ANO C

Mt 6,1-6.16-18
Comentário do Evangelho
As boas obras devem ser feitas com discrição
O tema principal do evangelho desta quarta-feira
é a discrição com a qual as obras devem ser praticadas: “Cuidado! não
pratiqueis vossa justiça na frente dos outros, só para serdes notados” (v. 1).
Trata-se de não fazer nada por ostentação. Jesus recomenda não dar esmola,
jejuar ou rezar de modo ostensivo, como fazem os hipócritas. No nível em que os
hipócritas se situam já obtiveram a recompensa deles, isto é, a aprovação dos
homens. Positivamente falando, a esmola, o jejum e a oração devem ser feitos em
segredo. A ação em segredo não é o mesmo que ação secreta, mas designa toda
ação, mesmo pública, que se faz, de fato, diante do Pai. É a intenção profunda
que conta, pois a recompensa se situa neste nível.
Carlos Albero Contieri, sj
Oração
Pai, só te agradam as ações feitas na
simplicidade e no escondimento. Que eu procure sempre agradar-te, enveredando
por este caminho.
Fonte: Paulinas em 19/06/2013
Vivendo a Palavra
Esmola, oração e jejum – que são o jeito de nos
relacionarmos com o próximo, com o Senhor e com nós mesmos – devem ser vividos
com generosidade, alegria, modéstia e discrição. Partilhar os dons que
recebemos do Pai, colocarmo-nos em Sua Presença sempre com gratidão, e lutarmos
contra as nossas paixões devem ser, por isto, a nossa regra de vida.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/06/2013
Reflexão
O verdadeiro espírito de conversão quaresmal é
aquele de quem não busca simplesmente dar uma satisfação de sua vida a outras
pessoas para conseguir a sua aprovação e passar assim por um bom religioso, mas
sim aquele que encontra a sua motivação no relacionamento com Deus e busca
superar as suas imaturidades, suas fraquezas, sua maldade e seu pecado para ter
uma vida mais digna da vocação à santidade que é conferida a todas as pessoas
com a graça batismal, e busca fazer o bem porque é capaz de ver nas outras
pessoas um templo vivo do Altíssimo e servem ao próprio Deus na pessoa do irmão
ou da irmã que se encontram feridos na sua dignidade.
Fonte: CNBB em 19/06/2013
Reflexão
Chamar
a atenção para as próprias boas obras é tendência bastante comum entre as
pessoas. É orgulho e vaidade. Por isso, Jesus nos adverte sobre um perigo real:
por trás de muito barulho, pode esconder-se atitude falsa. Como exemplo, ele
cita três ações: dar esmola, orar e jejuar. São coisas valiosas, desde que
realizadas com reta intenção. Perdem sua eficácia quando alguém as pratica só
para receber aplausos. Readquirem valor quando feitas para agradar a Deus, que
conhece a intimidade de cada um e pode dar-lhe a devida recompensa. Portanto,
pratiquemos as boas obras com discrição e humildade; desse modo, ficamos com a
certeza do olhar benévolo de Deus e de sua recompensa. Do contrário, só nos
restará acolher dos outros um reconhecimento passageiro e quase sempre
mesquinho.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel
Duarte, ssp)
Meditação
Qual seria a recompensa a que se refere Jesus? -
Podemos ver aqui a figura de Maria? - O que ela nos ensina? - Conheço alguém
que faz o bem sem se preocupar em aparecer? - No silêncio de meu coração,
procuro buscar a força de Deus para a caminhada e para fazer o bem?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.
Fonte: a12 - Santuário em 19/06/2013
Meditando o evangelho
A PIEDADE DISCRETA
A piedade judaica valorizava, de maneira especial, três práticas: a
esmola, a oração e o jejum. Cada uma apontava para um tipo diferente de
relação. A esmola indicava a relação de misericórdia com o próximo, cujas
necessidades se tentava remediar. A oração expressava a relação amorosa com
Deus, com quem se procurava estar em contínuo diálogo. O jejum se colocava no
nível da relação do indivíduo consigo mesmo e consistia na busca do domínio dos
instintos e das paixões, de modo a preparar para uma relação cada vez mais
correta com Deus e com o próximo.
O discípulo de Jesus não estava dispensado destas práticas tradicionais
de piedade. Elas se mantinham válidas quando sua finalidade era garantida.
Entretanto, havia no tempo de Jesus quem desvirtuasse seu sentido e se servisse
delas para alimentar seu espírito de vanglória. Jesus tentou precaver seus
discípulos desta deturpação da piedade, ensinado-lhes a discrição. Mostrar-se
piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, era inútil e revelava uma
motivação hipócrita. A inutilidade resultava da obtenção de louvores por parte
dos admiradores, dispensando assim a recompensa divina. A piedade, neste caso,
não atingia seu objetivo. Pelo contrário, quando praticada no escondimento e de
maneira discreta, a piedade era observada apenas pelo Pai, de quem proviria a
verdadeira recompensa.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo
Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado
no Portal Dom Total).
Oração
Senhor Jesus, livra-me de praticar a piedade buscando fazer-me admirado
pelas pessoas e ensina-me a praticá-la de maneira discreta, para obter a
recompensa do Pai.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Ser íntimo diante de Deus é não usar nenhuma
máscara
(O comentário do Evangelho abaixo é feito
pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim – SP)
Tenho um amigo muito fiel à nossa Igreja e num dia desses ele me
disse que no seu ambiente de trabalho, no início da jornada de manhã e à tarde,
abre a Bíblia que sempre carrega e faz a sua oração e meditação. Ele afirma que
os funcionários que trabalham com ele naquela repartição, o respeitam muito e
mesmo um e outro que não são da nossa igreja, nunca o criticaram e até o elogiam
dizendo que ele é um bom cristão.
