quarta-feira, 21 de agosto de 2024

COLETÂNEA DE HOMÍLIAS DIÁRIAS, COMENTÁRIOS E REFLEXÕES DO EVANGELHO DO DIA, DE ANOS ANTERIORES - 21/08/2024

ANO B


Mt 20,1-16a

Comentário do Evangelho

A justiça de Deus é amar sem distinção e sem medida.

A parábola, em primeiro lugar, revela algo de Deus: Deus é bom. A expressão dessa bondade é que ele chama a todos para a sua vinha. O amor ou bondade de Deus não são calculados. Em todo tempo, o Senhor toma a iniciativa de chamar a todos para o seu Reino. O amor não se compra, ele é oferecido. A justiça de Deus é amar sem distinção e sem medida.
De algum modo, e em relação aos outros, todos somos operários da undécima hora. O modo de agir de Deus faz balançar nossa escala de valores: “Eu quero dar a este último o mesmo que dei a ti. Acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence” (v. 15).
Aos olhos de Deus, o importante é ouvir o convite e aceitar os trabalhos na vinha. Este é o verdadeiro e justo salário. O amor de Deus toca as pessoas; ele não faz diferenças. O essencial é acolhê-lo.
Carlos Alberto Contieri, sj
Fonte: Paulinas em 21/08/2013

Comentário do Evangelho

Deus é Bom.

Trata-se de uma parábola do Reino que não figura na lista das parábolas do Reino do capítulo treze. A parábola, em primeiro lugar, afirma algo de fundamental de Deus: Deus é Bom. Em todos os tempos e sem distinção, ele chama a todos para a sua vinha. A parábola é expressão da universalidade da salvação de Deus. A “vinha” é símbolo tanto de Israel como do Reino de Deus. Em todo tempo, representado pelas horas da jornada de trabalho, Deus toma a iniciativa de chamar a todos, onde quer que estejam, para o seu Reino. Deus é quem oferece a possibilidade de participação no seu Reino, independentemente dos méritos de cada um, pois Deus não quer que ninguém que criou se disperse ou se perca (cf. Jo 6,39; 10,28; 17,12). Em que consiste a justiça própria de Deus? Em amar sem distinção e sem limite. A verdade é que o modo de Deus agir revoluciona nossa escala de valores (vv. 13-16). A igualdade ressalta a graça extraordinária feita por Deus aos pecadores. Aos olhos de Deus, o verdadeiro salário é ouvir o convite e ser admitido à sua vinha. O amor de Deus é para todos; Ele não faz acepção de pessoas.
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, que eu jamais me deixe levar pelo espírito de ambição e de rivalidade, convencido de que, no Reino, somos todos iguais, teus filhos.
Fonte: Paulinas em 20/08/2014

Vivendo a Palavra

A parábola quer nos fazer compreender que no Reino do Céu não prevalece a contabilidade de créditos/débitos/saldo, mas o que conta é a gratuidade do Amor. Ela se põe aqui como um convite para que nós nos guiemos, já nesta terra abençoada em que vivemos, pela mesma lei do Amor, esquecendo-nos de nossas contas miúdas…
Fonte: Arquidiocese BH em 21/08/2013

VIVENDO A PALAVRA

Uma contabilidade surpreendente! Entregar a mesma importância a cada um, indiferente do tempo trabalhado – e pior ainda: começando pelos últimos que chegaram! Que bom, para nós, que seja assim no Reino do Pai, pois já está chegando a quinta hora da tarde e muitos de nós continuamos na praça, ociosos...
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2020

Reflexão

Nós estamos acostumados com a forma de justiça que foi estabelecida pelos homens e, por causa disso, encontramos dificuldades para compreender a justiça divina, principalmente porque os principais critérios da justiça dos homens são a diferença entre as pessoas e a troca entre os valores enquanto que os principais critérios da justiça divina são a igualdade entre as pessoas e a gratuidade dos valores. Isso nos mostra que a lógica divina é totalmente diferente da lógica dos homens e que nós vivemos reivindicado valores que, na verdade, são valores humanos e que não nos conduzem a Deus. Também nos mostra o quanto todos nós somos comprometidos com os valores humanos e deixamos de lado os valores do Reino.
Fonte: CNBB em 21/08/2013, 20/08/2014 e 17/08/2016

Reflexão

No Reino de Jesus Cristo, todos têm possibilidade de crescer. Também as pessoas malvistas e marginalizadas pelas autoridades religiosas, ou seja: cobradores de impostos, prostitutas, adúlteras e pecadores em geral. A todo instante, Jesus acolhe e insere, entre seus seguidores, pessoas com essas características. Uma afronta para os chefes religiosos que se consideravam privilegiados diante de Deus. Eles já ouviram em outra parte: “Os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar no Reino de Deus antes de vocês” (Mt 21,31). Deus, na sua avaliação, não usa o mesmo critério que os humanos usam nos seus negócios. O Senhor é justo. Por sua misericórdia, ele abraça os que se empenham em cumprir a vontade do Pai e continua convidando os que ainda não se empenham.
Oração
Senhor Jesus, nossa tendência é descartar os pobres, doentes, analfabetos, prostitutas, ao passo que tu, Senhor, os acolhes com misericórdia e solicitude. Já o disseste: eles nos precederão no Reino dos Céus. Então, de fato, “os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”. Amém.
(Dia a dia com o Evangelho 2020 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp (dias de semana) Pe. Nilo Luza, ssp (domingos e solenidades))
Fonte: Paulus em 19/08/2020

Reflexão

A parábola dos trabalhadores da vinha nos revela que Deus é justo e seu Reino é dom gratuito. Ali não pode haver ciúme e competição. Diferente da lógica e das relações estabelecidas em certos ambientes da nossa sociedade. Para Deus, ninguém é excluído. Todos merecem encontrar seu lugar no mundo. O discurso da meritocracia não cabe aqui. Os tratados como últimos, e até sem oportunidade alguma, na dinâmica do Reino ocupam o mesmo patamar dos que já estão há mais tempo no caminho. O pensamento do papa Francisco pode iluminar a reflexão: “Maria Santíssima nos ajude a acolher na nossa vida a lógica do amor, que nos liberta da presunção de merecer a recompensa de Deus e do juízo negativo sobre os outros”.
(Dia a dia com o Evangelho 2022)
Fonte: Paulus em 17/08/2022

Meditação

Qual é o projeto de vida que Deus nos oferece? - A sociedade se preocupa em dar a cada um o que é seu? - E você, se preocupa em receber mais que os outros? - Somos chamados a colocar em primeiro lugar o que em nossa vida? - Deus é misericordioso para conosco. E nós? - Deus nos busca para trabalhar em sua vinha. Será que assumimos generosamente nossas responsabilidades?
Padre Geraldo Rodrigues, C.Ss.R
Fonte: a12 - Santuário Nacional em 21/08/2013 20/08/2014

Meditando o evangelho

OPERÁRIOS DA ÚLTIMA HORA

Os adversários de Jesus irritavam-se com a acolhida que ele dispensava a todos quantos eram vítimas da marginalização social e religiosa de sua época. Sua extraordinária misericórdia levava-o a fazer-se solidário das vítimas do desprezo e da arrogância. Todos, sem distinção, tinham lugar no seu coração.
A parábola do proprietário de uma plantação de uvas ilustra esta sua disposição interior. A bondade do vinhateiro levou-o a sair sucessivas vezes para contratar operários para sua plantação, de modo a não haver indivíduos ociosos na praça. Até mesmo uma hora antes de terminar o expediente diário, ele saiu à procura de desocupados para lhes dar trabalho. Surpreendente é que, na hora de acertar as contas, os da última hora receberam tanto quanto os da primeira hora. Isto foi motivo de protesto para estes últimos, que consideraram injustiça receber salário idêntico aos que trabalharam pouco.
O dono da vinha - imagem de Deus - age com misericórdia e bondade. E se recusa a fazer discriminações indevidas entre os seus diaristas. Uma justiça, falsamente entendida, tê-lo-ia levado a pagar aos últimos uma quantia bem inferior do que aquela paga aos primeiros. No caso de Deus, consistiria em conceder salvação abundante a uns, e relegar os demais a uma espécie de desprezo. Entretanto, como o modo divino de agir vai na direção contrária, a justiça é superada pela misericórdia. E todos são, igualmente, objetos de seu amor.
Fonte: Dom Total em 20/08/201417/08/201619/08/2020 e 17/08/2022

Oração
Espírito de bondade misericordiosa, que minha vida seja pautada pelo modo divino de agir, porque manifesta sua preferência por quem é vítima da marginalização.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
Fonte: Dom Total em 20/08/2014, 17/08/2016 e 19/08/2020

