quarta-feira, 23 de abril de 2025

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA - 23/04/2025

ANO C


Lc 24,13-35

Comentário do Evangelho

Emaús: Esperança na Caminhada com Cristo


Hoje, somos convidados a caminhar ao lado dos discípulos de Emaús. Neste episódio, que é exclusivo de Lucas, a Palavra de Deus e a partilha do pão se tornam elementos centrais para nossa compreensão. Dois discípulos, desiludidos e tristes, seguem seu caminho, sentindo que a promessa de libertação de Israel através de um profeta poderoso foi frustrada pela cruz. No entanto, um estranho surge ao seu lado, querendo entender os acontecimentos e compartilhar a dor que marca os seus rostos. Eles começam a relembrar os feitos de Jesus, o ministério e os relatos das mulheres e outros discípulos, mas essas palavras ainda não são suficientes para dissipar a tristeza em seus corações.
Ao ouvi-los, Jesus recorre às Escrituras, explicando com clareza o papel do Messias. Suas palavras reacendem o fogo da esperança nos corações daqueles discípulos, que, movidos por uma nova luz, convidam o forasteiro a permanecer com eles. Ao partir o pão, seus olhos se abrem e reconhecem o Cristo ressuscitado, mas Ele logo desaparece de sua visão física, tornando-se presente de forma espiritual na comunidade que celebra a Palavra e a Eucaristia.
A tristeza e a decepção que antes dominavam seus corações agora se transformam em entusiasmo e alegria renovada. Agora, com o coração repleto de fé, os discípulos retornam a Jerusalém, dispostos a compartilhar a boa nova da ressurreição com seus irmãos e se tornarem testemunhas vivas do Cristo ressuscitado.

Comentário do Evangelho

o estava ardendo nosso coração quando nos falava no caminho, quando nos abria as Escrituras?


Hoje somos chamados a caminhar com os discípulos de Emaús. A Palavra e a “fração do pão” estruturam este episódio, próprio de Lucas. Dois discípulos caminham desiludidos. A promessa de libertar Israel pelo Profeta poderoso em palavras e obras aparentemente havia fracassado na cruz. De repente, um peregrino surge e quer se inteirar dos fatos; quer compartilhar da dor marcada pelos seus tristes semblantes. Eles retomam os feitos do ministério do Cristo e o testemunho das mulheres e dos discípulos. Parece não ser suficiente. Eles precisam ter a experiência com o Ressuscitado. Ao ouvi-los, Jesus retoma as Escrituras, procurando iluminá-los acerca do Messias. A Palavra faz arder o coração deles, que chamam o peregrino para permanecer com eles. No “partir o pão”, seus olhos se abrem e reconhecem o Cristo. Ele se torna invisível, porque agora se faz presente no seio da comunidade que celebra a Palavra e a Eucaristia. A decepção e a tristeza são transformadas em entusiasmo e alegria. Agora, devem voltar a Jerusalém, encontrar-se com os irmãos e ser também testemunhas da ressurreição.
Pe. Jackson Câmara Silva, INJ, ‘A Bíblia dia a dia 2025’, Paulinas.

Reflexão

Diversos são os sinais da presença de Cristo ressuscitado entre os discípulos, assim como são muitos os sinais da sua presença na nossa vida hoje. Os discípulos de Emaús representam a caminhada da Igreja primitiva na maturidade da fé, entre a fuga e a procura, o desespero e a esperança. Movidos pela fé, reconhecem Jesus ao partir o pão e ao ouvir sua Palavra. Cada vez que hoje lemos a Escritura ou celebramos a Eucaristia, nosso coração deveria arder de alegria e exultação, como ardeu o coração dos discípulos ao encontrar com o Senhor. Que, em todas as celebrações eucarísticas de que participamos, também nós possamos reconhecer o Senhor ressuscitado e renovar nosso compromisso de seguimento.
(Dia a Dia com o Evangelho 2025 - PAULUS)

Reflexão

«Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?»

