terça-feira, 4 de junho de 2019

HOMÍLIA DIÁRIA, COMENTÁRIO E REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 05/06/2019

ANO C


Jo 17,11b-19

Comentário do Evangelho

Oração sacerdotal de Jesus

Trata-se, ainda, do discurso de despedida de Jesus. É, por assim dizer, o seu testamento.
O capítulo 17 é denominado oração sacerdotal de Jesus. Próprio do sacerdote é oferecer pelo povo súplicas e orações e o sacrifício de louvor. A oração sacerdotal de Jesus é súplica pelos discípulos.
A comunhão do Filho com o Pai sustentou a missão de Jesus. A comunhão dos discípulos é o apoio fundamental para que ela não esmoreça. A missão de Jesus foi manter unida a comunidade (cf. v. 12). A plenitude da alegria dos discípulos é a alegria de Cristo que, ressuscitado, entra definitivamente na glória de Deus.
Nesta oração sacerdotal, o Senhor confia os discípulos aos cuidados de Deus, para que, estando no mundo, não sejam mundanos; para que, na peregrinação terrestre, mantenham o olhar nas coisas celestes (cf. vv. 15-16).
Carlos Alberto Contieri, sj
Oração
Pai, reforça minha fidelidade a Jesus, de maneira que o Maligno não prevaleça sobre mim. Protege-me contra a maldade do mundo, consagrando-me na verdade.
Fonte: Paulinas em 15/05/2013

Vivendo a Palavra

Nós ouvimos estas palavras de Jesus com profunda emoção. Nelas, o Mestre se faz o Sacerdote que consagra o mundo e a humanidade ao Pai, que é cheio de misericórdia. É essencial que para nós este discurso não seja apenas uma fala bonita, mas que nos sintamos incluídos, consagrados ao Pai do Céu.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/05/2013

VIVENDO A PALAVRA

Ao nos consagrar ao Pai, nosso Mestre se preocupa com a unidade dos seus discípulos. «Que eles sejam um, assim como Nós (Tu, amado Pai, e Eu) somos Um!» Para sermos um com os irmãos, nós precisamos estar inteiros em nós mesmos – eu, comigo, aqui e agora – usufruindo com alegria e gratidão os dons da Vida que o Pai nos concede: a Fé, a Esperança e o Amor.

Reflexão

Jesus, antes de partir, ora ao Pai por todos nós. Ele sabe que todos nós precisamos da graça divina para permanecer fiéis a Deus. Os valores que nós acreditamos não são os valores do mundo, e o mundo nos odeia porque não acreditamos nos seus valores. Os nossos valores atrapalham os interesses de quem é deste mundo, pois este mundo é marcado pelo egoísmo, pelo ódio, pela mentira e pela morte, enquanto que nós pregamos o amor, a solidariedade, a verdade e a vida em abundância. Nós não devemos fugir dos desafios do mundo, mas sim transformar o mundo através dos valores que acreditamos.
Fonte: CNBB em 15/05/2013

Reflexão

Em sua oração ao Pai, Jesus se mostra amoroso para com seus discípulos e ansioso para que permaneçam fiéis à palavra da verdade. Pede pela unidade deles e apresenta, como modelo, sua própria relação com o Pai: “Que eles sejam um, assim como nós”. Pede que o Pai os proteja contra o mal, já que deverão exercer a missão nesta sociedade marcada por injustiça, violência e morte. Em resumo, na oração de Jesus ao Pai em favor dos discípulos, podemos destacar: proteção contra o ódio do mundo; condições para acolherem a palavra da verdade e serem fiéis a ela; sentirem a plena alegria por serem seguidores de Jesus; viverem no mundo sem se corromper; formar unidade com Jesus e com o Pai.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp)