Comentários do Evangelho

1 - Ou estás com inveja, porque estou sendo bom? - Padre Queiroz

Neste Evangelho, Jesus nos conta a parábola dos trabalhadores esperando na praça. O patrão é Deus; Os trabalhadores somos nós; a vinha é o Reino de Deus. A parábola se refere, ao mesmo tempo, aos dois aspectos: Aos direitos trabalhistas e à nossa atuação, como cristãos, no Reino de Deus. No procedimento do patrão está o procedimento de Deus para conosco, e também o nosso procedimento correto uns com os outros.
O patrão “saiu de madrugada para contratar trabalhadores”. Deus não perde tempo, e nós também não podemos perder. Deus não quer o desemprego. Quer que todos trabalhem. Ele não quer ver ninguém parado na praça.
“Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia.” Era o salário justo na época. Os trabalhadores têm direito à remuneração justa.
“Saiu outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse: Por que estais aí o dia inteiro desocupados? Eles responderam: Porque ninguém nos contratou”. O desemprego deles era culpa, não deles, mas da sociedade que não lhes dava oportunidades de trabalho. Mas, tanto eles como seus familiares, precisavam comer, do mesmo modo que aqueles que foram contratados de manhã. Ao pagar o salário, o patrão deve considerar também essa parte: aquilo que o trabalhador e sua família precisam para viver.
Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros”. Esta decisão é o coração da parábola. Aí está a diferença entre a justiça do Reino de Deus e a “justiça” do reino do Dragão (Cf Ap 12). Na justiça do Dragão, cada um recebe pelo que produziu, sem levar em conta as necessidades do trabalhador, nem os motivos pelos quais as pessoas estavam desempregadas. No Reino de Deus é o contrário: Todos têm direito à vida, tanto os empregados como os desempregados. E, se os desempregados têm esse direito, ajudá-los não é um favor, uma esmola, mas uma obrigação nossa.
Quanto àqueles que o patrão encontrou na praça às cinco horas da tarde, os motivos do atraso não foram apresentados. Mas, sejam quais forem, estes também têm, assim como suas famílias, as necessidades de todo ser humano: alimentação, vestuário, saúde etc. E mais: O mundo pecador, que leva em conta só a produtividade, marginaliza-os. Por isso no Reino de Deus eles são colocados em primeiro lugar.
Nesta parábola está a chave para entendermos o plano de Deus a respeito do trabalho e toda a questão trabalhista. O mais importante não é o que a pessoa produz, mas a própria pessoa que trabalha.
Lei fundamental na questão do salário é a igualdade, pois todos temos o estômago do mesmo tamanho. Se a diferença entre o salário dos trabalhadores é muito Grande, está havendo injustiça, pois perante Deus nós somos todos iguais.
“Em seguida, vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais.” É o protesto dos egoístas, daqueles que só pensam em si, esquecendo-se dos demais. Veja que o que eles acham errado não é o salário deles, que sabiam que inclusive foi combinado antes com o patrão, mas a igualdade de tratamento usada pelo patrão. Por isso que o patrão os chama de invejosos. Cada vez que alguém quer aumentar o próprio salário sem levar em conta aqueles que ganham menos, está sendo como essa turma, isto é, está contra o plano de Deus!
E Jesus termina a parábola apresentando a lei geral do Reino de Deus: “Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”. Em outras palavras, no Reino de Deus os últimos da sociedade são colocados em primeiro lugar, e os primeiros da sociedade são colocados em último lugar. Só quem age desse modo entra no céu.
“Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20). A justiça do mundo nem sempre coloca a pessoa humana em primeiro lugar.
“Construirão casas e nelas habitarão. Plantarão vinhas e comerão seus frutos. Ninguém construirá para outro morar, nem plantará para outro comer. E a vida do meu povo será longa como a das árvores. Meus escolhidos poderão gastar o que suas mãos fabricarem” (Is 52,21-22).
“No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo... Deus disse: Que exista a luz!... Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele domine os peixes do mar, as aves do céu... E Deus viu que tudo o que havia criado era muito bom. Foi o sexto dia. No sétimo dia Deus terminou o seu trabalho e descansou. Então Deus abençoou e santificou o sétimo dia, porque nele, descansou do seu trabalho” (Gn 1,1-2,3). Pelo trabalho, continuamos a obra de Deus na criação do mundo. Deus trabalha e nos manda trabalhar também, mas sempre dentro do seu plano amoroso.
Certa vez, um empregado chegou para o seu patrão e disse: “É melhor o senhor me dar um aumento de salário”. O patrão perguntou: “Por quê?” O empregado respondeu: “É porque há várias empresas atrás de mim”. O patrão, com um ar muito desconfiado, perguntou: “Quais são essas empresas?” O empregado respondeu: “As empresas são as de água, de luz, de telefone, de cobranças...”
Esse patrão foi convidado a olhar também o lado das necessidades do seu empregado, não apenas a produtividade dele.
Maria Santíssima era uma mulher trabalhadeira. Nas Bodas de Caná, tudo indica que ela, apesar de simples convidada, estava ajudando a servir. Que ela nos ajude a agir corretamente no vasto mundo do trabalho humano.
Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?

2 - Ou estás com inveja, porque estou sendo bom? – Claretianos

A avareza do jovem rico, apegado às suas riquezas, contrasta com a grande generosidade de Deus, que paga mais do que o estabelecido. A vinha simbolizava o povo de Israel, agora o novo povo de Deus, que corresponde a toda a humanidade. O ensino é claro. Não é a antiguidade, a qualificação, a quantidade de horas trabalhadas, os cargos que exercemos ou a riqueza que possuímos o que gera privilégios no chamado de Jesus, mas a gratidão e a misericórdia de um chamado que somente espera uma resposta generosa e desinteressada.
Na parábola está refletida a posição de alguns membros da comunidade de Mateus, que não viam com bons olhos que os pagãos, chegados à última hora, tivessem os mesmos privilégios que os judeus que trabalharam desde a primeira hora. Nesta lógica, a frase final, “os últimos serão os primeiros e os primeiros serão últimos”, sublinha a premissa de que no Reino de Deus e na comunidade cristã todos somos iguais.
Essa realidade, em nossas comunidades e sociedades cristãs, infelizmente, está muito distante deste ideal de Jesus. Por sua situação econômica, por sua posição política, seu credo religioso ou sua cultura, muitos cristãos continuam sendo discriminados, excluídos e ignorados.

3 - Trabalhadores de última hora - Ou estás com inveja, porque estou sendo bom? - Padre Antonio Queiroz