P. Luis PERALTA Hidalgo SDB
(Lisboa, Portugal)

Hoje o Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial —no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço— que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado.
Os discípulos carregados de tristes pensamentos, não imaginavam que aquele desconhecido fosse precisamente o seu Mestre, já ressuscitado. Mas sentiam «arder» o seu íntimo (cf. Lc 24,32), quando Ele lhes falava, «explicando» as Escrituras. A luz da Palavra ia dissipando a dureza do seu coração e «abria-lhes os olhos» (Lc 24, 31).
O ícone dos discípulos de Emaús presta-se bem para nortear um longo caminho das nossas dúvidas, inquietações e às vezes amargas desilusões, o divino Viajante continua a fazer-se nosso companheiro para nos introduzir, com a interpretação das Escrituras, na compreensão dos mistérios de Deus. Quando o encontro se torna pleno, à luz da Palavra segue-se a luz que brota do «Pão da vida», pelo qual Cristo cumpre de modo supremo a sua promessa de «estar conosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28,20).
O Papa Emérito Bento XVI explica que «o anúncio da Ressurreição do Senhor ilumina as zonas escuras do mundo em que vivemos».

Pensamentos para o Evangelho de hoje

- «Pode parecer estranho que alguém que conhece as nossas necessidades nos exorte a rezar. Nosso Deus e Senhor quer que, através da oração, aumente nossa capacidade de desejar, para que sejamos mais capazes de receber os dons que Ele nos prepara» (Santo Agostinho)

- «Cremos em Deus que é Pai, que é Filho, que é Espírito Santo. Cremos em Pessoas, e quando falamos com Deus falamos com Pessoas: ou falo com o Pai, ou falo com o Filho, ou falo com o Espírito Santo» (Francisco)

- «‘o Espírito que habita em nós ama-nos com ciúme’?» (Tg 4, 5). O nosso Deus é «ciumento» de nós e isso é sinal da verdade do seu amor. Entremos no desejo do seu Espírito e seremos atendidos» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.737)

Reflexão

«Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram»

Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer
(Barcelona, Espanha)

Hoje «é o dia que o senhor fez: regozijemo-nos e alegremo-nos nele» (Sal 117,24). Assim nos convida a rezar a liturgia desses dias da oitava de Páscoa. Alegremo-nos de ser conhecedores de que Jesus ressuscitado, hoje e sempre, está conosco. Ele permanece ao nosso lado em todo momento. Mas é necessário que nós deixemos que ele nos abra os olhos da fé para reconhecer que está presente em nossas vidas. Ele quer que gozemos de sua companhia, cumprindo o que nos disse: «Eis que estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo» (Mt 28,20).
Caminhemos com a esperança que nos dá o fato de saber que o Senhor nos ajuda a encontrar sentido a todos os acontecimentos. Sobretudo, naqueles momentos em que, como os discípulos de Emaús passemos por dificuldades, contrariedades, desânimos... Ante os diversos acontecimentos, nos convém saber escutar sua Palavra, que nos levará a interpretá-los à luz do projeto salvador de Deus. Mesmo que às vezes, equivocadamente, possa nos parecer que não nos escuta, Ele nunca se esquece de nós; Ele sempre nos fala. Só a nós pode faltar a boa disposição para escutar, meditar e contemplar o que Ele quer nos dizer.
Nos variados âmbitos onde nos movemos, frequentemente podemos encontrar pessoas que vivem como se Deus não existisse, carentes de sentido. Convém dar-nos conta da responsabilidade que temos de chegar a ser instrumentos aptos para que o Senhor possa, através de nós, aproximar-se “abrir caminho” com os que nos rodeiam. Busquemos como fazê-los conhecedores da condição de filhos de Deus e de que Jesus nos tem amado tanto, que não só morreu e ressuscitou para nós, mas que quis ficar para sempre na Eucaristia. Foi no momento de partir o pão quando aqueles discípulos de Emaús reconheceram que era Jesus quem estava ao seu lado.

Reflexão

Com a ressurreição de Jesus a Escritura se revelou de um novo modo

REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje partindo do inesperado, a Escritura se revelou de um modo novo. Obviamente, a nova leitura das Escrituras só podia começar depois da ressurreição, porque somente por ela Jesus ficou acreditado como enviado de Deus. Agora devia identificar ambos os eventos —cruz e ressurreição— na Escritura, entendê-lo de um novo modo e chegar assim à fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus.
Para os discípulos, a ressurreição era tão real como a cruz. Renderam-se simplesmente diante da realidade: depois de tanta indecisão e assombro inicial, já não podiam opor-se a ela. É realmente Ele; vive e nos tem falado, tem permitido que o tocasse, mesmo quando já não pertence ao mundo do que normalmente é tangível.
—O paradoxo era indescritível: Ele era completamente diferente, não um cadáver reanimado, mas alguém que vivia desde Deus de um modo novo e para sempre; e, ao mesmo tempo, sem pertencer já ao nosso mundo, estava presente de maneira real, em sua plena identidade.

Reflexão

A Eucaristia, alimento do cristão

Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret
(Vic, Barcelona, Espanha)

Hoje os discípulos não partem separados, cada um por sua conta, e sim juntos. E não falam de assuntos alheios, e sim do que havia acontecido: a paixão e a morte de Jesus. A comunhão de companhia se transfigura e se transforma por uma comunhão de recordações que culminará em uma comunhão de hospitalidade, de comensalidade e, finalmente, de captação interpessoal.
O impressionante do caso é que “Jesus companheiro” de caminho e “Jesus comensal” não é captado em sua verdade última até que culmina em “Jesus Eucaristia”, isto é, até que não se dá a conhecer — e a comer! — a Si mesmo “ao partir o pão”.
—Senhor Jesus, que continuas e continuarás fazendo em tua Igreja o gesto de “partir o pão” até o fim dos tempos, concede-nos a graça de comer-te para "ser-te" e de "ser-te" para comer-te, ao mesmo tempo que de "sermos" mutuamente verdadeiros irmãos na comunhão de amor. Amém!

Comentário do Evangelho

Jesus se manifesta aos discípulos de Emaús: eles o reconheceram ao partir o pão


Hoje dois discípulos saem de Jerusalém porque estão desanimados. Mas Jesus Cristo ressuscitou! Eles não sabem ainda. Jesus fica ao seu lado enquanto andam e fala com eles, mas não o reconhecem. Fala-lhes das Sagradas Escrituras e eles estão contentes com este Companheiro de caminho.
Ao entardecer chegam ao povoado de Emaús. Convidam a Jesus para jantar. Quando Ele parte e abençoa o pão se dão conta que aquele “amigo” era o Senhor.
—Jesus caminha conosco. Não o vemos, mas Ele está perto de nós... Falas cada dia com Jesus?

Meditação

A Palavra: dos ouvidos ao coração!

Certamente não pensando, sobretudo, em si mesmo, para que tanta luta sua, que lhe custara sangue, não caísse no vazio, Jesus se põe a caminhar com seus discípulos. Levado pelo amor, não queria que eles ignorassem aquele caminho de vida, que Ele lhes deixara. E ressuscitado, faz-se caminheiro com eles para lhes abrir os olhos, o coração, para aquele jeito de viver, que lhes fazia arder o coração. Ele como que resumia, sintetizava na Eucaristia: fazer-se pão, vida que se reparte, se consome para o sustento do outro. Na força de Pentecostes, temos condições de continuar Jesus, suas atitudes, que põe coxos de pé: “O que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!”
Oração
Ó DEUS, todos os anos nos alegrais com a solenidade da ressurreição do Senhor; concedei-nos em vossa bondade que, pelas festas que celebramos na terra, mereçamos chegar às alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

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