.
[8] Cf. JOÃO XXIII, Discurso na Basílica de Santa Maria dos Anjos de 9 de setembro de 1962.
[9] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 113.
[10] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 106, a. 1, resp.
[11] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 106, a. 4, resp.
[12] La diffusion du rayon solaire traverse sans difficulté la première matière, la plus translucide de toutes, et, à travers elle, fait briller plus lumineusement ses propres resplendissements, mais que, dès qu’elle se heurte aux matières plus opaques, plus réduite est sa manifestation diffusive, en raison de l’inaptitude des matières éclairées à posséder un habitus transmetteur du don de lumière, et elle décroît peu à peu de ce niveau jusqu’à ce que finalement la transmission devienne à peu près impossible (DIONÍSIO, La Hiérarchie Céleste, Chap. XIII, 3).
[13] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 106, a. 1, resp.
[14] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 106, a. 1, resp.
[15] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 107, a. 2, resp.
[16] La locución se distingue de la iluminación, porque la iluminación se refiere a las verdades que proceden de Dios como primera verdad. La locución tiene por objeto la revelación de aquellos conocimientos que dependen de la voluntad del comunicante y que Sto. Tomás denomina “secretos del corazón”. No son verdades esenciales; son datos de la propia conciencia personal, cuya manifestación está bajo el sello de la propia voluntad. De ahí la libertad característica de tal comunicación de la intimidad (BARRENECHEA, José Maria, Introdução às questões 103 a 119, p. 878) Suma Teológica, 4ª ed., BAC Maior, Madrid, 2001.
[17] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 107, a. 2, resp.
[18] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 107, a. 3, resp.
[19] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 106, a. 1, resp.
[20] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 113, a. 8, sed contra e resp.
[21] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 111, a. 1
[22] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 111, a. 1
[23] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 111, a. 3
[24] Faustina, p. 330.
[25] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 113, a. 5
[26] Cf. AQUINO, São Tomás de, Suma de Teología, I pars, quest. I, q. 113, a. 6
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