Neste Evangelho, Jesus nos conta a parábola dos trabalhadores esperando na praça. O patrão é Deus; Os trabalhadores somos nós; a vinha é o Reino de Deus. A parábola se refere, ao mesmo tempo, aos dois aspectos: Aos direitos trabalhistas e à nossa atuação, como cristãos, no Reino de Deus. No procedimento do patrão está o procedimento de Deus para conosco, e também o nosso procedimento correto uns com os outros.
O patrão "saiu de madrugada para contratar trabalhadores". Deus não perde tempo, e nós também não podemos perder. Deus não quer o desemprego. Quer que todos trabalhem. Ele não quer ver ninguém parado na praça.
"Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia." Era o salário justo na época. Os trabalhadores têm direito à remuneração justa.
"Saiu outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça e lhes disse: Por que estais aí o dia inteiro desocupados? Eles responderam: Porque ninguém nos contratou". O desemprego deles era culpa, não deles, mas da sociedade que não lhes dava oportunidades de trabalho. Mas, tanto eles como seus familiares, precisavam comer, do mesmo modo que aqueles que foram contratados de manhã. Ao pagar o salário, o patrão deve considerar também essa parte: aquilo que o trabalhador e sua família precisam para viver.
"Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros". Esta decisão é o coração da parábola. Aí está a diferença entre a justiça do Reino de Deus e a "justiça" do reino do Dragão (Cf Ap 12). Na justiça do Dragão, cada um recebe pelo que produziu, sem levar em conta as necessidades do trabalhador, nem os motivos pelos quais as pessoas estavam desempregadas. No Reino de Deus é o contrário: Todos têm direito à vida, tanto os empregados como os desempregados. E, se os desempregados têm esse direito, ajudá-los não é um favor, uma esmola, mas uma obrigação nossa.
Quanto àqueles que o patrão encontrou na praça às cinco horas da tarde, os motivos do atraso não foram apresentados. Mas, sejam quais forem, estes também têm, assim como suas famílias, as necessidades de todo ser humano: alimentação, vestuário, saúde etc. E mais: o mundo pecador, que leva em conta só a produtividade, marginaliza-os. Por isso no Reino de Deus eles são colocados em primeiro lugar.
Nesta parábola está a chave para entendermos o plano de Deus a respeito do trabalho e toda a questão trabalhista. O mais importante não é o que a pessoa produz, mas a própria pessoa que trabalha.
Lei fundamental na questão do salário é a igualdade, pois todos temos o estômago do mesmo tamanho. Se a diferença entre o salário dos trabalhadores é muito grande, está havendo injustiça, pois perante Deus nós somos todos iguais.
"Em seguida, vieram os que foram contratador primeiro, e pensavam que iam receber mais." É o protesto dos egoístas, daqueles que só pensam em sim, esquecendo-se dos demais. Veja que o que eles acham errado não é o salário deles, que sabiam que inclusive foi combinado antes com o patrão, mas a igualdade de tratamento usada pelo patrão. Por isso que o patrão os chama de invejosos. Cada vez que alguém quer aumentar o próprio salário sem levar em conta aqueles que ganham menos, está sendo como essa turma, isto é, está contra o plano de Deus!
E Jesus termina a parábola apresentando a lei geral do Reino de Deus: "Os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos". Em outras palavras, no Reino de Deus os últimos da sociedade são colocados em primeiro lugar, e os primeiros da sociedade são colocados em último lugar. Só quem age desse modo entra no céu.
"Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus" (Mt 5,20). A justiça do mundo nem sempre coloca a pessoa humana em primeiro lugar.
"Construirão casas e nelas habitarão. Plantarão vinhas e comerão seus frutos. Ninguém construirá para outro morar, nem plantará para outro comer. E a vida do meu povo será longa como a das árvores. Meus escolhidos poderão gastar o que suas mãos fabricarem" (Is 52,21-22).
"No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo... Deus disse: Que exista a luz!... Então Deus disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele domine OS peixes do mar, as aves do céu... E Deus viu que tudo o que havia criado era muito bom. Foi o sexto dia. No sétimo dia Deus terminou o seu trabalho e descansou. Então Deus abençoou e santificou o sétimo dia, porque nele, descansou do seu trabalho" (Gn 1,1-2,3). Pelo trabalho, continuamos a obra de Deus na criação do mundo. Deus trabalha e nos manda trabalhar também, mas sempre dentro do seu plano amoroso.
Certa vez, um empregado chegou para o seu patrão e disse: "É melhor o senhor me dar um aumento de salário". O patrão perguntou: "Por quê?" O empregado respondeu: "É porque há várias empresas atrás de mim". O patrão, com um ar muito desconfiado, perguntou: "Quais são essas empresas?" O empregado respondeu: "As empresas são as de água, de luz, de telefone, de cobranças..."
Esse patrão foi convidado a olhar também o lado das necessidades do seu empregado, não apenas a produtividade dele.
Maria Santíssima era uma mulher trabalhadeira. Nas Bodas de Caná, tudo indica que ela, apesar de simples convidada, estava ajudando a servir. Que ela nos ajude a agir corretamente no vasto mundo do trabalho humano.
Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?
Fonte: Liturgia Diária Comentada2 em 21/08/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A VINHA DO SENHOR!
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quem já ficou desempregado meses a fio a espera de uma vaga, sabe o quanto esta é uma experiência triste, a reserva financeira vai se acabando, as despesas vão sendo cortadas e só se mantém o essencial, e se a vaga demora a chegar, até aquilo que é essencial, como a alimentação, por exemplo, vai começando a rarear.
Não tendo nem o essencial para dar à família, o desempregado vai aos poucos perdendo a autoestima, começa a andar pelas ruas e praças meio sem destino, ou então, o que é pior, torna-se frequentador dos botecos da vida, onde se joga muita conversa fora e reclama da situação, tomando “umas e outras” que algum amigo oferece, um conhecido contou-me que se tornou um alcoólatra quando ficou desempregado, ficar sem fazer nada não é coisa boa, pois dizem até que “mente ociosa é oficina do capeta”.
Fiz esta introdução porque me parece ser esta a situação do pessoal da última hora, mencionado nesse evangelho, e que deviam estar bem desanimados quando foram para a praça no final de tarde, jogar conversa fora ou quem sabe, “bater um truquinho”. A colheita em uma vinha carecia de muita mão de obra e para os desempregados era uma ótima oportunidade para ganhar uns “cobres”. Nos que buscam uma oportunidade, sempre há os madrugadores, que acreditam naquele ditado “Quem madruga, Deus ajuda”, eles botam fé em seu potencial e se colocam a disposição bem cedo, para serem logo contratados.
Há os que já estão meio calejados e que dormem um pouco mais, mas às nove horas já estão na praça, à espera de quem os contrate, pois também se julgam eficientes. Não faltam aqueles que só acordam para o almoço, mas ouvindo falar que tem vaga na empreitada, preparam um “miojo” para não perder muito tempo, e vão voando para a praça, nem que seja ao Meio Dia, pois acreditam que também têm chance. A notícia corre rápida e chega até a turma do “Ainda resta uma esperança”, que também animados resolvem arriscar e vão para a praça às três horas da tarde, dando a maior sorte porque acabaram também contratados.
Mas agora, falemos dos desanimados, que já estão a tempo vivendo de JURO, “juro que vou pagar”, para não sucumbirem, assumiram dívidas com o padeiro, açougueiro, leiteiro, verdureiro, aquele dia para eles já está perdido e então vão para a praça às cinco da tarde, só para saber se há alguma novidade, e são surpreendidos pelo Dono da empreiteira, que os interroga, porque estão ali parados, sem fazer nada... Ninguém nos contratou, não temos nenhum valor, ninguém presta atenção no nosso sofrimento, ninguém nos confia um serviço, onde possamos ganhar o pão para o nosso sustento! E foi assim a ladainha de lamentações.
A Turma das cinco nem acreditou, quando o Patrão mandou que fossem para a vinha, juntar-se aos outros trabalhadores. Certamente pensaram que fossem fazer Terceira turma, mas às dezoito horas em ponto, soou o apito e a jornada de trabalho acabou, trabalharam só uma hora, não ia dar nem para o leite e o filãozinho... Pensaram os trabalhadores. Então veio a surpresa agradável, foram os primeirões a receber e ganharam uma moeda de prata, que dava para fazer a compra do mês e ainda pagar umas contas, imaginem a alegria desses trabalhadores de última hora.
O clima era de festa e alegria quando a turma dos Madrugadores, profissionais competentes, que deram duro o dia inteiro, desde o nascer do sol, armou o maior barraco e chamaram o sindicato, pois não acharam certo receber apenas uma moeda de prata, tinham plena certeza de que iriam receber muito mais, pois se julgavam merecedores, mas o Patrão os lembrou sobre o contrato assinado: o pagamento da diária seria uma moeda de prata.
Na religião de Israel e no cristianismo de hoje, acontece a mesma coisa, o título de cristãos e o fato de ser membro de uma igreja, faz com que as pessoas se sintam privilegiadas diante de Deus, merecedores de sua graça, do seu amor, das suas bênçãos e de todos os seus favores, se a pessoa atua em alguma pastoral ou movimento, então aumenta a obrigatoriedade de Deus atender. Infelizmente é essa a imagem que muitos fazem de Deus, que sempre surpreende os que buscam conhecê-lo melhor.
Na parábola em questão, contratou pessoas sem nenhum valor, e que, entretanto, apesar de terem chegado muito depois dos Madrugadores, foram alvos da mesma atenção e receberam o mesmo tratamento. Na verdade, ao invés de sermos a imagem e semelhança de Deus, muitas vezes projetamos Nele a nossa imagem e semelhança, para que seja bom com quem mereça, que trate as pessoas a partir dos seus merecimentos, o que na lógica humana é muito justo.
Porém, o amor e a justiça de Deus vai sempre buscar os últimos, os renegados, o que não tem mais nenhuma chance diante da sociedade “perfeita” ou da religião padrão, os que não têm o que fazer porque ainda não acharam um sentido para suas vidas. Os desprezados, tratados com frieza e que nunca são levados a sério.
E quando descobrimos que Deus os ama tanto quanto a nós, que nos julgamos “justos” em vez de fazermos com eles uma grande festa, manifestando alegria, agimos como o irmão mais velho do Filho Pródigo: derrubamos o beiço e nos recusamos a entrar na casa do Pai, isso é, a vivermos na comunhão com Deus, ao lado dos trabalhadores da última hora, sonhamos com um céu especial e nos frustramos ao ver que o coração de Deus, cheio de misericórdia, manifestada em Jesus, há lugar para todos os homens.

2. Ide também vós para a minha vinha! - Mt 20,1-16a
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - comece o dia feliz)

O que é bom? Quem é bom? Que dificuldade temos em aceitar que alguém seja bom para os outros! Por que não me alegro com o bem do outro? “Estás com inveja porque estou sendo bom?”
Fonte: NPD Brasil em 19/08/2020

Liturgia comentada

Dar-vos-ei o que for justo... (Mt 20,1-16a)
Desconcertante esta parábola! Uma das numerosas parábolas que Jesus contou para nos transmitir algo que está acima da humana capacidade de compreensão: a natureza do Reino dos Céus. A raiz do problema é que nossos idiomas foram construídos para recortar o mundo em que vivemos: seres, qualidades, dimensões e quantidades DESTE MUNDO. Ao usar a nossa linguagem para falar do ALÉM, das realidades espirituais, tudo cai por terra.
Nesta parábola – a dos trabalhadores da vinha -, o que deve cair por terra é o nosso senso de justiça humana. Alguns operários começaram a jornada ao clarear do sol, à hora prima. Outros, às 9 da manhã. Outros, ainda, ao meio-dia e às três da tarde. E ainda chamou outros quando sobrava apenas uma hora de luz solar para o trabalho: a undécima hora, 5 da tarde. Aos primeiros, o dono da vinha prometeu salário normal: um denário. Aos outros, “o que fosse justo”.
Finda a jornada, na hora do acerto, surpresa geral! Não só o patrão pagava a jornada integral a todos, mas (não é uma provocação do próprio narrador, Jesus?) começava o pagamento pelos que haviam trabalhado apenas uma hora, e já na amenidade da sombra do pôr-do-sol...
Natural, os demais começam a “chiar!” Não era justo! Ao menos segundo a “justiça” humana, distributiva, toda cálculos e aritmética. O exegeta J. Jeremias pinta a cena dos “protestantes” reunidos em piquete diante da casa do patrão, que parece desconhecer as regras elementares da isonomia salarial, para gritar em altas vozes o seu descontentamento.
E Jesus Cristo sorria do impacto que suas parábolas causavam no auditório. Afinal, eram judeus, herdeiros das promessas da Primeira Aliança. Sim, aqueles israelitas eram os que esperavam pelo Messias, “labutando” desde a madrugada da história da salvação. Agora, em novos tempos, vinha a reles samaritana ou uma siro-fenícia “impura” e se habilitava a receber o mesmo “salário”, isto é, a mesma salvação?! Não era justo!
Sim, parece desigual e injusto a quem não conhece o coração de Deus. Um coração que ama a todos, sem distinção. Não porque são bons, mas porque Ele – Deus – é bom. Não os salva por méritos de gente esforçada que suou a camisa “toda a jornada”, a vida inteira, mas porque aceitam as condições do dono da vinha, ainda que o façam na prorrogação da partida que está em jogo...
Se alguém duvida do “sistema de retribuição” do Patrão, favor recordar que o Reino em questão foi inaugurado por um vil ladrão, crucificado após uma vida de crimes. Aquele que nós - com boa dose de preconceito - chamamos de BOM ladrão, tentando fazer dele uma exceção.
Vamos para a vinha do Senhor? Ainda é tempo!
Orai sem cessar: É eterna, Senhor, a vossa bondade!” (Sl 138,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalinca.com.br
Fonte: NS Rainha em 21/08/2013

HOMILIA DIÁRIA

A inveja é um mal a ser combatido

A inveja causa tristeza em nós, gera dentro de nós sentimentos negativos. Começamos a querer o mal do outro, a falar mal dele. A inveja é um mal a ser combatido.

Então o patrão disse: ’Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos.” (Mt 20,15-16a)

Veja as parábolas que Jesus nos conta sobre os trabalhadores da vinha, na qual o proprietário mesmo paga para seus trabalhadores um salário igual, tanto para o que começou a trabalhar cedo quanto para aquele que veio no meio do dia e para aquele outro que veio no final da tarde. Olhando assim, o que chegou no final do dia foi mais favorecido do que aquele que começou a trabalhar cedo.
A pergunta é: O senhor da messe, proprietário ou administrador, foi injusto com alguém? Óbvio que não, pois ele pagou a cada um aquilo que havia combinado com eles. No entanto, se ele resolveu ser mais generoso, nós não podemos ter inveja da generosidade dele, mas nos conformarmos em receber aquilo que nos foi prometido, aquilo que foi combinado.
O senhor resolveu ser generoso e dar um carinho igual a todos. Nos critérios humanos, isso se chama injustiça, mas nos critérios de Deus se chama bondade e misericórdia.
Infelizmente, nós temos um coração movido pela inveja. Se nós não ficássemos sabendo que aquele homem ganhou o mesmo tanto, talvez nem nos importássemos com isso. Mas quando sabemos que alguém recebeu uma gratificação, um elogio, uma bênção ou uma graça, ao invés de nos alegrarmos com o bem do outro, nós nos entristecemos. Aí está o mal.
A inveja causa tristeza em nós, gera dentro de nós sentimentos negativos. Começamos a querer o mal do outro, a falar mal dele. A inveja é um mal a ser combatido.
Que a misericórdia de Deus possa chegar a todos os corações. E não importa o tamanho da generosidade, o que importa é que o Pai sabe o carinho, o amor, o afeto que cada um dos Seus filhos merecem. E se há pessoas que chegam no Reino dos Céus depois de nós, não há problema. O que nós não podemos é deixar que a inveja mate a graça de Deus que está em nós.
A inveja é maligna, destrói o Reino de Deus em nós. Que nós possamos combatê-la com toda a força do nosso coração.
Deus abençovocê!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 21/08/2013

HOMILIA DIÁRIA

Não permita que a inveja invada o seu coração

A inveja provoca a maledicência, a fofoca, a discórdia e o estremecimento das relações humanas. Não permitamos que ela invada o nosso coração!

Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mateus 20, 15)

O Evangelho de hoje aponta para nós uma outra lógica do Reino de Deus: nos mostra o exemplo dos operários da primeira hora, que trabalharam o dia todo na vinha; em contraposição aos operários da última hora, que trabalharam apenas na reta final. Na hora do recebimento do pagamento pelo trabalho prestado eles receberam a mesma quantia.
Na lógica do nosso coração, vamos dizer que Jesus (representado pelo senhor da messe, que é o dono do trabalho) foi injusto com os operários da primeira hora, porque eles pegaram sol, calor e tudo aquilo que vinha durante o dia e os da última hora não. Mas, isso não é verdade, o mestre (representado pelo senhor da obra, o patrão) pagou aquilo que tinha sido combinado, deu aos operários da primeira hora aquilo que tinha sido contratado com eles.
Eles não ficariam nem um pouco indignados se não soubessem que aqueles operários da última hora tinham ganhado a mesma quantia que eles e, a partir daí, nascem a inveja e a maldade. Quando vemos que o bem que está sendo praticado ao outro parece ser maior ou melhor do que estamos recebendo, então, nasce a inveja em nosso coração. Sabemos que a inveja é a mãe de todos os outros pecados; foi pela inveja que o pecado entrou no mundo, é pela inveja que vamos nos consumindo e destruindo uns aos outros!
Deixe-me dizer uma coisa a você: a verdade é que Deus é extremamente bom e generoso para com todos, mas a bondade d’Ele causa inveja a nós, porque queremos que Ele seja bom como nós somos bons. E sabemos como é a nossa bondade, ela é regrada pelas nossas vicissitudes e por aquilo que queremos dar do nosso jeito. Nós somos movidos por um senso de justiça que, na verdade, faz de nós pessoas justiceiras, por causa disso, o ressentimento cresce em nós. E devido ao ressentimento não sabemos ser generosos, como somente Deus é generoso.
Um pai e uma mãe sabem quais são as necessidades de seus filhos, conhecem cada um. Algumas vezes, há um filho que parece que recebe mais amor do que o outro, mas a mãe sabe o quanto aquele filho precisa de mais amor ou de mais atenção. Mas isso não é por desmerecer os outros não! É que a mãe conhece a história e conhece a situação desse filho, por isso ela não vai negar o amor que aquele filho merece.
Infelizmente, muitas vezes, o espírito de inveja Caim está dentro de nós e começamos a invejar uns aos outros. E sabemos tudo aquilo que a inveja provoca: ela provoca a maledicência, a fofoca, a discórdia e o estremecimento das relações humanas, gera o mal-estar existentes nas nossas relações, porque ela é diabólica, é terrível!
A Palavra de Deus hoje nos convida a deixarmos de lado todo o espírito de inveja, que, muitas vezes, invade o nosso coração e a sermos movidos pela generosidade de Deus que não conhece limites; Ele nos dá sem medir o tamanho do Seu amor.
Deus abençoe você!

HOMILIA DIÁRIA

A inveja destrói o melhor de Deus que há em nós

Retiremos do nosso coração toda e qualquer inveja, porque ela é diabólica e destrói o melhor que Deus faz em nós

“Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?” (Mateus 15,20)

O Evangelho que escutamos, no dia de hoje, pode até parecer complexo em sua compreensão, mas é justo, verdadeiro e autêntico na maneira como o patrão dispõe a graça e os bens do seu reino.
Na lógica do Evangelho, um homem é chamado para trabalhar no primeiro horário e vai receber um tanto por isso. O outro é chamado num segundo horário e vai receber certa quantia pelo trabalho; o outro é chamado no meio do expediente e é contratado pela mesma quantia; um outro, às três horas da tarde; e outro praticamente no fim do expediente.
O patrão dá ao primeiro trabalhador aquilo que foi combinado, e ele fica feliz; vai até o segundo e dá o que foi combinado e ele também fica satisfeito. O mesmo acontece com o terceiro e assim por diante. Porém, quando ele chega no último e dá o mesmo valor que deu aos primeiros, a inveja, a raiva, a indignação toma conta do coração daqueles que receberam anteriormente.
Sabemos que na lógica humana é assim, estamos satisfeitos em receber aquilo que nos é justo e combinado, mas quando sabemos que alguém fez o mesmo que nós e recebeu o melhor ou a mesma quantia, não podemos negar que nos sentimos injustiçados, sentimo-nos cheios de inveja, porque o outro recebeu a mesma quantia que nós.
Permita-me dizer a partir do Evangelho: o que o patrão combinou, ele pagou. Então, por que o nosso coração ficou revoltado com a quantia que o outro recebeu? Porque soubemos que ele recebeu a mesma quantia que nós, porque se nós não ficássemos sabendo nem teríamos ligado, nem falaríamos nada e ficaríamos muito felizes com aquilo que recebemos.
A inveja é diabólica, é terrível, gera em nós os piores sentimentos; ela tira a nossa paz interior, destrói dentro de nós os melhores sentimentos que podemos ter. Por causa dela falamos e desejamos o mal e confundimos ser justiceiro com justiça.
Justo é o patrão dar a cada um aquilo que o seu coração melhor sabe dar; ele não vai deixar de dar o que combinou ou o que merecemos receber.
Sabe, meus irmãos, no Reino dos Céus quem nasceu convertido ou se converte no fim de sua vida é amado por Deus da mesma maneira que aquele que entrou há mais tempo na igreja e nela permaneceu fiel. Da mesma forma, aquele que entrou depois, dá a sua vida para trabalhar, e é tão operário do Reino Céus e vai merecer a eternidade como qualquer um que já está há tanto tempo!
Não pense que aqueles que foram discípulos de Jesus por toda a vida são melhores ou mais importantes do que aquele ladrão que se converteu aos pés da cruz. Precisamos parar de fazer distinção de pessoas, parar de ficar nos comparando uns aos outros e valorizar o que temos, o tesouro que recebemos, a graça que nos pertence!
Quando valorizamos o que temos, não damos valor ao que não temos nem invejamos o que o outro possui. Que possamos tirar do nosso coração toda e qualquer inveja, porque ela é diabólica e destrói o melhor que Deus faz em nós!
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 17/08/2016

HOMILIA DIÁRIA

Cuidemos da graça que Deus nos concedeu

“Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão.” (Mateus 20,10-11)

Que beleza o trabalho desse patrão, porque ele saía para contratar operários para o trabalho logo pela manhã, depois, ao meio-dia, às três horas da tarde e, por fim, às cinco horas, que era praticamente a última hora; faltava somente uma hora para terminar o trabalho, e ele também saiu para contratar.
Na hora de pagar, ele começou pelos últimos. Quem foi contratado por último recebeu uma moeda de prata; quem foi contratado às três também recebeu a sua moeda de prata; quem foi contratado ao meio-dia… Porém, aqueles que começaram cedo, disseram: “Vamos receber mais”, e simplesmente ficaram chateados, decepcionados e acharam que o patrão foi injusto, porque se eles começaram a trabalhar mais cedo, deveriam receber mais.
Essa mentalidade que parece ser justa, por meio da qual nós olhamos o mundo em que estamos, é justa para o nosso padrão de mundo. É óbvio que quem trabalha numa construção ou em qualquer outro trabalho, vai ganhar de acordo com o tanto que trabalhou. É mais do que justo e correto!

Em vez de olharmos a graça que é nossa, queremos viver sempre nos comparando aos outros

Entenda que, no Reino dos Céus, não é assim. Quem se converteu no final da vida é tão digno de Deus como quem já nasceu caminhando na graça d’Ele. Quem chegou para colaborar com o Reino de Deus agora, é tão operário do Reino dos Céus como quem já está há mais tempo.
É óbvio que quem já está há mais tempo no Reino de Deus está há mais tempo agraciado, porém, às vezes, estamos há mais tempo, mas não estamos com o coração convertido, porque temos inveja, ciúmes, e murmuramos. Sabe por que isso acontece? Porque, em vez de olharmos a graça que é nossa, queremos viver sempre nos comparando aos outros. É aquela pessoa que está há muito tempo trabalhando para Deus e quer reconhecimento, ela quer aplausos e títulos, ela quer dizer: “Servi a Deus quarenta anos, cinquenta anos”. Maravilha, você foi agraciado por isso, que bênção! Mas você é tão de Deus como o irmão que chegou agora. Deus ama tanto um como ama o outro.
Se não tirarmos o foco daquilo que é a graça, daquilo que é Deus – não importa o tamanho, mas a intensidade do amor com que Ele nos ama –, não iremos criar competição nem rivalidade, não ficaremos olhando para o que é do outro, mas para aquilo que é nosso.
O operário que começou a trabalhar primeiro perdeu a graça, porque, em vez de cuidar da graça que era dele, foi se ocupar, murmurar, reclamar e se chatear com o que era do outro.
Se olharmos para aquilo que Deus fez e faz por nós, e não ficarmos comparando – “Ele tem mais”, “Ele pode mais”, “Ele é mais” –, vamos só crescer na graça sem precisar competir com ninguém.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Fonte: Canção Nova em 19/08/2020

HOMILIA DIÁRIA

Busque amar a todos sem distinção

“Então, o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti’.” (Mateus 20,13-14)

Meus irmãos, Nosso Senhor conta esta parábola, conta esta história, este ensinamento aos Seus discípulos, ao povo de Deus. Conta a história deste patrão que saiu para contratar e chamou uma turma às nove, outra ao meio-dia, outra às três da tarde e, por último, os da cinco horas da tarde; e ele havia combinado uma moeda de prata, o que equivale ao trabalho de um dia de um empregado, de um dia.
E o patrão começou a acertar as contas com os últimos, com aqueles que chegaram às cinco, às três, às doze e às nove. Os últimos imaginavam que receberiam mais. Por quê? “Bom, se os últimos receberam uma moeda e trabalharam bem menos que nós, então significa que iremos receber mais”. Mas aí o patrão refrescou a memória deles: “Olha, não combinamos uma moeda de prata? Você está chateado porque eu estou sendo bom? Você está com inveja?”.
Meus irmãos, esta parábola tão significativa, tão bonita, é para dizer que Nosso Senhor chama alguns mais cedo para o Seu Reino, outros um pouquinho mais tarde, outros até no final da vida, mas todos recebem o mesmo salário, todos recebem o mesmo amor de Nosso Senhor. O amor de Deus para com todos é para com todos. Ele não faz discriminação, Ele ama a todos, Ele quer bem a todos.

Cuidemos para não amar com distinção – e o pior: amar por interesse

Os primeiros acharam que receberiam mais, mas eles estavam com inveja, porque aquele patrão estava sendo bom. O amor de Deus não privilegia ninguém, Ele ama a todos. Ele foi diferente na forma de amar? Sim! Mas Ele amou a todos, aqueles que chegaram primeiro e aqueles que chegaram por último. Talvez a forma do amor do Senhor seja diferente, mas Ele ama a todos. Assim deveríamos fazer também nós, deveríamos amar a todos sem distinção: aqueles que são mais próximos a nós e aqueles que são também desconhecidos.
Esta parábola nos ensina, meus irmãos, que o Senhor trata bem a todos e ama a todos. Cuidemos, meus irmãos, para não amarmos somente aqueles que nos fazem bem, aqueles que nos são caros, aqueles que são – se assim eu posso dizer – da mesma classe social, do nosso grupo, daquele que pensa igual a nós.
Cuidemos para não amar com distinção – e o pior: amar por interesse. Não devemos amar por interesse. Não seja interesseiro, não seja interesseira. Cuidemos para não amar somente aqueles que podem nos favorecer. Interesseiro! Interesseira! Amemos a todos. Vamos tratar bem a todos, respeito a todos, mas também exortação a todos.
Não vamos ficar – como costumamos dizer aqui na Canção Nova – com respeito humano de não falar com aquele que tem que falar alguma coisa, que tem que exortar, que tem que chamar atenção. Seja rico ou seja pobre, exortemos, amemos. Seja amigo ou não, exortemos, amemos aquele amigo. Não sejamos interesseiros no nosso amor, mas tenhamos um amor desinteressado, e que o nosso único interesse seja em ajudar o irmão, seja amar aquele irmão. Não o interesse de ser beneficiado, mas de salvar aquela alma, salvar aquele filho, aquela filha.
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Márcio Prado
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Fonte: Canção Nova em 17/08/2022

Oração Final
Pai Santo, faze-nos agradecidos pelos dons e talentos que recebemos de tua misericórdia de Pai que também é Mãe e generosos para partilhá-los com os companheiros de peregrinação nesta vida. Queremos seguir os passos do Cristo Jesus, teu Filho que se fez nosso Irmão e contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 21/08/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai misericordioso, afasta de nós o ciúme, a inveja ou qualquer desejo de comparação com nossos companheiros de viagem por este teu encantado Reino de Amor. Ensina-nos a cultivar a gratidão pelos dons que recebemos, e a generosidade para partilha-los, como fez Jesus de Nazaré, o Cristo teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 19/08/2020

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