Não querendo julga-lo, confesso que pensei nele ao meditar esse
evangelho, por uma razão muito simples, talvez nem o faça por mal, mas ele faz
questão de mostrar aos outros que é Católico e dos praticantes e em sua compreensão
isso é um testemunho que precisa ser dado no mundo de hoje. Quando alguém exibe
suas qualidades cristãs para os outros, sejam elas quais forem, oração, jejum
ou esmola, o maior perigo e tornar-se um moralista e começar a medir as pessoas
a partir da nossa “Régua”.
Moralismo é coisa muito perigosa porque, como dizia meu
professor de moral, se revirarem bem revirado a vida de uma pessoa
considerada a mais santa, vão achar pecado de tudo quanto é tipo, também
na minha vida e na vida de cada um de nós, não tem este nem aquele, leigo ou
religioso, ninguém escapa. Somos todos carentes do amor e da misericórdia do
Pai, então a única referência para o homem é Jesus Cristo, Fiel, Santo,
Perfeito, justo e bom. Só Ele e mais ninguém.
Jesus Cristo, ao orientar os seus discípulos sobre esse
procedimento discreto nas orações, jejuns e esmolas, quer também poupa-los das
“cobranças”, não que não devamos então ser autênticos e coerentes como
cristãos, mas que não sintamos a necessidade de vender uma imagem de pessoas
virtuosas, orantes, piedosos, porque lá um dia ou outro, podemos cometer algum
deslize e daí todos nos olharão com estranheza e indignação. De fato, meu amigo
que mencionei no início, recentemente teve problemas com um Filho usuário de
drogas, e os amigos e colegas de serviço o questionaram a esse respeito.
Quem se exibe diante dos irmãos e irmãs vai também se exibir
diante de Deus e ai está o outro grande perigo: achar que eu me basto, porque
sou esforçado e sempre busco as coisas de Deus, e para eu atingir a Santidade
em sua plenitude só falta eu morrer e todos vão reconhecer que sou uma
referência e um exemplo a ser seguido.
O problema é que, diante dos irmãos até dá para pousar de
“bonzinho”, mas diante de Deus isso é impossível, porque nos vê exatamente como
somos. Então, o melhor mesmo é seguir as orientações de Jesus, mostre-se diante
de Deus como você realmente é. Não tenha medo ou vergonha, seja íntimo de Deus,
descubra-se totalmente diante dele. A intimidade com o Pai, recomendada
nesse evangelho é isso. Quem reza, faz jejuns e pratica a caridade, não é um
super-homem ou supermulher, mas é alguém humano e fragilizado, sujeito a quedas
e infidelidades, e que, apesar disso, é íntimo com Deus e o chama de
“Paizinho”, sem medo de discurso moralista.
2. Que tua esmola fique escondida
(O comentário do Evangelho
abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’,
Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)
O que vamos fazer hoje orientados pelo Evangelho de São Mateus?
Hoje não vamos fazer! Não vamos fazer nada para sermos vistos e elogiados pelos
outros. Tudo o que fizermos será por convicção, e para a glória do Pai que vê
as intenções do nosso coração, que vê o que está oculto, que dá a verdadeira
recompensa. Praticaremos o que é justo, faremos boas ações. Vamos dar esmolas,
rezar e jejuar, ocultamente e com o rosto sempre alegre.
HOMILIA DIÁRIA
As três práticas fundamentais do homem
religioso
Três práticas fundamentais de
um homem e de uma mulher religiosos. Essas práticas estão na esmola, na oração
e no jejum.
Hoje, aprendemos com Nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo três práticas fundamentais de um homem e de uma mulher religiosos.
Essas práticas estão na esmola, na oração e no jejum. Três elementos
importantes para estarmos bem com Deus, para nos relacionarmos com Ele, com
nosso próximo e com nós mesmos.
Podemos começar a falar sobre a oração, pois ela
é o meio pelo qual nos relacionamos direto com Deus. Às vezes, as pessoas pedem
assim: “Padre, ore por mim, reze por mim”. Meu filho, eu posso rezar por você,
mas você pode falar diretamente com o Senhor. Daí você me diz assim: “Mas o
senhor é mais íntimo d’Ele”.
Qualquer um de nós, que no íntimo do quarto, do
nosso interior, dedica o seu tempo sagrado a Deus, será ouvido por Ele. Faça da
oração uma prática para a sua vida.
Ao nosso próximo temos de dar o melhor de nós,
mas esmola virou sinônimo de sobra. No entanto, esmola é caridade, exercida de
forma distante. Muito melhor do que darmos alguma coisa a alguém – porque
geralmente damos o que não queremos mais –, temos de dar nós mesmos ao outro,
ser presença amorosa na vida dele. Tenha tempo para gastar com as pessoas que
estão ao seu lado.
A atenção que damos ao próximo é a nossa melhor
forma de exercermos a caridade. Agora, precisamos de disciplina: disciplina interior,
autocontrole, vigilância… E o jejum é uma das formas de dizermos: “Controle o
instinto, controle o orgulho, a autossuficiência”. Não é dieta, mas jejum!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo –
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova em 19/06/2013
Oração Final
Pai Santo, ensina-nos a orar e nos dá força para
partilhar com os irmãos os nossos dons e os bens que nos emprestaste. Dá-nos
também coragem para vencer os inimigos que habitam nossos corações – vícios,
desejos e paixões –, para seguirmos nesta vida os passos do Cristo Jesus, teu
Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/06/2013

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