Meditando o evangelho

REZANDO PELOS DISCÍPULOS

Os discípulos foram motivo de preocupação para Jesus, no final de seu ministério. Sua oração insistente ao Pai, implorando em favor deles, revela o amor que lhes devotava, e o anseio de que permanecessem fiéis. Jesus pede ao Pai:
"Guardá-los em teu nome", ou seja, não permitas que sejam contaminados pela idolatria do mundo, com seu germe de ódio e divisão, e seu egoísmo preconceituoso e excludente. Deixando-se guiar pelo Pai, os discípulos estariam no caminho da salvação.
"Livra-os da ação do Maligno". Este não retrocederá nem deixará de investir contra os discípulos de Jesus, só porque estavam sob a proteção do Pai. A audácia deste espírito do Mal seria tamanha a ponto de querer competir com o Criador. Era preciso que o Pai tomasse as dores dos discípulos, para não se tornarem vítimas do Maligno.
"Consagra-os na verdade". Por que seriam tentados a seguir insinuações espúrias, Jesus implora ao Pai que lhes aponte sempre as sendas da verdade, que conduzem à comunhão com ele. Sem esta ajuda, os discípulos não poderiam discernir o erro e a mentira, fatais para quem se encaminha para o Pai.
A súplica de Jesus resume as necessidades dos discípulos, em vista das pelejas que travariam com o mundo. Para não serem vencidos, careciam da proteção constante de Deus, e deveriam permanecer unidos, a exemplo do Pai e de seu Filho Jesus.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total).
Oração
Espírito de proteção, nas batalhas contra o mundo, coloca-te ao meu lado, cobrindo-me com a bênção protetora do Pai.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

1. Todos somos UM
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Neste evangelho de São João está um versículo que é a Bandeira do Ecumenismo "Para que todos sejam um..." Sem dúvida é essa a expressão mais forte onde, no próprio desejo do Senhor está presente o sonho de uma só Igreja, um só rebanho e um só pastor.
Não se trata de uma utopia, um dia todos seremos um. Mas é claro que isso está difícil de acontecer, o Ecumenismo dá alguns avanços, mas depois se estabiliza, ou o que é pior, até retrocede. Esta Semana é chamada a “Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos”, onde teoricamente deveria haver iniciativas das Igrejas Cristãs em se aproximarem para fazerem juntos uma oração, celebrara Santa Palavra, visitar uma Igreja Cristã Histórica. Mas infelizmente nesse campo nada avançamos, e fica cada qual em seu canto, achando que a sua  Igreja é a Dona do Espírito Santo.
Então não se pode confundir as coisas, Jesus e o Pai são Um, ora, se a Unidade dos Cristãos é um desejo de Jesus, por que é que isso não se realiza e nem se cumpre?
O evangelho traz em seu bojo este belo sonho da Unidade, não há de se negar, mas é preciso vê-lo na profundidade necessária, senão parece que Deus quer e o Homem não quer, e que prevalece a vontade do Homem.
Trata-se na verdade da Oração chamada Sacerdotal, eu está dentro do Discurso da Consolação ou despedida, como vimos ao longo desta semana que precede a Festa da Ascensão do Senhor, a ser celebrada no Domingo. Poderíamos dizer que aqui Jesus manifesta ao Pai o seu intenso desejo de que os discípulos sejam inseridos na Vida de Comunhão com o Pai, e conseqüentemente com a Trindade Santa. Nos ritos de ordenação sacerdotal, o Reitor é consultado pelo Bispo se o candidato é digno de receber o Ministério e fazer parte do Presbitério. Neste evangelho, Jesus está orando pelos discípulos, mas ao mesmo tempo está os recomendando ao Pai, para que também neles seja manifestada a Glória e a Santidade, como tal aconteceu com Jesus.
A Igreja, formada por homens comuns e fracos, com todos as suas limitações, passa a fazer parte da Comunhão Trinitária, ou seja, Deus entra em nossa Vida e nós entramos na Vida de Deus.
Então, tivemos o privilégio de sermos escolhidos, somos os bons, os melhores de toda a humanidade... Que perigo pensar desta e fechar-se em uma religião particular, como se fosse um Clube de Elite! Ao contrário, a Comunhão com Deus veio pela Palavra de Jesus, e agora a Igreja formada por seus discípulos de ontem e de hoje, têm uma nova Missão: anunciar esta Palavra a todos os homens, para que estes também creiam e se unam a Deus.
É este o desejo de Unidade presente no coração de Deus, e que agora em Jesus ele manifesta. O desafio é muito maior do que se pensa, não é só a unidade dos cristãos, mas a Unidade de toda Humanidade em um só Deus, pois não pode haver nenhuma barreira ou divisão, entre Homens e mulheres criados por Deus, e que em Jesus readquiriram sua imagem e semelhança!
Fonte: NPD Brasil em 15/05/2013

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Não os tires do mundo...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Vamos conversar um pouco com o catequista João, autor desse evangelho, para que ele nos ajude nessa reflexão.

