
São Nazário e são Celso
Século I
Século I
Nazário nasceu em Roma, ainda no primeiro século da
era cristã. O pai era um pagão e chamava-se Africano. A mãe, de nome Perpétua,
era uma católica fervorosa. Enquanto ele desejava tornar o filho um sacerdote a
serviço de um dos muitos deuses pagãos, ela o queria temente a Deus, no
seguimento de Cristo, por isso o educou dentro da religião católica. Assim, com
apenas nove anos de idade, o menino pediu para ser batizado, definindo a
questão e sendo atendido pelo pai, que algum tempo depois também se converteu.
Nazário foi batizado pelas mãos do próprio papa são Lino, o primeiro sucessor
de são Pedro, que fez dele um dos seus auxiliares diretos. Ingressou no
exército romano e com ele percorreu toda a Itália, onde também pregava o
Evangelho. Mas, ao ser descoberto, foi levado à presença do imperador, que o
mandou prender. Conseguindo fugir, abandonou Roma e tornou-se um pregador
itinerante, até que, durante um sonho, Deus lhe disse para sair da Itália.
Assim, foi para a Gália, hoje França, sempre pregando a palavra de Cristo. Em
Cimiez, próximo de Nice, depois de converter uma nobre e rica senhora e seu
filho, um adolescente de nome Celso, ela confiou o jovem a Nazário, que o fez
seu discípulo inseparável. Juntos, percorreram os caminhos da Gália, deixando para
trás cidades inteiras convertidas, pois, durante as suas pregações, aconteciam
muitos milagres na frente de todos os presentes.
Depois, foram para Treves, atualmente Trier, na Alemanha, onde fundaram uma
comunidade cristã que se tornou tão famosa que os dois acabaram sendo
denunciados e presos. Condenados à morte, foram jogados na confluência dos rios
Sarre e Mosel. E novo milagre ocorreu: em vez de afundar, os dois flutuaram e
andaram sobre as águas. Assustados, os pagãos não tentaram mais matá-los, apenas
os expulsaram do país.
Nazário e Celso foram, então, para Milão, onde mais uma vez viram-se vítimas da
perseguição pagã, imposta pelo imperador Nero. Presos e condenados, desta vez
foram decapitados em praça pública.
Passados mais de dois séculos, em 396, os corpos dos dois mártires foram
encontrados pelo próprio bispo de Milão, Ambrósio, também venerado pela Igreja.
Durante suas orações, teve uma visão, que lhe indicou o local da sepultura de
Nazário. Mas, para surpresa geral, a cabeça do mártir estava intacta, com os
cabelos e a barba preservados, e ainda dela escorria sangue, como se fora
decapitado naquele instante. A revelação foi mais impressionante porque,
durante as escavações, também encontraram o túmulo do jovem discípulo Celso,
martirizado junto com ele.
Também foi por inspiração de santo Ambrósio que esta tradição chegou até nós,
pois ele a contou a são Paolino de Nola, seu discípulo e biógrafo. As relíquias
de são Nazário e são Celso foram distribuídas às igrejas de várias cidades da Itália,
França, Espanha, Alemanha, África e Constantinopla. Dessa maneira, a festa dos
dois santos difundiu-se por todo o mundo católico, sendo celebrados no dia em
que santo Ambrósio teve a revelação: 28 de julho.
Santos Nazário e Celso - Mártires
Comem. litúrgica: 28 de julho.
Também nesta data: S. Vitor I, Papa, S. Inocêncio I, Papa , Santos Sansão, Eustádio e Décio

A memória dos Santos Nazário e Celso, que viveram em países diferentes, é celebrada na mesma data. Nazário, batizado que foi pelo Papa Lino em Roma, recebeu no grêmio da Igreja o jovem Celso, natural da França, que contava apenas 12 anos de idade.
Nazário era filho de um pagão muito rico, oriundo do norte da África e sua mãe, uma piedosa cristã natural de Roma, que a Igreja venera com o nome de Santa Perpétua. Inflamado pela chama do amor divino, decidiu sair de Roma para dedicar-se à salvação das almas de pessoas menos favorecidas. Tinha amor e muita caridade com os pobres, onde iniciou sua ação evangelizadora e dedicou-se incansavelmente aos enfermos e aos órfãos, ocasiões em que lhes apresentava em primeiro lugar o caminho das verdades divinas.
Não tardou que a chama da perseguição nerodiana se levantasse contra este fiel discípulo de Cristo. Quando encontrava-se na cidade de Milão, o governador Anolino deu ordem de prisão e, já no dia seguinte, encontrava-se trancafiado na cela. Sua presença ali tinha uma finalidade: persuadí-lo para que adorasse aos deuses de Roma, já que grande multidão seguia os ensinamentos de Nazário. Este, negando-se veementemente, recebeu como castigo cruel flagelação, sendo em seguida expulso de Milão.
Dirigiu-se então à França, onde amplificou sua pregação evangelizadora. Num domingo, rezando no povoado de Melia, uma mulher chamada Marionilla aproximou-se com seu filho Celso e pediu para que o batizasse e o instruísse na fé. Em curto espaço de tempo a graça de Deus resplandesceu sobre Celso, que assimilou exemplarmente as instruções celestes que todos os dias recebia do seu mestre espiritual. Com suas efizaces práticas e exemplo cristão já em tenra idade, aquela "semente" da qual fala o Evangelho, verdadeiramente caiu em terra fértil.
Nazário, em companhia de seu jovem discípulo, dirigiu-se a Tréveris, onde ambos realizaram maravilhosos prodígios e milagres. Alargavam-se, assim, as fileiras da conversão, fato que culminou em prisão e imediata sentença de morte. Reza a tradição que escaparam milagrosamente dessa sentença e regressaram para a Itália. Em Milão, o governador Anolino novamente mandou encarcerar Nazário e também a Celso, condenando-os à morte. Antes porém, da execução, Anolino teve de consultar o imperador Nero, já que Nazário era cidadão Romano. Confirmada a sentença imperial, foram conduzidos à praça maior de Milão, onde foram decapitados em 28 de julho do ano de 68. Os cristãos recolheram seus cadáveres e os sepultaram em um horto de extramuros.
Mais de trezentos anos depois, precisamente em 395, foi revelado a Santo Ambrósio (como constam em seus inscritos) o lugar onde encontravam-se os sagrados despojos. No túmulo de Nazário se achou um fio de sangue tão fresco que parecia ter sido derramado naquela mesma hora. Santo Ambrósio os fez trasladar à igreja dos Apóstolos, que acabara de construir.
Os habitantes de Milão reverenciam os Santos Nazário e Celso como seus patronos.
Reflexões:
Se não podemos imitar estes dois santos no heroísmo do martírio, devemos admirar a prontidão com que seguiram a inspiração divina, e pedir intercessão para nunca nos afastarmos do caminho reto e da sã doutrina, apesar dos perigos, contrariedades e perseguições que todo cristão enxerga cristalinamente em sua vida cotidiana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário