
Santo Plácido
514-541
A vida de Plácido está ligada à do seu primo Mauro,
também chamado de Amaro, por várias circunstâncias. Primeiro, porque ambos aos
sete anos de idade foram entregues, pelos pais ao amigo Bento de Nórcia,
celebrado pela Igreja como o "pai dos monges ocidentais", para serem
oblados à Cristo. Depois, porque Amaro o salvou da morte, na infância. Nesta
ocasião, Bento, teve uma visão onde Plácido se afogava dentro de um lago, por
isto mandou o pequeno Amaro correr para impedir o acidente. De fato, ele o
salvou prodigiosamente, andando sobre as águas e o retirando com vida. Porém,
após se tornarem sacerdotes, suas vidas se separam, e de maneira distinta cada
um testemunhou sua fé em Cristo. Vejamos a trajetória de Plácido.
Plácido nasceu no ano de 514, em Roma. Os pais, nobres e ricos, eram Tertulo e
Faustina, e os irmãos se chamavam Eutíquio, Flávia e Vitório. Plácido foi
entregue a são Bento, que o tomou como discípulo e lhe dispensou um afeto
paterno. O menino cresceu bondoso e assimilou os ensinamentos do Evangelho e o
espírito ecumênico da mensagem beneditina. Tornou-se sacerdote e foi enviado
para a cidade italiana de Messina, na Sicilia, para construir um mosteiro, do
qual foi eleito o abade. Plácido o construiu fora dos muros da cidade. Ao lado do
mosteiro ele também construiu uma igreja, dedicada a são João Batista.
Plácido, certa vez, recebeu a visita de seus irmãos, os três saudosos,
decidiram ir para Messina, onde ficaram por um longo período, hospedados no
mosteiro. Até que em setembro de 541, os árabes sarracenos, invadiram o
mosteiro, destruindo tudo e matando os monges que encontravam pela frente.
Depois, se voltaram contra os quatro irmãos, que seriam poupados se renegassem
o seu Deus. Plácido falou por todos: "jamais trairemos a fé em Cristo e
por isto estamos prontos para morrer". Foram arrastados até a praia
vizinha e brutamente mortos, tendo as cabeças decepadas. Os corpos foram
recolhidos pelos monges sobreviventes e sepultados na igreja semidestruída.
Este mosteiro e a igreja foram destruídos e reconstruídos várias vezes por
conta destes bárbaros. Só em 1099, a paz voltou a reinar na Sicília, com a sua
expulsão definitiva . O então imperador Rugero, católico, mandou reconstruir
tudo. No final da construção do grande edifício, o mosteiro foi elevado à
condição de Priorado Geral. Mas o fato sensacional, ocorreu em 1588, quando o
superior do mosteiro,vendo que o interior da igreja não tinha ventilação nem
luz, mandou abrir três grandes portas. Para isto, tiveram que deslocar o altar
maior, e foi aí que encontraram as relíquias dos quatro irmãos. A festa foi
grande porque ao retirarem o corpo de são Plácido surgiu de improviso uma fonte
de água puríssima, que os devotos atribuíram como milagrosa.
A igreja e o mosteiro foram totalmente destruídos, em 1918, quando ocorreu o
maior terremoto de Messina. Mas as relíquias de são Plácido já estavam
guardadas pelos beneditinos na Cripita da Capela do mosteiro de Montecassino,
onde também estão as de seu primo.
A Igreja, em 1962, determinou que os dois primos sejam festejados no mesmo dia
15 de janeiro. Entretanto, o culto a são Plácido é muito intenso e os devotos o
celebram também em 5 de outubro, data que lhe era dedicada anteriormente.
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