___Olha Sr. Catequista João, tem uma frase nesse evangelho que deixa a gente revoltado, sabemos que o mundo é mal, e que quando o deixamos e vamos para Deus, partimos para uma "melhor" como costuma se dizer, então que negócio é esse de Jesus pedir ao Pai para que não tire os discípulos do mundo? Ele quer ver os discípulos numa "fria"?

Catequista João (sorrindo) – Olha só que ideia! Claro que não, esse evangelho em todo o capítulo 17 é uma oração que Jesus faz ao Pai, ele sabe que a sua hora está chegando, e não quer que nada dê errado com os seus discípulos que vão assumir a sua missão na hora que ele for embora com o Pai... Leia com atenção o início...

____Bom, parece que Jesus fala de algo que o Pai o encarregou de fazer...

Catequista João ___ Isso mesmo, essa é a idéia que vai motivar essa oração de Jesus a favor dos seus discípulos. Ele foi encarregado de tornar conhecido o nome do Pai e mais ainda, de trazer os discípulos para dentro da Vida de Deus, formando uma perfeita unidade na Trindade.

___Opa, espere um pouco Catequista João... Então os homens são iguais uns robozinhos que Jesus pega e entrega para o Pai, mais abaixo ele fala que o Pai entregou os discípulos a ele, que negócio é esse, por acaso os discípulos são joguete nas mãos de Deus e de Jesus?

Catequista João ___ Essa sua observação é importante, não se pode pensar assim porque isso não é verdade. O homem tem o livre arbítrio, liberdade para decidir sua vida... Aqui a palavra entrega significa confiar, colocar aos cuidados de alguém.

____Mas Catequista João, retomando a questão da liberdade, isso parece ser ruim, o ser humano usa mal sua liberdade repetindo aquela história de Eva no paraíso, não era melhor que Deus manifestado em Jesus, fosse mais rigoroso e não desse ao homem tanta liberdade?

Catequista João ____ Isso seria a total negação do amor de Deus, pois o amor ao outro supõe o respeito a sua liberdade... Por causa desse amor de Deus é que existe o inferno, para quem fazer a opção contrária aos seus desígnios de Salvação...

____Como Judas Iscariotes? Deus não poderia perdoá-lo?

Catequista João ___Claro que sim, bastaria que ele acreditasse na Misericórdia de Deus, ninguém sabe o que ocorreu lá no coração de Judas nos segundos finais de sua vida. A Graça Poderosa de Deus supera qualquer pecado... Ele é chamado de Filho da Perdição porque se perdeu, dando á sua vida outro rumo, contrário aos desígnios de Deus, que não usou da sua fraqueza para por o seu plano em ação, ao contrário, Judas teve a chance de ser tão Santo como os demais o foram...

____Mas Catequista João, então Deus não pode fazer nada nesse sentido, mesmo vendo que o bicho homem vai tomando o caminho errado em sua vida?

Catequista João ____ Oh é claro que Deus faz! E esse evangelho diz muito claro. Olha, para você tomar a decisão certa na vida, usando bem a sua liberdade, é preciso que  conheça a Verdade, correto?

___Ah sim, sem dúvida, não podemos tomar decisões na vida fazendo aquela brincadeirinha antiga "Minha mãe mandou bater nessa daqui...", pois isso seria uma grande irresponsabilidade...

Catequista João ___Pois é... Você falou bem, é isso mesmo, os homens não conheciam a Verdade, até que ela foi revelada em Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o "Logus" isso é, a Palavra, o Verbo Encarnado como eu gosto de chamar Jesus.

____Ah Catequista João... Agora entendi, "Santifica-os pela Verdade, a tua Palavra é a Verdade. Como tu me enviastes ao mundo, também eu os envio... "A missão do discípulo está no mundo, para fazer igual Jesus e tornar Deus conhecido, ouvindo e vivendo a sua Santa Palavra. Puxa Catequista João, agora ficou fácil, nem sei como agradecer...

Catequista João _____ Não precisa agradecer. É só entender que Deus nos santifica constantemente pela sua Palavra revelada em Jesus. E todo ser humano precisa conhecê-la, para isso é, preciso o ANÚNCIO, é aí que o Discípulo se torna Missionário...

2. Tua palavra é a verdade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Côn. Celso Pedro da Silva, ‘A Bíblia dia a dia 2017’, Paulinas e disponibilizado no Portal Paulinas - http://comeceodiafeliz.com.br/evangelho)

Rezando pelos discípulos, Jesus afirma que eles não são do mundo, como ele mesmo não é do mundo. Jesus demonstra grande carinho por seus discípulos e pede que o Pai os consagre na verdade. Não quer que o Pai os tire do mundo, mas que os guarde do maligno. Que os discípulos permaneçam fiéis e decidam sempre pela verdade de Jesus e não pela mentira do maligno. São Paulo dirá que são felizes os que não se condenam na decisão que tomam. O Espírito Santo que esperamos no dia de Pentecostes é o Espírito da Verdade. Na Trindade só ele é chamado de santo. Falamos do Pai, do Filho e do Espírito, e acrescentamos “Santo”. Exatamente porque existem espíritos que não são santos. O espírito do mundo é obra do maligno. O modo de ver, o modo de pensar, o modo de agir de alguém, que não levem em consideração os outros, criam uma cultura de ódio própria do mundo. É o espírito do mundo. O nosso é o Espírito Santo.

3. UMA DOLOROSA EXCEÇÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Tota).

Jesus não poupa seus discípulos das tribulações que o mundo lhes prepara. Melhor dizendo: o Mestre não lhes reserva um lugar especial, geograficamente separado, onde estejam imunes de tentações. A prova de sua fé acontece no confronto com o Maligno. É então que podem dar mostras da solidez ou da fragilidade de sua adesão ao Senhor.
No colóquio com o Pai, Jesus alude ao fato da deserção de um discípulo, seduzido pelo Maligno: "Nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição". Nesta dolorosa exceção, sente como que fracassado em sua missão.
Todo o seu ministério foi marcado por uma dedicação exemplar àqueles que o Pai lhe confiara. Guardava-os, com desvelo, para não se desviarem do caminho. Falava-lhes do Pai, revelando-lhes a sua face amorosa. Consagrou-os na verdade e os enviou para serem continuadores de sua missão.
Entretanto, além de não tê-los segregado, também não os privou da liberdade. Assim, ficou aberto o espaço para a infidelidade e a deserção. Alguém deu mais atenção ao mundo do que à palavra do Mestre. Foi o que fez Judas, o "filho da perdição". Foi-lhe franqueada a salvação. Ele, porém, a rejeitou.
A perseverança dos discípulos é obra do Espírito, força divina que os move a resistir diante das sugestões do Maligno. Quem é cauteloso sabe como precaver-se!
Oração
Pai, reforça minha fidelidade a Jesus, de maneira que o Maligno não prevaleça sobre mim. Protege-me contra a maldade do mundo, consagrando-me na verdade.

Oração Final
Pai Santo, que os nossos momentos de oração nos façam recordar sempre que somos consagrados ao teu Amor Paternal. Faze-nos sinais vivos dessa entrega, anunciando aos companheiros do caminho que o teu Reino de Amor já está em nós e que o teremos um dia em plenitude, com o Cristo Jesus, teu Filho e nosso Irmão, que contigo reina na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Arquidiocese BH em 15/05/2013

ORAÇÃO FINAL
Pai Santo, o mundo quer nos ver divididos, fragmentados. Dá-nos o dom da unidade interior. Que onde estivermos, estejamos inteiros, de corpo, mente, coração e espírito. Só assim poderemos viver o amor a Ti, aos irmãos e a este lindo universo que criaste e entregas aos nossos cuidados para usufruto consciente, responsável, e partilha fraterna. Por Jesus, teu Filho e nosso Irmão, na unidade do Espírito Santo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário